A situação crítica do quadro de servidores do Banco Central
(BC), destacada pelo chefe adjunto do Departamento de Gestão de Pessoas (Depes)
da instituição, Delor Moreira dos Santos, no mês passado, já era motivo de
alerta no relatório de gestão da autarquia de 2010. O documento aponta que
mesmo diante de todas as medidas adotadas, o que inclui o concurso realizado em
2009, a redução cada vez maior da força de trabalho aproximava-se de um limite
que poderia colocar em risco, em curto prazo, o cumprimento da missão
institucional do banco.
Contando atualmente com cerca de 4,5 mil servidores
distribuídos pelos cargos de técnico, analista e procurador, o BC depende da
agilidade do governo para autorizar o concurso solicitado ao Ministério do
Planejamento para afastar o risco de perder a eficiência demonstrada nos
últimos anos, colaborando inclusive para que a crise financeira que assolou o
mundo em 2008 tivesse reflexos menos significativos no Brasil. É praticamente
obrigatória a realização de outro concurso, aliás, outros concursos para o
Banco Central, afirmou o presidente do Sindicato Nacional dos Funcionários do
Banco Central (Sinal), Sérgio Belsito.
O sindicalista sustenta a afirmação com dados que mostram
que o banco pode perder 1.900 servidores por aposentadoria até 2014. De acordo
com nosso cálculo, 700 só este ano e 1.200 até 2014. Daí a necessidade do
concurso. E o Ministério do Planejamento está dando prioridade à instituição,
em virtude de tais perspectivas, disse ele, que esteve na reunião entre o
Depes e o Planejamento na qual foi fechado um entendimento para a autorização
do concurso. Segundo fonte na direção do banco, o acerto é para autorização
este ano e realização em 2013. De acordo com Delor, do Depes, essa é a
expectativa do banco, que pretende divulgar os editais da seleção em fevereiro
ou março do ano que vem.
Pedidas 1.850 vagas – A solicitação do BC é de 1.850 vagas
para o biênio 2013-2014, sendo 400 de técnico, 1.330 de analista e 120 de
procurador. Para o próximo ano, a demanda do banco é de 1.090 servidores, dos
quais 200 são técnicos, 830 analistas e 60 procuradores. Porém, ainda não está
definido se serão realizados dois concursos, um em cada ano, ou apenas um, com
o provimento das vagas escalonado. Para concorrer a técnico, cuja remuneração
inicial é de R$5.221,28 (incluindo auxílio-alimentação, de R$304), é necessário
o ensino médio completo. O cargo de analista (R$13.264,77) aceita qualquer
formação superior, e o de procurador (R$15.274,60), apenas o bacharelado em
Direito. As contratações são pelo regime estatutário, que proporciona
estabilidade no cargo.
A oportunidade deverá ser regionalizada, com vagas para
todas as dez capitais onde o banco está presente, o que inclui o Rio de Janeiro
(as outras são Brasília, São Paulo, Belo Horizonte, Curitiba, Porto Alegre,
Salvador, Recife, Fortaleza e Belém). As provas também deverão ser aplicadas em
todas essas cidades, segundo Delor, que afirmou que 90% dos programa do
concurso de 2009 deverão ser mantidos. Na seleção anterior, os candidatos
tiveram que passar por provas objetivas, prova discursiva (apenas para
analista), avaliação de títulos (dependendo da área de atuação), sindicância de
vida pregressa e programa de capacitação. Para procurador houve ainda três
discursivas e prova oral.
fonte: Folha Dirigida
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