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Rac. Crítico ICMS/SP – Resolução (parte 2)

Prezados
Alunos,

 

Segue
abaixo a continuação da resolução comentada das questões de Raciocínio Crítico, visando
dirimir as várias dúvidas que me foram enviadas via e-mail. Continuo à
disposição, ok?

 

Saudações,

Prof.
Arthur Lima

 

P.S.:
por simplicidade, suprimi alguns textos e gráficos.

 

6. FCC – ICMS/SP – 2013) Um
pesquisador da área de medicina desportiva tem defendido mudanças radicais nas
regras do futebol, por considerá-lo o mais violento dentre todos os esportes.
Ele afirma que esportes como o rugby ou o hóquei sobre o gelo impressionam
o público, pois os choques que ocorrem durante os jogos aparentam ser muito
violentos. Mas, em geral, eles não provocam lesões tão graves. No caso do futebol,
as lesões típicas levam meses para serem curadas e, muitas vezes, são
responsáveis por encerrar prematuramente a carreira dos atletas. Seu principal
argumento é uma estatística que, realmente, assusta: 35% das lesões graves de
atletas profissionais em todo o mundo ocorrem em partidas de futebol. O
pesquisador afirma que em nenhum outro esporte essa porcentagem é tão alta. O
argumento do pesquisador a respeito do risco de lesões em jogadores de futebol

(A)
é incontestável, uma vez que o futebol lidera o ranking de atletas
lesionados em todo o mundo, com 35%, número bem mais elevado do que aqueles
observados em esportes tidos como violentos, como o rugby ou o hóquei
sobre o gelo.

(B)
deve ser contestado, uma vez que, caso as regras do futebol fossem alteradas
radicalmente, as partidas perderiam muito em emoção, fazendo com que o futebol
deixasse de ser o esporte mais popular do planeta.

(C)
deve ser contestado, uma vez que não foi apresentada a porcentagem de
ocorrência de lesões graves por esporte, havendo a possibilidade de o
percentual 35% ser o mais alto devido ao fato de o futebol ser o esporte mais
praticado no mundo.

(D)
é incontestável, já que os jogadores de futebol não utilizam equipamentos de
proteção tão sofisticados quanto os dos atletas de rugby ou de hóquei
sobre o gelo, tornando o futebol muito mais arriscado que os demais esportes.

(E)
é incontestável, uma vez que a imprensa tem noticiado um número cada vez maior
de jogadores de futebol que sofreram infartos durante uma partida ou
treinamento, fruto do aumento do número de jogos realizados ao longo de um ano.

RESOLUÇÃO:

            O pesquisador entende que o futebol
é o esporte mais violento porque 35% das lesões graves em atletas profissionais
ocorrem em praticantes deste esporte. Isto significa que, a cada 100 atletas
lesionados (de qualquer esporte), 35 sofreram a lesão jogando futebol.

            Entretanto, para avaliar qual
esporte é mais violento, seria mais adequado comparar a probabilidade de um
atleta se machucar praticando cada esporte. E esta probabilidade é dada pela
razão entre o número de lesionados e o número de praticantes de cada esporte.
Temos essa contestação na alternativa C: como o futebol é o esporte com maior
número de praticantes no mundo, é natural que ele tenha também o maior número
de lesionados. Isto não implica necessariamente que a chance de se machucar
jogando futebol seja maior que em outros esportes.

            Exemplificando em números: imagine
que haja um total de 1000 atletas no mundo, sendo 500 jogadores de futebol, 100
de Rugby e 400 de outros esportes. Deste total de atletas, imagine que 100 se
lesionaram, sendo 35 jogadores de futebol (35% de 100), 10 jogadores de Rugby e
55 de outros esportes.

            A probabilidade (chance) de um
jogador de futebol ter sofrido lesão é de 35 em 500, ou seja, 35 / 500 = 7%. Já
a probabilidade de um jogador de Rugby ter sofrido uma lesão é de 10 em 100, ou
seja, 10 / 100 = 10%. Portanto, a probabilidade de uma pessoa se lesionar
jogando Rugby é superior, sendo este esporte mais violento que o futebol.

