Olá pessoal! Toda vez que sai um concurso com vagas em Brasília, como é o caso da ANVISA (78 vagas para a capital federal), muitos alunos nos questionam se vale mesmo a pena prestar. A principal preocupação costuma ser o “custo de vida” em Brasília. Resolvi escrever este breve artigo para ajudá-los a conhecer melhor a cidade e, com isso, tomarem as suas decisões.
Aqui no Distrito Federal temos a região central, conhecida como Plano Piloto, e as “cidades satélites” (regiões administrativas). O Sudoeste, região que mostro no vídeo, tecnicamente não faz parte do Plano Piloto, mas é como se fizesse, dada a grande proximidade. Assim, neste artigo vou tratá-lo como integrante do Plano, assim como o bairro Noroeste, Asa Sul, Asa Norte e o centro propriamente dito.
A maioria dos locais de trabalho, em particular para o serviço público, localizam-se no Plano Piloto. Assim, quem mora no Plano gasta menos tempo com deslocamento, enfrenta um trânsito bem mais tranquilo. Além disso, o Plano Piloto tem índices de violência bem inferiores aos das cidades satélites, onde se concentram a maioria dos casos de violência. Em linhas gerais, é bem mais seguro que a maioria das grandes cidades brasileiras.
Naturalmente, o custo de vida no Plano Piloto é mais elevado que nas cidades satélites. Só para dar uma ideia do custo de moradia, que costuma ser o maior impacto para a maioria das pessoas:
Vale lembrar que o Técnico da ANVISA ou do INSS começa ganhando em torno de R$7.700, os Técnicos de Tribunais acima de R$8.000, e a maioria dos cargos de nível superior parte de R$13.000 ou mais.
Dentre as vantagens de se morar no Plano Piloto, destaco a maior segurança e a proximidade com o local de trabalho. Do Sudoeste Econômico para a Esplanada dos Ministérios, por exemplo, leva-se em torno de 15 minutos de carro. Dá pra almoçar em casa rs…
É possível encontrar preços bem mais modestos nas cidades satélites. Em Águas Claras, por exemplo, não é difícil encontrar apartamentos de 2 quartos com aluguel inferior a R$1.000 (clique se quiser ver o anúncio).
Espero ter contribuído para o seu entendimento e a sua decisão. Pensando apenas sob a ótica financeira, se a diferença entre o que você ganha hoje em sua cidade e o que você vai ganhar aqui em Brasília for de uns R$3.000 ou mais, acredito que já valha a pena a mudança (mesmo considerando os custos mais elevados daqui). Mas, é claro, cada um precisa fazer a sua análise…
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Estimado Prof. Arthur,
Primeiramente parabéns pelas suas excelentes aulas e também pela boa vontade em ajudar os possíveis interessados em morar em Brasília!
No entanto, gostaria de acrescentar alguns contrapontos que são importantes ponderar, se me permite.
1. Por R$ 1.600 na CCSW só se for kitinete de 25 a 30 m2. No Sudoeste econômico até dá para achar algo nesse valor, mas aí onde você filmou não dá não. Por exemplo, no prédio branco que aparece no seu filme, o Rivoli, o aluguel é na faixa de R$ 3.500 para cima. Nessa quadra aí os valores são bem mais altos por causa da localização.
2. Não é só alugar um imóvel e pronto. O condomínio costuma ser caro, porque a mão-de-obra em Brasília é cara e eleva o preço de qualquer serviço - por exemplo, de porteiro, faxineira, etc. Sem falar nos custos indiretos de serviços necessários a eventuais manutenções, tais como de encanador, eletricista, marceneiro, dentre outros. Além disso, dada a arrogância de alguns moradores, as reuniões de condomínio não são nada fáceis.
3. Alimentação no Sudoeste é caríssima. A pessoa até pode almoçar em casa, mas vai pagar caro. Fora os custos de deslocamento casa-trabalho-casa. Se depender de transporte público está lascado, então vai ter que comprar um carro ou moto. De moto (ou bicicleta) pode esquecer qualquer possibilidade de locomoção no período de chuva, principalmente por causa dos alagamentos. E de novo, no Sudoeste qualquer comprinha básica de supermercado ou feira vai custar caro, muito caro.
4. Se a pessoa vier sozinha, prepare-se para passar um bom tempo deslocada. A sociedade brasiliense não é nada acolhedora. Na maioria das vezes os amigos serão do trabalho mesmo e vai levar um tempinho para se conseguir participar das panelinhas. Eventualmente os primeiros amigos serão aqueles que também estão na mesma situação.
