“Eu acho que o principal é começar a estudar com pés no chão, tendo consciência de que, em regra, a preparação para concursos demanda algum tempo.”
Confira a nossa entrevista com Willian Cesar Cavalli, aprovado em 17° no concurso TJDFT para Analista Judiciário:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo.
Willian Cesar Cavalli: Tenho 29 anos, sou natural de Colombo (PR) e me formei em Direito pela Universidade Federal do Paraná (UFPR) no ano de 2015.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Willian: O que me motivou a iniciar os estudos voltados para concursos públicos foi o medo de ficar sem trabalho após deixar um cargo comissionado de assistente de magistrado que eu ocupava no final do ano de 2018. Felizmente consegui me recolocar pouco tempo depois, desempenhando as mesmas funções, mas me dei conta de que não dá para se sentir seguro ocupando um cargo que não te garante estabilidade. Além disso, também me inspirei na minha companheira, que à época já estudava para concursos da área de Tribunais e me incentivou muito a começar.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Willian: Sim. No começo foi muito complicado engrenar nos estudos em razão do cansaço, pois eu também trabalhava, e era difícil conseguir estudar uma quantidade razoável de horas líquidas. Após alguns meses ganhei disciplina e foi possível estabelecer uma rotina diária. A partir daí passei a estudar durante a manhã e à noite, já que trabalho no período da tarde, sempre buscando atingir entre 4 e 5 horas líquidas de estudo.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?
Willian: Obtive as seguintes aprovações nos anos de 2021 e 2022: 4º lugar no concurso de Técnico Judiciário do TJSC – Comarca de Palhoça (banca FCC); 4º lugar no concurso de Procurador do Regime Próprio de Previdência Social do Município de Palmeira/PR (banca FAFIPA); 3º lugar no concurso de Fiscal de Defesa do Consumidor do Município de Palhoça/SC (banca IESES); 5º lugar no concurso de Analista Judiciário do TJMS (banca FGV); 1º lugar no concurso de Procurador do Município de Almirante Tamandaré/PR (banca NC/UFPR); 14º lugar no concurso de Técnico Judiciário do TJDFT (banca FGV); e 16º lugar no concurso de Analista Judiciário do TJDFT (banca FGV).
Pretendo continuar estudando para a Magistratura Estadual, que é o meu grande sonho.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Willian: Durante a preparação pré-edital busquei ser mais flexível, pois sempre reservava os finais de semana para passar algum tempo com a minha família e descansar. Já nos período pós-edital eu buscava estudar todos os dias.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Willian: Tenho uma companheira, que me deu muito suporte desde o início dos meus estudos e sempre me motivou muito a não desistir, principalmente durante a pandemia da Covid-19. Meus pais, meu irmão e meus sogros também me incentivaram a continuar estudando e me deram muito apoio. Todos foram sempre muito compreensivos sobre a minha necessidade de manter uma rotina rígida e constante de estudos.
Fico muito feliz de poder dividir esse momento com a minha família, sem a qual tudo teria sido ainda mais difícil. Devo muito a todos eles.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso?
Willian: Para o concurso do TJDFT eu estudei por pouco mais de 3 meses. Como o tempo era curto para o tamanho do edital, optei por seguir a Trilha Estratégica pós-edital. Isso foi essencial, pois não tenho hábito de fazer meus próprios cronogramas de estudo e a Trilha Estratégica já aponta exatamente quais os pontos das matérias são mais relevantes e intercala revisões enquanto o aluno avança no conteúdo do edital. Além disso, por ser composta de tarefas que devem ser completadas em uma semana, a Trilha ajuda a manter o aluno empenhado em “vencê-la”.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Willian: Nas matérias em que já possuía uma base, eu optei por estudar por meio dos PDFs simplificados. Quanto aos conteúdos em relação aos quais eu havia tido pouco ou nenhum contato até então, escolhi assistir às videoaulas, bem como ler a legislação seca nas partes que os professores davam maior ênfase.
A desvantagem em relação aos PDFs simplificados é que alguma parte da matéria pode ser deixada de lado, já que a proposta do referido material é justamente otimizar a leitura e o proporcionar um avanço no conteúdo. O PDF simplificado é uma ferramenta de mão dupla: o aluno opta por estudar o conteúdo de forma mais célere, ciente de que se trata de um material mais enxuto.
