Aprovado em 1° lugar no concurso INSS para Técnico do Seguro Social
Previdenciária (INSS, PREVIC)“Não demore pra começar, a aprovação não é só possível, ela é provável para quem está se dedicando a ela.”
Confira nossa entrevista com Diogo Vinicius Pinto Junior, aprovado em 1° lugar no concurso INSS para Técnico do Seguro Social – Uruguaiana (RS):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Diogo Vinicius Pinto Junior: Meu nome é Diogo Vinicius. Tenho 29 anos. Sou Bacharel em Administração de Empresas. Sou natural de Tupanciretã, interior do RS, mas há mais de uma década resido na cidade de Santana do Livramento, RS – na fronteira com o Uruguai – onde sou servidor público municipal desde abril de 2021.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Diogo: Essa foi uma decisão que tomei bastante cedo, quando tinha 20-21 anos – na busca de estabilidade, independência financeira e mais tempo livre. Nesse espaço de tempo, sinto que passei muitos anos com esse objetivo em vista, mas sem nunca tomar os passos necessários para concretizá-lo. Era apenas um desejo, uma ambição desprovida de ação. Hoje, que estou começando a colher – devagar – os frutos do meu estudo, enxergo com algum arrependimento esses anos que passaram. Fiz provas de concurso sem estudar, sem ao menos ler o edital. Paguei por cursos que não terminei, participei de aulas e adquiri conhecimentos que, sem revisão, eram rapidamente esquecidos. Tudo acabou servindo como experiência, mas a falta de continuidade tornou essa minha jornada desnecessariamente lenta. Eu estava sempre recomeçando. O “eu” de oito, nove anos atrás tinha plena capacidade de conseguir os resultados que consegui hoje, mas faltou foco, faltou maturidade. Se puder deixar alguma mensagem para alguém, seria a de não trilhar seu caminho dessa forma. Cada um tem seus desafios diários, mas, à medida de suas possiblidades, se seu objetivo é um cargo público, mergulhe com tudo – evite ficar muito tempo nas beiradas.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Diogo: Eu iniciei meus estudos para o INSS em fevereiro de 2021, aproveitando a base que havia feito no ano anterior para o concurso municipal em que fui aprovado. Nessa época eu já tinha saído do meu trabalho anterior e estava aguardando a nomeação. Em abril de 2021, entrei em exercício e segui os estudos. Para conciliar os estudos com o novo cargo, passei a acordar às 5 horas da manhã para estudar por duas horas, duas horas e meia antes de ir trabalhar – testando, descobri que esse era o meu horário mais produtivo para estudos (e o horário depois das 18h o pior), por mais que acordar cedo não fosse tarefa fácil para mim. À tarde, ao retornar do trabalho, fazia no máximo mais duas horas e meia de estudo. As vezes em que experimentei uma carga horária de estudos muito maior que essa durante a semana não geraram bons resultados – eu demorei um tempo para aceitar essa limitação.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Diogo: Antes do INSS, tive duas aprovações dentro de um mesmo certame municipal. Atendente de escola (nível fundamental, segundo lugar) e Secretário de escola (nível médio, terceiro lugar, meu cargo atual). Como o concurso do INSS efetivamente ainda não acabou – estou aguardando chamada para o curso de formação e, após, haverá uma segunda prova eliminatória e classificatória – pretendo focar meus esforços para lograr êxito nessa próxima fase, que vai ter também algumas questões discursivas. Ainda não decidi se vou seguir estudando para outros concursos. De chegada, vislumbro que a carreira do seguro social exige bastante estudo para ser bem-desempenhada e pretendo me dedicar a isso.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Diogo: Já estar no serviço público enquanto me preparava para esse concurso facilitou muito a questão de ter tempo hábil para estudo, descanso e lazer. Mesmo assim, o concurso do INSS foi sempre cercado de muitas notícias e rumores e expectativas. Toda vez que parecia que o edital iria sair, eu intensificava os estudos e começava a cortar algumas coisas da rotina. Isso aconteceu algumas vezes durante minha preparação e acabou resultando em sacrificar tempo de estar junto das pessoas que amo – inclusive em alguns momentos difíceis – e também de fazer as coisas de que gosto. No pós-edital, isso foi ainda mais verdade.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Diogo: Muito! Inclusive, o curso que fiz no Estratégia foi um presente que pedi de aniversário. Para quem está se dedicando a um projeto longo como o de estudar para concurso, a ajuda vem em muitas formas. Além do apoio emocional, da torcida, eu tive quem me permitisse desligar de algumas tarefas do dia a dia para que pudesse estudar com menos interrupções, quem cuidasse para que eu não perdesse vista do objetivo, sem prejudicar minha saúde física e mental. Tive pessoas que acreditaram no meu sucesso desde o primeiro dia, mesmo quando eu não acreditava.
