Aprovado em 9° no concurso PC SP para Investigador
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Por fim, o principal conselho é: não desista. Vai bater aquela insegurança? Vai. A sua mente vai querer te sabotar muitas vezes? Com certeza. Mas não pare, não ache que não irá conseguir. Curta o processo. Tudo é elementar e se encaixa ao final. Entenda o aprendizado dos erros e reprovações, sem eles não há aprovações.”
Confira a nossa entrevista com Conrado Conforti Binotti, aprovado em 9° no concurso PC SP para Investigador:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Conrado Conforti Binotti: Tenho 32 anos, sou paulistano e advogado formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, com pós-graduação em Processo Penal pelo Instituto Brasileiro de Ciências Criminais (IBCCRIM) e Universidade de Coimbra.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?
Conrado: Desde que me conheço por gente sempre sonhei e quis ser policial, mais especificamente Delegado de Polícia Federal.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Conrado: Apesar do meu sonho desde jovem de ser delegado de polícia, eu sabia que teria que estudar muito e que a vida de concurseiro era bastante peculiar. Todavia, quando me formei, não estava no estado de espírito de entrar de cabeça naquele momento. Assim, continuei trabalhando normalmente, sempre lendo e estudando, mas sem metas diárias, cronogramas de estudos nem cursos específicos para tal. Há uns dois anos, acredito que a maturidade e a vontade de realizar meu sonho falaram mais alto e decidi focar totalmente em estudar firme para concurso. Como larguei o trabalho de “advogado de escritório” e fiquei só estudando, eu sabia que, até passar no cargo dos meus sonhos – até porque o concurso de Delegado de Polícia Federal é um dos mais exigentes na área jurídica e demanda bastante preparo, eu tinha que ser aprovado no que chamamos de “concursos escada” para poder ter condições financeiras de continuar com os estudos até o objetivo final. Com efeito, eu tinha – e tenho – uma rotina totalmente preparada, já sei tudo que vou estudar e fazer com muitos dias de antecedência. Inicialmente, comecei com 7 horas diárias, mas, tempos depois, aumentei para 8, 9 e muitas vezes até 10 horas por dia, com picos de 11 a 12 horas. Entretanto, o aumento da carga horária deveu-se mais pelo fato de eu sempre gostar muito de estudar do que por necessidade real mesmo, apesar da imensa quantidade de conteúdos. É bom que se diga, porém, que qualidade fala mais alto do que quantidade e isso só o concurseiro mesmo, na prática ,saberá por si só o que é melhor para ele.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Conrado: Fui aprovado para escrevente técnico judiciário do Tribunal de Justiça do Estado de São Paulo e estou aguardando nomeação e posse. Também fui aprovado para inspetor e investigador da Polícia Civil do Estado do Rio de Janeiro, mas tive que abrir mão por causa dos custos de viagens e moradia. Ainda, estou aprovado para a prova oral de investigador da Polícia Civil do Estado de São Paulo provavelmente entre os 10 primeiros colocados. Para delegado, fui aprovado para a segunda fase da Polícia Civil do Rio de Janeiro, mas aguardo eventual nova chamada da leva de aprovados para a realização da prova escrita depois da quebra da cláusula de barreira. Por fim, vale citar que fui reprovado por um ponto apenas para delegado da Polícia Civil de São Paulo (tirei 71/100 e o corte foi 72/100 – sem qualquer questão anulada), o que para mim foi um enorme sucesso, tendo em vista eu ter feito a prova apenas com a intenção de testar meus conhecimentos, além do fato de ter sido um certame extremamente difícil e com alto nível de eliminação de candidatos por pontos mínimos em cada matéria, o que não ocorreu comigo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Conrado: Em grande parte do tempo minha vida social era meu cachorro, minha mãe e eu, basicamente, isso quando não era só meu cachorro e eu. Mas pontuo que tal fator não se deveu somente à enorme dedicação que a vida de concurseiro exige, mas também pela falta de dinheiro que também me fez não querer sair muito. Então, aproveitei tal situação para focar exclusivamente nos estudos, incluindo também exercícios físicos em casa ou na rua, além dos passeios com o cachorro e filmes e séries com minha mãe.