5. No trabalho, dependendo do órgão, a pessoa certamente se decepcionará com a falta de meritocracia (na grande maioria). São inúmeros os casos de pessoas que trabalham bem, são competentes, dedicadas, etc, mas não progridem porque "do nada" vai aparecer um indicado ou apadrinhado para o cargo de coordenação, chefia, assessoramento, que seria, por merecimento, daquela que de fato faria jus à progressão. É claro que há exceções.
6. Realmente é bacana ver os pedestres atravessando a faixa tranquilamente. Mas vá a uma farmácia, feira, supermercado, padaria, restaurante e prepare-se para ver gente que, apesar do nível social, não tem a menor consideração ou respeito por aqueles que estão atendendo, prestando serviços. Sabe aquele tipo de gente que só falta dizer: você sabe com quem está falando? Às vezes chegam a dizer...
Bom, é isso. A cidade pode até ter suas qualidades logísticas, mas dependendo da situação não é essa maravilha toda não.
Por isso, eu que vim, estou voltando; e assim tantos outros, com a ajuda dos concursos para TRTs, TREs...
No mais, um abraço e, novamente, parabéns pelas suas excelentes aulas!
Oi Erick, tudo bem? Obrigado por participar dessa discussão, fornecendo informações bastante relevantes.
Preciso deixar mais claro a situação que eu tinha na cabeça ao fazer o vídeo. Imagine uma pessoa que hoje ganha R$3.000 em sua cidade, e fica sabendo que terá um concurso de nível médio em Brasília para a ANVISA (inicial de R$7.600). Ou uma pessoa que ganha R$8.000 em sua cidade e fica sabendo que terá concurso para o Banco Central com vagas apenas para Brasília (inicial acima de R$13.000). Vejo muita gente deixando de lado essas oportunidades de prestar concursos como estes pensando exclusivamente no fato de que o custo de vida em Brasília é maior. De fato ele é maior, mas não é TÃO maior assim a ponto de não valer a pena mudar. Essa pessoa vai gastar mais morando aqui mas, mesmo assim, vai sobrar mais dinheiro no final do mês.
Alguns esclarecimentos importantes em relação aos pontos que você citou:
1- no próprio artigo eu deixei links para anúncios de imóveis com os preços que citei. Clicando nos links, você verá um apartamento no sudoeste econômico por R$1.200 (60 metros quadrados, 2 quartos), e outro na CCSW por R$1.600 (50 metros, 2 quartos).
2- os demais custos também existem nas outras cidades. Em Brasília é um pouco mais caro? Sim. Mas cada um precisa comparar com a sua realidade. É melhor ficar na sua cidade ganhando um salário menor ou vir para Brasília e ganhar mais (mas gastar mais também)?
3- discordo que a alimentação no sudoeste é caríssima. Aqui do lado da minha casa tem um restaurante self service onde uma refeição minha não passa de R$15. Ou melhor, não é mais cara do que em outras capitais. Além disso, nos ministérios a alimentação é subsidiada, saindo bem barata. R$20 reais o quilo é um preço bem comum nos restaurantes dos ministérios. Isso é caro para quem ganha R$8.000 ou R$13.000? Quanto aos mercados de conveniência, de fato eles são mais caros (pela conveniência). Quem quer pagar mais barato, é só pegar o carro e ir até um supermercado mais distante.
4- discordo desse clichê de que "Brasília não é uma cidade acolhedora". Pelo contrário, eu conheci muita gente boa aqui, e de todos os lugares do país. Mas é claro que isso exige que a pessoa vá atrás. Não dá pra esperar passivamente. Além dos amigos do trabalho, é muito fácil conhecer pessoas em outras atividades. Por exemplo, quem gosta de andar de bicicleta, rapidamente vai encontrar uma ótima turma aqui (eu encontrei). Quem gosta de correr, jogar futebol, etc... enfim, é uma questão de não ficar parado esperando as pessoas.
5- o ponto 5 (meritocracia) é igual em qualquer serviço público. São deficiências do serviço público como um todo que não tem relação com a cidade.
6- os problemas de educação que você citou existem em qualquer cidade. Só que, nas outras cidades, além de todos esses problemas, temos a falta de educação com o pedestre. Em Brasília esse problema é amenizado.
Enfim, na hora de decidir em que cidade morar, acho que é importante comparar olhando apenas fatores que tem relação com isso, evitando olhar pontos que não tem relação com a cidade.
