Hoje continuaremos a nossa análise sobre a disciplina de Tecnologia da Informação (TI) nos certames mais concorridos. Nos últimos anos, a TI vem se consolidando como matéria estratégica na preparação para os concursos públicos.
Em outras palavras, dificilmente um aluno consegue a aprovação sem estudar a disciplina, ainda que esteja bem preparado. Sabemos que os editais têm o hábito de exigir uma infinidade de tópicos, mas que nem todos estarão presentes no dia da prova.
Matematicamente falando, é impossível encaixar tudo dentro de 70, 80 ou 100 questões. Sendo assim, o concurseiro tem duas opções: estudar tudo ou apenas os tópicos com maior probabilidade de caírem na prova.
Nesse momento, começa o dilema. Quais são os assuntos que possuem maior histórico de cobrança? Os tópicos do edital são realmente os que caem na prova? Vamos responder a estas perguntas ao longo do artigo. O nosso foco hoje será a área de Controle da temida banca FGV. Seguem os tópicos que serão abordados:
Se estiver com tempo reduzido, recomendamos dividir a leitura por tópicos, de acordo com a sua disponibilidade. Entretanto, não deixe de ler o conteúdo, especialmente se está estudando para a área de Controle e/ou se a banca do seu concurso for a FGV. Portanto, chega de moleza e vamos lá!
Tempo de leitura aproximada: 10 a 15 minutos
Antes de começarmos efetivamente, gostaríamos de fazer um esclarecimento importante: a análise apresentada neste artigo baseou-se nos concursos de área de Controle Geral, gerenciados pela banca FGV. Sendo assim, o texto é direcionado para os concurseiros que não estudam a TI como disciplina específica.
Se você “respira” TI e está focado nos concursos específicos da área, aguarde os próximos artigos, pois teremos muitos conteúdos exclusivos para você. Assim como na Administração Pública, a área de TI está ganhando um espaço maior também no Blog do Estratégia Concursos.
Outra consideração importante refere-se ao estilo da banca para a área de Controle. Diferentemente da área Fiscal, observamos que a FGV tem uma tendência a não cobrar a disciplina de Tecnologia da Informação para a maior parte dos concursos da área de Controle que realiza (desde que não sejam específicos para TI, lógico).
Embora realize seleções periódicas, o TCU sempre gera muitas expectativas entre os candidatos. Este último concurso não foi diferente. Foram apenas 20 vagas para o cargo de Auditor Federal de Controle Externo – Área Controle Externo e 19932 inscritos. Ou seja, a concorrência foi de quase 1000 pessoas/vaga.
Outra polêmica foi a escolha da banca. A FGV voltou a realizar o concurso do TCU, quebrando a tradição do Cebraspe/Cespe após muitos anos de parceria na área de Controle. Além disso, representou também o retorno da FGV para o gerenciamento de grandes certames, em um momento pós-pandemia.
Diante de tudo isso, certamente o edital da disciplina de Tecnologia da Informação não viria tranquilo. A banca fez uma “pegadinha” ao nomear a matéria como Análise de Dados, mas veja que ela inseriu outros tópicos que não se referem ao assunto. Segue o conteúdo programático:
ANÁLISE DE DADOS: 1 Dados estruturados e não estruturados. Dados abertos. Coleta, tratamento, armazenamento, integração e recuperação de dados. Processos de ETL. Formatos e tecnologias: XML, JSON, CSV. Representação de dados numéricos, textuais e estruturados; aritmética computacional. Representação de dados espaciais para georeferenciamento e geosensoriamento. 2 Bancos de dados relacionais: teoria e implementação. Uso do SQL como DDL, DML, DCL. Processamento de transações.
3 Exploração de dados: conceituação e características. Noções do modelo CRISP-DM. Técnicas para pré-processamento de dados. Técnicas e tarefas de mineração de dados. Classificação. Regras de associação. Análise de agrupamentos (clusterização). Detecção de anomalias. Modelagem preditiva. 4 Conceitos de PLN: semântica vetorial, redução de dimensionalidade, modelagem de tópicos latentes, classificação de textos, análise de sentimentos, representações com n-gramas. 5 Conceitos de ML: fontes de erro em modelos preditivos, validação e avaliação de modelos preditivos, underfitting, overfitting e técnicas de regularização, otimização de hiperparâmetros, separabilidade de dados, redução da dimensionalidade. Modelos lineares, árvores de decisão, redes neurais feed-forward, classificador Naive Bayes.
6 Linguagem Python: sintaxe, variáveis, tipos de dados e estruturas de controle de fluxo. Estruturas de dados, funções e arquivos. Bibliotecas: NLTK, Tensor Flow, Pandas, Numpy, Arrow, Sklearn, Scipy. 7 Noções da Linguagem R. Sintaxe, tipos de dados, operadores, comandos de repetição, estruturas de dados, gráficos, Data frames. Tidyverse. 8 Pareamento de dados (record linkage). Processo e etapas. Classificação. Qualidade de dados pareados. Análise de dados pareados. 9 Segurança da informação: Confidencialidade, integridade, disponibilidade, autenticidade e não repúdio. Políticas de segurança. Políticas de classificação da informação. Sistemas de gestão de segurança da informação. Tratamento de incidentes de segurança da informação. 10 Lei de Acesso à Informação (Lei nº 12.527/2011): conceitos e aplicação. Lei 13.709/2018, Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD).
