Aprovado em 22° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle - Auditoria e Fiscalização (DF)
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“A aprovação é um pouco de sorte, um pouco de tranquilidade, mas muita dedicação. Assim, estudar para concurso é uma maratona e não um sprint. Se dedicando diariamente o crescimento virá, tenha certeza!”
Confira nossa entrevista com Matheus Sampaio Lacerda, aprovado em 22° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Auditoria e Fiscalização (DF):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Matheus Sampaio Lacerda: Sou de Brasília, sou formado em Direito e tenho 27 anos.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Matheus: Eu trabalhava como advogado e a rotina estava muito puxada, trabalhando mais de 12h por dia. Como não havia muitas perspectivas de crescimento no lugar onde trabalhava, entendi ser mais interessante, pensando no longo prazo, dedicar esse tempo de trabalho em um trabalho que mesmo ganhando menos, havia mais garantias no longo prazo. Outro ponto favorável em ser concursado que pesei, foi a possibilidade de conciliar o emprego público com outras atividades privadas, como advogar.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Matheus: Eu tentei esse modelo conjunto durante seis meses. Não consegui progredir nos estudos, razão pela qual optei por pedir demissão e me dedicar integralmente aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Matheus: Fui aprovado no TCE/AM, em 20º lugar. Tomei posse agora em maio desse ano. Fiz a etapa discursiva do TCU e estou esperando o resultado final do concurso. Acredito que vou estar aprovado, mas fora das vagas.
A princípio, considerando o salário e o local de lotação da CGU (BSB), acho que irei “me aposentar” dos concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Matheus: A minha trajetória de estudos, efetivamente, iniciou em janeiro de 2020, e logo veio a pandemia. Mal ou bem, a pandemia forçou todos a ficarem em casa. Durante quase dois anos minha rotina foi integralmente dedicada aos estudos. Com a melhora da pandemia, tive alguns fins de semana que saí com amigos, mas a rotina diária envolvia apenas sair para academia ou algo imprescindível. No período pós edital não saía nem de final de semana, para não perder o ritmo de estudos.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Matheus: Não sou casado, nem tenho filhos. Meus pais e o restante da família foram bastante compreensivos e me apoiaram muito nessa caminhada, entendendo que a minha prioridade durante esse período era o estudo. A ajuda era mais em termos de auxiliarem na gestão do tempo de estudo, não interrompendo ou pedindo ajuda em coisas mais simples, compreendendo que era necessário me isolar para poder estar compenetrado nos estudos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Matheus: Especificamente para a área de controle (visando mais o TCU), estudei a partir de janeiro de 2021. Anteriormente, passei um ano focado na RFB, e aproveitei as matérias já estudadas quando mudei de área.
Referente à disciplina, pessoalmente sou muito disperso se não tiver metas para serem batidas. Os primeiros meses de 2021 utilizei o serviço de coach para me orientar, de maneira a aumentar as horas de estudo diário e auxiliar na formação de metas pessoais para me manter focado.
A partir das notícias que efetivamente os concursos do TCU e CGU esquentaram, usei as Trilhas Estratégicas como forma de motivação, e no tempo suplementar adiantava temas de discursivas ou simulados para medir o conhecimento.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Matheus: O projeto, quando iniciei os estudos para concurso, foi por realizar um curso presencial em Brasília. Vindo a pandemia tive que me obrigar a migrar para os cursos online. Mas em pouco tempo percebi que a alteração foi para melhor, pois conseguia estudar no meu ritmo e nas minhas horas, o que fez com que conseguisse estudar de maneira mais eficiente.
A partir desse momento, mesclei aulas em PDF e videoaulas, a depender das matérias. Os únicos livros que usei foram compilados de questões, mas não era o principal recurso que usei.
A principal vantagem dos PDF’s são uma absorção mais rápida em comparado com aulas presenciais ou videoaulas. Por outro lado, as videoaulas permitem uma explicação mais detalhada para matérias mais difíceis, e na reta final foram importantes para trazer detalhes que muitas vezes passam batido na leitura de um PDF, mas que os professores fazem questão de destacar nas revisões em videoaula.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Matheus: Por meio dos vídeos no Youtube, das Revisões de Véspera para os concursos do TCDF e do TCE/RJ.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Matheus: Sim, inicialmente usei outro curso online para preparação dos concursos. Acho que não seria efetivamente um incômodo, mas um diferencial do Estratégia foram realmente as Trilhas Estratégicas. Pessoalmente, gosto e rendo mais tendo metas, então utilizavas as Trilhas como uma meta mínima semanal a ser batida.
Como quando comecei meus estudos pelo Estratégia, a Trilha já estava no meio, conseguia me forçar a fazer mais de uma por semana, de forma a correr atrás e equiparar com a Trilha, o que me auxiliou em manter uma pegada forte nos estudos.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Matheus: A preparação para o TCE/AM em que fui aprovado foi em uma época de transição. Estava começando a conhecer o material do Estratégia, então não tinha segurança em migrar completamente de um curso para o outro, utilizando um pouco de cada.