Lembro que, perto da prova, pedi para minha irmã assistir, lá da minha cidade natal, a algumas lives de correção de questões de português para pegar os gabaritos e me ganhar mais tempo de revisão. Recebi os pdfs rabiscados por ela no whatsapp; tive colegas de trabalho, amigos, que trocaram escalas comigo para encaixar melhor com meus horários de estudo; no pós-edital, separei alguns simulados e pedi para Bruna, minha futura esposa, imprimi-los. Ela me entregou os papéis e uma caixinha de MDF com pequenas gavetas. Cada simulado tinha um símbolo diferente rabiscado na capa, que correspondia a uma gaveta. Ao completar cada simulado, eu ganhava o direito a abrir uma das gavetas e em cada uma havia um presentinho, um agrado. Na reta final, com os nervos à flor da pele, cada um desses gestos de carinho me emocionava muito.
Na semana da prova, velas, orações, incensos, promessas, muitos desejos de sucesso, uma corrente de energia positiva. Tive a sorte de poder contar com o apoio e compreensão de todos no meu entorno e sou muito grato por isso.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Diogo: Cerca de um ano e nove meses, no total. Foi tempo suficiente para repassar a matéria algumas vezes e de várias formas (aulas, leituras, resumos, flashcards). Mais importante, talvez, foi tempo suficiente para tentar métodos de aprendizado e ver o que melhor funcionava para mim.
Ter um horário estabelecido de estudos, com disciplinas separadas por dia me ajudou a transformar o estudo em rotina. Mesmo assim, fui descobrindo que é importante ser flexível. Em muitos dias não acordei no horário certo, não estudei todas as horas previstas. Em alguns dias não estudei nada. É importante não se cobrar resultados perfeitos e ter consciência de que o estudo, na vida adulta, nem sempre poderá ser priorizado.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Diogo: Videoaulas;
Cursos em PDF;
Plataformas de questões;
Lei seca;
Flashcards;
Livros de doutrinadores (dir. previdenciário);
Questões comentadas por professores;
Grupos de questões no Telegram;
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Diogo: Inicialmente, pelas lives gratuitas no Youtube focadas no INSS. Em dezembro de 2021, meus grupos de estudos no Telegram começaram a borbulhar com mensagens a respeito do Esquadrão INSS. Eu já acompanhava o trabalho e gostava da maioria dos professores. Foi aí que virei aluno.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos?
Diogo: Sim. Antes de estudar com o Estratégia, concluí um preparatório para o INSS com outro curso. Não houve nada que me incomodasse particularmente, mas eu resolvi apostar no método que me trouxe aprovação no concurso anterior: aproveitar ter começado os estudos com antecedência para ter acesso ao máximo de conteúdo, a diferentes visões sobre a matéria, diferentes aprofundamentos e dicas.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença na sua preparação?
