“Quando ocorrer uma reprovação, tenha consciência de que essa é a regra, você só precisa de uma aprovação. Saiba tirar lições do que não funcionou, corrija os erros e retome a caminhada. Só pare quando chegar ao seu objetivo.”
Confira nossa entrevista com Ricardo Alexandre da Silva, aprovado em 4º lugar no concurso da ALESP para o cargo de Analista Legislativo:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Ricardo Alexandre da Silva: Bom, sou formado no curso de Tecnologia em Gestão Pública, tenho 33 anos, nascido e criado na cidade de Registro/SP, localizada a aproximadamente 200 km de distância de São Paulo.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Ricardo: Bom, minha história no mundo dos concursos é um pouquinho longa. Em resumo: Quando comecei a prestar concursos públicos, isso lá em 2006, eu sequer estudava, mesmo assim consegui ser aprovado em alguns, assumindo um cargo no Detran/SP no ano de 2009, por lá passei alguns anos sem ter muitas ambições, até que no ano de 2014 me vi completamente estagnado, não havia mais nada a conquistar no lugar onde eu estava. Nesse momento tive um insight e decidi que iria começar a me preparar de forma correta. Pode-se dizer que foi aí que eu realmente comecei a estudar para concursos.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Ricardo: Sim, quando de fato comecei a estudar para concursos, eu já trabalhava no Detran.SP. Em relação ao trabalho era bem tranquilo para conciliar, eu tinha que me deslocar até outro município, mas não levava mais que 30 minutos no trajeto, então no período da noite eu estudava, em média, de 3 a 4 horas por dia (rotina que mantenho até hoje), e nos momentos de publicação dos editais, sempre tive a compreensão dos meus superiores, que autorizavam o gozo de férias ou então de períodos de licença-prêmio. Em 2016 eu passei a trabalhar no Ministério Público de São Paulo, como Oficial de Promotoria, e por lá também consegui manter essa rotina.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Ricardo: Bom, a partir de 2014, ano em que comecei a estudar pra valer, fui aprovado no TJ/SP (Escrevente Técnico Judiciário – 24º lugar na 21ª CJ), TRT 9ª Região-PR (TJAA – 62º lugar), MP/SP (Oficial de Promotoria – 1º lugar na Regional do Vale do Ribeira), INSS (Técnico do Seguro Social – 21º lugar na Gerência Executiva de Santos/SP), PRF – Policial Rodoviário neste estava dentro das vagas, mas fui excluído do certame na fase dos exames médicos).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Ricardo: No início dos estudos, em 2014, eu estava em um relacionamento, tentei ao máximo manter o convívio com a minha namorada, encontrávamos sempre que possível, mas infelizmente a partir de certo momento isso teve que ficar em segundo plano. Por estar muito focado, acabei deixando o namoro um pouco de lado e como consequência, após um período, ele terminou. Em relação a amigos e família, também reduzi consideravelmente minha presença em reuniões e eventos, situação que até hoje se mantém. Para mim isso não é tão difícil, pois sempre fui muito reservado e caseiro, então minha vida social não teve grandes alterações.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Ricardo: Não sou casado, sigo solteiro e sem filhos. Minha família sempre me apoiou e incentivou, assim como os poucos amigos que sabem que estudo para concursos públicos. Como mencionei acima, sou muito reservado e externo minha rotina para pouquíssimas pessoas. A princípio meus pais sempre queriam me acompanhar nas provas, meu pai inclusive ia dirigindo, para que eu não me desgastasse e ficasse concentrado exclusivamente na prova. Porém nos certames mais recentes tenho optado por ir sozinho, sendo uma escolha pessoal mesmo, mas eles seguem me dando apoio moral incondicionalmente.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Ricardo: Em relação ao último concurso, fui pego de surpresa pelo edital, vinha de uma grande decepção com a eliminação na fase dos exames médicos na PRF e estava sem estudar há uns 9 meses aproximadamente. Voltei à carga assim que li o edital de abertura, durante o feriado de carnaval, no mês de fevereiro. Adquiri de pronto o curso do Estratégia, pois acreditava ser o mais completo para conseguir cobrir todo o conteúdo em um curto tempo. Montei meu cronograma e respeitei todos os horários, assumi esse compromisso comigo, assim me vi obrigado a manter a disciplina.