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Conrado: Minha mãe sempre soube do meu sonho e sempre me apoiou muito. Já o resto da família é aquilo: aparentemente sempre aprova, mas com o passar do tempo há sempre aquelas fofoquinhas sobre só estudar e não trabalhar, não chegar nunca as datas de provas etc. No que tange aos meus amigos, sempre me apoiaram e muitas vezes fizeram questão de bancar financeiramente minhas poucas saídas para reduzir o stress (os verdadeiros amigos sempre farão isso, com certeza).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Conrado: Com relação ao concurso de investigador da Polícia Civil de São Paulo, acredito que o sucesso das altas notas que tirei na prova objetiva e discursiva se sucederam por dois fatores: o estudo para uma carreira policial mais exigente (Delegado de Polícia Federal) e, concomitantemente, a realização e correção de todos os simulados do Estratégia Concursos, bem como os aulões que antecedem as provas. Ratifico que fiz todos, absolutamente todos, os simulados disponibilizados para o concurso. Sem a menor sombra de dúvidas, os simulados foram primordiais – na verdade, essenciais, imprescindíveis mesmo – para o meu sucesso nas primeiras fases. É nos simulados que você consegue aprimorar táticas e técnicas de provas, ordem de matérias a responder, modulação do tempo e preenchimento de gabarito, além, é claro, do esclarecimento dos pontos das questões através dos comentários dos professores.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Conrado: Iniciei meus estudos especificamente para concurso público através de uma apostila que comprei, porém, hoje vejo que isso me atrasou um pouco, o que é natural, pois no começo – quando se estuda por conta própria – não temos noção de como será nossa própria adaptação e tática de estudos. Estes surgem apenas com o tempo, após o inicio dos trabalhos. É exatamente essa “atrasada de tempo” que pode ser compensada se o estudante busca diretamente um curso específico, um norte já experiente que possa lhe adiantar todos esses pontos que só aparecem com o desenrolar dos tempos quando se está só. Após meses de estudo, busquei livros e PDFs, mas realmente o que me ajudou MUITO – e digo muito com letra maiúscula porque foi realmente o essencial para minha aprovação – foram as revisões e simulados do Estratégia. E não é propaganda, não. Sinceramente, foi imprescindível a realização dos simulados com as correções, bem como as revisões e aulas nas últimas semanas antes das provas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Conrado: Conheci o Estratégia através de pesquisas pela internet, por ser uma empresa muito famosa no universo dos concursos públicos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação?
Conrado: O Estratégia é muito atencioso com o aluno, oferece o suporte necessário a ele e lhe auxilia em como se programar com o cronograma de estudos, porque é muita coisa e uma corrida contra o tempo, sempre. Os professores são ótimos, a dinâmica das aulas excelentes e os simulados (ah os simulados) e as revisões e aulões REALMENTE fazem a diferença.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Conrado: Meu cronograma basicamente, em sua maioria, era de 8 horas líquidas de segunda a sexta, com dias estudando duas matérias – as com mais peso nas provas – e outros três matérias, mas isso a depender da importância dos temas para cada prova. Nisso tudo estavam incluídos doutrina, legislação, jurisprudência e exercícios. Nos finais de semana eu fazia simulados e os corrigia, além de ver as revisões e aulões especiais que antecedem os dias das provas em velocidade 1,5 ou 2 (o tempo é precioso, amigos).
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Conrado: No início, eu lia a matéria e depois fazia resumos, porém, percebi que o tempo escrevendo resumos poderia ser melhor aproveitado se eu revisasse fazendo questões (um amigo concurseiro me disse isso no começo dos estudos, mas só fui realmente compreendê-lo depois de um bom tempo estudando e é real). Aliás, isso me ajudou muito, evoluí bastante com essa dinâmica dos exercícios para revisão através de simulados. Mas é importante se ater que cada um é cada um, isto é, o que funciona para um não quer dizer que vá funcionar para outro. É tudo muito pessoal.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Conrado: A importância é muito mais que essencial. É necessária, diria até que praticamente obrigatória. Não sei precisar quantas questões foram realizadas, mas é provável que tenha passado das mil questões respondidas, facilmente. Eu gostava muito de estudar, então era um pouco mais fácil.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade?