Vale dizer que mesmo enquanto estudava para o TCU e para a CGU, também utilizei materiais fora do Estratégia, de maneira a complementar o estudo, especialmente na área de análise de dados, em que o TCU trouxe muitas novidades e preferi sobrecarregar com diferentes cursos.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Matheus: Acho que a principal diferença, a mais relevante, foram as Trilhas Estratégicas, muito efetivas em me deixar em um nível forte por um período longo (quase um ano). Vale mencionar as aulas de jurisprudência no Youtube para CGU e TCU, bem como essas últimas aulas para a discursiva do TCU. Foram diferenciais muito importantes para esses últimos concurso.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Matheus: Primeiramente montei o plano de estudos com auxílio de coach. Posteriormente, o plano de estudos era moldado em cima da Trilha Estratégica, e sob ela adicionava outras matérias que achava relevante.
A questão da quantidade de matérias diárias era muito influenciada pelo tipo de aula e pelo tipo de matéria. Em média, acho que estudava 6 ou 7 matérias por dia.
Em termo de horas líquidas, o meu mínimo diário era de 7h líquidas, nas quais contabilizava exclusivamente os estudos em PDF. Às vezes ultrapassando as 7h (8-9h). Além dessas horas líquidas, à noite me dedicava às aulas de revisão no Youtube, que eram transmitidas nessa reta final. Esse período vendo videoaulas não cronometrava para fins de contabilizar as horas líquidas.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Matheus: Nunca fui adepto de resumos. Para revisão, a principal estratégia era por meio de simulados. Adicionalmente, refazia as questões ou assistia as revisões no Youtube.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Matheus: Na minha opinião, entendo que a resolução de exercícios é a forma mais didática não apenas de gravar a matéria, mas também em entender a forma de raciocínio da banca e os tópicos que mereciam maior destaque. Acho fundamental a resolução de exercícios.
Em pós edital, fazia em média 250 questões por dia. Nunca somei, mas essa foi a média diária entre setembro 2021 a março. Antes disso a média era um pouco menor, pois dedicava mais tempo à leitura dos PDFs, baixando para 150-200 por dia.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Matheus: Inicialmente acredito que as maiores dificuldades foram AFO e Contabilidade Pública. Mas como estudei elas durante muito tempo antes de ter um concurso em vista, acho que foram absorvidas ao longo do tempo. Em termo de pós edital, sem dúvida análise de dados e estatística foram as matérias mais difíceis, não só pelo pouco tempo para aprender, mas especialmente por serem matérias “isoladas”, muito diferentes do restante das matérias que estavam estudando.
Para superar, o que mais auxiliou foi um misto de videoaula e PDF. Usava o PDF como base e quando chegava em alguma barreira, usava a videoaula de forma a superar os tópicos que apenas pelo PDF não conseguia absorver.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Matheus: A semana anterior foram muitas videoaulas e, no tempo que sobrava, questões. No dia pré-prova, buscava assistir revisões de véspera, de forma a abordar o máximo de matérias possíveis.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Matheus: Buscava no final de semana realizar ao menos uma discursiva, para manter a preparação (mini simulados da parte discursiva). Entendo que a própria forma de cobrança da discursiva exige uma lógica e uma forma de preparo diferente.
Destaco o curso de discursivas do Estratégia que fiz à parte, que não realizei todos os temas propostos, mas me auxiliou na estratégia da última semana antes da prova, em que usei esse material de base para leitura, como exemplos de possíveis temas.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Matheus: Acho que o principal erro talvez tenha sido demorar a entender o nível de dificuldade atual dos concursos. Infelizmente o nível de concorrência está muito alto, e para efetivamente estar competitivo por uma vaga, é necessário uma dedicação e uma seriedade que não tive no começo dos estudos, que só adquiri depois de fazer algumas provas e ver que o meu nível de preparação estava muito aquém dos aprovados.
Como acerto, o primeiro foi a migração do curso presencial para curso online. É necessário maior dedicação, pois você está “sozinho” na preparação, mas conhecendo as ferramentas e tendo um bom autocontrole, os benefícios do estudo online são enormes. O segundo acerto foi conseguir mudar a postura após algumas reprovações, em que consegui entender a necessidade de um nível de esforço e dedicação muito maior do que estava anterior e manter um alto nível por um período relativamente longo, mais de um ano.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Matheus: Pensei em desistir após a prova do TCU. A prova em si foi um desafio de concentração e de estabilidade emocional, pois a forma que foi elaborada a prova e os tópicos cobrados não estavam conforme o histórico da banca ou com o bom senso geral de uma prova equilibrada.
O resultado em si no TCU foi aquém do que esperava, mas ainda assim, pelas notícias e em comparação com outras notas de outros candidatos, entendi que mesmo não passando, o nível de preparação estava alto, e que estava competitivo.
Essa frieza em entender que a prova foi ruim para todos e que eu estava em um bom nível foi fundamental para motivar para a CGU e para a aprovação, pois consegui não me abater e fazer uma boa revisão final da CGU no período entre uma prova e outra.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Matheus: Tenha um objetivo em mente. Um concurso que você almeja. Provavelmente você não estará preparado para passar no seu primeiro sonho e isso é natural. Entenda esses fracassos como parte do caminho e se adapte. Veja o que é preciso melhorar, corra atrás e acredite em você. A aprovação é um pouco de sorte, um pouco de tranquilidade, mas muita dedicação. Assim, estudar para concurso é uma maratona e não um sprint. Se dedicando diariamente o crescimento virá, tenha certeza!