Aprovado em 9° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle - Correição e Combate a Corrupção (DF)
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Não desista, melhore um pouco de cada vez se você não tem tempo, mas sempre busque melhorar (…). E o mais importante: não procure atalhos. Estudar é repetição, é bundinha na cadeira”
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Confira nossa entrevista com Iury Magalhães Rampanelli, aprovado em 9° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Correição e Combate a Corrupção (DF):
Estratégia: De onde você é? Qual é sua idade? E sua formação?
Iury Magalhães Rampanelli: Sou natural de Porto Alegre e atualmente moro em Triunfo, cidade vizinha à capital. Tenho 36 anos e sou formado em direito.
Estratégia: Você chegou a trabalhar na sua profissão? O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Iury: Eu advoguei por alguns anos após a faculdade e ao mesmo tempo trabalhei como tradutor, tendo posteriormente parado de advogar para seguir apenas como tradutor. Resolvi estudar para concursos porque nunca havia planejado advogar e o trabalho como autônomo estava me esgotando física e mentalmente.
Estratégia: Como foi a escolha pela área fiscal? O que pesou mais para você quando teve que definir esse foco de estudo?
Iury: Eu sempre gostei da área de controle, mas saí da faculdade com aquela mentalidade de “preciso fazer concurso para técnico/analista e depois juiz/promotor”, que é bem comum a muitos. Aí veio 2019 e os concursos minguaram, logo veio a pandemia e os concursos pararam de vez por praticamente 2 anos. Aproveitei para mudar de área, inicialmente para o Senado e então, finalmente, para a área de controle.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Iury: Eu trabalho desde o segundo semestre da faculdade de direito, primeiro com estágio, depois advogando e traduzindo, depois como Técnico Judiciário do TRE-RS (desde 2016). Nunca consegui me dedicar exclusivamente aos estudos para concurso, mas me beneficiava por ser autônomo e ter um controle maior do meu horário. Depois que tomei posse como Técnico, passei a estudar mais durante a manhã e à noite, além dos finais de semana.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação?
Iury: Eu já fui aprovado em 5 concursos, somente em 2 eu fui chamado para assumir.
2013 – Oficial Escrevente TJ/RS
2015 – Técnico Judiciário TRE/RS (9º lugar)
2018 – Analista TRT/2 (303º lugar)
2018 – Analista MPU (59º lugar RS/ 516º nacional)
2019 – Analista TRF4 (este foi o último, tendo ficado em 151º após uma discursiva muito ruim)
Estratégia: Chegou a estudar sem ter edital na praça? Durante esse tempo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos?
Iury: Estudei durante toda a pandemia sem edital. Escolhi estudar para o Senado, pois era o concurso mais “quente” na época. Quando percebi que não iria sair, comecei a prestar atenção nas próximas oportunidades, descobrindo que os concursos da área de controle estavam esquentando.
Eu tinha o objetivo claro de passar em um concurso e aproveitei o tempo para aprimorar minhas técnicas e fazer uma base forte nas principais matérias, ao mesmo tempo que estudava para melhorar minha discursiva.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Iury: Conheci o Estratégia em um fórum de concursos, pelos idos de 2016. Indicaram o professor Ricardo Vale como um bom professor de legislação aduaneira (na época já se falava que o concurso da Receita sairia a qualquer momento).
Estratégia: Qual diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Iury: Desde o primeiro contato, o que eu gostei no material foi a profundidade dele. Desde então eu acompanhei a evolução do material. Os PDFs são constantemente atualizados com as novas tendências das provas, contendo do básico ao avançado.
Eu não me dou muito bem com videoaulas, consigo reter melhor com leitura. E além do PDF, agora temos o Passo Estratégico que funciona como uma boa revisão rápida dos principais pontos e os resumos e mapas mentais, que podem quebrar um galho na revisão de última hora.
Mas se tem algo que nenhum outro cursinho tem, esse algo é o HERBERT ALMEIDA. Preciso deixar registrado aqui um salve para esse monstro da educação.
