“[…]não pare, não tem dinheiro no mundo que pague a sensação de você abrir o diário e seu nome estar lá.”
Confira nossa entrevista com Pedro Rafael Alencar da Silva, aprovado em 11º lugar no concurso INSS para Técnico do Seguro Social – Manaus/AM:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Rafael Alencar da Silva: Rafael Alencar, ensino médio completo, 34 anos, Itarantim-BA
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Rafael: Já estava bem cansado de trabalhar em shopping, de domingo a domingo, chegando em casa todos os dias por volta de 00:00, então resolvi fazer um PSS para o IBGE, só tinha uma vaga e consegui. Ao entrar naquele PSS, percebi que também era capaz de algo maior, até então, pensava que concurso era para superdotados, mas descobri, da pior forma ou da melhor forma, que os maiores obstáculos sou eu quem crio. Então, a necessidade, vontade de ajudar minha mãe, estabilidade, foram os principais motivos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Rafael: Eu trabalho no IBGE e tenho um horário bem privilegiado, só trabalho de segunda a sexta, então tenho o sábado e domingo livre, além das noites. Logo, foi muito fácil conciliar.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Rafael: Fiz o PSS do IBGE para dois cargos, Agente de pesquisa e Supervisor de coleta, no primeiro fiquei em 2° lugar, já no segundo em 1°, que é o cargo que ocupo atualmente. Este PSS serviu como uma ponte, primeiro por aumentar a autoconfiança e segundo por ter me proporcionado tempo. Logo depois fiz o meu primeiro concurso de verdade, INSS, fiquei em 8° lugar. Com certeza continuarei estudando, a meta é ir ao baile do Estratégia, quer dizer, ser analista. rsrsrsrs
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Rafael: Durante a preparação estudava em um ritmo bem lento e vida normal, mas depois que o edital abriu, primeira coisa que fiz foi parar de jogar meus jogos online. Séries? Nem sabia o que era isso. Expliquei para os meus amigos os motivos de não poder sair, com minha família foi mais tranquilo, até porque eu moro bem distante deles.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Rafael: Sim, meus amigos do Paraná entendiam que era por uma boa causa. Tudo que eu vou fazer, primeiro converso com minha mãe e com os meus irmãos. Eu morava no Ceará, mas hoje moro no Paraná. Às vezes meus amigos do Ceará me ligavam e minha mãe dizia que eu estava estudando, para evitar as ligações. Eu ria, porque ela não me contava nada disso rs.
Fiz meu concurso em outro estado, minha irmã foi a primeira a comprar minhas passagens, meus irmãos sempre na torcida. Então, primeiramente agradeço a Deus e depois a minha família.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Rafael: Eu comecei estudar por volta de Julho de 2021. Tenho TDAH e não me dou bem com os remédios prescritos, então no início foi tudo muito difícil, não conseguia estudar 2 horas líquidas. Ainda mais eu, que nem sabia o que era “Direitos”, mas com o passar do tempo a gente acaba se acostumando. Para manter a disciplina eu lembrava das minhas origens. Meu contrato era de 3 anos, então quando acabasse, teria que voltar para o comércio e isto era a última coisa que queria.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Rafael: Este concurso do INSS foi meio que uma aposta, uma aposta cara, quando li a respeito, pensei, é isto que eu quero para minha vida. Fiz um empréstimo no banco e comprei o melhor tablet, o melhor fone, a melhor caneta para tablet e o melhor curso preparatório. Pensei que com o salário do INSS pagaria o banco e mudaria de vida, ainda bem que acertei na aposta. Sempre lia a lei seca e os PDFs, devagar mas lia, pois para quem tem TDAH, ler uma apostila ou uma lei é semelhante a carregar pedra na cabeça, quase que um castigo. O principal material que utilizei foram as videoaulas, também não conseguia manter o foco, então sempre que estava fazendo janta, lavando prato, arrumando a casa, estava assistindo alguma aula. Os simulados e Sistema de Questões também foram essenciais. O que mais gostava dos PDFs é que no final tinha um resumo bem completo. Eu lia o PDF e, quando chegava a noite, me perguntava o que eu havia lido. Então, ia direto neste resumo e aos poucos o conteúdo vinha a minha mente.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Rafael: Procurando aula da lei 8.112 no youtube, encontrei a de um professor que simplesmente achei espetacular, logo fui saber de onde ele era e descobri que era do Estratégia. Depois fiz uma enquete em um grupo do Facebook e o Estratégia ganhou disparado.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Rafael: Hoje mesmo estava comentando com um colega de trabalho, que conhecer a banca é tão importante quanto conhecer o conteúdo. O diferencial do Estratégia é que eles fazem todo um mapeamento da banca e já sabem o que realmente eles costumam cobrar e como cobrar. O Estratégia me provou com A+B que não é mera sorte, e sim, você aprende interpretação e faz as questões sem achismo. As videoaulas não são simplesmente videoaulas. No início são aulas em geral, mas após a escolha da banca, vem aquela enxurrada de videoaulas atualizada, em que os professores falam com propriedade: foquem nisto, pois é nisto que a banca costuma cobrar!
