Aprovada nos concurso IBAMA (em 5º lugar para Técnico Ambiental em SP) e ICMBio (4º para Técnico Ambiental no AP e 8º para Analista Ambiental no PA)
Executivo (Administrativa)“A aprovação é questão de tempo, havendo motivação e vontade de conquistar um cargo público como plano de vida, não desista! É um desafio que vai exigir sacrifícios e que deve ser encarado como um projeto de vida, uma espécie de imersão”
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Confira nossa entrevista com Nidia Reis de Paiva, aprovada nos concurso IBAMA (em 5º lugar para Técnico Ambiental em SP) e ICMBio (4º para Técnico Ambiental no AP e 8º para Analista Ambiental no PA):
Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam conhecê-la. Qual a sua formação, idade e cidade natal?
Nidia Reis de Paiva: Tenho 33 anos, sou formada em Geografia pela USP, nasci e sempre morei em São Paulo/SP.
Estratégia: O que te levou a tomar a decisão de começar a estudar para concursos?
Nidia: Eu sempre tive um pé no setor público. Na época que estudei arquitetura (não me formei), pesquisei o departamento de obras da prefeitura de São Paulo; depois, na época da geografia, entrei em uma empresa do Estado na área de planejamento metropolitano. Quando tiveram os últimos concursos do IBAMA e ICMBio, lá em 2013/2014, eu estava entrando na graduação em Geografia e pensei: preciso ficar de olho nisso, quando sair o próximo, vou correr para me formar, se precisar, porque preciso trabalhar como geógrafa em um desses órgãos.
São órgãos de referência nacional e internacional, e quase 10 anos sem concurso, pensei: a minha chance é agora!
Eu trabalho no mundo coorporativo atualmente, a adoro o que faço. Mas sempre foi minha vontade trabalhar no setor público, claro, também pelo salário, estabilidade e direitos, mas principalmente porque é onde me vejo atuando como geógrafa.
Estratégia: Você trabalhava e estudava? Se sim, como conciliava?
Nidia: Eu trabalhava 8h por dia e fazia uma especialização. Sabia que não ia conseguir conciliar essas duas atividades mais os estudos para concurso. Então, em outubro, na fase de escolha da banca, quando tudo indicava que em pouco tempo já teríamos os editais, conversei no trabalho e foi me dada a oportunidade de reduzir minha carga horária pela metade. Tive redução salarial também, mas pude contar com outra fonte de renda.
A partir de novembro passei a trabalhar até às 13h e à tarde estudava para os concursos. Em dezembro e janeiro também deixei de fazer algumas disciplinas da pós para conseguir focar totalmente nos concursos.
Estratégia: Em quais concursos já foi aprovada? Em qual cargo e em que colocação? Pretende continuar estudando?
Nidia: Fui aprovada em uma sociedade de economia mista no estado de São Paulo, em 2014, onde fiquei até 2018. Atualmente, fui aprovada em 5º lugar para Técnico Ambiental do IBAMA em São Paulo, 4º para Técnico Ambiental do ICMBio no Amapá e 8º para Analista Ambiental no Pará.
Por enquanto não vou continuar estudando. Tenho interesse também nos concursos da ANA e do MMA, e vou ficar de olho em outras oportunidades mais próximas de São Paulo, caso não me adapte à vida longe. Mas essa conquista no ICMBio me deixa satisfeita com possibilidades de trabalho e carreira e também por atuar na região Amazônica, com ação em campo.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos e família?
Nidia: Quando comecei a pegar firme nos estudos, em novembro, já reduzi a quantidade de encontros com famílias e amigos. Depois do edital, no fim do mês, reduzi mais ainda. Com as amigas o corte foi mais drástico, avisei: só vamos nos ver depois da prova. A família eu continuei vendo aos finais de semana, mas em menor quantidade do que antes.
Estratégia: Você é casada? Tem filhos? Sua família e amigos entenderam e apoiaram sua caminhada como concurseira? De que forma?
Nidia: Não sou casada e não tenho filhos. Na época dos estudos me relacionava com uma mulher que foi super compreensiva, deixamos de fazer programas fora de casa por um tempo, nossos encontros giravam em torno dos meus horários.
Minha família me apoiou desde o começo, me ajudaram com marmitas para que eu pudesse dispender menos tempo cozinhando e me ofereceram ajuda financeira, caso eu precisasse, além de serem compreensivos com minha ausência nos encontros.
