Aprovado no concurso TJ-CE para Analista Judiciário - Área Judiciária
Tribunais“Para todos que almejam: concurso é estudo. Não tem para onde correr disso. Quem estuda mais, absorve mais conteúdo, tende a ser realmente um concorrente e ser aprovado.”
Confira nossa entrevista com Victor Valann Holanda Goes, aprovado no concurso TJ-CE para Analista Judiciário – Área Judiciária:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Victor Valann Holanda Goes: Sou formado em Direito, 2016, pela Universidade Federal do Ceará. Tenho 31 anos. Sou de Caucaia (região metropolitana de Fortaleza), Ceará.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Victor: Minha vida com concursos começou muito cedo. Com 17 anos o colégio onde estudei providenciou minha inscrição (eu era um bom aluno, geralmente estava entre os primeiros da turma) em um concurso de Sargento da Força Aérea, especialidade em Tráfego Aéreo, no qual fui aprovado e assumi. Foram 6 anos na FAB. Nesse meio tempo entrei para faculdade de direito e fiz alguns concursos. No meu último ano de FAB, fui aprovado para o cargo em que hoje estou, agente administrativo da PRF, porém a nomeação só veio 4 anos após. Saí da FAB para me dedicar ao direito, advocacia e afins, e meio que desisti de prestar concursos. Inesperadamente fui nomeado para o cargo administrativo da PRF. Entendi isso como um sinal para voltar a estudar para concursos, e assim o fiz. Voltei a estudar, buscando o cargo de Magistratura Estadual. Ainda é o cargo que busco até hoje. Nesse retorno, também fiz outros concursos para outros cargos. Tenho uma aprovação para magistratura no TJAL, homologado em dezembro de 2021, porém minha classificação não é boa, então é incerta a nomeação, mesmo que ainda tenha mais de 3 anos de tempo de validade. E agora fui aprovado para analista do TJCE, o que provavelmente vai me permitir focar apenas na sonhada magistratura.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Victor: Sim, sempre trabalhei. Como falei, sou servidor desde os 17 anos (curso de formação de sargento da FAB). Para conciliar os dois, eu entendo que é uma questão de aproveitar o tempo. Sempre busquei aproveitar cada minuto do meu dia, cada intervalo e afins. Finais de semana e feriados também me ajudaram bastante para ganhar uma bagagem de conteúdo. Não acredito em excessivas horas de estudo para se conseguir ser aprovado. Então 2 a 3 horas por dia, como rotina e compromisso, ajudou bastante a ter a bagagem que tenho hoje, então meio que é possível essa conciliação, reservando um tempo no final do dia e algumas horas nos finais de semana e feriado, principalmente no começo da tragetória. Entendo que não precisei fazer longas maratonas de estudo para conseguir resultado, e nos momentos que eventualmente fiz isso, não aumentou significativamente meu rendimento.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Victor: Aos 17 anos, fui aprovado para sargento especialista da FAB (não me recordo a colocação, mas foi algo em torno de 60º lugar, dentro das vagas). Fui aprovado também para assistente administrativo do IFCE (ainda no tempo que estava como sargento, em 2013), no qual fui nomeado, mas não assumi (também não me recordo da colocação). Fui aprovado em 1º lugar como estagiário do Ministério Público do Ceará (não é bem um concurso, mas foi bem similar, com boa concorrência). Aprovado também como agente administrativo da PRF, nível médio (2014) que é meu cargo atual (acho que foi 13º colocado, fora das vagas). Aprovado no concurso de Juiz de Alagoas (homologado em 2021, sendo o 100º da ampla). E agora a aprovação como analista do TJCE (2022, sem resultado oficial, mas certamente 10º ou 11º, a depender dos títulos).
