Aprovado no TCU em 4º lugar (lista PPP) e na CGU em 22º lugar (lista PPP)
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)Tribunais de Contas (TCU, TCE, TCM)“O mundo dos concursos é muito concorrido, todavia, tem espaço para muita gente. Eu mesmo, se fosse analisar inicialmente, não tinha uma boa base escolar, estudei em escola pública todo ensino fundamental e médio, não cursei uma boa universidade pública, não havia passado em grandes vestibulares, e ainda assim consegui várias aprovações em concursos. Entender que, mesmo com nossas limitações, é possível alcançar grandes objetivos. Temos que acreditar e perseverar sempre!”
Confira a nossa entrevista com Guilherme Casseano, aprovado no TCU em 4º lugar (lista PPP) e na CGU em 22º lugar (lista PPP):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Casseano: Meu nome é Guilherme Casseano, tenho 30 anos, sou formado em Administração, sou natural de São José dos Campos – SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Guilherme: Comecei a trabalhar aos 16 anos na iniciativa privada, fiz alguns estágios, trabalhei como ajudante de vidraceiro, entre outros. Na verdade, como não tinha nenhuma formação específica e nenhuma profissão, qualquer trabalho honesto que aparecia eu tentava aprender algo. Aos 18 anos fui convocado para o serviço militar obrigatório. Ali na Força Aérea Brasileira conheci o serviço público. Dentro da carreira militar existiam concursos internos. Fui prestando esses concursos e fui sendo aprovado e promovido a Soldado de 1ª Classe, Cabo. Nesse período, também estudei para o ENEM, consegui bolsa integral pelo PROUNI, pois não tinha condições financeiras para pagar a faculdade, cursei e me formei em Administração. Durante essa jornada, observei que as condições de emprego na iniciativa privada, referentes a minha área de formação, não eram tão vantajosas como no serviço público, então decidi que deveria tentar prestar concursos, para proporcionar melhores condições de vida à minha família.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Guilherme: Na maior parte da minha trajetória no mundo dos concursos, excluindo os poucos momentos que fiquei desempregado, eu trabalhei e estudei. No período em que era militar, era bem difícil, pois a carga horária era bem extensa, escala de serviço armado, trabalho no período noturno, etc. Trabalhei em regime celetista também, com 44 horas semanais, era bem puxado. Sempre tentava aproveitar qualquer tempo livre para estudar, intervalos de almoço, lanche, trajetos de ônibus. Abria mão também de fins de semana e feriados, pois eram os dias que mais sobrava tempo para estudar. A situação melhorou um pouco quando ingressei no judiciário, com uma carga horária menor que na CLT e o expediente no período da tarde, isso facilitou conciliar trabalho e estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Guilherme: 3º lugar entre PPP para Técnico Judiciário no Tribunal Regional Federal da 4ª Região.
14º lugar entre PPP para Técnico Judiciário no Tribunal Regional Federal da 3ª Região.
22º lugar entre PPP para Auditor Federal de Finanças e Controle na Controladoria-Geral da União.
4º lugar entre PPP para Auditor Federal de Controle Externo no Tribunal de Contas da União.
No momento, vou descansar um pouco e ver o que os órgãos que eu entrar em exercício oferecem de opção de remoção, pois a médio prazo pretendo voltar ao meu estado de origem. Caso não veja a possibilidade de retorno por remoção, se surgir uma boa oportunidade na localidade que desejo, pode ser que eu volte a estudar para concursos futuramente. Entretanto, a ideia inicial é parar por aqui, após ingressar no TCU.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Guilherme: Como eu estava num período mais sossegado da vida, naturalmente já estava saindo pouco. Com a preparação para concurso, passei a sair menos ainda. Mas saía, às vezes, para encontrar os amigos e família, algum churrasco, ou algum outro evento, na medida do possível.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Guilherme: Sou solteiro e não tenho filhos. No início minha família, meus pais e irmã, não entendiam muito bem, sempre vinham com aquela pergunta: “Pra que estudar tanto assim”. Com o tempo eles foram percebendo que a trajetória era difícil e que era necessário muito tempo de dedicação, então passaram a entender e me apoiar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Guilherme: Para a área de controle (CGU e TCU) foram uns 2 anos e meio. Contudo, antes havia dedicado mais uns 2 anos aos Tribunais do Judiciário. Para manter a disciplina eu montei uma rotina de estudos sustentável no longo prazo, com pequenas metas diárias e semanais, e fui seguindo até chegar à aprovação.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Guilherme: Estudei mais por PDFs, Lei seca e o site de questões do estratégia, essa foi a base dos estudos. Para mim, eram as formas mais rápidas de aprender conteúdo e revisar. Algumas matérias pontuais também utilizei videoaulas, simulados e resumos feitos pelos professores.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Um colega de trabalho, que na época estudava para a Receita Federal, me falou sobre o estratégia e emprestou um material de vocês que ele havia comprado, eu ainda não sabia muito sobre o mundo dos concursos. Naquele momento, comecei a pesquisar no Youtube as aulas, os materiais gratuitos que disponibilizavam no site, pois não tinha condições financeiras de adquirir um pacote ou uma assinatura, por isso, nesse primeiro momento, só consumia os conteúdos gratuitos do Estratégia. Depois de um tempo consegui comprar um pacote, e em 2019 passei a ser assinante vitalício.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia? (Pode citar uma ou mais ferramentas que mais te ajudaram na preparação).