Diogo: Com certeza! Como já tinha uma base formada, consegui passar pelo curso com mais agilidade, escolhendo partes específicas da matéria para focar. Com os simulados do Esquadrão, pude mapear onde estavam meus pontos fracos – custeio previdenciário e assistência social, por exemplo. Para essas matérias que estavam baixando minha nota, fui às videoaulas e as assisti do começo. As aulas do Thállius me ajudaram a ter mais confiança nos meus conhecimentos de Direito Administrativo, disciplina que não havia estudado para o concurso anterior, e também delimitaram perfeitamente o escopo de cobrança da banca. Para revisão, os PDFs de questões da banca selecionadas pelos professores foram perfeitos. As correções por vídeo ajudavam a fechar as lacunas. No pós-edital, usei bastante a plataforma de questões do Estratégia. Revisei principalmente português e previdenciário por lá. Para as novidades do edital, o Estratégia Questões preparou questões inéditas que também foram diferenciais. Além disso, os grupos no Telegram dos professores Rubens e Herbert rotineiramente disponibilizavam material gratuito de alta qualidade e certeiro para prova. Para fechar, além dos simulados do Esquadrão, fiz também alguns simulados gratuitos do Estratégia no pós-edital.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Diogo: Montei meu plano de estudos na base da tentativa e erro, contando com dicas de professores e especialistas, até conseguir chegar no que melhor encaixava para mim. Inclusive, o Esquadrão preparou uma ótima live sobre como estudar para o INSS.
Basicamente, ficou assim: duas disciplinas por dia, duas horas de manhã, duas horas de tarde (rotineiramente um pouco mais, a ideia principal era não fazer menos que isso). No começo do dia anotava no papel o que e como iria estudar, dividido por disciplina*. Tudo que não conseguia cumprir no dia ficava para o sábado. Isso era um incentivo para cumprir com os objetivos diários, assim o meu sábado ficava mais livre. No domingo, um simulado. Eu tentava fazer intervalos curtos a cada cinquenta minutos, mais ou menos. Não saberia dizer a quantidade de horas líquidas diárias, mas acredito que variava muito. Há dias em que estamos mais propensos a distrações.
No pós-edital, coloquei revisões de direito previdenciário diariamente (trinta, quarenta minutos, via flashcards e leitura da lei seca) e fazia uma prova de português da banca por dia. Tentei nunca negligenciar as matérias “menores” – Ética, Redação Oficial (não caiu) e Regime Jurídico (no atual edital, foi mesclado com ADM) e não me arrependo da decisão.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Diogo: Além de muitas questões comentadas e simulados semanais, eu revisava diariamente por flashcards. Aprendi esse hábito com um colega de preparação que conheci em um grupo, o Igor – também aluno do Estratégia, também aprovado em primeiro lugar – e foi muito, muito valioso. A mera criação de um flashcard já é um ato de revisar a matéria, de adequá-la a um formato novo. E o ato de repassar esses cards com frequência eleva muito a nossa capacidade de fixação.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Diogo: É de importância vital. Não tem substituto. É como se conhece a banca. No concurso do INSS, muitas matérias previdenciárias eram novidade – havia poucas questões sobre alguns assuntos, outros assuntos nunca haviam sido cobrados. Daí a importância de questões elaboradas por professores que conhecem a matéria e a banca. Encontrei isso no Estratégia. Fiz também muitas questões elaboradas por alunos em grupos de Telegram. Também me ajudaram muito, mas é necessário cautela e algum domínio da matéria para saber filtrar as boas questões.
Não sei quantas questões fiz ao certo, mas tenho certeza de que foram milhares.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Diogo: Tive bastante dificuldade com custeio previdenciário e precisei repassar essa matéria muitas vezes. No pós-edital, já estava mais confiante a respeito dela. Depois, português. Em específico, as questões de compreensão e interpretação de textos da banca Cebraspe. Consegui melhorar meus resultados fazendo muitas provas. Inclusive, o projeto da Profª Adriana Figueiredo de resolver e comentar as dez últimas provas da banca foi maravilhoso. Me ajudou muito no pós-edital. Fiz todas as provas, até as que já havia feito antes na minha preparação. Uma colega de preparação, a Isa, também aprovada, também aluna do Estratégia, me enviou link de alguns cadernos do Estratégia Questões e os utilizei bastante também. Além disso, foi importante aprender a deixar questões em branco para proteger os acertos. Ao fim, meu desempenho em Português na prova não foi bom, mas foi o suficiente para não comprometer o resultado final.