Aprovada em 22° lugar no concurso PC PB no cargo de Agente de Investigação
Policial (Agente, Escrivão e Investigador)“Não espere motivação de ninguém, nem mesmo de si próprio, só faça o que precisa ser feito, todos os dias. O resultado virá. Lembre-se de que se a jornada de estudar para concursos é difícil, desistir da vida que você quer ter não vai tornar a sua vida atual mais fácil”
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Confira nossa entrevista com Elayne Cordeiro, aprovada em 22° lugar no concurso PC PB no cargo de Agente de Investigação:
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formada em que área? Qual sua idade? De onde você é?
Elayne Cordeiro: Sou formada em Direito. Tenho 29 anos e sou natural de Patos – PB.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos? Por que a área Policial?
Elayne: Quando conclui o curso de Direito, como consequência natural, fui atuar como advogada. Apesar de não acreditar que aquele seria o melhor caminho para mim, eu precisava vivenciar a experiência para efetivamente ter certeza dos próximos passos que eu gostaria de trilhar.
Depois de um bom tempo tentando conciliar a advocacia com os estudos, percebi que eu não estava rendendo bem em nenhum dos dois campos. Ao mesmo tempo, fui adquirindo maior insatisfação com a profissão que eu estava exercendo. Foi então que enxerguei que eu gostaria de me tornar servidora pública e tomei a difícil decisão de me dedicar apenas aos estudos.
A priori, quando efetivamente comecei a minha preparação, iniciei me dedicando à área de tribunais. Porém, depois de uma série de problemas pessoais, bem como depois de diversas frustrações durante a pandemia (sim, parei a minha preparação por um longo período), eu observei que a área policial iria oferecer várias oportunidades de certames no ano de 2021. A partir dessa constatação, mudei os planos e migrei de área, passando a focar mais precisamente no cargo de agente de investigação.
Estratégia: Durante sua caminhada como concurseira, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos para concurso?
Elayne: Quando iniciei a preparação para os certames, eu trabalhava em um escritório como advogada. Trabalhava no turno da manhã e, às vezes, no turno da tarde também. Estudava quando chegava em casa no turno da noite, bem como em qualquer horário disponível que eu tinha. Percebi, com o passar dos dias, que eu não estava rendendo bem em nenhuma das duas atividades. Ademais, fui adquirindo maior insatisfação com a profissão que eu estava exercendo. Assim sendo, precisei parar tudo para refletir sobre as ações que eu deveria executar para modificar aquela situação em que eu me encontrava. Foi então que cheguei à conclusão de que eu realmente gostaria de me tornar servidora pública e, buscando lograr êxito de forma mais rápida, tomei a difícil decisão de me dedicar apenas aos estudos, largando assim a profissão.
Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovada? Qual o último? Em qual cargo e em que colocação? Pretende seguir estudando ou “aposentou”?
Elayne: Até o presente momento, eu fui aprovada em dois concursos. O primeiro foi o certame da PC PR para o cargo de investigadora de polícia, na posição 257. Todavia, esse certame está em sua última etapa, qual seja a investigação de conduta social. Assim sendo, os dados referentes a minha colocação final ainda não foram divulgados pela banca organizadora. A minha segunda aprovação ocorreu no certame da PC PB, na posição 22.
Pretendo sim continuar estudando, apesar de ainda não ter decidido para qual cargo irei direcionar a minha preparação.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social?
Elayne: Durante a preparação, a minha vida social foi bastante limitada. Eu decidi a área e o cargo para o qual eu iria direcionar os estudos e foquei nisso. Elaborei meu planejamento, tracei metas, montei cronograma, enfim, priorizei completamente a minha preparação. Portanto, abdiquei do convívio com os meus familiares e amigos. Renunciei, inclusive, a participação em momentos marcantes para a minha família, como o casamento de um primo querido.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseira? Se sim, de que forma?
