Aprovada em 1º lugar no concurso TRT MT para Técnico Judiciário - Área Administrativa
Tribunais“A dúvida e a vontade de desistir assolam todos os concurseiros em algum momento do processo. O que diferencia aqueles que são aprovados são a constância no estudo e a capacidade de identificar e corrigir os pontos de falha da preparação, para aprender com os próprios erros e não os repetir.”
Confira nossa entrevista com Gabrielle de Lima Farah, aprovada em 1º lugar no concurso TRT MT para Técnico Judiciário – Área Administrativa:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua cidade natal, formação e idade?
Gabrielle de Lima Farah: Sou natural de Curitiba/PR, formada em Letras e tenho 36 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gabrielle: Trabalho como tradutora autônoma há mais de 10 anos, mas em 2019 comecei a ficar bastante descontente com minha área profissional. Então, em setembro do mesmo ano, decidi estudar para algum cargo público.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gabrielle: Sim, no começo eu trabalhava e estudava, mas devido ao lockdown na Europa em 2020, a demanda de trabalho caiu consideravelmente, uma vez que a maioria dos clientes que atendo são de lá. Com isso, involuntariamente acabei me dedicando mais aos estudos durante o período da pandemia.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gabrielle: Além do 1º para técnico no TRT MT, fui aprovada no TRT RS em 2º para analista e em 70º para técnico; no TRT PI em 17º para analista e em 24º para técnico; no TRT PR em 42º para técnico; e no concurso da PCPR, em 45º lugar para o cargo de papiloscopista. No entanto, continuarei estudando até ser nomeada para o cargo de AJAA em algum dos TRTs.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gabrielle: Nos dois primeiros anos de estudo, durante a pandemia, eu praticamente não saía de casa. Somente no final de 2021 comecei a encontrar alguns amigos e familiares. Contudo, a partir de abril de 2022, com as notícias de publicação do primeiro edital de TRT, minha vida social entrou novamente em stand-by. No pós-edital, chegou ao ponto de eu sequer ir ao supermercado.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Gabrielle: Pouquíssimas pessoas sabiam que eu estava estudando. Na família, ninguém além do meu marido sabia. Ele foi e continua sendo meu maior apoiador, não me deixou desistir nos momentos de insegurança e cansaço.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gabrielle: Desde o início de minha preparação estava focada em TRTs. Comecei a estudar especificamente para o TRT 4 em abril de 2022, mesmo sem edital. Para isso, aumentei a carga horária diária de estudos e organizei metas diárias de atividades para cada disciplina, como questões, leitura de lei ou de resumos. Também passei a fazer simulados aos domingos para mapear os pontos em que estava com mais dificuldade e para treinar o tempo de prova. Dessa forma, eu estudava 4 matérias por dia de segunda a sábado, além de resolver diariamente uma bateria adicional de questões dos assuntos mais difíceis.
Para manter a disciplina, eu organizava na noite anterior todo o material que seria usado no dia seguinte. Cada matéria tinha um cronograma com anotações datadas do que já fora feito, do que precisa ser revisado e do percentual de acertos em cada conteúdo de cada disciplina. Ter uma rotina de estudos organizada é fundamental, principalmente para acompanhar a própria evolução e para não cair na cilada de só estudar as matérias preferidas.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Gabrielle: Uso praticamente todos os recursos que o Estratégia oferece. No início de minha preparação, usava muito as videoaulas. Hoje utilizo os PDFs com maior frequência, pois o conteúdo ali está mais completo, mas ainda recorro aos vídeos quando tenho dificuldade em algum ponto da matéria ou para revisar algum assunto enquanto faço outras tarefas, como lavar a louça. Quando estou no ônibus ou esperando em alguma fila resolvo questões pelo SQ e na academia escuto o Estratégia Cast para manter o conteúdo sempre fresco na memória.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gabrielle: Comecei a estudar com um livro que comprei com as disciplinas básicas, mas logo percebi que ele era muito incompleto. Assim, passei a procurar materiais na internet até que encontrei uma aula demonstrativa de direito administrativo do professor Herbert Almeida. Fiquei admirada com a qualidade do material, tudo colorido, esquematizado e bem explicado. Poucos dias depois, o Estratégia lançou uma promoção de assinatura premium, que eu aproveitei.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Gabrielle: Usei apenas esse livro físico que mencionei. A parte de raciocínio lógico desse material foi bem útil, pois aprendi com facilidade a resolver questões de proposições lógicas. Porém, ele não chegava aos pés das aulas do professor Brunno Lima, que me ajudaram a fechar as lacunas de aprendizagem que eu trazia em alguns pontos de RLM. Após assistir a algumas aulas dele, passei a gabaritar a disciplina nos simulados e nas provas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Gabrielle: Não, pois estudei menos de um mês com o livro.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gabrielle: Sim, a diferença foi enorme. O material é muito bom, porque tem uma quantidade imensa de questões comentadas, resumos, mapas, vídeos. Sem mencionar professores como Antonio Daud, Adriane Fauth, Nelma Fontana, Thallius Moraes e Adriana Figueiredo, que não só explicam muito bem, como também sabem direcionar o aluno para o que é mais relevante para a prova. Graças à diversificação do material, consigo estudar em quase qualquer situação: na academia, no mercado, na fila ou durante os afazeres domésticos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Gabrielle: Eu montei um ciclo de estudos básico de português, RLM, informática, direito administrativo e direito constitucional. Poucos meses depois, adicionei ao ciclo AFO e processo civil, pois eram disciplinas extensas e cujo conteúdo demandava mais tempo para ser dominado. Essa foi uma estratégia certeira, pois hoje a disciplina de AFO tornou-se um dos meus pontos fortes. Quando já estava bem nas disciplinas básicas, adicionei outras específicas, como administração e direito do trabalho.
