Olá Pessoal

Quebramos a banca na revisão ao vivo, todas as questões do concurso foram comentadas e 3 delas entregamos a você. Como indicamos, os assuntos esperados eram: Primeira Guerra Mundial, Era Vargas e a Redemocratização (Diretas Já), na qual destrinchamos o tema durante a explicação.

Também houve uma questão de conflitos na Guerra Fria, o Governo militar na transição de Costa e Silva e uma sobre a constituição de 46.

Nossos alunos até sorriram na prova de História, que foi de uma complexidade maior que a dos anos anteriores e primou muito a interpretação. Sem mais delongas, vamos lá.

Correção das questões

31. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar) Analise os dois materiais a seguir para responder à questão.
Material 1

Mapa ferrovia Berlim-Bagdad

Material 2

A Primeira Guerra Mundial envolveu vários países, mas representou, principalmente, o confronto entre quatro potências: França, Inglaterra, Rússia, de um lado, e a Alemanha, do outro.
(MOTTA, M. M. M. “A Primeira Grande Guerra”. Em: REIS FILHO, D. A.; FERREIRA, J.; ZENHA, C. O século XX v.1. – O tempo das certezas: da formação do capitalismo à Primeira Grande Guerra. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2006. Adaptado).
A análise dos materiais permite concluir que uma das causas da Primeira Guerra Mundial foi:
A) a aliança entre o Império Russo e o Império Turco Otomano, o que contrariava os interesses alemães e austro-húngaros nos Bálcãs e no Mediterrâneo oriental, agravando as tensões na região.
B) o expansionismo germânico em direção à Península Balcânica e ao Oriente Médio, com o objetivo de facilitar o acesso ao petróleo do Golfo Pérsico e aos territórios coloniais na África oriental.
C) a invasão e o domínio do Império Turco Otomano pelos alemães entre o final do século XIX e o início do século XX, o que contrariou os interesses do Império Britânico, principal aliado otomano.
D) o controle direto exercido pelo Império Alemão sobre os Bálcãs, o que intensificou a revolta nacionalista dos povos eslavos da região, especialmente sérvios e búlgaros, contrários à Tríplice Aliança.
E) a presença alemã na região dos Bálcãs, o que ameaçava diretamente os interesses russos e austro-húngaros na região, aliados que pretendiam controlar a navegação entre o Mediterrâneo e o Mar Negro.
Comentários:
A Primeira Guerra Mundial foi travada entre dois blocos militares, a Tríplice Entente (Inglaterra, França, Rússia – que sai devido à revolução socialista- e EUA) contra a Tríplice aliança (Alemanha, Império Austro-Húngaro e Império Turco Otomano). As principais causas foras as disputas territoriais imperialistas na Ásia e África e os nacionalismos exacerbados. A França era inimiga da Alemanha desde 1871 quando perdeu o território fronteiriço da Alsácia e Lorena, importantes regiões produtoras de carvão que foram anexadas ao final da Guerra Franco-Prussiana. A Inglaterra era inimiga da Alemanha, que já surgiu como Estado Nação industrializado e em pouco tempo já ultrapassaram a produção de aço dos EUA e Inglaterra. O mapa resolvia a questão pois mostra o projeto da ferrovia Berlim-Bagdad (Iraque), que provocou um grande conflito com a Inglaterra, pois a ferrovia permitiria o acesso ao petróleo do Golfo Pérsico. Excelente questão.
Gabarito: B

32. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar)
Na Guiné, Moçambique e Angola, os movimentos de libertação sempre fizeram cuidadosa distinção entre o povo português, que os apoiava, e o governo ditatorial que estava tentando esmagá-los. Desde o início, tais movimentos temeram que uma revolução política na África portuguesa ainda pudesse deixá-los na condição de dependência neocolonial de Lisboa e dos interesses econômicos europeus aos quais Lisboa estava ligada e pelos quais às vezes atuava como agente. Por isso, a emergência de ideias “terceiro-mundistas” no seio das forças armadas portuguesas foram observadas com grande interesse pelos movimentos marxistas na África.
(Maxwell, K. O Império derrotado: revolução e democracia em Portugal. São Paulo: Companhia das Letras, 2006. Adaptado)
O trecho citado evidencia o fato de que, no contexto da Guerra Fria, havia forte associação entre:
A)as lutas socialistas e os processos de descoloniza- ção e libertação nacional.
B) as lutas anti-coloniais e a defesa de vínculos identitá- rios com a metrópole.
C) o terceiro-mundismo e os ideais e valores associados ao bloco capitalista.
D) os princípios democráticos liberais e o anti-autoritarismo
E) o nacionalismo conservador e a luta pela autodeterminação dos povos.
Comentários:
Entre os mais importantes conflitos da Guerra Fria foi o processo de independência das colônias africanas e asiáticas, conhecido como “processo de descolonização”. Bastava lembrar que o período era marcado pela bipolaridade ideológica entre capitalismo e socialismo, e que EUA e URSS disputavam áreas de influência pelo globo. O texto comenta que nas colônias portuguesas na África – Guiné Bissau, Moçambique e Angola os exércitos portugueses havia grande interesse pelos movimentos marxistas na África evidenciando uma forte ligação entre as lutas socialistas e os processos de independência (descolonização).
Gabarito: A

33. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar)
No Brasil pós 1930, a relação entre intelectuais e os valores autoritários que emanavam do Estado não deve ser vista como passiva, com homens letrados e artistas “bem-intencionados” tornando-se vítimas das manipulações de políticos espertalhões. As soluções autoritárias para a “questão nacional” ou para o campo cultural, sobretudo aquelas que envolviam a educação das massas e a imposição de valores nacionalistas às elites regionais, eram compartilhadas por vários intelectuais ideologicamente distintos entre si, como liberais, fascistas, católicos e positivistas.
(Napolitano, M. História do Brasil República: da queda da Monarquia ao fim do Estado Novo. São Paulo: Contexto, 2016. Adaptado)
À época, os intelectuais passaram a ver no Estado:
A) um potencializador das práticas econômicas e sociais rurais, evitando choques oriundos da industrialização e da urbanização.
B) uma forma de afirmação de um ideal racista, voltado para a defesa da cultura popular e das políticas de branqueamento.
C) um meio para construir os valores da “brasilidade”, forjando uma nação integrada que unisse elites e classes populares.
D) um agente de efetivação de um projeto politicamente descentralizado, em que prevalecesse a autonomia dos estados.
E) um mecanismo de reafirmação da identidade religiosa católica brasileira, em detrimento de outras crenças e religiões.
Comentários:
Os intelectuais autoritários na década de 30, são os que forjaram as estruturas da ditadura de Getúlio Vargas, o Estado Novo. Era um projeto autoritário, inspirado no fascismo italiano. O principal elemento é o corporativismo: O líder incontestável era a cabeça e o povo o corpo que obedece. Cada parte teria sua importância, então não teria contradição entre as classes sociais. O estado passou a estimular valores nacionalistas e a forjar uma “brasilidade”, ou seja uma identidade nacional, de modo a integrar as elites e as classes populares. É nessa época que é construída o Brasil como país do Samba, com povo alegre e sem conflitos, e a imagem do país como exótico e tropical, por exemplo com a artista Carmem Miranda.
Gabarito: C

34. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar)
Ainda hoje, as interpretações mais difundidas, embora reconheçam a inequívoca vocação democrática da Constituição de 1946, sublinham suas limitações e sua incidência sobre aquilo que consideram ser a fragilidade da experiência democrática brasileira nesse período.
(Schwarcz, L. M.; Starling, H. M. Brasil: uma biografia. São Paulo: Companhia das Letras, 2015. Adaptado)
Entre as limitações citadas no trecho, é correto identificar:
A) a proibição de manifestações de rua.
B) a exclusão do direito de voto aos analfabetos.
C) a inexistência do direito ao habeas corpus.
D) a exclusão do voto feminino.
E) a manutenção do voto censitário.