Estratégia: Recomendaria o Estratégia para um amigo que está começando os estudos?
Iury: Eu recomendo o Estratégia para qualquer concurseiro que esteja disposto a se aprofundar no estudo, sem atalhos e fórmulas mágicas.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? O que funcionava melhor para você? Videoaulas, PDFs, livros?
Iury: Depende muito do meu nível de conhecimento. Em matérias que vejo pela primeira vez, gosto de começar com as videoaulas para me situar. Os professores conseguem definir um panorama do que mais cai e como estudar. Depois complemento com material escrito ou meu próprio material de revisão.
Se já tenho uma boa carga de estudo na matéria, então só reviso os PDFs de tempos em tempos para ver as novidades, jurisprudências, etc.
Quando sai o edital, as aulas de jurisprudência e revisão são essenciais.
Estratégia: Quantas horas por dia costumava estudar?
Iury: Antes do edital, cerca de 2 a 4h horas diárias. Depois do edital conseguia estudar umas 5h durante a semana e umas 6-8 aos finais de semana.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?
Iury: Depende muito do tipo de matéria. Quando é matéria que pode cair na discursiva, eu faço resumos, vejo discursivas de concursos passados e videoaulas de temas mais espinhosos.
Se é matéria principal que não cai na discursiva, faço muitas questões e leio os PDFs, acompanhando jurisprudência, etc. Em algumas confeccionava meus resumos, outras apenas imprimia a lei seca e marcava os artigos que mais caem.
Se é matéria fora do comum, que não tem muita questão disponível, como legislação específica, regimentos, leis estaduais, etc, então eu foco na leitura repetitiva, tentando marcar os pontos que são “material de questão”, aquele artigo que tem toda a cara de que pode ser cobrado.
Não sou muito organizado com estudo, vou mais no feeling, me organizando mentalmente. Nas primeiras semanas pós-edital eu imprimo o material que preciso aprender, vou fazendo questões e direcionando para algum ponto que acho que preciso melhorar.
Sobre quantas matérias estudar ao mesmo tempo, nunca tive uma regra. Estudava mais aquilo que precisava melhorar e o que tinha maior peso na prova. Às vezes passava um dia estudando uma única matéria, às vezes várias matérias.
Sempre analiso bem o edital, distribuição de questões, etc, para encontrar uma estratégia que possa me dar uma vantagem competitiva, como um tema que costuma ter uma média baixa de acertos e que os concurseiros acabam negligenciando.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Iury: Eu estava com dificuldade com Auditoria e AFO. Resolvi o problema dando mais tempo de estudo para essas matérias, inclusive assistindo mais videoaulas do que costumo (bendita velocidade x2!)
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?
Iury: Eu vivo em união estável há 15 anos, sem filhos. Moro com minha companheira. Minha família sempre foi muito compreensiva com meus períodos de afastamento e minha companheira me deu todo o suporte que precisei nas piores horas.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Iury: Isso variava muito, em geral, como eu não moro na mesma cidade que minha família e amigos, fica mais fácil limitar o “social”, pois a “desculpa” já está pronta (rsrs).
Eu tenho dificuldade em balancear as coisas, então estudo para mim é algo muito intenso, foco total. Até agora, dois meses depois do concurso, ainda me sinto ansioso quando não estou fazendo nada de produtivo.
Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Iury: O meu objetivo era passar e ser nomeado em um concurso do judiciário. Quando eu estava quase conseguindo, os concursos sumiram. Fui obrigado a me reinventar. Já perdi as contas de quantos concursos do judiciário eu fiz. Agora, com essa bagagem, bastaram 2 na área de controle para eu conseguir uma possível aprovação, que eu espero que seja dentro das vagas (ainda tem a fase de recursos da discursiva, uma caixinha de surpresas).
Então sim, acho que vale a pena explorar outras possibilidades. Talvez você não esteja tendo o desempenho necessário porque não é a sua área forte.
No momento eu ainda não decidi se vou continuar estudando. Acho que depois de alguns meses parado eu possa voltar. Gostaria de tentar o Senado, gosto muito da área legislativa, só não sei se tenho pique para isso agora.