Sinceramente, eu acho muito bom mesmo morar em Brasília. Considero "essa maravilha toda" sim. Mas é uma opinião pessoal :)
Abraço
Prof. Arthur Lima
Excelente artigo! Qual cidade satélite o senhor indica, professor?
Oi Thalita. Sinceramente, eu sempre dei preferência a morar no plano piloto (mesmo que em um apartamento menor) do que nas cidades satélites, pela questão da proximidade com o trabalho e com os demais serviços que precisamos no dia a dia. Mas vale a pena conhecer cidades satélites como Águas Claras (muita gente do serviço público mora lá).
Abraço
Prezado ERIC, o professor está correto sim .. posso rebater cada argumento seu e não sou de fora, nasci e cresci em Brasília, por isso posso falar com propriedade sobre minha cidade:
1. Os valores apresentados pelo professor estão corretos e digo mais, no próprio centro de Brasília, o aluguel de um apartamento de 2 quartos na Asa Sul pode sair por 1500 reais, meu primo mora em um na 407 sul e paga esse valor.
2. Realmente o condomínio pode custar caro, devido alguma taxa extra mas geralmente fica em torno de 200 a 300 reais, nada absurdo. Sem contar que a taxa extra quem pode pagar é o proprietário, por isso, no meu bloco na 411 sul, o valor é 510 reais, mas o inquilino só paga 250.
3. Alimentação não é caríssima, nem no Sudoeste nem em outro lugar, está cara como em qualquer outra cidade. Fui no mês de agosto pra Belém e em Maio pra Floripa e os preços são basicamente os mesmos.
4. bom tempo deslocada? negativo. Pessoas simpáticas ou acolhedoras existem em qualquer lugar do mundo, não trate a personalidade do seu vizinho como exceção pra Brasília inteira né?
5. Pessoas desonestas ou corruptas também vai existir em qualquer lugar do mundo, mais uma vez, não generalize a personalidade do seu chefe ou o que aconteceu no departamento do seu trabalho como uma regra para todo serviço público e como se isso só existisse aqui, na capital federal.
6. E novamente, eu sou educada, minha família é educada, meus vizinhos também e garanto que a forma como você colocou é uma exceção e que, mais uma vez, poderia acontecer em qualquer lugar do mundo.
Bom, é isso. Defeitos eu sei que a minha cidade natal tem e são vários, mas não subestime ou despreze o povo que mora e/ou nasceu aqui. Você pode até não ter gostado, mas esse perfil do povo brasiliense que você apontou, certamente pertence a sua opinião e não deve ser tratado como uma regra. Se for para traçar um perfil da cidade, traga algo construtivo e imparcial como o professor apontou.
boa sorte para sair dessa cidade.
Querer morar em área nobre vai sair caro mesmo, agora se vir morar em Taguatinga ou Águas Claras ai é tranquilo , dar para viver tranquilamente,com R$ 7.000.
Eric muito obrigada pela sua sinceridade !
A questão do salário e custo de vida da cidade de lotação são muito relevantes.
Lembrando que nos editais aparecem o valor bruto, ou seja, o que vai chegar no seu bolso será o valor liquido, menor.
Olá professor, boa noite! Obrigada pelos esclarecimentos. Mas fiquei com uma dúvida: o técnico do INSS também começa ganhando em torno de R$7.700,00? Obrigada!
Oi Tâmara,
Falha minha. No caso do INSS o salário inicial foi para uns R$5.500 com último reajuste. Somado aos benefícios, o inicial fica um pouco abaixo de R$6.500
Abraço,
Arthur
Mudei para Brasília no início de 2015, após transferir meu curso para a UnB. Para mim, é ímpar a qualidade ambiental da cidade e de entornos próximos. Contudo, os custos realmente são altíssimos: eu ganhava pouco mais de 2 mil reais (remuneração bem menor que os salários oferecidos pela maioria dos cargos de nível médio com lotação no DF) em meu emprego e uma kitnet no Guará foi o imóvel mais próximo ao Plano Piloto cujo aluguel coube no meu orçamento -morando sozinho. Outro fator muito relevante é o tempo que se gasta com o transporte; a demora decorre muito mais das longas distâncias diárias do que da infraestrutura para o transporte -que é excelente- o que implica num alto gasto com combustível para quem usa veículos particulares. O que o colega acima disse sobre o comportamento esperado dos brasilienses é pura verdade: um comportamento apático, individualista. Isso influi inclusive no lazer fraquíssimo da cidade, com exceção dos shows musicais. Contudo, estou concursando justamente para voltar a morar nessa cidade, mas com qualidade de vida, e continuar minha formação na UnB, que é uma universidade fantástica, uma oportunidade única para certas áreas..
