“Fiz as três trilhas (regular, avançada e a pós-edital). É uma ferramenta fantástica, pois te ajuda na organização do que você deve estudar (sou muito desorganizado) e tem ali muitos cadernos de exercícios para você executar. Foi o grande diferencial nos meus estudos.”
Confira nossa entrevista com Marcelo Lima Lopes, aprovado em 4º lugar no concurso TCE-SC no cargo de Auditor Fiscal de Controle Externo – Administração:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-lo.
Marcelo Lima Lopes: Meu nome é Marcelo, sou formado em Administração, tenho 38 anos, casado com a Mônica e pai da Melissa e do Daniel Henrique. Atualmente, estou técnico do MPU (cargo que ocupo há 10 anos) e resido em Londrina-PR.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Marcelo: Eu já tenho bastante tempo de estudo para concursos e fui fazendo a famosa “escadinha” (risos). Primeiro que passei foi da Goiás Fomento e acumulei algumas aprovações (e muitas reprovações também).
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Marcelo: Quando veio a notícia da formação da comissão do concurso do TCE-SC, iniciei minha preparação (já com o Estratégia Concursos), pois eu conhecia por amigos e familiares que me mostraram o material e todas as ferramentas disponíveis. Eu trabalho 7h/dia, então tive que adaptar meus horários, estudando no período da manhã (cerca de 2h líquidas) e à noite (2 a 3h líquidas). Nesse meu tempo de estudo, tive períodos de desânimo, por conta da suspensão do concurso (devido à pandemia), mas em nenhum momento pensei em desistir. Sabia que essa era a grande oportunidade da minha vida.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovado? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Marcelo: Já fui aprovado nos concursos: 1) Goiás Fomento (5º); 2) Detran-PR (não me lembro da colocação); 3) Banco do Brasil (8º na Microrregião); MPU (80º); TCE-PR (10º); TCE-RS (10º) e TCE-SC (4º). Se tudo ocorrer conforme o planejado, pretendo encerrar minha vida de concurseiro (risos), mas sinto que posso, de alguma forma, auxiliar colegas que pretendam ingressar no serviço público.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Marcelo: Como eu já vinha estudando desde 2016 para a área de controle, acabei por ter uma vida um pouco mais “light”, sem querer fazer uma maratona de estudos. É difícil você achar um ponto de equilíbrio, mas o ideal é que você estude de forma que não te esgote mentalmente e que seja suficiente para que consiga atingir os objetivos. Nesse concurso, acho que consegui achar esse equilíbrio entre estudo e descanso.
Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseiro? De que forma?
Marcelo: Sou casado com a Mônica há 12 anos, sou pai da Melissa, de 9 anos, e do Daniel Henrique, de 4 anos. Minha esposa sempre foi meu alicerce e meu apoio. Confesso que nesse tempo todo, deixei muito a desejar como pai, mas acho que agora terei mais tempo para ser o pai que meus filhos merecem. Muitas vezes, nas dúvidas sobre o nosso futuro, minha esposa nunca me deixou recuar. Sempre me deu palavras de incentivo e tinha uma certeza total de que passaria nos concursos. Nesse último, por exemplo, convidei ela para passarmos alguns dias depois da prova em Florianópolis, mas ela não quis e disse para mim que não queria ir agora, pois depois moraríamos em Floripa e ela teria o tempo todo para poder ir. Esse é um pequeno exemplo do quanto ela me apoiou e acreditou em meu potencial. Também tive apoio dos meus familiares, com palavras de incentivo e orações. Nesse meio tempo, também deixei de visitá-los em Goiânia (onde está maior parte da minha família). Mas acho que essas renúncias me permitiram alcançar meu resultado. Também tenho que mencionar minha tia Izolda, que foi a primeira pessoa que me apoiou (praticamente me obrigou a fazer meu primeiro concurso) e acreditou em mim. Creio que sem ela talvez eu nem teria trilhado por esse caminho dos concursos.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Marcelo: Estudei por volta de 2,5 anos para o concurso (desde quanto foi anunciada a formação da comissão organizadora). Foi um período muito duro, de incertezas… sei que muita gente boa ficou pelo caminho e eu sabia que deveria aproveitar essa “janela de oportunidade” que se abriu durante a pandemia. O desânimo é natural e consequência dessa rotina de estudos, mas creio que, assim como eu, todos que mantiveram ali firmes, conseguiram obter sucesso. Alguns dias, eu cheguei a estudar apenas 15 minutos (muito desanimado), mas eu lia a frase do Estratégia que dizia “O segredo do sucesso é a constância no objetivo” e aquilo me trazia para os trilhos também. Outra coisa que fiz foi colocar na área de trabalho a foto do prédio do TCE-SC e todas as vezes, ao ligar o PC, eu dizia: “Eu vou trabalhar nesse lugar!!!”
