“Lembre-se: a aprovação não depende muito de métodos de estudos revolucionários ou grau de inteligência elevado, mas de constância, perseverança e confiança no estudo. Isso fará o resultado acontecer”
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Confira nossa entrevista com João Paulo Moreira, aprovado em 10º lugar no concurso TJMS para Analista Judiciário – Área Fim (Campo Grande):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
João Paulo Moreira: Sou de Juiz de Fora – MG, tenho 29 anos, formado em Gestão Ambiental e Direito. Além disso, atualmente, sou servidor da Universidade Federal de Juiz de Fora.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
João Paulo: Eu entrei no serviço público no ano de 2014. Em regra, a carreira pública oferece grandes atrativos como: estabilidade, remuneração acima da iniciativa privada, boas condições de trabalho e a possibilidade de exercer uma função em prol da sociedade. Devido eu querer uma mudança em minha vida, em 2018 resolvi me matricular na faculdade de Direito em busca de melhoria profissional. Acabei gostando muito do curso e foquei durante a graduação em concursos da área de analista de tribunais.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
João Paulo: Eu sempre conciliei trabalho e estudo. Sinceramente, acho que eu não conseguiria ficar só estudando. O estudo para concursos é repleto de incertezas (mudanças de datas e locais de provas, incertezas de quantos candidatos serão nomeados, etc.) e o trabalho ajuda um pouco a contornar a ansiedade pela aprovação e nomeação. Além de estudar e trabalhar, eu ainda estava cursando a faculdade de Direito que terminei em agosto de 2022, então foi necessário um pouco mais de disciplina e estudar nas horas disponíveis, como em feriados e em finais de semana.
Sem edital na praça, eu era mais relaxado, estudava o máximo que dava durante a semana e pelo menos um turno no sábado e/ou domingo. Quando surgiram editais interessantes, tirei férias no trabalho para estudar mais.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
João Paulo: Eu fui aprovado em Analista Judiciário de Execução de Mandados no TJRJ (20º lugar – 2° região), Analista Judiciário no TJDFT (ainda não saiu o resultado oficial, mas estou entre os 100 primeiros com os resultados das discursivas) e Analista Judiciário no TJMS (10º lugar). Pretendo continuar estudando para alguma carreira jurídica.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
João Paulo: Eu abdiquei um pouco de minha vida social, por trabalhar e estudar tive que fazer alguns sacrifícios. Quando não tinha edital, eu saía normalmente com a família e amigos, mas sem exageros com bebidas alcoólicas. Quando surgiram editais interessantes, eu abdiquei de lazer com amigos, ia apenas em eventos de familiares mais próximos. Infelizmente, com concursos cada vez mais difíceis e concorridos, é necessário fazer algumas escolhas em busca de algo maior, que é a aprovação.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
João Paulo: Não sou casado. Minha família e meus amigos compreenderam, pois sabiam que estava buscando algo melhor para minha vida. Alguns amigos tive que me afastar, devido a rotina de estudos e a incompatibilidade de horários. Além disso, eu busquei uma cabine de estudos para poder fazer novas amizades com concurseiros. Isso foi importante, pois o estudo para concursos é repleto de dúvidas, a interação com pessoas que estão trilhando o mesmo caminhando ajudou a minimizar essas incertezas.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
João Paulo: Direcionando para os últimos concursos foram 6 meses. O que fez manter a disciplina foi a expectativa que seria uma grande chance. O TJMS e o TJDFT são tribunais que tem o histórico de nomearem vários analistas no decorrer da validade do concurso. Além disso, eram editais com conteúdo programáticos semelhantes e com datas de provas próximas. Por isso, me mantive disciplinado e focado, pois eram 2 excelentes chances que eu não poderia deixar passar.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
João Paulo: Eu lia a lei e súmulas, fazia questões e acompanhava a jurisprudência dos tribunais superiores. Usei os materiais do Estratégia para ver os pontos mais importantes de cada tema, os cursos em PDF deram um direcionamento naquilo que é importante, principalmente por conter esquemas e grifos que me ajudaram na memorização. Além disso, eu utilizei videoaulas em temas que tive dificuldades, como por exemplo, no português da FGV.
