Aprovado em 1° lugar no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle - Auditoria e Fiscalização (DF)
Controladorias/Gestão (CGU, CGE, STN, EPPGG)“Tive muitas reprovações e várias “batidas na trave”. Questionei diversas vezes se aquele era mesmo um bom caminho ou se não era melhor investir meu tempo em outras coisas. Demorei para enxergar que o problema era, na verdade, a qualidade do meu estudo. Então refleti bastante e decidi estudar “de verdade”, tentando sempre lembrar que, quando desse certo, o resultado compensaria todo o esforço”
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Confira nossa entrevista com Guilherme Rocha, aprovado em 1° lugar (resultado provisório da discursiva) no concurso CGU para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Auditoria e Fiscalização (DF):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Guilherme Rocha: Olá! Tenho 31 anos e sou natural da cidade de Cascavel, no Paraná, onde morei até 2005. Em 2006 vim morar em Brasília, com meus pais e irmão, e estou aqui até hoje. Foi aqui que me formei em Ciências Contábeis, pela Universidade de Brasília (UnB).
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área de Controle?
Guilherme: Desde que descobri o que eram concursos públicos, quando cheguei em Brasília, achei a ideia muito interessante. Além disso, como quase todo jovem adulto, terminei o ensino médio sem ter nenhuma noção sobre qual profissão seguir! Então decidi que, assim que eu entrasse na faculdade, estudar para concursos seria uma boa forma de conseguir certa estabilidade e uma boa remuneração.
Da minha primeira nomeação até hoje, acabei trabalhando em cargos sem nenhuma relação com minha área de formação. Quando resolvi, recentemente, retomar os estudos, analisei todas as possibilidades e decidi que a área de Controle se encaixa muito bem em meu perfil. São cargos com ótimas carreiras, trabalho muito relevante e uma excelente remuneração.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Guilherme: Na maior parte do tempo de preparação para a CGU, eu trabalhava e estudava. Eu trabalhava em regime de escala, no período noturno, então tive uma flexibilidade muito grande para ajustar minhas horas de estudo ao longo do dia. Nos últimos cinco meses antes da prova, consegui utilizar férias, abonos e licenças para me afastar do serviço e me dedicar exclusivamente aos estudos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Guilherme: Minha primeira aprovação foi no concurso do Hospital das Forças Armadas (HFA), para o cargo de Assistente Técnico-Administrativo (nível médio). Passei em 1º lugar e fui nomeado em 2010, trabalhando lá por três anos. Em 2013, passei em 30º lugar no concurso para Agente de Trânsito do Detran/DF, cargo que exerço até hoje. Fui aprovado, ainda, no cadastro de reserva (27ª colocação) do concurso do Superior Tribunal Militar (STM), em 2018, para o cargo de Analista Judiciária – Apoio Especializado em Contabilidade. Recentemente, durante a preparação para a CGU, fui aprovado no cadastro de reserva para o cargo de Auditor de Controle Externo do Tribunal de Contas de Santa Catarina (TCE/SC), na 14ª colocação. E agora aguardo (ansiosamente) o resultado final da CGU.
Por enquanto, não pretendo continuar estudando para concursos. O cargo de Auditor da CGU sempre foi um sonho e acho que agora é hora de mudar o foco dos estudos, passar a desenvolver minha área de formação, fazer especializações e estudar conteúdos que possam me ajudar no desenvolvimento na carreira. Pode ser que no futuro eu mude de ideia, mas agora estou muito feliz com esse resultado e não pretendo fazer outros concursos.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Guilherme: No início da preparação, tentei conciliar os estudos e o trabalho com a vida social, de forma equilibrada. Reduzi um pouco as saídas e os momentos de lazer, mas nada tão radical. Com o passar do tempo, fui aumentando cada vez mais a carga horária de estudo e abrindo mão dos momentos de lazer. A partir de outubro, reduzi drasticamente todas as atividades de lazer. Acredito que, de outubro até o dia da prova, em março, devo ter saído com os amigos somente umas três vezes, fiquei praticamente internado em casa! Em geral, saía de casa apenas para fazer alguma atividade física, quatro vezes por semana, e para visitar meus pais aos finais de semana. Em janeiro, na reta final da preparação, também parei com as atividades físicas, para poder usar esse tempinho a mais para estudar. Foi uma rotina muito cansativa e desgastante, mas que valeu muito a pena!