Também citei ali a Trilha Estratégica. Fiz as três trilhas (regular, avançada e a pós-edital). É uma ferramenta fantástica, pois te ajuda na organização do que você deve estudar (sou muito desorganizado) e tem ali muitos cadernos de exercícios para você executar. Foi o grande diferencial nos meus estudos.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação?
Marcelo: Basicamente, usei o material do Estratégia (80% PDFs e pouca videoaula). Também usei o Sistema de Questões do Estratégia (e outros sites de questões). Na minha contabilidade, foram 80.595 questões resolvidas durante os 2,5 anos, com um tempo de estudo total de 2927h 59m 10s (informação do aplicativo Aprovado). O ideal é você alinhar um material de excelente e indiscutível qualidade (como é o caso do Estratégia) e HBC (hora-bunda-cadeira). Qualquer coisa fora disso, eu acho que é ilusão. Sobre desvantagens do material, só creio que às vezes a gente perde um pouco de tempo nos vídeos (ainda que no 2x), mas às vezes ajuda como complementação, em assuntos mais áridos e de difícil assimilação.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Marcelo: Conheci quando estudava para Receita Federal. Na época eu fiz um curso telepresencial muito conhecido na época, mas acabei não passando na prova (acho que 2012, salvo engano). Então um colega meu tinha comprado o material de 2012 e deixou que eu começasse a olhar e estudar por ele. Na época, não tinha muitas condições de adquirir o material, mas quando lançaram a assinatura, aproveitei de imediato e comecei a utilizar bastante.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Marcelo: Volto a frisar a importância da Trilha estratégica. Além disso, os PDFs são escritos em linguagem muito palatável e de forma muito didática. Gostei bastante dos PDFs do Professor Herbert, do Sérgio Mendes, aulas da Adriana Figueiredo e de todos os professores. Não tive tempo de utilizar o Passo Estratégico, mas olhando ali por alto, percebo que também é uma excelente ferramenta de apoio. O Sistema de Questões também é bom, mas ainda tem algumas travadas e às vezes ficava indisponível, mas esse detalhe não diminui em nada a importância para os estudos. Serve apenas para que a gente sempre possa melhorar em algo que já tem excelência.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos?
Marcelo: Meu plano de estudos era 100% baseado na trilha estratégica. Tudo o que estava escrito lá, eu fazia (risos). Às vezes, acabava a trilha da semana na quinta-feira e para suprir essa lacuna, às vezes assistia videoaulas, respondia questões ou estudava lei seca (especialmente as novidades, como a 14133, “Nova” Lei de Improbidade, Lei Orgânica e Regimento Interno do TCE, LRF e as mudanças constitucionais relacionadas à área de controle). Durante a semana, fazia entre 3 e 5h líquidas/dia (a depender da coragem e da perseverança do dia), mas como disse, oscilei bastante nesse quesito. Havia dias que eu conseguia estudar apenas 15 minutos. Outros, principalmente em feriados, eu chegava a fazer 8h/líquidas. Mas o que mais importa, de fato, é não desistir jamais. Qualquer tempo que conseguimos para estudar, deve ser aproveitado ao máximo. Eu não tinha receio de ficar decepcionado por não passar, mesmo após esses 2,5 anos “perdidos” da minha vida, pois eu sabia que estava fazendo o melhor que eu podia em cada momento da preparação. Se você está satisfeito com o que você pode fazer de melhor, os minutos que você estuda vão se somando e se tornando horas… as horas vão se tornando dias, meses… e no final, você pode dizer que está pronto para encarar os seus desafios. Mas é isso: um dia de cada vez, fazendo o que está ao seu alcance.
Estratégia: Como fazia suas revisões?
Marcelo: Minhas revisões foram basicamente por exercícios. Fiz resumos em algumas matérias, como Lei Orgânica, Regimento Interno, AFO e Administração Geral e Pública. Todo final de semana eu me propunha a ler um resumo desses. No fim, acho que rodei os resumos uma série de vezes, sem perceber.