Elayne: Sou solteira. Não tenho namorado. Atualmente, moro com os meus pais e com a minha irmã. A minha família sempre compreendeu e apoiou as minhas decisões. Meus pais e minha irmã foram fundamentais nessa jornada, eles compõem a minha base e o meu refúgio. Os meus pais foram o meu suporte financeiro e, acima de tudo, o meu suporte emocional. Incontáveis vezes eu desanimei, chorei, “caí”, fraquejei e quis desistir, mas eles sempre estiveram ali por mim, sempre me estenderam a mão e nunca me deixaram permanecer “no chão”. Eles sempre acreditaram mais em mim do que eu mesma. A fé deles em mim é emocionante! Eles sempre fizeram de tudo para que eu pudesse me dedicar inteiramente aos estudos, como eu havia decidido. Então, tudo o que eles puderam fazer para evitar me tirar do foco, eles fizeram. Eu sou só gratidão.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao concurso que foi aprovada? Qual foi o segredo de manter a disciplina durante todo o período?
Elayne: Até ser aprovada no concurso da PC PR estudei aproximadamente um ano. Até ser aprovada no certame da PC PB estudei aproximadamente um ano e meio. O segredo que não me permitiu desistir durante a jornada foi o fato de eu querer proporcionar orgulho aos meus pais. Só isso me motivava. Eles são a força de que eu precisava para levantar todas as manhãs e percorrer o meu “degrau” do dia.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Elayne: Com relação às matérias jurídicas, utilizei apenas os PDFs do Estratégia. No que concerne às matérias não jurídicas, eu assistia às videoaulas, tanto as de teoria bem como as de resoluções de questões.
Meu aprendizado sempre fluiu melhor com leitura, pois a minha memória é mais visual do que auditiva. Foi pensando nisso que eu optei por utilizar os PDFs do Estratégia, por já serem referência entre os concurseiros.
Porém, necessitei assistir videoaulas de matérias que não pertencem a minha área de formação; primeiro para que eu obtivesse uma noção do conteúdo, segundo para adquirir um direcionamento; e terceiro, mas não menos importante, por sentir uma enorme dificuldade de aprendizado em tais disciplinas.
A vantagem dos PDFs é porque o estudo se torna muito mais rápido, em termos de leitura. Logo, é possível avançar o conteúdo de forma mais eficaz.
Por sua vez, as videoaulas são mais demoradas. Eu assistia às aulas, anotava tudo o que o professor falava e depois lia tudo o que eu havia anotado, complementando com o PDF disponibilizado de cada aula. Nesse diapasão, agilizaria os estudos se já houvesse uma degravação da aula disponível para o aluno, não somente os slides. Por isso, para mim, as videoaulas não são tão vantajosas.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Elayne: Por intermédio de amigos concurseiros.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou em nosso material?
Elayne: Desde que comecei a minha preparação já foi com o material do Estratégia (mesmo quando eu estudava para a área de tribunais), então não há como realizar algum tipo de comparação. Em contrapartida, ter um material “escrito” disponível, atualizado e completo realmente auxilia bastante concurseiros que, assim como eu, não conseguem assimilar conteúdo apenas com videoaulas.
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?
Elayne: Organizei o meu planejamento de estudos por ciclo. Ou seja, montei um ciclo com todas as disciplinas cobradas no certame, estrategicamente intercalando disciplinas mais difíceis e mais fáceis, assim consideradas por mim. Então, separava duas horas líquidas para as disciplinas que eu sentia maior dificuldade de aprendizado e uma hora e meia para as disciplinas que eu absorvia mais facilmente. Eu começava por uma disciplina e só passava para a próxima disciplina do ciclo quando completasse as horas líquidas reservadas àquela. Dessa forma, eu conseguia “rodar” todo o ciclo estudando todas as matérias cobradas.
Estudava, geralmente, seis horas líquidas por dia, então como eu separava duas horas líquidas para algumas disciplinas, às vezes eu estudava três disciplinas por dia, às vezes estudava mais de três disciplinas por dia quando coincidia de ser a próxima disciplina do ciclo uma das que eu reservava apenas uma hora e meia. E assim sucessivamente. Dentro do horário dedicado a cada disciplina, eu intercalava as sessões de estudo entre teoria, questões e revisão.
Estratégia: Como fazia revisões? Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?