Então, fora esse espetáculo à parte, eu encontro tudo em um só lugar, questões, apostilas, fórum de dúvidas e etc.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Rafael: Eu estudava duas matérias por dia. Como previdenciário era a mais importante, todos os dias ela estava lá. Aos finais de semana, aproveitava para ler lei seca. Como meu fone era Bluetooth, todos os dias na hora de dormir, eu o colocava e escolhia alguma lei mais simples para escutar, ora era o decreto, ora o artigo 5°, ora os direitos sociais. Fiquei tão acostumado com isso que, após o concurso, eu me deitei e não conseguia dormir, tive que colocar o decreto para enfim consegui dormir. Estudar para valer somente após a abertura do edital, em que estudava em torno de 4 horas líquidas, final de semana estendia mais.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Rafael: Não sou de escrever, às vezes eu ia direto no resumo do próprio PDF, os simulados eu sempre fazia, quando a correção era com os professores, melhor ainda, pois a gente acabava vendo coisas que já tinha esquecido. No entanto, a principal forma de revisão, era através das videoaulas. Sempre tinha aula nova, tira dúvidas, videoaula com o mesmo assunto, mas de uma outra forma de ser passado, e também fiz a mentoria com o Esquadrão, que era com os professores do Estratégia, o que me ajudou demais também.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Rafael: Primeiro que você acaba entendendo a forma que a banca cobra, segundo porque às vezes não damos tanta importância à determinado assunto, aí quando você erra, não esquece mais. Eu fiz bastantes questões, poderia ter feito mais, acredito que mais de 5.000. Parece ser um número alto, mas acredite, tem pessoas que fazem muito mais, quando você faz 10 simulados, só ai já foram mais de 1000 questões, então com o passar o tempo se torna algo natural.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Rafael: A principal era português, infelizmente, eu tive um ensino básico muito fraco, pode ter sido por conta de negligência minha ou as escolas públicas que deixavam a desejar. Mas em uma aula a professora Adriana Figueiredo falou que não é era para decorar uma gramática, e sim aprender o que precisa para passar. Essa professora praticamente pegou na minha mão. Praticamente fechei português, só deixei uma em branco. A segunda foi direito administrativo, com esta disciplina eu fiz o movimento contrário, que seria fazer aquilo contra a minha vontade, então ela foi a única que eu fazia resumo, escrevia tudo e toda semana antes de começar a aula de D.A, eu dava uma lida no resumo. Sem contar que assistia às aulas com os dois professores. Hoje eu a amo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Rafael: Acho que, no mês que antecedeu a prova, o meu cronograma era o Estratégia. Eram muitas aulas ao vivo, então eu sempre estava lá assistindo e, no dia pré-prova, teve o aulão de véspera, em que 80% da prova estava lá. rs
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Rafael: Meu principal erro era me comparar. Hoje sei que não adianta se comparar, que todos nós temos nossas limitações, se você não consegue estudar 8 horas líquidas, estude 4. Não existe uma fórmula mágica. No grupo do Telegram, as pessoas postavam seus resumos e eu ficava super para baixo, pois não fazia resumo de nada, só de administrativo, mas aquela era a forma que eu conseguia aprender, nas videoaulas. Então meu maior acerto foi não desistir.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Rafael: Uma semana antes, estava no barbeiro, onde eu tive uma crise de choro muito grande. Veio na minha mente que não lembrava mais de nada, que parecia que quanto mais estudava menos aprendia. Com isso, mandei uma mensagem para o professor Renato da Costa pedindo socorro, que achava que ia zerar informática, que estava me tremendo. O professor Renato foi mais do que um professor, quase um psicólogo, foram muitas palavras motivacionais, contou-me um pouco da sua história, e hoje sou muito grato a ele. A confiança que minha família depositou em mim foi uma das coisas que mais me motivou, fora que não suportava a ideia de voltar para o comércio, tenho pavor só de lembrar que praticamente não tinha Páscoa, Dia das Mães, Natal e etc.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Rafael: Não pare! Não tem dinheiro no mundo que pague a sensação de você abrir o diário e seu nome estar lá. Use suas chateações de empregos anteriores como combustível para alcançar o que deseja e sempre agradecendo a Deus