Guilherme: Minha preparação melhorou muito. Os materiais são bem completos e bem direcionados ao conteúdo do edital.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Guilherme: Comecei pelas matérias básicas, comuns a várias áreas, português, Direito Constitucional, Direito Administrativo, e depois fui adicionando as matérias específicas de cada edital. Em editais com mais matérias, como no TCU e CGU, em alguns momentos do ciclo, revisava todas as matérias possíveis dentro de uma semana de estudos. Alguns períodos ficavam mais de 10 matérias no ciclo da semana. Tentava ter uma revisão constante, na medida do possível, para o conteúdo não cair na curva do esquecimento. Quando estive desempregado, fazia em média umas 7 horas líquidas por dia, de segunda a sexta-feira. Quando estava trabalhando, tentava fazer entre 3 e 6 horas líquidas nos dias úteis da semana, e aumentava para 7 horas nos finais de semana e feriados.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Guilherme: Revisava por questões, Lei grifada, PDF grifado, resumos que os professores faziam e eu complementava, quando achava necessário.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Guilherme: Extremamente importante a resolução de questões. Quando comecei a resolver mais questões na minha preparação, meu desempenho melhorou muito, pois dessa forma você aprende o estilo de cobrança da banca, e consegue direcionar melhor as revisões. Não cheguei a contar o número de questões ao final da preparação, mas me lembro de uma vez ter olhado a estatística no site, e indicava que já havia resolvido mais de 10.000 questões de diferentes bancas.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: Seria mais fácil dizer as que tinha mais facilidade, que eram Direito Administrativo e Direito Constitucional. Todas as demais eu tive um pouco de dificuldade. Mas as que até hoje são um problema para mim: estatística, matemática, análise de dados e economia. Em algumas dessas matérias, utilizava as videoaulas para tentar compreender melhor.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: Revisei muito por questões, Lei grifada, PDF grifado e resumos. No dia anterior a prova, revisei alguma coisa pela manhã e depois tentei me desligar de tudo pelos menos umas 12 horas que antecediam a prova, para descansar.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Mantive a revisão das matérias que tinha maior probabilidade de serem cobradas. Nessa fase, foquei mais em revisão das Leis e Resumos. Resolvia também questões discursivas de concursos anteriores, e tentava criar novos temas sobre assuntos que ainda não haviam sido cobrados, para tentar resolver.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Os principais acertos foram ter desenvolvido uma rotina de estudos sustentável no longo prazo, ter um bom planejamento, ter resolvido muitas questões, ter um bom ciclo de revisões.
Os principais erros foram no início dos estudos que não tinha um bom planejamento de ciclo de estudo das matérias, resolvia poucas questões, não conseguia manter a consistência, e, por vezes, sem ter um foco de estudar para uma área específica, desanimei e parei de estudar por alguns períodos. Especificamente no concurso do TCU, meu maior erro foi não ter aprofundado mais os estudos em análise de dados, tanto para objetiva, como para discursiva.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Sim, pensei em desistir diversas vezes. Às vezes, por cansaço, outras, por achar que não seria capaz de alcançar o objetivo. A motivação para continuar sempre foi ter condições de proporcionar uma vida digna à minha família, e também ter um trabalho que pudesse me proporcionar a possibilidade de ascensão profissional, juntamente com boa qualidade de vida.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Sonhar alto, mas sempre com os pés no chão. Entender suas limitações, trabalhar seus pontos fracos, explorar seus pontos fortes. O mundo dos concursos é muito concorrido, todavia, tem espaço para muita gente. Eu mesmo, se fosse analisar inicialmente, não tinha uma boa base escolar, estudei em escola pública todo ensino fundamental e médio, não cursei uma boa universidade pública, não havia passado em grandes vestibulares, e ainda assim consegui várias aprovações em concursos. Entender que, mesmo com nossas limitações, é possível alcançar grandes objetivos. Temos que acreditar e perseverar sempre!