Resposta: C

 

7. FCC – ICMS/SP – 2013)
Observe os dados de uma pesquisa realizada para verificar a existência ou não
de alguma relação entre o estado civil de um homem (casado ou solteiro) e sua
tendência para o consumo de doces. No universo do Gráfico 1, os homens
solteiros e casados foram escolhidos aletoriamente na população, ao passo que o
universo do Gráfico 2 é um subconjunto do universo do primeiro.

 

Os
gráficos mostram que

(A)
o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces têm uma
relação causal: o casamento causa redução na tendência ao consumo de doces.

(B)
o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces têm uma
relação causal: a redução no consumo de doces causa uma maior tendência ao
casamento.

(C)
o processo de coleta de informações foi inadequado, pois os Gráficos 1 e 2
apresentam dados contraditórios entre si.

(D)
não existe qualquer relação entre o estado civil de um homem e sua tendência
para o consumo de doces.

(E)
o estado civil de um homem e sua tendência para o consumo de doces estão correlacionados,
mas não existe relação causal entre eles.

RESOLUÇÃO:

            Observando
o gráfico 1, temos a informação de que os homens solteiros consomem mais gramas
de doces por dia que os casados (170 vs. 95 gramas, em média). Note que neste
gráfico foram entrevistados homens de todas as idades, de modo que a idade
média dos solteiros foi, como seria esperado, inferior à idade média dos
casados (27 vs. 45 anos).

            No gráfico 2 foi feita uma restrição
de idade, observando-se apenas homens entre 45-50 anos, e neste caso houve um “empate
técnico” no que se refere ao consumo de doces de solteiros e casados (78g vs.
81g por dia).

            Assim, podemos inferir que o estado
civil do homem não é um fator determinante para o consumo de doces, mas sim a
sua idade: homens mais velhos tendem a comer menos doces. Como os solteiros tem
uma média de idade menor, eles acabam sendo os que comem mais doces.

            Em outras palavras: há uma “ligação”
(correlação) entre o estado civil do homem e o seu consumo de doces, mas o
estado civil não é a causa desse maior ou menor consumo (e sim a idade). Temos essa
afirmação na alternativa E:

 

(E) o estado civil de um homem e sua
tendência para o consumo de doces estão correlacionados, mas não existe relação
causal entre eles.

 

Resposta: E

 

8. FCC – ICMS/SP – 2013) Nos
últimos cinco anos, em um determinado país, verificou-se uma queda significante
nas vendas de cigarros. Essa queda coincidiu com a intensificação das campanhas
públicas de conscientização acerca dos malefícios à saúde provocados pelo fumo.
Portanto, a queda nas vendas de cigarro deve ter sido causada pelo receio das
pessoas em relação aos graves prejuízos que o fumo traz para a saúde.

Qual
dos fatos a seguir, se for verdadeiro, enfraquecerá consideravelmente o
argumento apresentado?

(A)
Nos últimos anos, a indústria tabagista tem oferecido mais opções de cigarros
aos consumidores, como os com sabores especiais e teores reduzidos de nicotina.

(B)
O preço dos cigarros subiu consideravelmente nos últimos cinco anos, devido a
uma praga que afetou as plantações de tabaco ao redor do mundo.

(C)
A procura por produtos ligados a tratamentos antifumo, como os chicletes e
adesivos de nicotina, cresceu muito neste país nos últimos cinco anos.

(D)
O consumo de outros tipos de fumo, como o charuto e o cachimbo, caiu 30% nos
últimos cinco anos.

(E)
De acordo com dados do Ministério da Saúde do país, o número de fumantes caiu
40% nos últimos cinco anos.

RESOLUÇÃO:

            Devemos
buscar a afirmação que enfraquece a ideia de que a redução nas vendas de cigarro
foi devida ao aumento das campanhas de conscientização.

(A) Nos últimos anos, a indústria
tabagista tem oferecido mais opções de cigarros aos consumidores, como os com
sabores especiais e teores reduzidos de nicotina.

            ERRADO. Esse aumento de opções
(inclusive opções mais “saudáveis”, com menos nicotina) não explica a redução
do consumo de cigarros, mas ajudaria a explicar um eventual aumento neste
consumo.

