BREXIT (Britain Exit) foi a sigla usada para referir-se a proposta de saída dos britânicos da União Europeia. Assunto quente para concursos públicos em atualidades, vestibulares tradicionais e ENEM. Foi realizado o plebiscito dia 23/06/2016, em que no resultado final determinou que o Reino Unido saia da União Europeia. Isso terá grandes implicações na União Europeia e Zona do Euro (mesmo que o Reino Unido Continue usando a libra esterlina). Este resultado tem provocado muito alvoroço. O primeiro ministro David Cameron, que convocou o plebiscito no início de seu mandato, renunciou ao governo. Era favorável à permanência do Reino Unido na União europeia. O resultado do pleito foi diferente nos membros no reino: Inglaterra e País de Gales o resultado foi pela saída do bloco. Na Escócia e no Ulster (Irlanda do norte) o resultado foi pela permanência. O conflito interno tornou-se inevitável e os escoceses que votaram num plebiscito no final de 2014 para decidir se permaneceriam no RU, agora querem outro. Com a discordância quanto a permanência na U.E entre escoceses e ingleses, se inflamou o nacionalismo separatista na Escócia para exigirem novo plebiscito. Não veem razões para permanecer no RU fora da União Europeia. A saída pode comprometer as exportações inglesas, que direcionam mais da metade da produção ao bloco.
Entre os fatores que mais pesaram para a decisão do inglês médio, foi a imigração, que aumentou drasticamente após a crise de refugiados provocada pela guerra da Síria. A crise europeia que se arrasta desde 2010, também pesa a questão fiscal. São os terceiros contribuintes com o fundo europeu e retira menos da metade dos recursos que envia ao bloco.
O que é o reino Unido?
O Reino Unido é formado por quatro países: Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda do norte ou Ulster. Os britânicos são todos os habitantes das ilhas britânicas, as duas mais importantes a ilha da Grã Bretanha e a Ilha da Irlanda. Na ilha da Grã-Bretanha estão Inglaterra, Escócia e País de Gales. Na ilha da Irlanda temos a República da Irlanda ao sul, também chamada de Eire, e a Irlanda do Norte ou Ulster, pertencente ao R.U.
Por séculos a Inglaterra impõe uma política de dominação nos territórios ao seu redor, e durante a Idade Moderna teve um grande expansionismo sobre os povos das Ilhas Britânicas. A estabilidade do conjunto político do Reino Unido, sempre sofreu com o separatismo. A República da Irlanda separou-se do Reino Unido em 1922, e promoveu um grande ânimo nos grupos nacionalistas separatistas da Irlanda do Norte. O conflito religioso é um dos destaques pois um dos argumentos que justificam a união dos quatro membros do Reino Unido é o de que são protestantes anglicanos. Mas no Ulster desde o século XIX, há movimentos separatistas e o mais importante deles, que teve uma atuação destacada nas décadas de 70 e 80 foi o IRA (exército republicano Irlandês) que chegou a ser considerado o principal grupo terrorista do mundo. O IRA ainda existe mas abandonou o terrorismo e tomou o caminho institucional: tornou-se um partido político. Prega seu ideal separatista pelas vias democráticas e legais. O conflito religioso entre católicos e protestantes na Irlanda do Norte é violento. A capital Belfast é dividida ao meio por um muro cujos portões são fechados à noite separando o lado protestante do católico. A maioria dos cidadãos dos dois lados aprovam o muro por se sentirem mais seguros.
A Escócia é parte do RU desde o início do século XVIII, e também possui seu movimento separatista. O partido nacional escocês apoia a independência do país, ou seja, sua separação do R.U. Há tempos o partido nacionalista vem se fortalecendo até que foi realizado um plebiscito em 18 de setembro de 2014, para decidir se permaneceriam ou sairiam do Reino, mas por uma diferença muito pequena, 54% dos votos, permaneceram unidos. O resultado não desanimou os nacionalistas que pretendem agora um novo plebiscito, já que a maioria dos escoceses prefere ficar na União Europeia, e o Reino Unido está agora em processo de organização de sua saída. O parlamento britânico tem de decidir agora como vão realizar a saída. Apesar de poderem vetar o plebiscito, isso é muito improvável, pois seria o suicídio político de muitos deputados diante dos eleitores.
A União Europeia e seu contexto atual.
O bloco econômico passa um dos seus piores momentos nas relações de integração. Desde a crise europeia em 2010 e a grande dívida pública, e gastos dos PIIGS (Portugal, Itália, Irlanda, Grécia e Espanha) a tensão é evidente entre os membros do bloco. De um lado os maiores devedores (PIIGS) e os maiores credores (Alemanha, França e Reino Unido). A Alemanha chegou a propor que a Grécia saísse do bloco. Alguns gregos chegaram a anunciar um plebiscito de saída da Grécia, o GREXIT. Para a Grécia seria muito mais difícil sair pois depende mais do bloco. O Reino Unido além de depender menos, é um membro pouco integrado, pois além de não usar o Euro, a moeda europeia, também não participa do Espaço Shenguen, o espaço de livre circulação de pessoas na Europa (nem todos os membros da U.E são do Espaço Shenguen e há países que não são do bloco e pertencem a ele).