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Diogo: Foi equivocada hahahaha No concurso anterior em que fui aprovado, lembro que recebi um vídeo de uma psicóloga falando sobre a importância de descansar a mente antes de um certame (a nossa mente é como um lago, ela dizia, e era preciso serenar-se, não perturbar o lago, para que todo o conhecimento pudesse se assentar nas profundezas dele). Desta vez, esqueci dos ensinamentos da especialista e enchi o lago de pedras até o último momento. Hoje eu vejo que subestimei a importância que eu estava dando para esse concurso. Nunca havia feito um esforço tão longo e tão concentrado para atingir um objetivo antes. Por isso, talvez, foi difícil deixar de estudar, de fazer questões, de ler a lei seca, até o último minuto. Além disso, havia muito material disponível, muitas lives, muitos pdfs com dicas. A ansiedade batia ao pensar que poderia estar perdendo algo decisivo. Essa ansiedade foi comigo para prova, essa cobrança por resultados e esse peso de todo o esforço dispendido, de todas as concessões feitas pra chegar até ali. A expectativa dos familiares e dos colegas de preparação sobre o meu resultado pesaram também. Enfim, ao seguir estudando em ritmo acelerado, quando deveria estar desacelerando, acabei negligenciando a preparação psicológica para o dia da prova – não tinha parado nem para dimensionar o quanto aquele momento significava para mim. Esse erro grave me custou três questões, que passei com gabarito errado para a folha-resposta e precisei anular. Depois de fazer isso, bateu uma sensação horrorosa. Para compensar pelas questões perdidas, acabei mudando a minha estratégia, então conservadora, e marquei mais questões do que teria marcado originalmente. Saí da prova pensando que havia estragado minha chance de aprovação. A espera pelo resultado final foi longa e angustiante. Enfim o resultado chegou e tudo ficou bem, a aposta compensou. Mas essa lição vai ficar. Para quem fez uma preparação sólida, o psicológico é tão importante quanto o conhecimento da matéria.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Diogo: Os acertos: Ter começado cedo a estudar, quando o edital ainda não estava nem perto de aparecer. Ter estabelecido um horário com disciplinas e metas diárias. Ter estudado por questões da banca, ter feito simulados para localizar as áreas carentes de revisão. Ter aprendido a revisar.
Isto também foi muito importante e acho que um diferencial na minha preparação: ter achado comunidades de alunos de todo o Brasil que estavam se preparando para o mesmo concurso. Eu tive muito, muito apoio das minhas pessoas queridas para estudar, mas há um limite do que podemos pedir deles. Ninguém quer ouvir falar de concurso todo o santo momento. A não ser que também estejam passando por isso. Por isso sou muito grato de ter participado de dois grupos no Telegram onde pude melhorar como aluno e ter uma comunidade com quem compartilhar as vitórias e derrotas diárias – Direito Previdenciário Questões, da Isa Soller, e INSS 2022 – questões e discussões, do Igor de Andrade.
Os erros: Ter negligenciado a minha preparação psicológica e emocional para o momento da prova. Não ter diminuído o ritmo de estudos na reta final. Não ter começado antes, lá com meus vinte e poucos anos, a trilhar esse caminho de estudos. Além disso, sinto que meu caminho poderia ter sido encurtado se tivesse buscado de chegada uma ajuda especializada na minha preparação. Se for estudar para um próximo certame, tenho certeza de que vou buscar o apoio de uma equipe como a da Trilha Estratégica, que divide com o aluno um pouco do peso da preparação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Diogo: Sim, algumas vezes. Não desistir como um todo dos concursos, mas mudar o foco para outro ou então dividir o foco entre esse e outro. Como falei antes, o INSS foi cercado de muitos rumores. De muitos falsos-inícios. Isso gerou muita ansiedade e frustração. O pouco número de vagas também – para minha região eram quatro. O que acabou me mantendo no mesmo caminho foi que, aos poucos, comecei a me visualizar trabalhando com a matéria previdenciária, desempenhando bem as atribuições de técnico. Não quis abrir mão disso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Diogo: Não demore pra começar, a aprovação não é só possível, ela é provável para quem está se dedicando a ela. Comece com tempo suficiente para aprender de que forma você melhor aprende – para testar o que funciona e o que não funciona. Conte com o suporte das suas pessoas queridas, procure uma comunidade de estudos e cresça junto com ela. Não esqueça de que estar preparado significa também estar com a mente tranquila no momento da prova.
Muito obrigado!