Comentários:
A constituição de 1946 foi a que redemocratizou o Brasil após o Estado Novo. Ela em seus principais aspectos voltou a vários elementos da constituição de 34, mas destaca-se por impedir o voto dos analfabetos.
Gabarito: B

35. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar)
Em agosto de 1969, o Presidente Costa e Silva sofreu grave ataque cardíaco. Seguiu-se uma intensa luta pelo poder, em torno da sucessão. Segundo a Constituição de 1967, então em vigência, o Vice-Presidente Pedro Aleixo deveria suceder imediatamente ao presidente, em caso de morte ou incapacidade deste para os deveres do cargo. Mas Pedro Aleixo opusera-se abertamente ao AI-5, não servindo, portanto, aos propósitos das forças armadas que controlavam o Estado. O Alto Comando das Forças Armadas, dotado de poderes extraordinários, concluiu que “a solução constitucional não era viável”, decidindo que a presidência seria exercida por uma junta pelos ministros do Exército, da Marinha e da Aeronáutica.
(Alves, M. H. M. Estado e oposição no Brasil:1964-1984. Bauru: Edusc, 2005. Adaptado)
A crise sucessória de Costa e Silva evidencia:
A) o cumprimento da lei pelos militares, de tal forma que todos os trâmites legais fossem observados nos contextos
B) a importância que a interlocução com os civis sempre teve para os militares, em especial nas eleições e nas sucessões presidenciais.
C) o compromisso reiterado dos militares com a perspectiva de abertura política, ainda que os movimentos de oposição tenham impedido esse processo.
D) o caráter autoritário e politicamente instável do regime militar, na medida em que a própria Constituição de 1967 estava sendo desrespeitada.
E) a estabilidade política que marcou o país no período, garantida por meio de acordos dos militares com a oposição civil.
Comentários:
A questão explorou a sucessão de Costa e Silva. Era fundamentalmente interpretativa e permitia através do texto, resolvê-la. Os militares dissolveram a constituição de 46 e foi colocada em prática em 67 outra que dava respaldo jurídico ao novo Regime. No entanto a morte inesperada de Costa e Silva levou a uma junta militar, descumprindo a constituição. Isso demonstra o caráter autoritário e de instabilidade política (as trocas de constituição autoritariamente).
Gabarito: D

36. (VUNESP 2018 – PM-SP – Soldado da Polícia Militar)
“O Colégio Eleitoral, agora constituído de forma regular, detém poder político incontestável para cumprir o seu mandato. A campanha para suprimi-lo constitui audaciosa tentativa política para contornar poder legitimamente adquirido nos termos da Constituição vigente. Defender o Colégio Eleitoral contra essa investida intempestiva é um dever que é meu, que é do governo, que é de todos os parlamentares que o apoiam. Cumpre conter a ofensiva desencadeada contra regras do jogo aceitas para eleição do meu sucessor”.
Presidente João Figueiredo, em pronunciamento à nação, em 16 de abril de 1984.
(Rodrigues, A. T. O grito preso na garganta.São Paulo: Editora Fundação Perseu Abramo, 2003. Adaptado)
Em seu pronunciamento, Figueiredo critica:
A) a organização da luta contra a carestia.
B) os comitês de luta pela anistia.
C) a fundação de partidos como PT e PDT.
D) a candidatura presidencial de Tancredo Neves.
E) o movimento das Diretas Já.
Comentários:
A questão era bem fácil de matar: Governo Figueiredo, ano 84, só pode ser uma crítica ao movimento pelas Diretas Já, dado que Tancredo foi nomeado indiretamente, a anistia foi aprovada no governo Geisel em 79, então era só relacionar o texto.
Gabarito: E

Ranking PM SP: 6 mil inscritos!

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Já preencheu o gabarito!? Então clique na imagem a seguir e confira a correção da prova e como foi seu desempenho:

É isso aí pessoal. Parabéns. Todos os alunos que nos acompanham estão a caminho da aprovação.
Bons estudos, grande abraço e foco no sucesso.
Prof. Sérgio Henrique.

Sergio Henrique

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