Tudo isso parece mais fácil quando tem o edital, porque você sabe que todo aquele esforço e tudo do que você está abrindo mão tem hora para acabar.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo direcionado ao último concurso? O que fez para manter a disciplina?
Nidia: Estudei 3 meses: novembro, dezembro e janeiro. Na verdade, comecei no final de outubro, mas era muito pouco por dia. Eu tinha o planejamento do meu dia, que horários iria estudar e quantas horas gostaria de cumprir por dia, sabendo quantas disponíveis eu tinha. Tinha dia que era mais difícil manter o foco, mas tentava compensar em outro, mantendo sempre a meta da semana.
Ter reduzido a carga horária no trabalho e deixado algumas matérias da pós me ajudou, de certa forma me forçava a estudar nos horários que antes eram para isso. Mas o que mantém a disciplina é a vontade de passar, de correr atrás de um sonho.
Estratégia: Quais materiais e ferramentas você usou em sua preparação? (Aulas presenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens?)
Nidia: Estudei, principalmente, pelos PDFs do Estratégia. Nas últimas duas semanas que antecederam a prova do ICMBio mudei a estratégia. Tinham muitos conteúdos que não tinha visto e o estudo pelo PDF, apesar da absorção de conteúdo funcionar bem, é mais demorado. Optei por assistir ao conteúdo das aulas no Youtube, de Hora da Verdade, de Reta Final, pois ali estariam concentrados os principais assuntos de cada matéria que os professores consideram com mais probabilidade de cair.
Para mim os dois métodos funcionaram. A leitura do PDF é vantajosa pela fixação do conteúdo, por ter as anotações concentradas num só lugar. As videoaulas funcionam bem para assuntos mais complicados, mas para conseguir absorver bem, eu preciso fazer anotações, o que pode deixar mais demorado.
Eu também tinha instalado no celular o app do Estratégia, lavava louça ouvindo as aulas do cast e dormia também com as aulas no fone ou resolvendo questões. No último mês eu respirava isso.
Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?
Nidia: Pela internet, pesquisando no Google. Encontrei alguns outros cursos e fui pesquisando qual estava melhor ranckeado. Eu sempre duvido dessas pesquisas, acho tendenciosas, mas por desconhecimento eu não tinha opção, tive que confiar. Dei uma olhada em aulas de um concorrente e nas aulas do Estratégia, e acabei sentindo que me identificava mais com a coruja.
Estratégia: Depois que você se tornou aluno do Estratégia, você sentiu uma diferença relevante na sua preparação? Que diferencial encontrou nos materiais do Estratégia?
Nidia: Comecei os estudos com a assinatura básica do Estratégia, um mês depois saiu o edital. Fiquei desesperada com a quantidade de conteúdos e perdida no que eu precisava focar. Eu já tinha aprendido como fazer meu planejamento de estudos e de matérias, mas não queria perder tempo com isso, então fiz um upgrade para a assinatura premium para ter acesso às Trilhas Estratégicas. Elas me ajudaram muito!
As monitorias que participei também me ajudaram, é um espaço onde você vê que tem mais gente com as mesmas dúvidas, passando pelas mesmas inseguranças e os monitores orientam. Foi numa delas que o monitor orientou assistir as videoaulas de reta final que estava sendo feitas e eu vi que estava adotando a estratégia correta, isso me deu segurança para continuar nela!
Estratégia: Como montou seu plano de estudos? (Estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Quantas horas líquidas estudava por dia?)
Nidia: Antes de começar os estudos, assisti alguns vídeos do Prof Bruno Bezerra, com dicas de como montar um plano de estudos. Comecei estudando 4 matérias ao mesmo tempo de conhecimentos básicos. Fui aumentando as horas líquidas aos poucos, para pegar no ritmo até chegar em 4h diárias. Não era todo dia que eu conseguia, mantive uma média de 20h líquidas por semana nesses 3 meses.
Depois que passei para a assinatura premium, comecei a estudar a quantidade de matérias sugeridas nas Trilhas Estratégicas.
Estudava pelo método do pomodoro, com um tempo de concentração, um tempo de descanso. Cumprida a tarefa de uma disciplina eu ia para outra, podia ser a leitura do PDF, a resolução de questões, leitura do resumo…
Estratégia: Como fazia suas revisões? (Costumava fazer resumos, simulados ou algo mais?)
