Aprovado em 1º lugar no concurso ALESP para Analista Legislativo - Especialidade Finanças
Legislativo“A minha motivação maior foi minha família e meus amigos. Particularmente, tenho um vídeo da minha falecida avó em que ela diz o quanto estava feliz em me ver estudando, e aquilo me fez continuar mesmo quando não aguentava mais”
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Confira nossa entrevista com Gustavo Felipe Mendes Corrêa, aprovado em 1º lugar no concurso ALESP para Analista Legislativo – Especialidade Finanças:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Gustavo Felipe Mendes Corrêa: Sou formado em Administração, tenho 25 anos, natural de Brasília, mas vivo há 13 anos em Sorocaba, no interior de São Paulo. Tenho como prioridades na vida: minha família, minhas amizades e meus estudos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Gustavo: Tive a oportunidade de estagiar em uma ótima multinacional que ficava em Campinas, mas o trajeto de ida e volta era muito longo e cansativo (levava cerca de 5 horas para ir e voltar do trabalho). Isso sem contar a faculdade no período noturno (que ia até umas 23 horas). Nesse cenário, decidi ouvir um conselho que meu pai e minha mãe sempre me deram, de pesquisar sobre concursos e sobre o Tribunal de Contas da União (TCU). Procurei por entrevistas, conheci a carreira dos órgãos de controle e legislativo e logo me apaixonei pelas áreas!
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Gustavo: Não, eu terminei o meu período de estágio e conciliei os estudos do concurso com os da minha graduação por cerca de 2 anos. Pouco depois da pandemia, me formei e pude finalmente estudar exclusivamente para concurso por 1 ano.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Gustavo: Fui aprovado no TCE AM e no SEFAZ AM (mas fiquei fora das vagas). Além disso, me classifiquei no Banco do Brasil (23ª colocação para minha área); Petrobrás (74º posição); Secretaria do Estado de administração (22ª posição); e, agora, na Assembleia Legislativa de São Paulo – Finanças (1º lugar).
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Gustavo: Eu tive que sacrificar muito da minha vida social. Nos finais de semana, saía apenas quando batia minhas metas de horas, porque eu sou muito competitivo e queria ter certeza que ninguém estudaria mais do que eu. Depois de ser reprovado em dezenas de certames, procurei por ajuda em terapias e mentores que me orientaram a descansar um pouco mais e, assim, me permitir sair e descansar um pouco com amigos e entes queridos. Depois que fiz isso, comecei a ver minhas aprovações. Moral da história: saiam, porque ninguém é de ferro!
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Gustavo: Namoro há um tempo, mas não tenho filhos. Tenho o privilégio de ter uma família que sempre priorizou, apoiou e investiu muito nos estudos (obrigado, pai e mãe!). Além disso, meus amigos sempre entenderam e apoiaram minha jornada.
Cada um ajudou da maneira que pôde: meus pais evitando de fazer barulho ou de marcar compromissos que conflitassem com minha rotina de estudos e meus amigos sempre mandando uma mensagem ou outra para ver se eu estava bem ou precisando de alguma ajuda. Sou muito privilegiado nesse sentido também!
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Gustavo: Estudei cerca de 3 anos para o Tribunal de Contas da União, tentei conciliar com o TCE SC e bati na trave nos dois certames (no TCU fiquei por 2 questões para a fase das discursivas e no TCE por 1 questão). Depois disso, corri atrás do prejuízo para a prova da CGU (onde também fui eliminado). Aí confesso que desmotivei e decidi descansar um pouco. Fiz apenas algumas revisões de tópicos que já tinha um conhecimento consolidado e, felizmente, consegui essa boa classificação.
Quanto à disciplina: eu sempre fui extremamente disciplinado, então eu sabia que a motivação não estaria sempre ali para me acordar às 5hrs da manhã todos os dias (inclusive feriados). Eu só precisava fazer, muitas vezes sem pensar muito em como eu me sentia, porque sabia que aquele esforço seria temporário e que dependia de mim para dar certo. Além disso, meus amigos concurseiros foram fundamentais para o meu sucesso (aproveito para agradecer e mandar um abraço para os queridíssimos Neto, Antônio e Rodney). Vocês são feras demais!
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Gustavo: No começo, lia e resolvia questões pelos PDFs e assistia a algumas videoaulas. Depois, usei a Trilha Estratégica para o TCM SP e aprendi a priorizar os tópicos mais relevantes. Finalmente, na fase mais avançada, aprendi a resolver muitas questões e a revisar pelo meu próprio material.
