Aprovado em 29° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle - Contabilidade Pública e Finanças (DF)
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Haverá dias em que o desânimo baterá, neles é que a disciplina fará diferença. Você não pode se guiar somente pela motivação, ela vem e vai, por isso é importante que construa um espírito firme e decidido para que possa superar essa jornada. Quando a aprovação vier, você sentirá orgulho das suas renúncias”
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Confira nossa entrevista Brian Souza Nogueira, aprovado em 29° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Contabilidade Pública e Finanças (DF):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Brian Souza Nogueira: Tenho 26 anos, sou natural de Capitólio-MG e sou formado em Engenharia de Controle e Automação pela Universidade Federal de Itajubá – UNIFEI.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Brian: Em 2015 fiz um estágio de férias numa empresa de tecnologia, que me fez ter a certeza de que não queria atuar na área. No setor privado, como um todo, as demandas são gigantes, os salários são baixos (para quem pretende formar uma família) e a meritocracia às vezes dava lugar ao famoso QI (quem indica).
Passei a buscar alguma área que exigisse apenas as minhas habilidades técnicas e que valorizasse o meu esforço. Foi aí que vi no concurso público uma excelente oportunidade. Na prova só importa uma coisa: o quanto você estudou.
A partir disso, comecei, efetivamente, a estudar para concursos, em 03/05/2018, enquanto estava no meu penúltimo ano da graduação.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Brian: Não, tive o privilégio de me dedicar inteiramente aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Brian: Já fui aprovado em alguns outros concursos, mas não cheguei a ser nomeado em nenhum. Dos que me recordo agora, fiquei em 4º colocado no concurso para Chefe de Departamento de Pessoal e Licitações da Câmara Municipal de Ouro Fino e 136º para Fiscal de Nível Superior do CREA-MG.
A princípio, não pretendo continuar estudando.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Brian: Vida social? O que é isso? (rsrs)
Levei muito a sério a minha preparação ao longo desses 4 anos. Principalmente por não trabalhar e saber o quanto custava ao meu pai me permitir ficar sem trabalhar para um projeto pessoal. Tentei honrá-lo ao máximo com a minha disciplina.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Brian: Sou solteiro e sem filhos. Tive um apoio imenso da minha família, o que foi muito importante.
Quero aproveitar para deixar os meus agradecimentos aos meus familiares: Ao meu pai Marcelo por todo suporte, pelas companhias nas viagens para as provas e pelos conselhos. À minha mãe Arlete pelo apoio emocional e pelas conversas de incentivo. Ao meu irmão Logan por me aguentar nos meus piores dias (kkkk). Aos meus tios e padrinhos Wendel e Magda por todos os conselhos e por terem gentilmente me convidado para morar com eles no meu último ano de preparação, o que foi crucial à minha aprovação.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Brian: Na verdade, estudei focado para o TCU e fiz o concurso para a CGU por conta da similaridade do edital, das atribuições do cargo e da proximidade das provas. Então, já tinha a bagagem de 4 anos de estudos para o TCU. As matérias que caíam somente na CGU eu tive que estudá-las em 4 dias, que foi o intervalo entre a prova objetiva do TCU e da CGU.
Eu me mantinha disciplinado tentando enxergar o impacto positivo que a minha vida teria ao me tornar auditor.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Brian: No início da minha preparação eu tinha uma dificuldade muito grande em português, portanto, assisti algumas aulas em vídeo para ela. No restante, usei somente o PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Brian: Conheci o Estratégia Concursos através do finado Fórum Concurseiros. Todos os aprovados em grandes concursos indicavam a Coruja como o melhor material.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Brian: Sim, senti uma segurança enorme nos materiais. Os professores sempre se esforçam para torná-los bem completos com jurisprudência, questões atualizadas, discursivas etc.
Encontrei no Estratégia um repositório completo e confiável para estudar para concursos.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Brian: No começo, enquanto estava na graduação, havia somente um ciclo de estudos e fazia o controle das horas líquidas. Tentava estudar o máximo possível conforme a graduação permitia. Depois de formado, estabeleci como meta 5 horas líquidas diárias e 30 horas líquidas semanais, no pré-edital.