Mas é um sonho poder trabalhar em um órgão como a CGU. Se tudo der certo, vou me entregar de coração e alma ao órgão e quem sabe ele vire a minha casa definitiva (um bom ambiente de trabalho vale muito mais do que um salário maior em um ambiente estressante).
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso em que foi aprovado?
Iury: Cerca de 4 meses, compartilhados entre TCE SC e CGU.
Eu cheguei a estudar para 3 concursos ao mesmo tempo – TCU, TCE SC e CGU. Quando saiu o edital da CGU, eu desisti do TCU e foquei nos outros dois. Tentei dividir o tempo igualmente para os dois, mas acabei focando mais no TCE SC, pois seria uma mudança menos radical do RS para SC.
Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados?
Iury: Ainda não caiu a ficha e eu continuo nervoso para a fase de recursos. Conheci muita gente capacitada nos grupos de WhatsApp e Telegram, e sei que deve ter muita nota que merecia ser maior.
Quando sair o resultado final, acho que a ficha vai cair mesmo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova? E véspera de prova: foi dia de descanso ou dia de estudo?
Iury: O meu período de estudo foi um caos total. Em novembro eu tive que fazer uma pequena operação para tirar uma pedra no rim. Em fevereiro minha mãe pegou Covid e passou mais de um mês entre internação e recuperação, e até agora não está 100%. Na semana anterior ao concurso, eu tive uma infecção em ambos os ouvidos que me deixou quase surdo temporariamente, e duas semanas antes eu fui a SC para fazer a prova do TCE SC.
Mesmo estando de férias do trabalho, foi uma loucura e teve momentos em que pensei até em desistir da prova da CGU (especialmente após ter ido mal no TCE SC).
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Iury: Eu não treinei a escrita em momento algum, foquei em conteúdo e estrutura. Busquei temas de provas anteriores, resoluções de provas anteriores e também temas inéditos onde eu pudesse encontrar. Eu lia as perguntas e depois ia pesquisar sobre o assunto.
Para os temas mais prováveis, eu procurei fazer pequenos resumos com lei, jurisprudência e doutrina. Coisa para ficar lendo e relendo até sonhar com isso.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Iury: Toda preparação tem erros, o segredo é aprender com esses erros. Meu maior erro foi ter tentado estudar para 3 concursos com 1 semana de diferença entre eles.
Por outro lado, meu maior acerto foi ter desistido do TCU enquanto ainda dava tempo para corrigir a mancada.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, como fez para seguir em frente?
Iury: Eu não sou muito confiante, sempre acho que demoro mais para aprender do que a média dos concurseiros. Sempre acho que estou pior preparado do que os outros. Vi que tem um pessoal de 19, 20, 21 anos que foi muito bem no concurso e eu demorei 7 anos para chegar nesse nível. E essa dúvida constante da própria capacidade, essa dúvida de que um dia você vai chegar lá, foi o pior na minha preparação.
Mas em nenhum momento pensei em desistir, acho que sou meio cabeça dura mesmo. Quando coloco um objetivo na cabeça, vou indo até achar um jeito. Pode demorar, mas o que me motivava era ver que a cada concurso eu ia melhor do que o anterior.
Estratégia: Qual foi sua principal motivação?
Iury: A minha motivação foi buscar uma situação de vida mais confortável, para mim e para a minha família, e uma função que tivesse mais a ver com as minhas qualidades e capacidades.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Iury: Eu vou ter que dizer o óbvio aqui, mas às vezes o óbvio é o mais difícil de ver. Não desista, melhore um pouco de cada vez se você não tem tempo, mas sempre busque melhorar. Domine uma área, depois outra, depois outra. Revise muito, faça muitas questões, estude a discursiva. Um dia você vai mal na objetiva, no outro você vai mal da discursiva. Mas se você fizer concursos o suficiente, vai chegar o dia em que você vai acertar nas duas. E o mais importante: não procure atalhos. Estudar é repetição, é bundinha na cadeira.