“É importante comemorar as pequenas vitórias, seja por algum conteúdo concluído, seja por bater uma certa quantidade de matérias do edital, seja por obter uma posição melhor no simulado.”

Confira a nossa entrevista com Daniel Rêgo Vasconcellos, aprovado em 2° lugar para o cargo de Soldado no concurso PM GO:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?

Daniel Rêgo Vasconcellos: Tenho 23 anos e estou me formando este semestre em odontologia pela Universidade Federal de Alagoas. Nasci em Maceió (AL), mas sempre morei em Santa Luzia do Norte (AL).

Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área policial?

Daniel: A vontade de estudar para concurso sempre esteve em mente. A estabilidade, a boa remuneração e as demais vantagens sempre me atraíram. Desde o ensino médio a ideia de concurso me parecia boa, mas nunca a colocava realmente em prática. Acabei passando no Enem e ingressei na Universidade, o que adiou ainda mais o início dos estudos para concurso público.

Após longos períodos no curso, senti que não era aquilo que eu realmente buscava e também não sentia vontade de ingressar em outra graduação. Daí a ideia de fazer concurso público me veio em mente novamente, e dessa vez com mais força. Foi então que eu coloquei a ideia em prática e cheguei até aqui.

Optei pela área policial por ter um histórico familiar (pai, tios, amigos) e para realmente poder fazer a diferença na vida de alguém.

Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?

Daniel: Durante a minha preparação, precisei conciliar o estudo para concurso público com as atividades da Universidade (aulas, provas e estágio interno). Sempre tive dificuldade em conciliar atividades, portanto foi um grande desafio.

Como o concurso se aproximava cada vez mais, tive que dar uma menor atenção à graduação (frequentava as aulas normalmente, mas sempre que possível estava lendo um PDF, além de fazer o mínimo para obter a média nas provas do da faculdade). E assim fui fazendo, aproveitando todo o tempo que tinha livre a fim estudar para o que eu realmente queria.

Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado?

Daniel: O concurso da PMGO foi o meu 2° concurso, mas o primeiro para o qual eu realmente tive a oportunidade de estudar bem. Antes disso, fiz o da PMAL, em 2021, mas a decisão de realizá-lo foi tarde demais (restavam cerca de 35 dias para a prova, quando considerei fazê-la, e ainda precisei conciliar com a graduação), e aí eu levei mais como uma primeira experiência em concurso público, no qual obtive a aprovação, mas fiquei fora das vagas por 5 pontos.

Hoje continuarei estudando, até porque o concurso da PMGO é repleto de diversas outras fases, então não tem nada ganho ainda.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?

Daniel: Minha vida social era bem pouco movimentada durante a preparação. Poucas foram as vezes em que saí para algum lugar com amigos ou família. Sempre me sentia culpado quando estava fazendo alguma outra coisa além do estudo, no horário que tinha disponível.

Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?

Daniel: Não sou casado e não tenho filhos.

Graças a Deus, meus amigos e família me apoiam sim. Ajudam tanto emocionalmente quanto financeiramente.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?

Daniel: Para o concurso da PMGO estudei a partir do momento em que o instituto AOCP lançou o edital. Para manter a disciplina, foquei no quanto eu queria ser aprovado na PMGO e o quanto isso era importante para mim, para o momento da minha vida. Além disso, sempre quis dar orgulho aos meus pais e a todos os familiares mais próximos, o que me deu um gás ainda maior. Por fim, quando se pensa na estabilidade e condições proporcionadas pelo concurso, não tem como não se manter disciplinado.

Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?

Daniel: Durante a minha preparação eu utilizei, principalmente, os PDFs da plataforma. Recorria a algumas videoaulas em certas matérias mais extensas, quando percebia que não daria tempo de finalizar todo o conteúdo. Além disso, sempre abria o site do planalto pra ler e reler a lei seca.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Daniel: Conheci o Estratégia Concursos através de relatos de aprovados nas redes sociais.

Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?

Daniel: Sim. Adquiri um curso local em vídeoaulas para o concurso da PMAL, já que, ao meu ver, era a única forma de tentar conseguir “passar o olho” no conteúdo do edital em apenas 35 dias. O problema do referido curso era o fato de ele ser bem resumido, embora fosse um curso preparatório extensivo.

Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?

Daniel: Sim, o da PMAL. Fui aprovado, mas acabei ficando fora das vagas.

Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?

Daniel: Com certeza. O material do Estratégia foi de suma importância para a minha preparação. Ao ter contato com o material, deparei-me com vários pontos importantes de jurisprudência e doutrina. Como sou de uma área bem distante do Direito, de início achava que só a lei seca era suficiente, mas aí, quando comecei a ler os PDF’s da plataforma, percebi a imensidão de informação que existia em cada tema, e aí realmente pude me tornar um concorrente de alto nível. É um material bem completo e com as principais teses e tópicos que caem em concursos públicos. Além disso, o bloco de questões no final dos PDF’s são muito importantes para armazenar o conteúdo.

Estratégia: Como montou seu plano de estudos?