Hoje eu só conto as horas líquidas quando percebo que estou muito dispersiva, pois saber que o tempo está sendo contado ajuda a manter o foco, já que a contagem esfrega o desperdício de tempo na sua cara.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Gabrielle: No começo, como eu não tinha experiência alguma na área de estudo para concursos, não atentava para a importância das revisões. Levou algum tempo até eu perceber que estava esquecendo conteúdos que até então achava que já dominava. Hoje, faço anotações em post-its que colo na parede para ver diariamente os assuntos que tenho maior dificuldade para gravar. Também faço resumos no Word e alguns mapas mentais, que reviso semanalmente. Além disso, sempre que erro alguma questão, grifo na lei apenas as palavras trocadas pela banca, para eu prestar mais atenção na hora de ler a lei seca. Ademais, continuo fazendo uma bateria diária de questões com os conteúdos em que tenho mais dificuldade.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gabrielle: Não faço ideia de quantas questões resolvi até hoje, mas certamente milhares. Resolvo inúmeras questões das aulas, de provas anteriores, de simulados e as do SQ.
Estratégia: Em quais disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gabrielle: Dois dos meus pontos fracos eram administração, por se tratar de uma disciplina extensa e muito conceitual, e direito processual do trabalho, porque foi adicionado há pouco tempo no meu ciclo. Só melhorei minha pontuação nessas matérias quando segui a dica do professor Thalllius Moraes e passei a resolver diariamente questões dessas disciplinas. Além disso, as aulas do professor Bruno Klippel também foram fundamentais para direcionar meu estudo na reta final. Em poucas semanas, minha pontuação em processo do trabalho nos simulados passou de 33% para 93%.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gabrielle: Na semana de cada prova, eu começava a estudar logo após o café, mais ou menos às 8h30, e só parava após as 22h. Nesse período, fazia pausas para comer, ir ao banheiro e à academia. No dia anterior às provas que fiz fora do meu estado, revisei meu material durante todo o trajeto, inclusive no hotel. Essa revisão foi fundamental para ativar a memória de curto prazo.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gabrielle: Apesar de ser formada em Letras, eu levava muito tempo para escrever uma boa redação e tinha uma dificuldade enorme para encaixar a escrita nos moldes exigidos pelas bancas. Por isso, fiz quase todos os cursos de redação do Estratégia, o que me ajudou imensamente. Porém, o curso de redação da professora Adriana Figueiredo foi um divisor de águas. Com ela, aprendi que redação para concurso exige domínio da técnica, a qual ela explica de forma analítica e objetiva ao longo das aulas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gabrielle: O maior erro que cometi, sobretudo no começo, foi estabelecer metas de estudo muito altas, pois não as alcançar gerava muita frustação. Outro equívoco foi preterir as disciplinas que achava mais chatinhas, o que levou ao acúmulo de conteúdo ainda não estudado perto da prova.
Acredito que acertei ao priorizar desde o começo algumas matérias que eram mais difíceis e relevantes, como AFO, mas, ao mesmo tempo, sem relegar as disciplinas do ciclo básico, como português e RLM, que me garantiram pontos valiosos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gabrielle: Sim, neste ano, até o resultado preliminar das primeiras provas, pelo menos uma vez por semana! haha
Como mencionei, nos meses que antecederam as provas, eu não fiz praticamente nada além de estudar. Mesmo na academia ficava relembrando o conteúdo por meio do Cast. Na semana da primeira prova (TRT 4), eu estava emocional e mentalmente esgotada, mas minha motivação foi pensar nas coisas que queria fazer quando fosse servidora e que, se não desse tudo de mim naquela reta final, permaneceria sabe-se lá quanto tempo mais como concurseira. Além disso, meu marido me incentivou muito e assumiu quase toda a minha parte das tarefas domésticas naqueles meses para que eu pudesse me dedicar inteiramente aos estudos. O apoio dele e a minha determinação me deram força para não esmorecer diante do medo da reprovação.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gabrielle: Eu diria que essa empreitada, incerta e solitária, exigirá resiliência, foco e determinação, além de incontáveis renúncias. Entretanto, é necessário manter o equilíbrio para que o estudo seja sustentável. Se o edital ainda não estiver aberto, é fundamental separar um tempo para descanso e lazer. Além disso, dormir bem e praticar atividade física é fundamental para um bom rendimento nos estudos, inclusive na semana da prova. Organizar a rotina e fazer um cronograma também é indispensável para identificar os pontos de maior dificuldade.
A dúvida e a vontade de desistir assolam todos os concurseiros em algum momento do processo. O que diferencia aqueles que são aprovados são a constância no estudo e a capacidade de identificar e corrigir os pontos de falha da preparação, para aprender com os próprios erros e não os repetir.