Elayne: Eu sempre gostei de estudar grifando com marca texto as partes por mim consideradas mais importantes, inserindo ao mesmo tempo informações que eu lembrava e considerava importantes. Assim sendo, quando eu ia revisar o conteúdo, eu lia aquilo que eu havia grifado bem como eventuais anotações que eu tivesse feito. Aliado a isso, eu respondia questões diariamente. Com relação aos simulados, eu costumava fazer pelo menos um por mês. Porém, na reta final do certame da PC PB, eu realizava um simulado por semana.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Elayne: Os exercícios são realmente importantes para o aprendizado, seja por você conseguir testar o conteúdo estudado, seja por você conseguir identificar pontos fracos, seja para você aplicar o conhecimento na prática, identificar o estilo de cobrança de cada examinador, enfim, há diversas vantagens na resolução de exercícios e é a forma mais eficaz, a meu ver, de “medir” o desempenho do candidato. Nunca contabilizei a quantidade exata de questões que consegui responder durante o processo.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Elayne: Sempre tive uma enorme dificuldade em matérias referentes à área de exatas. Então estudar Raciocínio Lógico-Matemático, Estatística foi, sem dúvidas, um desafio e tanto. Para tentar assimilar o conteúdo, eu assistia às videoaulas de teoria e de resoluções de questões e tentava resolver muitas questões. A preparação para tais disciplinas ocorreu na base do erro e da repetição mesmo. De igual modo ocorreu com as matérias de Contabilidade e de Informática, pois são duas matérias de alta complexidade e que não pertencem a minha área de formação. Por constituírem um grande peso na prova da PC PB, mereceram muito mais do meu tempo de preparo.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Elayne: A minha reta final foi ainda mais estressante do que normalmente uma reta final costuma ser, pois eu não pude me dedicar inteiramente aos estudos como eu gostaria. Ocorre que foi exatamente nos vinte dias que antecederam a prova da PC PB que saiu a convocação da PC PR, para apresentação dos exames laboratoriais e complementares. Precisei despender bastante do meu tempo para realizar todas as consultas necessárias, providenciar os exames, laudos e afins. Foram dias conturbados.
Na semana que antecedeu a prova, eu busquei fazer apenas revisões e responder questões, principalmente de assuntos que eu considerava serem meus pontos fracos, bem como de assuntos que eu imaginava serem mais prováveis a cobrança. Não tentei avançar conteúdo, apesar de não ter conseguido fechar o edital, principalmente em Contabilidade e em Informática.
No dia pré-prova eu viajei da cidade em que moro para a cidade de realização da prova, cuja distância é de aproximadamente 303 Km.
O meu intuito era assistir alguns “aulões de véspera”. Porém, cheguei cansada, extremamente ansiosa e resolvi não estudar. Saí para jantar com os meus familiares, visando distrair ao máximo a minha cabeça, buscando evitar que ela desse “ouvidos” a toda aquela ansiedade que insistia em me dominar.
Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Elayne: Com relação à prova discursiva, eu procurava estar sempre atualizada de temas indicados por professores como de alta probabilidade de cobrança. Porém, só realizava a feitura de alguma “redação” no momento em que eu respondia aos simulados. Foi um erro, agora identificado. Percebi que realizar uma redação por semana, pelo menos, iria me ajudar no aprendizado sobre o gerenciamento do tempo de prova e na desenvoltura da escrita, iria me ajudar a tornar mais ágeis os meus pensamentos.
Estratégia: Como foi (ou está sendo) sua preparação para o TAF e para as demais etapas?
Elayne: Eu pratico atividade física há um tempo, gosto de treinar bem, gosto de fazer cardio, então para o TAF não terei uma preparação específica, além daquela que já é o meu habitual. Para as demais etapas ainda estou no aguardo da divulgação de maiores informações.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Elayne: Acho que cometi três grandes erros: o primeiro foi abdicar completamente do convívio com os meus familiares e amigos em momentos importantes e que, apenas hoje, eu vejo que eu poderia ter dosado melhor o meu tempo, dedicando-me a eles também. Mas é claro, com equilíbrio.
