“Acho que o estudo para concursos, como qualquer atividade de alto rendimento, é uma sequência de ações repetitivas que, com constância e feedbacks, levam a um resultado incrível […]”
Confira nossa entrevista com Dante Akira Uwai, aprovado em 22° lugar no concurso BRB para Escriturário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Dante Akira Uwai: Meu nome é Dante, tenho 27 anos, sou arquiteto e nasci em São Paulo mas moro desde os 5 anos em Brasília.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Dante: Meus pais sempre insistiram para que eu prestasse concursos mas eu nunca quis. Achava que seria um trabalho monótono e, como eu não gostava muito de estudar, tinha todos os motivos para não tentar. A minha cabeça mudou durante a faculdade, quando percebi que a carreira que eu estava buscando, a de trabalhar em um escritório de arquitetura, dificilmente me daria o padrão de vida que eu buscava. Sempre amei arte e arquitetura, mas não estava disposto a abrir mão da minha qualidade de vida para trabalhar com essas coisas. Logo que me formei minha amiga Kamila comentou sobre o concurso da PCDF e eu me dei 1 ano pra experimentar a vida de concurseiro. A pandemia então veio e esse 1 ano virou 3, mas com muitos aprendizados no caminho.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Dante: No primeiro ano que comecei a estudar fui Presidente de um cursinho voluntário. Nesse período eu trabalhei muito e não consegui criar um ritmo satisfatório de estudo. Por causa da pandemia os concursos foram sendo adiados e consegui, depois da gestão acabar, encaixar uma rotina de estudos e realmente focar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação?
Dante: Fui nesse do BRB 2023 em 22º lugar e vou fazer o Curso de Formação da PCDF agora em maio para Agente. Pretendo continuar estudando até de fato começar a trabalhar.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Dante: Durante a pandemia não saí de casa e sinto que isso, junto com todas as consequências do lockdown, me afetou bastante psicologicamente. A ansiedade veio e com ela meu rendimento caiu. É muito difícil estudar quando a sua cabeça não está boa. Depois, quando pude sair com minha namorada e amigos, percebi o quanto ter uma vida equilibrada é importante nos estudos para concurso.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Dante: Minha família sempre me incentivou a fazer concurso. Meus amigos no geral foram um pouco relutantes no começo. Acho que eles tinham um preconceito com concursos assim como eu tinha antigamente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Dante: Especificamente para o concurso do BRB foram 3 meses, mas já tinha estudado antes para o concurso do BB de 2022 e o do BRB em 2019 (cerca de 1 mês cada). Então 3 meses parece pouco, mas foi com uma bagagem já acumulada dos outros concursos, além dos aprendizados do concurso da PCDF.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Dante: Principalmente PDF, uma plataforma de questões e flashcards. O PDF é essencial para ter o conteúdo da forma mais rápida e completa possível. A plataforma de questões é o primeiro meio de revisão ativa e os flashcards são para os conteúdos que não estão nas questões ou estão de forma incompleta. Evitei fazer resumos pois gastava muito tempo e eu raramente relia. Também não gosto de aulas presenciais. Meu ritmo é diferente do ritmo dos outros e acho que ter um material para acompanhar de forma individualizada é a melhor opção pra mim.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Dante: Conheci pelo meu primo, Felipe, que me apresentou os materiais de Direito Constitucional e Administrativo. Lembro de na época ter ficado assustado com a qualidade e a profundidade dos materiais
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Dante: Sim, para o concurso da PCDF estudei por cerca de 1 ano com um outro cursinho e não consegui me acostumar com ele. Achava o material confuso e um pouco superficial. Eu, como alguém que formou em arquitetura e nunca tinha tido contato com as disciplinas de concurso, me sentia perdido. Além disso, várias foram as vezes que eu resolvia questões e o enunciado cobrava coisas que não estavam no material do PDF. Isso me deixava muito inseguro.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Dante: Não. Logo que acabou a assinatura desse outro cursinho eu troquei pela assinatura do Estratégia e segui com ela até as aprovações.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença na sua preparação?