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Guilherme: Sou casado e não tenho filhos. A apoio da minha esposa foi fundamental para minha aprovação! Ela segurou as pontas para que eu pudesse me dedicar ao máximo aos estudos, sem me preocupar com os problemas do dia a dia. Teria sido muito difícil conseguir esse resultado sem a ajuda dela. Meus familiares, principalmente meus pais e meu irmão, também sempre foram meus maiores incentivadores e sempre tiveram certeza de que eu conseguiria.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Guilherme: Estudei por aproximadamente um ano e quatro meses. Acredito que a disciplina é um fator determinante na aprovação. Quando resolvi retomar os estudos, eu concluí que a falta de disciplina foi meu principal erro nos ciclos anteriores de estudo e era o que eu precisaria ajustar para conseguir ser aprovado em um concurso desse nível. Então mantive sempre essa ideia de que, para mim, a única forma de conseguir a aprovação seria me dedicar ao máximo, pois a recompensa no futuro compensaria todo o esforço.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Guilherme: Como base de estudo, eu usei principalmente os cursos em PDF, o Sistema de Questões e os normativos (lei seca). Estudava o conteúdo pelos PDFs, de forma digital, no computador, e ia sempre grifando e fazendo anotações nos próprios PDFs. Além de todas as questões das aulas, também utilizei o Sistema de Questões. Fazia as revisões pelas próprias aulas grifadas e usava um aplicativo de celular chamado “Studi” para controlar a frequência de revisões. O controle do estudo (ordem das matérias, marcação de onde parei, etc) era feito em um arquivo do Excel.
Acredito que a forma de estudar é muito individual, cada pessoa se adapta melhor a um jeito. Eu, por exemplo, sempre preferi ler as aulas, então utilizei as videoaulas apenas na reta final, para pegar dicas de jurisprudências, revisões específicas, e para descansar a cabeça depois de um dia inteiro lendo PDF.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Guilherme: Quando começaram a surgir os cursos online, lembro que logo o Estratégia se destacou pela qualidade dos materiais, bem completos e diretos. Comprei, no início, alguns cursos específicos e gostei muito do material, passando a adotar desde então.
Estratégia: Antes de conhecer o Estratégia, você chegou a usar materiais de outros cursos? Se sim, o que mais incomodava quando você estudava por esse concorrente?
Guilherme: No início dos meus estudos, em 2009, fiz cursinho presencial. Quando começaram a aparecer os cursos online, utilizei por um tempo o site um outro curso que havia no mercado, mas achava que era muito simples e fraco de conteúdo. Depois, comprei materiais do Estratégia e de um segundo curso, e optei por continuar usando os materiais do Estratégia, pois achava mais completos e organizados. Em 2017, também fiz algumas aulas presenciais, que achei muito boas.
Estratégia: Você chegou a fazer algum concurso enquanto ainda se preparava com esse outro material? Foi aprovado?
Guilherme: Quando fiz o cursinho presencial, fui aprovado no concurso do HFA. Para o concurso do Detran, já utilizei o material do Estratégia e os vídeos de um outro curso.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Guilherme: Acho que a grande diferença que senti, quando passei a usar os cursos online do Estratégia, foi a facilidade em ter acesso a um conteúdo completo de forma simples, sem precisar recorrer a vários livros e sem precisar participar de aulas presenciais. E o maior diferencial que vejo no Estratégia são as aulas em PDF sempre muito completas e atualizadas, além de bem-organizadas. Isso facilita demais a preparação.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Guilherme: Comecei escolhendo as principais matérias da área de Controle, que eu entendia que poderiam cair nos grandes concursos. Para isso, usei como base os principais editais anteriores (ao longo do tempo, fiz adaptações, retirando ou incluindo matérias, principalmente quando saiu o edital). Eu estudava todas as matérias ao mesmo tempo, sempre passando de uma para outra em sequência.
Meu plano de estudos sempre foi muito simples! Além disso, era bem dinâmico e nada engessado, sem grade de matérias, horas separadas para cada uma, quantidade de matérias por dia, metas diárias, nada disso. Meu plano básico era, todos os dias, fazer quatro coisas: ler algum normativo (“lei seca”), fazer revisões, estudar o conteúdo pelas aulas em PDF e fazer questões.
Criei um arquivo no Excel, com uma planilha para cada matéria, para anotar os detalhes e a evolução em cada disciplina (onde parei, qual o assunto estudado, quais questões já fiz das aulas, etc), e ordenei as planilhas, criando uma sequência de disciplinas para seguir. Dependendo da aula e do assunto, eu ficava o dia todo na mesma matéria (ou até mais de um dia), até concluir a aula ou, pelo menos, um tema completo. Depois de finalizar, anotava o que precisasse na planilha e lançava a aula no aplicativo de revisões.
Esporadicamente eu calculava as horas líquidas do dia, para usar como referência nos próximos dias de estudo. No início, meu objetivo era apenas criar uma rotina, estudar todos os dias sem falhar. Aos poucos fui aumentando a quantidade de horas por dia e fiquei por bastante tempo estudando cerca de 5h a 7h líquidas. A partir de outubro, passei a me dedicar ainda mais, chegando, na reta final, a ficar por vários meses estudando por 10h, 11h e até 12h líquidas! Mas acho isso um certo exagero, que deve ser feito apenas na reta final, com prazo para acabar. Manter esse ritmo muito intenso no longo prazo é insustentável.