Quanto às videoaulas, é necessário manter uma postura ativa enquanto se assiste, pois é muito fácil se distrair e ficar com a falsa impressão de que a matéria foi estudada, quando na verdade o conteúdo não foi absorvido. Por outro lado, o fato de os professores possuírem domínio do conteúdo e experiência na preparação para concursos públicos faz com que as aulas sejam voltadas para os conteúdos mais cobrados pela banca.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Willian: Eu conheci o Estratégia Concursos pela internet, no início de 2019, quando fui buscar um cursinho para estudar para o meu primeiro concurso (Auditor Fiscal do Município de Curitiba).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Willian: No início eu não intercalava diferentes conteúdos e buscava estudar apenas uma matéria por dia. Além disso, eu fazia resumos manuscritos das aulas, o que tomava muito tempo e acabou tornando o meu estudo ineficiente. Depois de algum tempo passei a seguir apenas as Trilhas Estratégicas e a intercalar matérias – de 4 a 5 por dia -, o que me ajudou bastante a progredir nos conteúdos, pois isso torna o estudo menos maçante.
Com relação às horas líquidas de estudo, eu sempre busquei estudar pelo menos 4 horas por dia, sendo que nos sábados eu aumentava um pouco mais a carga, variando entre 7 e 10 horas. Aos domingos pela manhã eu normalmente resolvia simulados e questões discursivas.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Willian: Eu buscava resolver questões e os simulados das Rodadas Avançadas, ler informativos de jurisprudência e súmulas correlatas ao conteúdo revisado. Também utilizei muito os mapas mentais durante as minhas revisões.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios?
Willian: Eu não possuía o hábito de resolver muitas questões. Quando passei a adotar a resolução de exercícios como método de revisão eu senti que faz muita diferença, principalmente porque é possível constatar quais pontos da matéria precisam ser aprofundados ou revisados com mais atenção. Além disso, o aluno passa a entender a linguagem da banca, quais os temas mais cobrados e que merecem mais atenção no momento da revisão.
Não sei ao certo quantas questões resolvi durante minha preparação, mas foram muitas, tanto nos PDFs quanto no Sistema de Questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Willian: Eu possuo muita dificuldade com Direito Penal e Processual Penal desde o início dos meus estudos. Sabendo disso, busquei revisar mais vezes tais matérias, principalmente por meio de exercícios. Também tentei estudar com muita atenção o entendimento dos Tribunais Superiores sobre os tópicos mais cobrados pela banca.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Willian: Na última semana eu tentei não pegar tão pesado para não chegar esgotado no dia da prova. Para tanto, assisti às aulas do Hora da Verdade no YouTube e revisei por meio de mapas mentais.
Na véspera, reli os informativos e súmulas que reputei mais relevantes enquanto me deslocava para a cidade em que seria realizada a prova (Goiânia).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame?
Willian: Para a prova discursiva eu foquei no estudo da jurisprudência e estudei as aulas do curso específico do Estratégia voltado para as questões discursivas, o que ajudou muito, principalmente a resolução das questões propostas pelo professor.
As questões propostas nos simulados também foram de grande valia durante a preparação.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Willian: O principal erro foi, sem dúvida, negligenciar as revisões no início da preparação e achar que era necessário apenas avançar nos conteúdos sem revisitá-los de tempos em tempos. Outro erro grave foi a demora em perceber que a resolução de questões e simulados é essencial durante a preparação, seja como método de revisão, seja para aferir o progresso nos estudos.
Quanto aos acertos, eu diria que foi a descoberta de métodos de revisão eficientes, principalmente por meio de questões e mapas mentais. A leitura da lei seca também foi essencial para construir uma boa base de estudos.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir?
Willian: Várias vezes, principalmente diante de alguns fracassos em concursos que depositamos muita esperança de passar. Foi assim no concurso do TRF4, em 2019, no qual eu fui muito mal e sequer atingi a pontuação mínima para ter as questões discursivas corrigidas.
O que me motivou muito, além do apoio incondicional da família, sem dúvida foi a estabilidade que um cargo efetivo oferece.
Também pensava muito no tempo e no dinheiro investido durante a preparação, de modo que eu não poderia simplesmente abandonar tudo sem que ao menos obtivesse uma aprovação em um bom concurso.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Willian: Eu acho que o principal é começar a estudar com pés no chão, tendo consciência de que, em regra, a preparação para concursos demanda algum tempo. Obviamente que existem exceções, pois sempre se ouve falar em pessoas que foram aprovadas em pouquíssimo tempo, mas cada caminhada é única, com seus erros e percalços normais. Assim, acho que comparações com outros que já foram aprovados devem ser evitadas, pois isso gera muita angústia e ansiedade.
Além disso, não desistir, mesmo que chegue a duvidar da própria capacidade. É algo batido, mas é batido porque é verdade. Para mim foi uma caminhada de 3 anos de insegurança, incertezas e alguns fracassos. Pensei inúmeras vezes em desistir, é verdade, mas no fim valeu muito a insistência.