Aprovado em 19º lugar no concurso CGU para Auditor Federal de Finanças e Controle, Contabilidade Pública e Finanças - DF
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“O nascimento de minha filha, em um primeiro momento, foi bem complicado para a continuidade nos estudos, mas, diferentemente do que eu poderia imaginar, foi justamente ela que trouxe a motivação extra que eu precisava para prosseguir e não desistir”.
Confira nossa entrevista com Jonathan Meireles de Aguiar, aprovado em 19º lugar no concurso CGU para Auditor Federal de Finanças e Controle, Contabilidade Pública e Finanças – DF:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Jonathan Meireles de Aguiar: Meu nome é Jonathan Meireles de Aguiar, tenho 32 anos, nascido no Rio de Janeiro, no município de Nova Iguaçu. Sou formado em Economia pela Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro – UFRRJ e mestre também em Economia pela Universidade de Brasília – UnB.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Jonathan: Na verdade, estudar para concursos não foi fruto de apenas uma única decisão, mas sempre esteve presente ao longo de toda a trajetória da minha vida, lá desde os meus 14 anos, quando eu estudava para o Colégio Naval e Colégio Militar do Rio de Janeiro, sempre pensando em ter a minha independência financeira o mais rápido possível.
Estratégia: Você trabalhava e estudava?
Jonathan: Sim, trabalhava, estudava e ainda tinha que dedicar tempo à minha filha, que nasceu em 2021, durante o período de estudos. Considerando esse último ciclo de estudos para a área de controle, no começo da jornada, em 2019, algo que me facilitou muito na gestão do tempo foi o início do home-office na entidade em que eu ainda trabalho (no caso, eu já era servidor público federal antes da CGU). Mas, logo na sequência, com o meu casamento, gravidez de minha esposa e nascimento de minha filha, entre 2020 e 2021, vieram as grandes dificuldades, que passaram a me exigir um sacrifício de tempo e até mesmo de sono além do normal, em que praticamente tudo o que fazia era cronometrado, para conseguir conciliar com os estudos. Ademais, tive apoio e compreensão muito importantes de minha esposa, a fim de dar conta de prosseguir nos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Jonathan: Aprovações:
Escola de Especialistas de Aeronáutica – EEAR (2008) – 8º lugar (dentro das vagas imediatas) – cargo de Sargento Especialista da Aeronáutica;
Agência Nacional de Telecomunicações – ANATEL (2014) – 10º lugar (CR) – cargo de Especialista em Regulação;
Agência Nacional de Transportes Aquaviários – ANTAQ (2014) – 5º lugar (dentro das vagas imediatas) – cargo de Especialista em Regulação;
Controladoria-Geral da União – CGU (2022) – 16º lugar (dentro das vagas imediatas) – cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle;
Tribunal de Contas da União – TCU (2022) – Aguardando o resultado das discursivas – por enquanto, na posição 160 (CR) – cargo de Auditor Federal de Controle Externo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Jonathan: O estudo para concursos, sobretudo com editais de interesse já publicados, me exigia maiores restrições quanto à vida social. Para conseguir conciliar o estudo com outras atividades necessárias (como apoio à família e trabalho), era necessário sacrificar ao máximo as saídas nos finais de semana. Enquanto solteiro, não era tão difícil tal conciliação, pois mesmo estudando de forma intensa ao longo da semana, ainda me sobrava tempo para sair com moderação aos finais de semana. Entretanto, após constituir minha família, o tempo se tornou um ativo ainda mais precioso para mim, em que eu precisava valorizar cada minuto gasto a fim de conseguir alcançar o objetivo, e isso incluía até mesmo deixar de sair de casa se fosse necessário.
Estratégia: Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro?
Jonathan: Atualmente sou casado e tenho uma filha de um ano e três meses. Graças a Deus, nunca me faltou apoio de minha família e amigos em relação aos estudos. Contudo, nem sempre era fácil entender a necessidade de abrir mão de sair em alguns momentos, principalmente na reta final das provas de meu interesse (TCU e CGU). Tive que conversar bastante com minha esposa, mãe, irmã e demais parentes para buscar maior compreensão do contexto envolvido e o propósito em torno desse processo.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Jonathan: Eu estudo focado na área de controle desde 2019, quando visava primeiramente o TCDF, que ocorreu em 2021. Infelizmente, não obtive êxito nessa prova, muito em virtude de estar há bastante tempo sem fazer um concurso, creio que isso pesou contra. Logo após, mesmo com o nascimento da minha filha e alguns meses num ritmo mais lento após o TCDF, passei a focar de forma mais determinada no TCU e, como havia colocado antes, o sacrifício de tempo e de demais atividades teve de ser ainda maior, mas, em suma, o mais importante nisso tudo foi a gestão do tempo e o sacrifício de algumas atividades que passaram a não ser mais prioridade (como entrar excessivamente em redes sociais e assistir séries), a fim de que eu conseguisse estudar e ainda conciliar os estudos com a família e o trabalho.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Jonathan: Essencialmente, utilizei cursos em PDF e videoaulas. Ambos possuem vantagens e desvantagens. Para algumas matérias, como Português (orientado para provas da FGV) e Contabilidade Pública/ADC, achava as videoaulas mais eficazes no aprendizado. Em outras, como Direito Constitucional e Administrativo, os PDFs otimizavam mais o meu tempo.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Jonathan: Conheci por meio de testemunhos de colegas de trabalho que também haviam passado em 2014 na ANTAQ e, desde então, comecei a vislumbrar a plataforma como uma ótima fonte de estudos pensando no futuro. Ademais, minha atual esposa também já havia utilizado o Estratégia ao estudar para concursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Jonathan: Praticidade, qualidade e foco naquilo que realmente importa para uma prova de concursos, e daí seria possível escolher a área de interesse (no meu caso, a área de controle).