Daniel: Para falar a verdade, eu nunca fui muito de fazer plano de estudos complexos, mas eu sempre mantinha um ritmo de 2 matérias por dia, e aí eu estudava durante todo o tempo livre que tinha. Com relação a quantidade de horas líquidas, eu nunca fui de calcular, pois sempre achei desnecessário. Mas para fins práticos, creio que girava em torno de 5 – 8 horas líquidas por dia, em média.

O que funcionou pra mim foi sentar na cadeira e estudar 7 dias por semana, durante todo o tempo que tinha disponível, sem calcular horas líquidas ou montar planos de estudos muito enfeitados. Simplesmente sentava e estudava 2 matérias por dia, até não aguentar mais. O que eu tentava fazer era terminar 1 assunto de uma matéria e 1 de outra, e aí focar nas questões até cansar (incluindo questões de assuntos já vistos).

Estratégia: Como fazia suas revisões?

Daniel: Revisões são muito importantes, então eu sempre buscava estar revendo o conteúdo passado, seja por meios de questões aleatórias, seja por meio de simulados, seja por meio dos resumos.

Fiz muitas questões ao longo do percurso, bem como cerca de 15 simulados, que são fundamentais para que você possa estar sempre atento ao que precisa melhorar.

Com relação aos resumos, eu fiz poucos. Sempre que descobria algum mapa mental bacana, fazia e dava uma olhada ao longo dos estudos. Minha maior fonte de revisão foram as questões e os comentários de cada uma delas, bem como os simulados.

Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?

Daniel: Resolver exercícios sempre fez parte da minha preparação, da minha revisão. Creio que fiz em torno de 5.000 questões, sempre atento aos comentários mais importantes.

Nunca fiquei restrito as questões da banca do meu concurso, sempre buscava mais. Pegava questões de C/E também e respondia aos montes.

Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?

Daniel: Eu sempre detestei Português. Achava que tinha me livrado após o fim do ensino médio, mas tive uma grata surpresa ao saber que o Português está sempre presente nos concursos públicos. Como eu tinha que vencer esse desafio, tive que estudar na marra. Uma estratégia que me ajudou muito foi responder muitas questões da matéria, sempre atento aos comentários. Isso foi essencial para que eu obtivesse sucesso.

Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?

Daniel: Na semana da prova, nada mudou. Continuei estudando muito e buscando sempre manter o foco. No dia da prova, revisei pontos importantes até o momento em que tive de me deslocar ao local para realizá-la.

Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Daniel: Para a prova discursiva, eu tinha uma boa base do Enem, época em que estudei bastante os conceitos de redação e etc. Apesar de não gostar de Português, sempre mandei bem na redação.

Sempre que estava estudando as matérias de Direito, já buscava algo que pudesse encaixar em qualquer tema de redação. Estava sempre fazendo um link com a redação. Além disso, busquei alguns filósofos importantes e alguns contextos históricos interessantes para incluir em meu repertório.

Estratégia: Como está sendo sua preparação para o TAF e para as demais etapas?

Daniel: Preparação para o TAF está intensa, sempre fazendo o meu máximo e buscando a melhora a cada dia. Percebi também que é fundamental treinar para o TAF durante os estudos, pois fica muito difícil fazer isso somente após a prova.

Como o TAF é a próxima etapa, estou focando nisso. Vamos buscando vencer etapa por etapa, cada uma com as suas particularidades.

Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?

Daniel: O meu principal erro foi não acreditar em mim mesmo, em achar que não alcançaria um bom resultado. Isso me atrapalhou em certos momentos. Além disso, sinto que poderia ter me preparado com certa antecedência para o TAF, pois isso está me fazendo penar muito agora.

Com relação aos acertos, posso destacar a capacidade de sempre estar focado no objetivo final e ter optado pela realização de simulados com rankings, pois eu via isso como uma disputa, o que me mantinha mais animado em buscar sempre mais.

Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?

Daniel: Apesar de enfrentar muitas dificuldades ao longo da preparação, nunca pensei realmente em desistir. Quando eu estava frustrado, dava um tempo, tomava um banho, comia algo e depois voltava. Nesses momentos, a disciplina deve ser mais forte que a motivação, pois esta nem sempre estará presente.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Daniel: Como todo iniciante, seja qual for a atividade, sempre vai bater o desânimo, a sensação de demora e etc. O importante é fazer um pouco mais a cada dia e buscar perceber a sua evolução diária (resolvendo uma questão que antes não fazia ideia, por exemplo). Além disso, é importante ter a consciência de que a motivação não vai estar sempre presente, por isso é importante criar a disciplina de estar diariamente vendo algo novo, ainda que o dia não seja tão bom quanto outros. Por fim, é importante comemorar as pequenas vitórias, seja por algum conteúdo concluído, seja por bater uma certa quantidade de matérias do edital, seja por obter uma posição melhor no simulado.

Para finalizar, é fundamental se preparar com antecedência, ainda que não haja edital na praça, pois isso facilita muito a sua vida e te possibilita estabelecer um horário mais flexível, para ir se adaptando aos poucos.