Murillo, de fato é complicadíssimo morar em Brasília ganhando R$2 mil. Tenha em mente que estou falando de cargos que ganham 8, 10, 13 mil reais, que é a realidade do serviço público.
Quanto a dizer que as pessoas são apáticas e individualistas, repito o que disse ao Eric: já ouvi essa generalização em muitos lugares que morei - São Paulo e São José dos Campos, principalmente.
Na minha opinião isso não procede. Para começar que não existe "gente de Brasília", a grande maioria das pessoas veio de todos os lugares do Brasil. Em cidades onde a grande maioria das pessoas vem de fora, precisamos de um pouco mais de esforço para fazer amizades mesmo. Mas não é nada complicado assim. Eu mesmo conheci muita gente boa, não só no trabalho mas em outros ambientes também (por exemplo, a turma do pedal). A minha esposa fez amizades com várias pessoas aqui também, no trabalho e em outros ambientes (como na academia).
Abraço
Arthur Lima
Professor Arthur, obrigado pelo artigo.
Estou com dúvida se irei para Brasília ou não. Estou para ser chamado no concursos de Técnico do CNJ que fiz em 2012, atualmente, exerço o cargo de Assistente Negocial no Banco do Brasil em uma cidade no interior de SP. Tenho dúvidas justamente sobre isso, se darei conta de pagar o aluguel e as demais necessidades básicas.
Tenho 27 anos, sou casado, minha esposa não trabalha, faz cursinho para cursar medicina. Vendo os comentários dos colegas acima, fico bem confuso...
Enfim, obrigado pelo artigo!
Oi Renan,
Tudo depende de quanto você ganha aí. O inicial do técnico do CNJ, já contabilizando as funções gratificadas (que a maioria ganha) e os benefícios, pode chegar perto de R$9.000. Se você ganha menos de R$6.000 na sua profissão atual, acho difícil não valer a pena a mudança (financeiramente).
Faça as contas direitinho. Pense também na diferença de qualidade de vida entre o CNJ e o BB :)
Abraço
Arthur
Oi Arthur,
Sou nascido em Brasília. Trabalhei na iniciativa privada por 5 anos e, por 40 dias, fui servidor federal na capital.
Depois disso vim para o Rio. Estou aqui há 5 anos e meio. Cheguei numa época boa. Tudo parecia que ia dar certo. Bem, agora, tudo indica que a cidade voltará a ser a Babilônia que era: índices de violência crescendo geometricamente, e as pessoas com aquele comportamento "ahhhh, violência tem em todo lugar". Realmente tem, mas aqui interfere no dia a dia da sociedade.
Resultado: quero voltar, e que comecem as provas!
E quanto à questão da aparente frieza das pessoas em Brasília, entendo que é diferente. A questão das "panelinhas" acaba sendo uma necessidade: tudo é longe e você se chega a quem é mais próximo não só afetivamente, mas geograficamente muitas vezes. Aqui no Rio o que me incomoda é a camaradagem de fachada: você conhece a pessoa, brinca e faz piadas, na academia, na praia, no bar, mas se cruza na rua, o(a) sujeito(a) (finge) que nem lembra de você.
Sobre a soberba de algumas pessoas, isso vemos em qualquer lugar. Mas, pelo contrário, depois desse tempo fora, vejo Brasília como a concretização do ideal de JK: integração nacional. O fato de Brasília ter pessoas de várias partes do país, boa parte servidores públicos, e até de outros países, devido às representações diplomáticas, leva a uma convivência cultural mais integrada: muita mistura de música, comida, belezas e sotaques. Então, a situação que vejo com mais frequência é a contrária e no bom sentido: o fato de realmente não sabermos com quem estamos falando, por mais que a pessoa tenha um alto cargo. Afinal, ser prepotente numa cidade onde altos cargos são comuns não faz o menor sentido. Claro que esses bossais prepotentes existem, mas felizmente são a exceção.
Concordo contigo Elias. Vejo pessoas generalizando, dizendo que o brasiliense é apático, mas muitas vezes são pessoas que não fazem esforço nenhum para se integrar. Quem vem para Brasília disposto a se integrar, fazer amigos, explorar a cidade, acaba gostando muito daqui...
parabéns,professor!!!!deu uma "força" na minha decisão!!! valeu mesmo,e continue,por favor!