O segundo grande erro foi me inscrever em vários certames da Polícia Civil que saíram no ano de 2021. Apesar de ser o mesmo cargo, os editais eram diferentes um do outro; as provas estavam marcadas com datas muito próximas uma da outra (algumas com apenas 15 dias de diferença). Não dava para conciliar os estudos, então acabei dividindo o meu foco acreditando, com isso, estar aumentando as minhas chances de aprovação quando estava ocorrendo justamente o oposto, diminuindo as minhas chances de aprovação.
O terceiro grande erro foi negligenciar um pouco a redação, acreditei estar preparada para fazê-la no dia da prova por sempre ter gostado de provas discursivas e por estar “antenada” com relação aos temais considerados mais atuais. Subestimei o tema que a banca poderia escolher. Preparei-me para algo “mais complexo” quando fui surpreendida com um assunto “mais simples”, pelo menos em tese, e que divide bastante opiniões.
Considero que os meus maiores acertos foram: ter identificado a forma mais eficaz para absorção de conteúdo, ter escolhido o material adequado, ter realizado um bom planejamento, ter direcionado os estudos para um único cargo (porque ajudou a concentrar o foco em uma única direção) e, principalmente, não ter desistido.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Elayne: Incontáveis vezes eu desanimei, chorei, “caí”, fraquejei e quis desistir, mas meus pais sempre estiveram ali por mim, sempre me estenderam a mão e nunca me deixaram permanecer “no chão”. Eles sempre acreditaram mais em mim do que eu mesma. A fé deles em mim é emocionante! Por isso o meu maior combustível era a vontade de proporcionar orgulho aos meus pais, e essa foi a maneira que encontrei de concretizar isso, estudando mesmo repleta de incertezas, inseguranças, desânimo.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Elayne: Provavelmente muitos, senão a maioria, dos que estão iniciando a preparação, ou até mesmo aqueles que já iniciaram, possuem o mesmo pensamento que eu nutria, qual seja, o de que a aprovação em um certame público é praticamente inatingível. Na minha concepção, a aprovação não viria, porque sempre me achei incapaz de alcançar algo tão difícil. Todavia, mesmo desacreditando, mesmo desanimada, mesmo cansada, eu acordava todos os dias e só fazia o que precisava ser feito. Sentava, planejava, executava. Parece clichê, mas é verdade. Ter um bom planejamento e executá-lo, independentemente dos percalços que apareçam no meio do caminho, é a forma mais eficaz de lograr êxito.
Ademais, eu evitava, ao máximo, pensar se realmente estava no caminho certo, pois isso só gera mais ansiedade. Buscava também não me deixar abalar (ainda mais) pelas críticas (que são muitas e às vezes ocorrem de forma velada) de pessoas que jamais vivenciaram a experiência de estudar para concurso público.
Outro ponto importante é tentar não se comparar com outros concurseiros; esse foi um erro que cometi no início da minha jornada, mas com o passar do tempo eu percebi que cada pessoa possui as suas particularidades, cada pessoa enfrenta as suas próprias dificuldades, e, se eu quisesse me comparar com alguém, deveria me comparar comigo mesma, tentar enxergar a minha própria evolução.
No mais, vou ratificar aquilo que já é cristalino: estudar nunca é fácil, as reprovações são muito dolorosas e cada dia que passa é uma batalha diferente. Porém, nada supera o orgulho de você conseguir se superar dia após dia; mesmo que ninguém reconheça, nada supera a sua sensação de vitória quando se consegue fazer prevalecer a disciplina naqueles dias que te falta o foco (e são muitos).
É uma jornada solitária, mas ao mesmo tempo é um momento de grande aprendizado, inclusive pessoal.
Espero que, com esse singelo relato sobre a experiência que vivenciei, eu tenha conseguido contribuir para aqueles que ainda estão aguardando a tão sonhada aprovação. Não espere motivação de ninguém, nem mesmo de si próprio, só faça o que precisa ser feito, todos os dias. O resultado virá. Lembre-se de que se a jornada de estudar para concursos é difícil, desistir da vida que você quer ter não vai tornar a sua vida atual mais fácil.