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Guilherme: Fazia as revisões de cada aula (ou tema, se a aula fosse muito grande) em intervalos de 1, 7, 15, 30 e 90 dias. Para controlar a frequência de revisões, usei um aplicativo chamado “Studi”. Sempre que finalizava uma aula, eu anotava no aplicativo e ele criava o cronograma para seguir. Então todos os dias eu abria o aplicativo e via quais eram as revisões do dia. As revisões eram pelo próprio PDF da aula, de acordo com as partes que eu tinha grifado.
Comecei a fazer simulados umas três semanas após a publicação do edital. Tentei fazer no mínimo um por semana, geralmente no domingo. Quando não dava certo de fazer algum, eu salvava para vê-lo depois, com o gabarito, e identificar algum assunto que eu precisasse revisar ou aprender. Fazer simulados é bom, principalmente, para acostumar-se com o tempo de prova e para revisar assuntos que os professores entendem que há uma chance maior de cair.
Quanto aos resumos, já tentei fazê-los no passado, mas não me adaptei. Eu demorava tempo demais fazendo os resumos e tinha dificuldade em mensurar o que precisava resumir, até que ponto detalhar, etc.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Guilherme: A resolução de questões é extremamente relevante, ajuda a sedimentar o conteúdo, identificar assuntos mais cobrados e aprender o padrão da banca, além de ser uma forma indireta de revisão. Eu fiz todas as questões das aulas em PDF e aproximadamente umas mil e quinhentas questões no Sistema de Questões. Acho, inclusive, que esse foi um dos pontos fracos da minha preparação, já que não resolvi tantas questões quanto gostaria.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Guilherme: No pré-edital, minha grande dificuldade eram as disciplinas que envolviam cálculos. Sempre achei difíceis matérias como matemática financeira e estatística. Tanto que, quando saiu o edital, escolhi a área de Auditoria e Fiscalização justamente porque não teria essas matérias (ou seja, esse ponto eu não superei kkkk).
Outra grande preocupação foi a disciplina de português, da forma como é cobrada pela banca FGV. Eu sempre tive certa facilidade com português e meu desempenho nas provas de outras bancas sempre foi muito alto nessa matéria. Mas quando a FGV foi escolhida para esse concurso, fui fazer umas provas anteriores e tomei um susto! A forma como ela cobra é totalmente diferente (principalmente nas provas mais recentes), com questões muito subjetivas e um foco enorme em interpretação. Tive que intensificar bastante o estudo para poder chegar na prova em um nível competitivo.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Guilherme: Não mudei muita coisa na rotina. Apenas dei um peso maior para as revisões e tentei decorar detalhes de leis que poderiam ser cobradas na discursiva. No dia anterior à estudei normalmente, cerca de oito horas, e no dia da prova, de manhã cedo, ainda revisei algumas coisas!
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Guilherme: Comecei a me preparar para a discursiva em outubro, já que o edital estava prestes a sair. Eu fazia um texto por semana (em algumas semanas, dois) e enviava para correção do professor, tentando sempre ajustar os erros apontados e diminuir o tempo gasto nos textos. Minha grande preocupação era não dar tempo de fazer a prova toda, já que o horário no período da manhã era bem apertado. Também passei bastante tempo decorando, em várias matérias, itens específicos que poderiam ser cobrados.
Um erro muito comum de vários concurseiros é negligenciar o estudo para a discursiva. Acredito que o ideal é começar a se preparar para essa fase desde cedo, desenvolvendo agilidade e técnica de escrita, para poder chegar bem-preparado no dia da prova.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Guilherme: Meu principal erro, durante muito tempo, foi a falta de disciplina. Meu estudo, no passado, era muito inconstante, sem uma rotina que priorizasse os estudos. Eu intercalava períodos bons – com estudo mais intenso – com épocas em que eu só “fingia” que estudava. Quando retomei os estudos nesse último ciclo, decidi que seria diferente, com prioridade total.
Então, meu principal acerto foi vencer essa falta de disciplina e conseguir manter uma rotina de estudos muito consistente, por mais de um ano. Também aponto como um erro a baixa quantidade de questões resolvidas. Acredito que dava para ter feito uma quantidade maior de exercícios, para chegar mais confiante na prova.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Guilherme: Pensei sim, várias vezes. Tive muitas reprovações e várias “batidas na trave”. Questionei diversas vezes se aquele era mesmo um bom caminho ou se não era melhor investir meu tempo em outras coisas. Demorei para enxergar que o problema era, na verdade, a qualidade do meu estudo. Então refleti bastante e decidi estudar “de verdade”, tentando sempre lembrar que, quando desse certo, o resultado compensaria todo o esforço.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Guilherme: Comece aos poucos e tente criar uma rotina consistente, sempre com bastante foco e determinação; desenvolva sua própria forma de estudar, de acordo com suas características e individualidades; lembre-se que é normal passar por reprovações e não deixe que isso o faça desistir; e entenda que você precisará, muitas vezes, abrir mão do prazer imediato, e que isso é bem difícil e exige esforço. Mas insista! Desenvolva a disciplina de fazer o que deve ser feito, repetidamente, até o dia da prova. O resultado é extremamente gratificante e faz valer a pena todas as dificuldades.