Nidia: Não fazia resumos, porque sabia que não tinha tempo hábil para isso. Durante as revisões eu relia meus grifos nos PDFs, ou usava resumos prontos dos materiais do Estratégia, fazia mais questões e refazia as que eu tinha errado da primeira vez.
Em relação aos simulados, cheguei a fazer um do IBAMA, mas como tinha uma quantidade muito grande de conteúdo que eu ainda não tinha estudado, só me deixou nervosa e insegura, então optei por não fazer mais nenhum, pois sabia que iria me desestabilizar. Se eu tivesse já abordado uma parte maior do conteúdo, tentaria de novo.
Chegando perto da data da prova, bate muito medo de cair exatamente aquele conteúdo que você não estudou, mas pela orientação dos professores durante essa fase, não é o momento de aprender coisas novas. Eu fiz questão de revisar os conteúdos que já tinha visto, porque não podia errar algo que eu já tinha despendido um tempo grande para aprender; e em relação aos conteúdos novos fui lendo o que dava da parte específica, pois ajudaria tanto na prova objetiva, como na discursiva, e pela minha formação em geografia, eram assuntos que eu tinha alguma proximidade.
Estratégia: Qual a importância da resolução de exercícios? Lembra quantas questões fez na sua trajetória?
Nidia: Na minha preparação prévia pelos vídeos de dicas, entendi a importância da resolução de exercícios para fixar o conteúdo, ver onde está errando e voltar para revisar. Sempre que eu terminava um PDF, a próxima vez que pegava aquela matéria resolvia os exercícios. Eu anotava os que tinha errado e quando revisava, voltava neles.
Eu tinha o aplicativo do Estratégia no celular, então às vezes no ônibus ou antes de dormir eu resolvia questões.
Estratégia: Quais as disciplinas você tinha mais dificuldade? Como fez para superar?
Nidia: Quando comecei a estudar Direito Administrativo achei muito difícil, porque além do conteúdo em si, a linguagem é diferente de tudo que eu já tinha visto. Tem que saber alguns conceitos prévios para entender o conteúdo. Essa disciplina, para mim, é um dos maiores exemplos da qualidade do material do Estratégia, porque conforme eu avançava nas aulas, os assuntos iam se interligando, os elementos de outras aulas eram retomados, a coisa ia tomando corpo e eu acabei aprendendo (e gostando!).
Tive dificuldade em algumas aulas específicas de Recursos Florestais, como dendrometria e inventário florestal. Com o tempo que gastaria para entender e decorar fórmulas eu poderia estar aprendendo outras 3 aulas de outras disciplinas, então pulei essas aulas. A dificuldade e o tempo gasto dava gatilhos de inseguranças, achei mais proveitoso canalizar energia em outros assuntos. Nas aulas de Reta Final, a professora Monique abordou esses assuntos e tudo ficou mais claro para mim. É um exemplo de como cada material e ferramenta pode funcionar melhor para cada disciplina. No primeiro caso, com Direito Administrativo, insisti na leitura dos PDFs; em Recursos Florestais, as videoaulas ajudaram.
Estratégia: Como foi sua rotina de estudos na semana que antecedeu a prova e no dia pré-prova?
Nidia: Na semana anterior à prova do ICMBio eu peguei férias no trabalho para poder conseguir estudar mais horas.
Meu dia pré prova, tanto para o IBAMA como para o ICMBio, foi assistindo 12h de aulas de Revisão de Véspera pelo YouTube do Estratégia. Muitos conteúdos abordados caíram nas provas.
Tem quem prefira descansar e esfriar a cabeça na véspera, eu sempre gostei de estudar, dar aquela revisada final. Ainda na época do vestibular eu levava anotações para ler enquanto esperava a hora da prova, fiz o mesmo nesses concursos. Tenho uma boa memória fotográfica, por isso gosto de reler minhas anotações pouco antes, lembro do local da folha onde ela estava, das cores das canetas (rs).
Estratégia: No seu concurso, além da prova objetiva, teve a discursiva. Como foi sua preparação para esta importante parte do certame? O que você aconselha?