Pretendo sim continuar estudando, buscando aprovação e nomeação para o cargo de juiz estadual.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Victor: Não sou de maratonar horas de estudo. Também nunca fui muito festeiro (aqui no Ceará a gente chama de “farrista”). Então não mudou muito minha vida social, saídas com amigos e família, pois era possível conciliar. Acho que apenas bem próximo das provas que eu dava um gás a mais, e procurava me distrair menos, evitando sair, assistir séries e filmes, jogar (games). Mas no geral a vida social ficou sem grandes mudanças.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Victor: Sou casado com Luana, 4 anos de casados (mais de 10 de relacionamento desde o namoro). Tenho uma filha pequena que hoje tem 4 meses de idade. A minha vida. Sim, minha família me apoia, principalmente minha esposa, até porque é uma melhoria na vida, mais conforto e oportunidades para a família. Digo isso do apoio porque meu cargo atual é de nível médio, e o salário não é lá muita coisa, então tivemos que fazer muitos sacrifícios para eu poder investir nesse sonho, com muitas viagens e gastos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Victor: Direcionado a ele, desde que saiu o edital, em torno de 2 a 3 meses. Mas vale lembrar a minha bagagem acumulada, que não é o mais importante, mas facilita demais um estudo quando não se tem muito tempo para a prova. Mantive a disciplina pensando no resultado, querendo ser aprovado, pensando na minha família, minha esposa grávida, e ainda mais depois que minha filha nasceu (a fase discursiva foi após o nascimento dela). Na prática, é o compromisso de reservar um tempo para estudar, determinar quantas páginas ler, ou questões resolver, ou matérias revisar. Tudo mantendo a rotina, e buscar não quebrar esse ritmo. Outro ponto que também é bem motivador é a sensação de evolução, sentir que você está melhorando, que não erra mais aquilo que antes errava, que existem assuntos que hoje você domina, o rendimento melhorando em cada prova. Isso ajuda a manter aquela rotina porque sabe que a performance está crescente.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Victor: Além da bagagem que tenho, que construí com os mais diversos materiais, para o concurso específico do TJCE, utilizei o Passo Estratégico, que foi muito útil como forma de revisão e de absorção de muito conteúdo em pouco tempo, para tudo ficar bem fresco na memória para o dia da prova.
No início da minha trajetória, usei muito de videoaulas. São boas para quem não tem noção dos assuntos, mas depois, você percebe que elas te tomam muito tempo, principalmente com assuntos que você já tem alguma noção. O mesmo tempo gasto com videoaulas poderia ser 2 a 3 vezes melhor aproveitado com leituras de PDFs e resolução de questões. Nunca fiz aulas presenciais. Um bom PDF, que abarque todo o assunto com um certo nível de detalhe e aprofundamento, é suficiente (depois que passada aquela fase de iniciante, na qual indico as videoaulas).
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Victor: Difícil dizer, mas já conhecia a bastante tempo, por ser considerado um cursinho bem conceituado e conhecido no mercado de concursos. Mas acredito que conheci navegando na internet ou indicação de algum colega há alguns anos atrás.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Victor: Sim, já usei. Outros cursinhos muitas vezes cometem o erro nos seus materiais de serem ou resumidos demais, ou extensos demais. Muitas vezes em um concurso como de analista, de servidor de tribunal como um todo, é importante ter algo mais “cirúrgico”, mas não tão resumido. De certo modo isso aconteceu comigo quando estudei pelo Passo Estratégico, pois consegui abarcar boa parte do conteúdo que caiu na prova usando esse material.
Materiais mais extensos são bons para “ganhar corpo”, mas em reta final de prova, ainda mais de cargos altamente concorridos, isso pode te fazer perder muito tempo, e não conseguir ver boa parte da matéria que provavelmente estará na sua prova.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Victor: Eu tive muitas reprovações, mas também fui aprovado em alguns poucos concursos com outros materiais. É difícil dizer se o que me levou a ser aprovado ou reprovado antes do material do Estratégia foram os materiais que utilizei, até porque existem outros fatores para uma reprovação ou aprovação (como emocional, mental, saúde, “não era o seu dia”).
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Victor: Então, utilizei o Passo Estratégico, pois eu já tinha uma bagagem construída anos atrás. O Passo ajudou a condensar a matéria de modo que vi uma grande quantidade de conteúdo, em pouco tempo, a ponto de no dia da prova sentir que as questões estavam “dadas” ou “fáceis”. Sensação essa que não foi a mesma de outras pessoas, quando conversei com meus colegas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Victor: No concurso específico do TJCE, eu utilizei o Passo, e nesse caso, eu esgotava uma matéria toda (usando os pdfs específico do Passo daquela matéria), para então passar para a próxima. Comecei por matérias mais importantes, com mais incidências, para as menos importantes, mas fiz questão de esgotar todo o Passo.