Os PDFs são uma boa fonte para o contato inicial com a matéria, as videoaulas ajudam a entender tópicos mais complicados, embora tomem um pouco mais de tempo. Não fiz aulas presenciais porque a flexibilidade de estudar online foi um fator muito importante para a minha rotina.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Gustavo: Pesquisando por cursos que tinham bons materiais e bons resultados.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Gustavo: Os simulados, as rodadas avançadas, as maratonas especiais, o Passo e a Trilha Estratégica foram algumas ferramentas interessantes que o Estratégia ofereceu. Além, é claro, de alguns professores diferenciados como a Adriana Figueiredo e o Sílvio Sande.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Gustavo: Trabalhei com o ciclo 4.2 (4 dias de estudo e 2 de revisão). Como estudava para o TCU e para outros certames, cheguei a conciliar até 27 matérias em uma semana. Contudo, na média, eu estudava cerca de 5 matérias por dia. No pré-edital, em torno de 45 horas semanais. Já no pós, estudei em torno de 60 horas por semana. Contudo, para a ALESP eu estudei cerca de 20 horas por semana, porque já estava bem desgastado.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Gustavo: Usei muito o OneNote para fazer meus próprios resumos e fiz todos os simulados do Estratégia para Tribunais de Contas (desde 2019).
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Gustavo: É a tarefa mais importante no estudo. Fiz 83.305 questões ao longo dos meus 3 anos de estudo.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Gustavo: Direito, contabilidade e economia. Superei fazendo muitos exercícios, lendo os comentários dos colegas concurseiros (que sempre trazem ótimos bizus) e revisões.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Gustavo: Eu descansei durante a semana. Na sexta-feira passei a noite inteira curtindo com minha namorada e, no dia pré-prova, saí com o meu amigo concurseiro (um abraço, Neto!). Foi a melhor coisa que eu pude fazer, guardo esses dois dias com muito carinho.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Gustavo: Eu já tinha treinado muito a minha discursiva (fiz mais de 100 peças técnicas, sendo umas 90 dessas, corrigidas por um professor de muita competência na área). É, particularmente, a parte da prova que tinha mais confiança e, felizmente, foi justamente ela que eu gabaritei no certame e tive minha colocação alterada do 16º lugar para o 1º.
Aconselho a todos que façam um curso específico para discursivas, para aprender como funciona o espelho de correção, os padrões de resposta e alguns macetes de como formatar seu texto para um melhor resultado.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Gustavo: Principais erros: Não fazer terapia, abdicar muito tempo da minha vida social, não fazer muita leitura de lei seca e não me atualizar quanto às jurisprudências.
Principais acertos: Consistência, ciclo de estudos, cumprir minhas metas de horas desde o meu primeiro dia, resolver muitas questões, criar meu próprio material de revisão, fazer excelentes amizades com outros concurseiros espalhados pelo Brasil.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Gustavo: Não. O momento que cheguei ao “fundo do poço” foi o dia em que descobri que fora reprovado no TCU. Lembro de ter pensado “poxa, 3 anos de estudo pra sequer ir para a fase das discursivas”.
A minha motivação maior foi minha família e meus amigos. Particularmente, tenho um vídeo da minha falecida avó em que ela diz o quanto estava feliz em me ver estudando, e aquilo me fez continuar mesmo quando não aguentava mais.
Além disso, não fazia sentido algum desistir depois de tanto esforço. Se fosse para desistir, eu teria feito isso no início, não depois de 3 anos e pouco de estudos e sacrifícios. Eu só pararia quando encontrasse algo que fizesse todo esse investimento valer a pena.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Gustavo: Não façam isso, gente… Brincadeira, rs. Recomendo que faça terapia (mesmo que você ache que está tudo bem) e que se “abasteçam” com os combustíveis certos: entenda e escreva o porquê de você ter começado a estudar, e para quem você está fazendo isso.
Outra coisa importante é fazer amizades com outros concurseiros. Recomendo grupos de concursos da sua área (em aplicativos como o Telegram).
Também é essencial entender que o estudo é uma tarefa solitária e que exigirá concentração, sacrifícios e que dependerá somente de você. Não perca tempo se comparando às outras pessoas, porque dificilmente isso ajudará em alguma coisa. Não ligue para rankings ou notas de simulados (faça-os apenas para fins de revisão). Não se preocupe em assistir a todos os materiais de todos os professores, pois isso é um caminho muito rápido para transtornos mentais.
Saiba que todo o sacrifício pode valer (muito) a pena se você souber se equilibrar com amizades saudáveis, com um acompanhamento de um(a) psicólogo(a) profissional e com exercícios físicos.
Finalmente, repito o conselho que ouvi do Vovô Andrade: Não é você que escolhe o concurso, é o concurso que escolhe você!