Além disso, o Estratégia lançou os Simulados focados para o concurso. Fiz todos os que disponibilizaram e, conforme eu ia vendo os resultados dos rankings, percebia que estava indo no caminho certo.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Marcelo: Resolução dos exercícios focados na banca é 80% do teu trabalho. Dizem que em concursos, você tem 80% de transpiração e 20% de inspiração, né? (risos) Os 80% você consegue fazendo muitos exercícios. Como disse antes, o APP aprovado me dedurou que fiz mais de 80000 exercícios no período.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Marcelo: Tinha muita dificuldade em língua portuguesa – apesar de ter obtido uma nota boa na discursiva. (Risos) Eu nunca fui muito ligado às regras gramaticais, classes de palavras, concordância… mas eu sempre gostei muito de ler. Lembro que aos 14 anos, minha tia me presentou com um livro chamado “A águia e a galinha” e desde então, sempre gostei muito de ler revistas semanais, livros…
Para superar essa dificuldade que tenho na parte mais “chata” de língua portuguesa, foquei em bastante exercício Cebraspe. Diferente da FGV, o nível de cobrança é mais voltado para questões de interpretação e coisas mais práticas da língua. Isso me permitiu que eu só errasse 1 de português nesse concurso, o que foi uma grande vitória para mim.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Marcelo: Viajei para Florianópolis 5 dias antes da prova, para poder me concentrar e acostumar com o clima de Florianópolis (foram dias muito quentes e úmidos, por sinal). Nesses dias, procurei assistir aos vídeos da revisão do Estratégia e ler alguns materiais de Regimento e Lei Orgânica. Aproveitei e também fiz alguns exercícios, com cadernos de questões erradas. No dia pré-prova, não peguei em nada de material. Procurei assistir TV e descansar um pouco a mente. Busquei fazer uma alimentação saudável, dormir cedo e no outro dia, antes do almoço, fiz uma caminhada na orla, pensando sempre positivamente, pensando na sequência que faria nas matérias (primeiro resolveria Controle, depois Dt Adm e Constitucional,…). Isso foi muito bom, pois na hora que peguei a prova, já sabia exatamente os passos que deveria percorrer. Só um detalhe: aquele dia foi sufocante, estava um calor muito intenso e na minha sala, por exemplo, só estava funcionando um ventilador. Acho que ninguém está preparado para cercar tudo o que pode acontecer no dia, mas o mais importante é encarar os desafios que vão surgindo. Nesse dia, acho que se perguntar para qualquer aprovado, todos dirão que o calor foi o maior inimigo do dia.
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Marcelo: Eu contratei alguns serviços de correção e, no período, fiz todas as discursivas propostas nas aulas do Estratégia. Com certeza, fiz por volta de 20 discursivas, sendo 6 corrigidas. A prática é a melhor opção para você atingir as metas. Foi, inclusive, a discursiva que permitiu que eu pulasse de 16º para 5º lugar. Tirei 37,66 na prova discursiva (antes do recurso) e 38,76 após a correção. Foi uma alegria imensa ver que tirei uma nota muito boa na discursiva, pois eu consegui alinhar o conhecimento teórico (relacionado aos conceitos de Políticas Públicas) e o prático, que adquiri com o hábito constante e semanal de escrever uma discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Marcelo: Meu grande acerto foi escolher o melhor material e dele não me afastar nenhum momento, utilizando ao máximo as ferramentas disponíveis. Creio que o grande erro que tive foi fazer resolver todas as questões dos simulados, sem me atentar para a regra de ponto negativo por erro. Na prova, isso me custou alguns pontos, pois havia 3 questões que havia deixado em branco e que resolvi dar um “chute”. Isso poderia ter custado muita coisa, já que a nota de corte foi 71 e eu acabei tirando 73 pontos líquidos na objetiva.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Marcelo: Tive períodos de desânimo, inquietação, angústia, desespero, alegria… mas nunca pensei em desistir.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Marcelo: É muito gratificante poder dividir um pouco da minha trajetória. Nesse sentido, o que posso dizer é que em concurso público, se você não desistir, inevitavelmente será aprovado. Poderá colecionar alguns dissabores, mas uma hora chega a sua vez. Porém, para que isso aconteça, você tem que realmente saber o que você quer. Eu tenho alguns conhecidos que gostariam de passar em concurso, mas ao dar uma passeada nas redes sociais, você só vê balada, churrasco, festa, viagem… não estou dizendo que isso é errado, mas que, para passar, é importantíssimo que você queira de fato passar (e não que os outros saibam que você estuda ou quer passar). Pode ser que tenha que abdicar daquela viagem top pro Nordeste ou para Gramado, por exemplo… o importante é que saiba que a dificuldade é momentânea, vai durar ali 6 meses ou 3 anos. O que virá depois compensará todo esforço e sacrifício. Nesse sentido, gostaria de terminar esta entrevista com uma frase do autor Augusto Cury: “Seja um sonhador, mas una seus sonhos com disciplina, pois sonhos sem disciplina produzem pessoas frustradas”. Sucesso a todos e façam como a Dory: “continue a nadar… continue a nadar”.