Conrado: Não tive dificuldade ímpar para algumas matérias, mas com certeza o melhor meio de superar os obstáculos das matérias são a realização de questões de prova.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Conrado: Quando faltava um mês para a prova, eu invertia o esquema de estudos: ao invés de mais estudos brutos com complementação de exercícios, fazia muito mais exercícios e complementava com os aulões especiais e revisões do Estratégia. No dia pré-prova sempre fazia as revisões de véspera ao vivo, que já me tomavam o dia todo. Ficava assistindo, sem anotar ou ler nada, apenas ouvindo, o dia todo. Sempre auxiliava em uma, duas ou três questões na prova do dia seguinte… às vezes até mais.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Conrado: No meu caso, a preparação foi a mesma da prova objetiva. Mas aconselho a treinar a escrita antes da prova. O conteúdo automaticamente já estará estudado por causa da prova objetiva, mas a forma de escrever, a elaboração de parágrafo inicial, desenvolvimento e conclusão, bem como o encadeamento das várias respostas para um mesmo enunciado devem ser treinados anteriormente para o candidato não ser pego de surpreso na hora da prova.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Conrado: Eu sempre fiz muitos exercícios em minha vida. Além de praticar artes marciais desde jovem, também sempre fui regrado e condicionado a me exercitar pela manhã quando acordava, antes de ir para o trabalho, faculdade ou estudos. Isso não mudou quando iniciei os estudos para concursos. Na maioria das vezes acordava às 5h, passeava com o cachorro e fazia exercícios em (barras fixas, flexões e abdominais) e corrida na rua até as 07h, tomava banho e café e sentava para estudar, só finalizando às 17h. Muitas das vezes acordava às 03h30 para dar tempo de estudar tudo que tinha me programado. Aliás, nos dois meses anteriores das provas acordei mais às 03h30 do que às 05h. Lembro que quando ouvia os ônibus escolares passarem com as crianças indo para as escolas parecia que eu já estava acordado há mil horas. Acordar com o céu totalmente escuro e passear ou correr na rua silenciosa, sozinho, parecendo de noite se tornaram normais para mim. Até hoje ainda estranho um pouco acordar durante a semana com o céu já claro e movimentação na rua.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Conrado: O principal erro foi começar a estudar sozinho sem ter qualquer orientação sobre como estudar e o que estudar. Se eu tivesse tido isso desde o início poderia ter me economizado um tempo crucial na minha preparação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Conrado: Nunca pensei em desistir porque, no meu caso, tive muito sorte de sempre gostar de estudar e ler desde criança, além de ter esse sonho desde o início sobre concurso público. Todavia, confesso que muitas vezes é natural dar aquela desanimada. Quando isso acontecia, eu fazia uma pausa para dormir um pouco, ficar sem fazer nada no sofá vendo televisão etc. Mas era só um pouco, pois sabia que teria que compensar esse tempo parado mais para frente, além de sempre condicionar a minha mente de que tudo era passageiro e um dia iria acabar.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Conrado: Antes de dar a principal dica para os iniciantes, devo dizer que procurar uma direção sobre como estudar e o conteúdo a ser estudado fará uma economia importantíssima de tempo na preparação. O foco deve ser o conteúdo programático edital do último concurso e é em cima disso que estará baseado tudo o que precisará ser focado pelo aluno. A resolução de questões e simulados é essencial para a preparação e eleva muito o aproveitamento. Por fim, o principal conselho é: não desista. Vai bater aquela insegurança? Vai. A sua mente vai querer te sabotar muitas vezes? Com certeza. Mas não pare, não ache que não irá conseguir. Curta o processo. Tudo é elementar e se encaixa ao final. Entenda o aprendizado dos erros e reprovações, sem eles não há aprovações. Conforme ouvi de um professor do Estratégia em algum dos tantos simulados que realizei: não conheço quem nunca tenha passado em concurso público, conheço apenas quem desistiu!