Nidia: Mesmo sabendo da importância da prova discursiva, eu só tinha 3 meses para abordar o máximo de conteúdo que pudesse, e de nada adiantaria me preparar demais para ela e não passar na nota de corte. Eu li o material da primeira aula, onde constam dicas fundamentais de estrutura de texto, e foquei em atualidades e notícias sobre a área de meio ambiente.
Tenho uma boa base de redação pelo colégio, vestibular e pela experiência de trabalhos na graduação, me apeguei a isso e estava sempre atenta às notícias sobre meio ambiente. Vi nas aulas de Reta Final e Retrospectiva do professor Rodolfo a importância de usar esses elementos da atualidade para o texto sair da mesmice, mostrar conteúdo. Foquei nisso. Li e reli minhas anotações de atualidades, inclusive no dia das provas, e usei muita coisa na discursiva.
Estratégia: Quais foram seus principais ERROS e ACERTOS nesta trajetória?
Nidia: Meu principal erro foi ter negligenciado a letra da lei. Muitas questões cobraram a literalidade dos artigos e por causa de uma palavra que a banca troca, você acaba errando a questão. Como eu tinha visto que o estudo da lei seca é para um concurseiro avançado, optei por priorizar outros materiais, mas hoje, já tendo feito a prova, teria sido bom se eu tivesse conseguido ler mais as leis.
Apesar de ter aberto mão de encontros sociais, acredito que eu podia ter sido ainda mais restritiva. O que são três meses dentro de uma vida, ou de uma busca por um sonho? Tinha gente que me falava “você precisa descansar” e eu pensava “posso descansar tudo que quiser depois do dia 06 de fevereiro”. E nessa fase, a maioria das vezes que saímos ficamos com peso na consciência de não estar estudando, o que gera ansiedade e prejudica nossa relação com nosso próprio planejamento. Então, teria dito mais nãos, sabendo que em breve tudo acabaria.
Acho que acertei em ter confiado nas minhas estratégias, em ter começado pelos PDFs, em saber a hora de parar de querer ver conteúdo novo e revisar, em ter aceitado também que era hora de focar nas videoaulas (por mais que desse aquela dúvida “não deveria estar lendo outro PDF”).
Com o tempo que tive, para mim foi impossível abordar todo conteúdo, ter aceitado isso e não deixado que esse fato me impedisse de continuar, e ter confiado nas escolhas que eu fazia, seja orientada pelos materiais, seja pela minha experiência, de que conteúdo priorizar, foi o principal acerto.
Estratégia: Chegou a pensar, por algum momento, em desistir? Se sim, qual foi sua principal motivação para seguir?
Nidia: Não cheguei a pensar em desistir, mas achei, em muitos momentos, que não ia conseguir, que faltava muito conteúdo e a concorrência era muito alta. Mesmo desesperançosa com a possibilidade de passar, segui, pois eu nunca iria me perdoar por não ter tentado tudo que eu podia. Uma coisa é você não passar e pensar: eu fiz tudo que estava ao meu alcance. Outra coisa é você não passar e pensar: eu sei que não fiz tudo que podia. E essa sensação eu não queria sentir. Afinal eu tinha mudado minha vida toda, estava trabalhando e ganhando menos, longe de família e amigos, tinha trancado a pós, isso precisava valer a pena.
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso? Deixe sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Nidia: O que eu diria para quem está começando, é que a aprovação é questão de tempo, havendo motivação e vontade de conquistar um cargo público como plano de vida, não desista! É um desafio que vai exigir sacrifícios e que deve ser encarado como um projeto de vida, uma espécie de imersão. Eu tive muitos direitos garantidos durante a vida que me deram oportunidades de acesso à educação de qualidade e me facilitaram alcançar um resultado positivo em menos tempo do que eu imaginava. O apoio familiar, inclusive financeiro, também foi fundamental, possibilitando que durante minha jornada eu pudesse investir nos estudos que me deram frutos agora. Dependendo das possibilidades e conjuntura de vida de cada um, pode ser um caminho mais ou menos árduo, mais ou menos demorado, mas ele pode vir para todos.
(Sobre a foto no topo da entrevista: fui fazer a prova no Amapá e emendei em uma semana de férias passeando por lá. Tirei essa foto na base do ICMBio na Floresta Nacional do Amapá. Fiz um turismo de base comunitária, com uma comunidade ribeirinha muito acolhedora, que me tratou como se eu já tivesse sido aprovada, e não é que eles tinham razão?! Rrs)