As migrações associadas à crise tem provocado um expressivo aumento da xenofobia (aversão à estrangeiros). Mais de dois milhões de refugiados e imigrantes entraram na Europa. Há a barreira cultural entre uma civilização cristã e outra islâmica, e também o argumento econômico da competição por empregos. A xenofobia é contraditória e fundamentada somente no preconceito, pois as sociedades europeias possuem populações idosas e já ocorre falta de mão de obra, que é cada vez mais escassa, pois aqueles que se aposentam não são repostos por quem entra no mercado de trabalho. A Xenofobia é um paradoxo no sentido estrutural: analisando o macro, é fácil perceber que a maioria dos países são adultos e idosos e portanto precisam dos imigrantes como mão de obra e são também importantes consumidores.
O Histórico isolamento britânico.
A União europeia teve como seus embriões o BENELUX-zona de livre comercio formada por Bélgica, Holanda e Luxemburgo, que deu tão certo que em pouco tempo assinaram o acordo de criação da CECA: Comunidade econômica do Carvão e do Aço. Esta última foi a primeira organização supranacional (acima dos países, funciona com soberania partilhada) econômica e trouxe a estabilidade, prosperidade e a paz para a Europa. Após a CECA o conflito secular entre França e Alemanha por territórios, especialmente a Alsácia Lorena (produtora de carvão e aço) cessaram. Passaram a colaborar para o crescimento econômico ao invés de disputar territorialmente o espaço. A solução de compartilhar se mostrou mais eficiente, estável e lucrativa.
Desde a década de 50 o bloco se fortalece e o Reino Unido entrou somente em 1973. Por duas razões fundamentais: A desconfiança e a preocupação de perder sua autonomia monetária e fiscal, e também pela oposição da França, que quando era governada por Charles de Gaulle, vetou por duas vezes a entrada do Reino Unido.
Logo que entraram no bloco, foi realizado em 1975 um referendo no R.U para decidir a permanência no bloco em que acabara de entrar. Nesta época a principal liderança em favor do Reino no bloco, que na época era conhecido como MCE (mercado comum europeu) foi a conservadora Margaret Thatcher.
• Não usa o Euro (moeda europeia) e não é do Espaço Shenguen (acordo de livre circulação de pessoas)
O BREXIT e suas consequências.
Os ânimos se agitaram muito. Até mesmo violentamente. A líder política Jo Cox foi assassinada dias antes do plebiscito. Era a maior defensora no norte britânico pela permanência do R.U na U.E. O atentado influenciou nos resultados. No norte da ilha da Grã Bretanha deu permanência na Escócia e também em algumas regiões da Inglaterra.
O primeiro ministro David Cameron, que chamou o plebiscito no início de seu mandato, renunciou logo após o resultado: Era favorável à permanência na União Europeia. Afirmou que seria mais coerente daqui para frente que o governo seja liderado por alguém favorável ao BREXIT (saída).
Na Escócia, em novembro de 2014 foi realizado um plebiscito para a população decidir sobre a permanência no R.U. O resultado da votação foi pela permanência no Reino. Mas é importante percebermos que foi uma decisão muito apertada, pouco além do empate técnico. O resultado foi vitorioso com 54% dos votos. O resultado do BREXIT animou as lideranças separatistas escocesas que agora querem um novo plebiscito. Pretendem ficar na União Europeia. O efeito dominó é uma das principais consequências imediatas, pois anima outros países a realizarem plebiscitos, como é o caso da Espanha, Áustria e Grécia que possuem propostas para realizarem seus próprios plebiscitos quanto a permanência no bloco. Não há dúvidas que é um mau momento para a integração europeia, mas talvez haja um certo exagero ao afirmarmos que o bloco poça desaparecer. Enfraquecer-se é certo. Acabar, muito improvável.
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Aplicação:
1) O Reino Unido é um dos berços da democracia contemporânea. A Revolução Inglesa no século XVII transformou a monarquia britânica para sempre. A partir daí a burguesia chegou ao poder através do parlamento impondo ao rei o Bill of Rights (a declaração de direitos), que limitava o poder real, além da implantação de uma monarquia parlamentar. Também na revolução Inglesa surgiu o direito de Habeas Corpus, para que o indivíduo possa se proteger de possíveis abusos do Estado. A Inglaterra foi durante os séculos XVII, XVIII e XIX e início do XX a maior potência militar e econômica mundial. Neste período expandiu conquistando territórios vizinhos como o Uster (Irlanda do Norte). Atualmente tem vivido momentos políticos importantes. Em 2014 e 2016 um importante instrumento da democracia direta foi usado. No final do ano de 2014 na Escócia e no primeiro semestre de 2016 foram realizados importantes plebiscitos. Considerando o atual contexto europeu e do Reino Unido identifique quais plebiscitos ocorreram, o que pretendiam decidir, e qual o resultado nos pleitos (votações). Indique ao menos um fator que contribuiu no contexto atual para o resultado do plebiscito de 2016.
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Resposta:
Em 2014 ocorreu o plebiscito da Escócia que pretendia se separar do Reino Unido. O resultado foi a permanência no reino.
Em 2016 ocorreu o plebiscito para que os cidadãos do Reino Unido (nos quatro países) decidissem pela permanência ou saída do Reino da união Europeia. O resultado foi o BREXIT, ou seja, a saída do reino da União Europeia. O principal fator que pesou para o resultado do plebiscito é a questão da imigração. Os ingleses estão insatisfeitos com a grande onda de imigrantes agravada pela guerra civil da Síria, e tem ocorrido um aumento da xenofobia.
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