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Ricardo: Em suma, foram os PDFs do Estratégia, em especial nas matérias de Direito Administrativo, Direito Constitucional, AFO e Administração Pública. Lia cada capítulo e produzia meus resumos em um caderno, pois para mim é a melhor forma de memorizar. Há uma certa desvantagem por ser um pouco mais trabalhoso, mas para mim o retorno é enorme, consigo assimilar o conteúdo e nas revisões tenho facilidade para relembrar assuntos que vi há mais tempo. Usei muito as videoaulas para RLM, acompanhando principalmente a resolução de exercícios, já que na parte teórica eu havia produzido um caderno durante a preparação para a PRF/PF. Quanto à Língua Portuguesa, foquei somente na resolução de exercícios por meio das apostilas do Estratégia e também por uma plataforma de questões; sempre tive facilidade com a matéria e consigo potencializar o conhecimento ao resolver questões.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Ricardo: Conheci no ano de 2015, durante minha preparação para o concurso do TRT do PR, havia adquirido um curso de outra empresa, porém na matéria de Administração Geral senti que o conteúdo por eles ofertado era deficiente, então um colega de trabalho me indicou o Estratégia, mencionando como os PDFs eram completos, assim eu comprei o curso isolado e me ajudou muito na época.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Ricardo: Bom, posso dizer que quando iniciei os estudos pra valer eu o fiz por outra plataforma concorrente e lá fiquei por um tempo, mas sempre acreditei que não havia necessidade de ficar preso a somente um método. Gostava das videoaulas desse curso, porém sempre tinha a sensação de que o material em PDF era muito superficial e que teria dificuldades se fosse enfrentar provas de um nível maior. Por este motivo já comprei matérias isoladas algumas vezes, não só do Estratégia, mas de outras empresas também. Todavia, para este concurso foi a primeira vez que comprei o curso completo do Estratégia e creio ter feito a escolha certa, pois houve grande melhora nas videoaulas, complementando as apostilas que sempre foram ótimas, com o acréscimo de agora terem uma versão simplificada, muito boa para eventuais revisões. Entendo que foram essenciais para que eu conseguisse essa última aprovação.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Ricardo: Sempre entendi como diferencial do Estratégia os PDFs, por serem muito completos e dinâmicos, já vi pessoas dizendo que são extensos em demasia, mas eu consigo lê-los com facilidade, nem sinto que sejam assim tão grandes. Nesta última preparação gostei muito das videoaulas e também dos mapas mentais, facilitam para confecção dos meus resumos, faço complementação desses mapas com informações adicionais que estão nas apostilas, deixando meu caderno bem completo.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Ricardo: Eu separei em períodos de 3 horas por matéria, ou seja, quando concluía as 3 horas de uma matéria, seguia para a próxima até fechar o ciclo e reiniciar. Segui exclusivamente a ordem das aulas na plataforma do Estratégia. Nos dias em que estava trabalhando na Promotoria de Justiça, estudava por volta de 3 horas líquidas no período da noite e aos fins de semana (sábado e domingo) conseguia por volta de 8 a 9 horas líquidas, estudando nos 3 períodos (manhã, tarde e noite).
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Ricardo: Minhas revisões eram baseadas nos meus cadernos de resumos, e muitos, mas muitos exercícios. Cada questão que eu errava, anotava qual era o assunto e, concluindo a bateria, fazia revisão daquele tópico. Caso não encontrasse no meu caderno a justificativa para a resposta, procurava na apostila do Estratégia ou mesmo na internet. Depois disso, complementava meu resumo com essa informação. Simulados eu não faço, pois, com a experiência que adquiri nos certames anteriores, consigo administrar bem o tempo de prova e não vejo necessidade de destinar um período no qual poderia estar vendo algum assunto importante do edital. Compreendo a importância deles para algumas pessoas, mas para mim eu entendo serem dispensáveis.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Ricardo: Importantíssima, não há como ter sucesso sem resolver questões, é ali que você detecta suas fraquezas, sedimenta o que já foi assimilado e aprende o perfil da banca que vai aplicar a prova. A quantidade exata de exercícios que resolvi eu não lembro, realmente perdi a conta hehe.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Ricardo: Para essa prova foi Administração Pública, eram muitas teorias e classificações, sempre me confundia. Tive que resolver muitas questões e continuar revisando por meio das videoaulas. Em resumo, muita repetição para conseguir assimilar o conteúdo, na prova, errei apenas uma de 8 questões da disciplina.