Não vamos fazer suspense: é claro que a prova estava difícil. O nível da prova veio acima do esperado, surpreendendo até mesmo os professores de Tecnologia da Informação. No entanto, nem todos os tópicos foram exigidos, como explicamos inicialmente. Veja o que foi cobrado na prática:
Em contrapartida, não houve uma distribuição uniforme de questões X assuntos. Os tópicos mais cobrados foram Bancos de dados relacionais e Exploração de dados / Conceitos de PLN / Conceitos de ML. Veja que a exigência nas áreas de Banco de Dados e Ciência de Dados foi grande nessa prova.
Por outro lado, os assuntos relacionados principalmente à Segurança da Informação, bem como legislação associada (Lei de Acesso à Informação e Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais) não tiveram nenhuma questão na prova.
O concurso da CGU também foi extremamente aguardado pelos concurseiros. Como a instituição não realizava provas há 10 anos (ao contrário do TCU), a seleção ofertou o maior número de oportunidades para a área de Controle em muito tempo: 375 vagas.
Elas foram divididas em: Auditor Federal de Finanças e Controle (Auditoria e Fiscalização, Tecnologia da Informação, Contabilidade Pública e Finanças e Correição e Combate à Corrupção) e Técnico Federal de Finanças e Controle.
Entretanto, verificamos que as disciplinas correlatas à Tecnologia da Informação foram cobradas somente para os cargos Auditor Federal de Finanças e Controle – Tecnologia da Informação e Técnico Federal de Finanças e Controle.
Conforme acordamos previamente nas Considerações Iniciais, não vamos analisar a parte de TI para o cargo de Auditor Federal de Finanças e Controle – Tecnologia da Informação, por se tratar de área específica. Sendo assim, somente vamos comentar a disciplina para o cargo de Técnico Federal de Finanças e Controle.
Embora a matéria tenha vindo com a nomenclatura de Noções de Tecnologia da Informação, o conteúdo programático foi mais semelhante ao de Informática Básica. Além disso, ele foi bem mais enxuto do exigido para a prova do TCU (provavelmente pela diferença do perfil dos cargos). Veja o que a banca FGV cobrou:
1 Conceito de internet e intranet. 2 Conceitos e modos de utilização de tecnologias, ferramentas, aplicativos e procedimentos associados a internet/intranet. 2.1 Ferramentas e aplicativos comerciais de navegação, de correio eletrônico, de grupos de discussão, de busca, de pesquisa e de redes sociais. 2.2 Noções de sistema operacional (ambiente Windows). 2.3 Acesso à distância a computadores, transferência de informação e arquivos, aplicativos de áudio, vídeo e multimídia. 2.4 Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office). 3 Redes de computadores. 4 Conceitos de proteção e segurança. 4.1 Noções de vírus, worms e pragas virtuais. 4.2 Aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.).
Depois da prova do TCU, a banca fez uma seleção mais tranquila na disciplina de Tecnologia da Informação. A FGV aplicou apenas 5 questões, com um nível de complexidade justo e razoável para a maioria dos alunos que estavam estudando. Observe o panorama de prova:
Houve uma cobrança massiva de Edição de textos, planilhas e apresentações (ambiente Microsoft Office), enquanto que outros assuntos não foram exigidos (Conceito de internet e intranet / Redes de computadores / Conceitos de proteção e segurança). Não existiu uniformidade entre edital e prova.
Para fechar o entendimento, faremos uma análise esquematizada dos concursos da banca FGV na área de Controle. Os assuntos que são repetidos ou correlatos serão apresentados na mesma linha. Além disso, foi aplicada a ordenação decrescente na tabela, de modo a destacar os tópicos com maior incidência nas primeiras linhas.
Observe que Análise de dados / Exploração de dados / Conceitos de PLN / Conceitos de ML / Pareamento de dados (record linkage) e Bancos de dados relacionais foram os tópicos mais cobrados de toda a prova.
Dessa forma, se considerarmos os universos de Ciência de Dados e Bancos de Dados, os assuntos correspondem a quase 70% das questões que a FGV aplica na área de Controle. Essa informação é bem significativa para o seu estudo.
Neste artigo, apresentamos uma análise dos pontos mais exigidos pela FGV na disciplina de Tecnologia da Informação para a área de Controle. O estudo baseou-se no histórico de cobrança das provas dos últimos concursos de 2022, por meio de estatística.
Entretanto, não há garantias de que o cenário irá se repetir nos próximos certames. O artigo é útil caso você não disponha de tempo suficiente para cobrir todo o conteúdo, embora a recomendação continue sendo estudar o edital em sua integralidade.
No entanto, se você acredita que não conseguirá cobrir todo o conteúdo programático de Tecnologia da Informação, sugerimos focar nos tópicos relacionados à Ciência de Dados e a Bancos de Dados, pois eles possuem maior incidência de cair na sua prova, conforme percentuais apresentados.
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Bons estudos e até a próxima!
Cristiane Selem Ferreira Neves é Bacharel em Ciência da Computação e Mestre em Sistemas de Informação pela Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ), além de possuir a certificação Project Management Profissional pelo Project Management Institute (PMI). Já foi aprovada nos seguintes concursos: ITERJ (2012), DATAPREV (2012), VALEC (2012), Rioprevidência (2012/2013), TJ-RJ (2022) e TCE-RJ (2022). Atualmente exerce o cargo efetivo de Especialista em Previdência Social – Ciência da Computação no Rioprevidência, além de ser colaboradora do Blog do Estratégia Concursos.
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