Acho como vantagem dos cursos em PDF: a possibilidade de ir mais rápido no acesso à informação desejada. A videoaula apresenta como vantagem ser mais agradável de estudar e como desvantagem o tempo gasto com elas. Por isso, acho que cada pessoa tem que se conhecer e ver, dentro de sua realidade, o que funciona melhor para si.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
João Paulo: Conheci na internet com o depoimento de outras pessoas aprovadas.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
João Paulo: A diferença que senti foi a organização dos PDFs, com os esquemas gráficos, acho isso um diferencial dos materiais do Estratégia. Outra diferença relevante, foi a possibilidade de assistir às aulas de um tema especifico que tinha dificuldade. Além disso, utilizei as análises estatísticas dos temas mais cobrados pela banca e simulados de reta final.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
João Paulo: Eu fazia ciclos de estudos, pegava todas as matérias e dividia em blocos de 2 horas. Ia revezando esses blocos com todas as matérias do edital. Não focava em metas de horas liquidas, eu estudava a quantidade de horas que conseguia no dia. Tinha dia que consegui chegar a 8 horas e outros não estudava. Não me apeguei em horas liquidas, pois a vida é repleta de imprevistos e caso não conseguisse bater essas horas, isso causaria uma desmotivação no estudo. Por isso, foquei em tentar estudar o máximo dentro de minha realidade.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
João Paulo: Não tive um método específico de revisão. Surgia uma questão com algum assunto que não me lembrava, voltava no material para rever. Fiz resumos de temas específicos, mas foram poucos. Fiz vários simulados de reta final.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
João Paulo: A resolução de exercícios permite conhecer como a banca organizadora irá cobrar o assunto no dia da prova. Por exemplo, algumas cobram diretamente a literalidade do artigo da lei, outras, como a FGV, cobram o artigo da lei aplicado no caso concreto. Fazer questões permite pegar essas diferenças de cobranças e direciona os estudos naquilo que é mais importante. Acho que fiz umas 10 mil questões mais os simulados de reta final.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
João Paulo: Senti mais dificuldade no Português da FGV. Ela tem um perfil diferente de cobrança. Eu fiz várias questões anteriores e assisti às aulas de resolução de exercícios para compreender o perfil de cobrança.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
João Paulo: Na semana que antecedeu a prova, eu não consegui estudar muito bem. Eu achava que não iria conseguir, pois, no mês anterior a prova, não estudei do jeito que gostaria devido ao falecimento de meu pai. Pensei em até não ir realizar as provas, pois sabia que a concorrência estava em alto nível. No entanto, por já ter pago voo e a hospedagem, resolvi ir. No sábado anterior a prova, eu foquei em revisar o regimento interno.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
João Paulo: A prova de analista do TJDFT teve prova discursiva. Eu me preparei treinando com questões 1 vez por semana. No entanto, eu não me atentei que saber fazer a prova é muito importante. Eu, por exemplo, no momento da execução da prova, gastei muito tempo na parte objetiva e tive que fazer a prova discursiva correndo. Devido a essa falta de gestão de tempo, não percebi os detalhes que a questão queria e perdi pontos preciosos que fizeram cair muitas posições. Por isso, eu aconselho dar uma especial atenção as discursivas. Acho interessante fazer provas anteriores para conhecer o estilo de cobrança e de avaliação da banca examinadora. A FGV, a título de exemplo, tem muitas questões discursivas do exame da OAB para treino. E nos simulados, treinar o tempo de execução da prova incluindo a prova discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
João Paulo: Considero com acerto nos meus estudos: a disciplina e a confiança que um dia seria aprovado. Entre os erros: acreditar que para ser aprovado precisa saber todas as leis, temas doutrinários mirabolantes e todas jurisprudências dos tribunais superiores. Não precisamos saber tudo, pois, às vezes, apenas dominar o básico de cada tema é suficiente para aprovação.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
João Paulo: Eu pensei algumas vezes em desistir, principalmente com a quantidade de coisas que temos que estudar, as notas dos concorrentes cada dia mais altas, reforma administrativa e etc. Isso me assustou um pouco. Contudo, eu não tinha plano B, era passar ou passar. Com isso, a principal motivação era ter a confiança que meu esforço iria dar resultado, só não sabia onde e quando. Por isso resolvi continuar. O resultando veio e hoje percebo que sofri atoa por essas conjecturas.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
João Paulo: Tenha confiança que o resultado chegará com seu esforço. Veja a melhor forma de estudo que funcione para você dentro de sua realidade, pois cada pessoa tem uma história de vida e obstáculos diários diferentes. Por fim, lembre-se: a aprovação não depende muito de métodos de estudos revolucionários ou grau de inteligência elevado, mas de constância, perseverança e confiança no estudo. Isso fará o resultado acontecer.