Dante: Para mim o principal diferencial era a organização e a profundidade dos conteúdos dos PDFs. Não me sentia mais inseguro e sabia que era o melhor material que eu poderia adquirir. Mesmo quando eu precisava de uma vídeo-aula para uma disciplina mais difícil a qualidade também estava lá, com professores incríveis e que vou lembrar pra sempre.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Dante: Meu planejamento para o BRB foi de 3 disciplinas por dia, o que dava cerca de 5 horas líquidas. Tentava alternar disciplinas fáceis e difíceis, começando o dia sempre pela mais difícil. Quando tinha tempo livre eu fazia uma bateria de questões e revisava os flashcards.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Dante: Minhas revisões eram quase exclusivamente por flashcards e questões. Percebi que são os métodos de memorização ativa que mais funcionam para mim. Fazia resumos mais para organizar as ideias e criar uma sequência lógica dos assuntos. Além disso, tentava fazer simulados todo final de semana junto com redação.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Dante: Para a PCDF eu fiz cerca de 70.000 questões em 1 ano. Para o BRB fiz bem menos porque tinham poucas questões sobre disciplinas bancárias na plataforma que eu estudava.
Fazer questão é o método de estudo mais importante que existe. Te mostra o pensamento da banca e te força a memorizar o conteúdo de forma ativa. Não são raras as vezes que você vê na prova uma questão que você já resolveu várias vezes nos estudos. A gente até abre um sorriso de canto de boca na hora que acontece.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Dante: Para o BRB minha principal dificuldade era português. Meu ensino fundamental me traumatizou e demorou muito até eu ganhar confiança de novo. A minha estratégia foi fazer 50 questões de português (gramática) todos os dias. Acho que ganhar familiaridade com a matéria é a forma de vencer o medo dela. Filtrar pelas questões mais fáceis primeiro e ir dificultando conforme você vai evoluindo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Dante: A semana anterior à prova foi de muita revisão e redações. Praticamente uma redação por dia. Na véspera da prova dei uma olhada nos aulões de véspera pois muitas apostas dos professores acabam se concretizando, então fui anotando pra ver se estava dominando tudo. Sempre estudo até o último segundo pois tentar tirar a véspera de folga me deixa muito inseguro.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Dante: A prova discursiva é importantíssima. Inclusive ela me fez pular mais de 50 posições no concurso do BRB e mais de 400 posições na PCDF. Minha estratégia era fazer uma redação por semana. Mesmo sem um professor corrigindo, é possível saber no “feeling” quando a sua redação está indo bem ou mal. Eu pegava os temas sugeridos na internet e ia desenvolvendo as redações. Acho que o mais importante no treino de redação é ter um feedback ao final, mesmo que seja seu, para saber o que melhorar na próxima vez. Eu anotava em um canto do caderno as observações e lia antes de fazer a próxima redação da semana. Sem isso a gente acaba cometendo os mesmos erros várias vezes.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Dante: Por mais irônico que soe, acho que um dos meus erros foi fazer questões demais apenas pensando na quantidade e não na qualidade. Acabava que no final eu resolvia as questões sem nem raciocinar, só no automático, e isso me fazia esquecer o conteúdo com a falsa impressão de que eu estava revisando. Então fica a dica: faça tudo de forma consciente e com intenção. Estudar respondendo no automático pode ser perigoso.
Outra coisa que foi um erro foi não ter levado uma vida mais equilibrada, com a dose certa de estudos, exercícios físicos e lazer. No longo prazo a estratégia de viver só estudando não se sustenta.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Dante: Não. A evolução é o melhor motivador. Ver que você está evoluindo, seja nas questões, nos simulados ou redações, vai te mostrar que é tudo uma questão de tempo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Dante: Uma vez ouvi de um coach uma frase que, se não me engano, veio do exército. Ela diz: “Repetição com correção até a exaustão leva à perfeição”. Acho que o estudo para concursos, como qualquer atividade de alto rendimento, é uma sequência de ações repetitivas que, com constância e feedbacks, levam a um resultado incrível. Acho que a grande dificuldade para as pessoas é que às vezes falta alguma parte dessa equação: ou a repetição, ou a correção ou a exaustão.
Outra coisa importante é que o mundo dos concursos é cheio de crenças limitantes, como “só passa quem é muito inteligente” ou “só passa quem só estuda e não trabalha”. Vendo as histórias dos aprovados dá pra ver que existem diversos perfis: quem era realmente muito inteligente, quem não era mas se esforçou muito, quem trabalhava e tinha filhos pra cuidar, quem pôde só focar nos estudos. Acho que no final, a crença que devemos seguir é que o esforço com consistência vai, cedo ou tarde, trazer os resultados.
Hoje agradeço muito ao Dante de 2019 que resolveu entrar para o mundo dos estudos e levar a sério todo o processo. Fico imaginando se o meu eu de 2030 vai ser grato pelo que eu estou fazendo agora.