Com o lançamento da Platinum, acabei aderindo a ela e passei a contar com um coach que era responsável pelo meu planejamento. A ajuda do professor Túlio Lages foi essencial na minha preparação, foi um ponto de inflexão.
No pós-edital, cheguei a estudar 12 horas líquidas em 1 dia, mais de 50 horas por semana nas últimas semanas. Isso teve um preço alto. Fiquei exausto e demorei semanas para voltar a estudar razoavelmente.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Brian: Nas matérias de exatas, eu fazia formulários e os consultava regularmente.
Nas demais, revisava pelos grifos do PDF e, às vezes, fazia alguns esquemas a mão para decorar prazos de leis, percentuais e regras específicas.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Brian: Foi muito importante, principalmente porque passei a maior parte da minha preparação voltada para o CEBRASPE, que era quem dominava os concursos de controle. Com o anúncio da FGV como banca do TCU, tive que entender o estilo da banca, quais os assuntos preferidos e onde teria mais dificuldade. Nessa hora, só resolvendo questões para entender.
É difícil contabilizar todas, porém, sendo conservador, fiz mais de vinte mil questões tranquilamente.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Brian: Tive dificuldade no início em português e na reta final em Direito Civil. Em português eu recorri às aulas em vídeo. Para Direito Civil, recorri ao Passo Estratégico.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Brian: Não foi tão intensa quanto queria, porque tinha acabado de fazer a prova objetiva do TCU e havia me desgastado muito para a CGU. Mas consegui estudar por 30 horas líquidas.
Resolvi chegar em Brasília na sexta-feira para que pudesse participar presencialmente do aulão de revisão do Estratégia. Ao chegar em Brasília, descubro que a minha mala havia sido extraviada. Nisso, perdi os estudos da noite de sexta para comprar roupas e itens de higiene pessoal.
No sábado, acordei às 03:30, fiz uma boa revisão, fui ao aulão (foi sensacional!) e tentava esquecer da mala. Ao voltar para o hotel, já haviam devolvido a minha mala, para o meu alívio.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Brian: Sim, houve uma dissertação de 90 linhas e uma questão de 20 linhas. Comecei a minha preparação para discursivas em 2019, quando já tinha fechado as disciplinas do núcleo básico da área de controle. Sempre tive facilidade para escrever, mesmo assim fiz questão de praticar.
Quando me tornei Platinum, fui muito cobrado pelo Túlio, para que fizesse discursivas.
Toda essa preparação antecipada foi essencial, pois não tive tempo de praticar no pós-edital e fui para a prova somente com a bagagem construída. No fim das contas, valeu à pena.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Brian: Em alguns momentos, deixei-me distrair com outros assuntos de meu interesse, o que me custou uma reprovação no meu primeiro concurso para a área de controle: o do Tribunal de Contas do Distrito Federal.
Meu maior acerto foi ter começado focado em uma área específica e não ter migrado para outra.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Brian: Nunca pensei em desistir por uma questão lógica: se eu havia começado a estudar para tentar entrar no TCU, não fazia sentido parar de estudar sem ao menos tentar.
A minha principal motivação foi a de ter estabilidade financeira e qualidade de vida, algo difícil de se obter em outros setores.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Brian: Escolha uma área em que acredite que você consiga exercer um bom serviço, afinal o Brasil é carente de serviços prestados com excelência. Foque nessa área até esgotar todas as oportunidades possíveis.
Não tenha medo das renúncias, aceite que, para ter um resultado extraordinário, que é passar num concurso e ganhar um salário acima da média nacional, você terá que se portar de forma extraordinária.
Busque construir o hábito de estudo logo no começo, quando estará empolgado pelo novo projeto. Haverá dias em que o desânimo baterá, neles é que a disciplina fará diferença. Você não pode se guiar somente pela motivação, ela vem e vai, por isso é importante que construa um espírito firme e decidido para que possa superar essa jornada.
Quando a aprovação vier, você sentirá orgulho das suas renúncias.