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Ricardo: Na semana da prova consegui alguns dias de licença do meu serviço, então pude fazer uma revisão bem detalhada de tudo, além de conseguir fechar praticamente todo o edital. Como resido em Registro/SP, viajei para São Paulo um dia antes. Fiquei em um hotel na capital, optei por relaxar: assisti a um filme, e à noite realizei uma pequena revisão de Administração Pública, que era a matéria que estava me dando maior dor de cabeça. No domingo, data da prova, continuei vendo os resumos de Administração Pública que estavam disponíveis na plataforma do Estratégia, havia-os salvado no meu smartphone e os revi até a hora de entrar no local de prova.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Ricardo: Eu havia me preparado muito para a prova discursiva dos concursos da PRF e PF no ano passado e sempre gostei muito de redigir textos. Para esta prova, utilizei as técnicas que havia adquirido nessa preparação. Em se tratando de redação tema geral, meu conselho é fazer algo que eu faço, leio pelo menos 3 editoriais de jornais todos os dias, seja na forma digital ou física, isso me ajuda a me familiarizar com os elementos coesivos e a sequência lógica de ideias. E praticar: não há outra alternativa, somente assim é possível aperfeiçoar o uso dos conectivos e aliá-los aos argumentos que são adquiridos com a leitura dos editoriais e notícias. Admito que para essa prova em especial não tive tempo de produzir redações já que precisava cobrir todo o edital, mas isso só foi possível porque eu tinha praticado bastante para as provas de 2021, foram pelo menos 30 redações elaboradas e corrigidas pelos professores.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Ricardo: Acho que em relação aos erros, considerando essa última prova, foi não ter dado a devida atenção para o peso das provas, pois a de conhecimentos específicos tinha peso maior, e admito que deixei passar esse detalhe. Consegui a aprovação, mas isso poderia ter sido decisivo, já que acertei um bom número de questões e errei muitas na prova específica. Não fosse por isso, poderia ter conseguido uma classificação melhor. Já o acerto eu entendo que foi a constância dos estudos, mesmo iniciando a preparação somente com a publicação do edital, a bagagem que trouxe de provas anteriores foi fundamental, já que foi possível mirar o foco nas matérias que eram novidade, por exemplo, Regimento Interno, AFO e Administração Pública.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Ricardo: Acho que é natural para todo concurseiro que esses momentos ocorram, a jornada é solitária e não é fácil ver todos aproveitando a vida enquanto você fica “preso” a esse objetivo. Muitas vezes tinha a sensação de estar fazendo todo esse esforço à toa, já que não é sempre que aquele concurso que você espera está na praça; é dureza projetar algo sem ter uma data definida para concluí-lo e usufruir dos seus resultados. Quando batia o desânimo eu sempre me lembrava de 2 exemplos que eu tento seguir, um da realidade, outro da ficção. O 1º é o Senna. Sempre o admirei pelo seu sucesso na carreira esportiva, mas em especial pelo fato ser focado e mesmo sendo dotado de um talento nato, jamais se acomodou, buscava a excelência todo o tempo, era o que o diferenciava dos demais, e uma reflexão dele resume isso: “seja quem você for, seja qual for a sua posição social, da mais alta à mais baixa, tenha sempre como meta muita força, determinação e faça sempre tudo com muito amor e fé em Deus, um dia você chega lá, de alguma maneira você chega lá”. Já o outro é o Rocky Balboa, um cara totalmente desacreditado por todos, que esteve sempre à prova, tomando pancadas, não só nos ringues, mas principalmente na vida, sendo resumida nessa reflexão: “nada vai bater tão duro quanto a vida, mas não se trata de bater duro e sim do quanto você aguenta apanhar e seguir em frente, continuar tentando, é assim que se vence”. Mentalizar o que esses dois caras fariam na mesma situação em que eu estava me dava sobrevida para retomar o foco e manter o plano.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Ricardo: Acima de tudo, tenha disciplina e compromisso consigo, não tenha vergonha de ser um pouco egoísta, para esta finalidade, é necessário. Crie rotinas e não se deixe levar por prazeres temporários, a jornada é longa e provavelmente solitária, mas é gratificante olhar para trás e ver que o seu esforço não foi em vão. Quando ocorrer uma reprovação, tenha consciência de que essa é a regra, você só precisa de uma aprovação. Saiba tirar lições do que não funcionou, corrija os erros e retome a caminhada. Só pare quando chegar ao seu objetivo.