No artigo de hoje vamos fazer um resumo de ética para a Câmara de Maceió!
Para iniciarmos o nosso resumo, é importante diferenciar entre ÉTICA e MORAL!
A palavra ética deriva do grego ethos, que originalmente se refere ao caráter, à maneira de ser ou à qualidade intrínseca do ser.
A ética compreende o conjunto de conhecimentos que oferece critérios ao indivíduo para a escolha da conduta mais adequada, considerando o bem-estar da comunidade humana como um todo. Assim, é uma postura pessoal e constante em relação a um conjunto de princípios estabelecidos por um grupo.
Por outro lado, a moral está relacionada aos costumes e às normas comportamentais de uma sociedade em um determinado momento, sendo, portanto, de natureza temporária.
Pontos principais da ÉTICA: |
– Ethos (grego): caráter, modo de ser; |
– Disciplina filosófica (ou seja, é parte da filosofia); |
– Os fundamentos da moralidade e princípios ideais da ação humana; |
– Trata da ponderação da ação, intenção e circunstâncias sob o manto da liberdade; |
– Teórica, universal (geral), especulativa, investigativa; |
– A ética fornece os critérios para eleição da melhor conduta; |
– Direitos humanos como critério ético do agir. |
– Dignidade humana como núcleo irradiador dos direitos humanos e, pois, do agir ético. |
Pontos principais da MORAL: |
– Mos (latim, plural mores): costume |
– Regulação (normatização comportamentos considerados como adequados a determinado grupo social. |
– Prática (pragmática), particular. |
– Dependência espaço-temporal (relativa): caráter histórico e social. |
Logo, enquanto a ética está relacionada à reflexão, com caráter especulativo (científico), a moral traduz essa reflexão em ação, tendo caráter normativo. Sendo assim, a moral determina o nosso comportamento por meio de um sistema de prescrição de conduta.
Para Sócrates, a ética era fundamentalmente a busca pelo conhecimento de si mesmo e pelo entendimento do que é verdadeiramente bom e justo.
Assim, ele enfatizava a importância da reflexão crítica sobre as próprias ações e a busca pela virtude, argumentando que a sabedoria consiste em conhecer o bem e agir de acordo com ele.
Desse modo, para Sócrates, a ética estava intimamente ligada à ideia de autodomínio, autoconhecimento e aprimoramento moral constante, visando alcançar a excelência pessoal e a felicidade através da prática da virtude.
Por sua vez, para Platão, a ética era parte integrante de sua filosofia geral. Assim, ele concebia a ética como uma busca pelo conhecimento do bem absoluto e da verdade, representados pelas ideias ou formas eternas.
A virtude, para Platão, consistia em alinhar a alma com essas ideias, cultivando a sabedoria, a coragem, a temperança e a justiça. Sendo assim, a ética platônica também enfatizava a importância da educação e da formação moral na busca pela realização humana e pela harmonia na sociedade.
Por fim, Aristóteles abordou a ética em sua obra “Ética a Nicômaco”, onde a concebe como a investigação sobre o que é o bem supremo para os seres humanos e como alcançá-lo.
Assim, ele definiu a ética como a ciência que estuda o caráter virtuoso e as ações que levam à realização da felicidade humana.
Para Aristóteles, a virtude moral é alcançada através do hábito e do equilíbrio, evitando os extremos e encontrando o meio termo adequado em cada situação (a doutrina da “meio termo” ou “justa medida”).
A ética aristotélica também enfatiza a importância da razão prática e da vida em comunidade para o desenvolvimento pleno da virtude e da felicidade.
Quanto à moral, diferentes filósofos oferecem perspectivas variadas sobre a natureza e a origem da moralidade, refletindo sobre como os seres humanos concebem e praticam o comportamento moral em sociedade.
Nesse sentido, Adam Smith, por exemplo, acreditava que os princípios morais emergem das experiências históricas de uma comunidade. Ele via a moralidade como um fenômeno que se desenvolve ao longo do tempo, moldado pelas interações humanas e pelas circunstâncias sociais.
Já David Hume propunha uma abordagem mais empírica da moralidade. Assim, ele via a moralidade como algo observado na prática, derivado da experiência humana e das relações interpessoais.
Para Hume, a moralidade é baseada em sentimentos como empatia, compaixão e simpatia, que surgem naturalmente nas interações sociais.
Por outro lado, Immanuel Kant propunha uma abordagem racionalista da moralidade. Para ele, a razão humana deve ser a base da moralidade, guiando as ações morais através do imperativo categórico, um princípio universal que exige que ajamos de acordo com máximas que possam ser universalizadas sem contradição.
Kant enfatizava a importância da autonomia moral e da racionalidade na tomada de decisões éticas.
Em suma, essas diferentes visões destacam a complexidade e a diversidade das abordagens filosóficas em relação à moralidade, mostrando como diferentes pensadores propuseram teorias distintas para compreender e justificar os princípios morais que orientam a conduta humana.
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