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Jonathan: Meu estudo se baseou em ciclos, contemplando inicialmente um rol mais básico com poucas matérias (apenas 4) e, na sequência, partindo para novas matérias e, ao mesmo tempo, revisando as anteriores especialmente com questões, a fim de conseguir tanto completar o edital (tomando como referência o TCU) e quanto reforçar os assuntos já vistos. Numa situação mais avançada de estudos, com quase todas as matérias fechadas, em média, eu fazia 4 matérias por dia, tentando revezar de 7 a 8 matérias por semana, completando um ciclo de cerca de 15 dias estudando cada matéria ao menos uma vez nesse período. Quanto às horas, me esforçava ao máximo para fazer, no mínimo, 7 horas líquidas por dia, o que consegui na maioria das vezes. Após o edital do TCU consegui, em algumas oportunidades, estudar até 9 horas líquidas por dia.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Jonathan: Para revisões, eu utilizava principalmente os simulados, o passo estratégico e baterias de questões e leitura obrigatória de comentários dessas questões, especialmente naquelas de temas que tinha dificuldade de acertar. Não fazia resumos, por achar que não seria pra mim uma ferramenta que otimizaria o tempo do meu estudo. Achava bem mais eficiente e eficaz a marcação inteligente nos próprios PDFs e, por vezes, anotações próprias, de pontos mais complicados de entender e que mereciam esquemas/mapas mentais mais claros.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Jonathan: Para mim, foi fundamental a revisão por questões e, especialmente, com base nos erros cometidos, a qual me direcionou para gastar mais horas naqueles assuntos/matérias que eu tinha mais dificuldade de acertar questões e, por conseguinte, ter um aproveitamento de, no mínimo, 70% de acertos. Em relação à quantidade de questões, confesso que não lembro ao certo quantas exatamente eu fiz, mas ao longo desses três anos de estudos focados na área de controle, creio que eu tenha passado de 10.000 questões, incluindo as inéditas e as dos simulados.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Jonathan: Em relação ao TCU, que foi o meu foco durante a maior parte desse período de estudos, algumas das matérias que mais tinha dificuldade em acertar questões era Análise de Dados, Direito Processual Civil e Português (questões da FGV). Para melhorar meu rendimento nessas matérias, fiz “imersão” em cada uma delas, aumentando as horas de estudo por semana focado nelas, por meio de resolução de mais questões e reforço teórico principalmente por videoaulas, que me ajudaram a entender os meus erros e a corrigi-los, na medida do possível.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Jonathan: A semana que antecedeu a prova foi intensa em termos de horas de estudos, chegando até 10 horas líquidas, inclusive no dia pré-prova, tamanha a vontade e a motivação para passar. Contudo, admito que esse foi um erro cometido por mim, que me deixou ansioso e mais cansado do que o normal para fazer a prova do TCU (não consegui dormir bem no dia anterior à prova), o que certamente afetou meu rendimento na prova objetiva, apesar de ter conseguido passar para a segunda fase. Em relação à CGU, apesar de eu ter chegado a Brasília de avião pela manhã, poucos minutos antes da prova, e ter dormido menos do que o recomendado, estava bem mais tranquilo e consciente do que tinha que fazer, comparado ao dia da prova do TCU.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Jonathan: Como meu foco estava no TCU (o qual não teve prova objetiva na primeira fase), não havia me preparado de forma específica para as discursivas da CGU. Entretanto, com a “bagagem” acumulada de conhecimentos e a experiência já obtida de preparação em outros concursos e de meu trabalho, foi possível ainda sim escrever bem, com segurança, e obter êxito na prova da CGU.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Jonathan: Meu principal erro foi o excesso de intensidade nos estudos na semana da prova objetiva do TCU, que afetou negativamente meu desempenho. Por outro lado, pude refletir e corrigir isso a tempo da prova da CGU. Outros erros que eu detectei, principalmente no início da trajetória, foram a falta de planejamento e direcionamento nos estudos, os quais eu também pude perceber e corrigir, de modo a melhorar o meu desempenho.
Por outro lado, consegui acertar de forma predominante na gestão do meu tempo de estudo, na constância e disciplina para não deixar de lado nenhuma matéria e em fatores motivacionais (como foco, determinação, persistência no objetivo, etc).
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Jonathan: Sim, com certeza, inúmeras vezes, pois, como seres humanos que somos, não é algo trivial e simples abrir mão do tempo dedicado a coisas que gostamos de fazer e ou mesmo restringir as relações sociais até com os mais chegados da família em prol de um único objetivo: ser aprovado no concurso dos sonhos, considerando ainda o medo do fracasso de eventual não aprovação. Além disso, o nascimento de minha filha, em um primeiro momento, foi bem complicado para a continuidade nos estudos, mas, diferentemente do que eu poderia imaginar, foi justamente ela que trouxe a motivação extra que eu precisava para prosseguir e não desistir, por mais difícil que tenha se tornado a trajetória diante desse novo cenário.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Jonathan: Uma atitude vale mais que mil palavras. Quem realmente deseja alcançar o objetivo de passar em um concurso público deve estar consciente de que não existe uma “receita de bolo” ou “fórmula mágica” esperada para ser aprovado, mas sim muita dedicação, resiliência diante das adversidades, foco, força mental, fé e, principalmente, “bunda na cadeira”, até que o grande dia da aprovação chegue e faça lembrar que os dias de sacrifício não foram em vão.