Não gosto de contar horas. Gosto de pensar assim: até tal dia, preciso ter visto tudo sobre a matéria X. Se eu for chutar mais ou menos quantas horas estudava por dia, acho que algo em torno de 2 a 3, sem edital na praça, e algo entre 4 a 5 (no máximo) com o edital publicado. Como já disse, não acredito em várias horas por dia de estudo. É cansativo, muitas vezes nas horas finais já não se absorve tanto, além de que gera uma fadiga para manter esse ritmo mais mais dias e meses.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Victor: No geral não costumo fazer propriamente revisões. Como é relativamente curto o tempo do edital para a prova (2 a 3 meses no máximo), eu procuro resolver muitas questões, e busco apenas dá uma rápida olhada no conteúdo daquela questão que errei.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Muito importante. Difícil dizer, mas algo em torno de umas 10 mil questões ao longo desses anos de estudo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Victor: Acredito que a matéria que mais sou frágil seria português e as matérias adicionais (legislações locais e afins). Português superei focando no estilo da banca, com muitas questões e revisões nos assuntos que costumo errar. Nas matérias adicionais, é na mesma linha, revisando, e relendo (normalmente a “lei seca”) até absorver o conteúdo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Victor: Fiz muitas questões, principalmente as constantes no Passo estratégico. Eu usei um método mais de simulado. Fazendo umas 15 a 20 questões, e só depois iria ver gabarito e a resolução das questões. No dia pré-prova ainda estudei, mas sempre reservo um ou dois turnos para descanso, como a tarde e noite (estudando só de manhã). No dia da prova, não vejo nada (♫ É só isso. Não tem mais jeito. Acabou. Boa sorte ♫)
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Victor: A linha é a mesma. Exercitar. Você tem que aprender como escreve, como demora na escrita, e como organiza as ideias para colocar no papel. E isso só se consegue com treino. Nessa prova especificamente do TJCE, o edital colocou os exatos assuntos que cairiam, então também foquei meu estudo nisso no período até a prova discursiva. Uma dica, em prova discursiva, coloque tudo que está na cabeça no papel. Não pense em algo e ache que não é aquilo que o avaliador quer, porque pode ser exatamente aquilo que ele quer! (já fui duramente reprovado em outras provas por culpa disso) Não confie no enunciado da questão! Tudo que souber sobre aquele assunto, despeje na prova. Lógico, de uma forma organizada, coesa e inteligível.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Victor: Acredito que sempre se pode aproveitar melhor o tempo. Mesmo tendo me dedicado ao longo dos anos, acabei tendo boas horas e dias ociosos (é difícil se manter firme por longo tempo), assistindo séries e filmes que eu poderia assistir em um momento próprio para isso. E não digo que não é possível se divertir, porque entendo que é sempre possível sim. É mais uma questão de evitar exageros (isso é o que mais atrapalha). Acertos foram ter criado uma rotina, sempre buscando estudar, nem que fosse pouquíssimo naquele dia, mas sempre evitando não sair da rotina (já cheguei a estudar 30 minutos em um dia muito corrido, para não deixar passar em branco). Ter feito muitas questões e aprendido com os erros que cometi em cada uma também considero um acerto importante para aprovação (todo erro mostra uma deficiência a ser corrigida).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Victor: O estudo para concurso é cansativo, então a ideia de desistir está sempre ali rondando a gente. Com certeza minha motivação foi minha família, minha esposa e minha filha. Se você desiste, perde a possibilidade de poder dar uma vida mais confortável para si e para sua família. Com isso em mente, dar um gás para prosseguir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Victor: Para quem está começando: não é fácil, o começo é a parte mais difícil porque você fica bastante perdido, acha que é algo inalcançável. Mas é isso mesmo, e todos os que foram aprovados já passaram pela mesma sensação e não é só você que está no perrengue. Se você persistir, a maturidade nas provas vem, o conteúdo vai ficar mais “palatável”, e aquilo que antes parecia impossível, aquela matéria que parecia coisa da “NASA”, se torna possível de aprender, e depois disso é só uma questão de pouco tempo para a aprovação.
Para todos que almejam: concurso é estudo. Não tem para onde correr disso. Quem estuda mais, absorve mais conteúdo, tende a ser realmente um concorrente e ser aprovado. Sempre fui um bom aluno na escola e faculdade, com ótimas notas, e entre os primeiros colocados. Sabe no que isso me ajudou? Em nada! (acho até que atrapalhou) Pois não adiantava ser isso, se eu não me dedicasse em estudar e ter uma rotina de estudo e foco, pois não seria aprovado nunca! Então acaba que todo mundo parte do mesmo ponto de partida (lógico que cada um tem sua realidade social que pode desequilibrar as coisas). Então o mais “nerd” ao mais bagunceiro, todos começam iguais quando se fala de concurso. E se não houver dedicação, não tem aprovação. O mérito é dedicação, e não inteligência. Então se dedique, que a hora vai chegar. É uma ideia bem simples: continue focado que a aprovação vem (não estou dizendo que ter essa força constante por anos a finco é fácil, mas em resumo para ser aprovado basta isso). Se você não desistir, existe um cargo esperando para você tomar posse, isso é certo.