 

(B) O preço dos cigarros subiu
consideravelmente nos últimos cinco anos, devido a uma praga que afetou as
plantações de tabaco ao redor do mundo.

            CORRETO. Se houve uma forte alta no
preço dos cigarros, talvez este fator tenha sido mais importante para a redução
do consumo de cigarro que as campanhas de conscientização. Isto certamente
enfraquece o argumento.

 

(C) A procura por produtos ligados a
tratamentos antifumo, como os chicletes e adesivos de nicotina, cresceu muito
neste país nos últimos cinco anos.

            ERRADO. A maior busca por tratamento
não garante que esses tratamentos estejam sendo eficazes, isto é, o consumo de
cigarro por viciados esteja diminuindo.

 

(D) O consumo de outros tipos de fumo,
como o charuto e o cachimbo, caiu 30% nos últimos cinco anos.

            ERRADO. A queda no consumo de outros
tipos de fumo não fornece uma explicação alternativa para a queda no consumo de
cigarro. Continuamos podendo acreditar que as responsáveis pela queda no
consumo sejam as campanhas de conscientização.

 

(E) De acordo com dados do Ministério da
Saúde do país, o número de fumantes caiu 40% nos últimos cinco anos.

            ERRADO. A queda do número de
fumantes pode ter ocorrido justamente devido à intensificação das campanhas de
conscientização nos últimos 5 anos, e assim propiciado também a queda nas
vendas de cigarro.

Resposta: B

 

9. FCC – ICMS/SP – 2013) O
coordenador de um curso universitário recebeu recentemente um relatório que
apontava que apenas 10% dos alunos do primeiro ano eram bolsistas. Ao analisar
as notas dos alunos do primeiro ano, ele constatou que, dentre os aprovados na
disciplina de Estatística, 35% eram bolsistas. Ele concluiu, então, que os
alunos bolsistas do curso têm mais chance de sucesso nos estudos do que os
demais.

Para
que a conclusão acima seja verdadeira, qual das premissas a seguir deve ser
verificada?

(A)
Nenhum dos alunos bolsistas do primeiro ano desse curso foi reprovado na
disciplina de Estatística.

(B)
Dentre os alunos aprovados na disciplina de Estatística, o número de bolsistas
é maior do que o de não bolsistas.

(C)
Dentre os alunos desse curso com mais chance de sucesso nos estudos, o número
de bolsistas é maior do que o de não bolsistas.

(D)
Qualquer aluno bolsista do primeiro ano tem mais chance de sucesso nos estudos
do que os demais.

(E)
Os alunos aprovados na disciplina de Estatística têm mais chance de sucesso nos
estudos do que os demais.

RESOLUÇÃO:

            O argumento
do enunciado pode ser resumido assim:

 

Premissas:

– apenas
10% dos alunos do primeiro ano eram bolsistas.

– dentre
os aprovados na disciplina de Estatística, 35% eram bolsistas.

 

Conclusão:

– os
alunos bolsistas do curso têm mais chance de sucesso nos estudos.

 

            Repare que as premissas demonstram
que, apesar de os bolsistas representarem um percentual pequeno dos alunos
(10%), eles representam um percentual elevado dentre os aprovados em
Estatística (35%). Isto certamente permitiria inferir que os bolsistas tem mais
chance de sucesso na disciplina Estatística. Mas não é possível garantir que os
bolsistas terão mais chance de sucesso nos estudos como um todo, a menos que
consideremos que ser aprovado em Estatística é um bom indicador de sucesso nos
estudos como um todo. Isto é, o argumento precisa da seguinte premissa
subjacente:

 

 (E)
Os alunos aprovados na disciplina de Estatística têm mais chance de sucesso nos
estudos do que os demais.

 

            Alguns comentários sobre as demais
alternativas:

(A) Nenhum dos alunos bolsistas do
primeiro ano desse curso foi reprovado na disciplina de Estatística.

            ERRADO. Isso reforça a ideia de que
os bolsistas tem mais chance de sucesso em Estatística, mas não em relação aos
estudos como um todo.

 

(B) Dentre os alunos aprovados na
disciplina de Estatística, o número de bolsistas é maior do que o de não
bolsistas.

            ERRADO.
Isto contraria o restante do argumento, que afirma que 35% dos aprovados em
Estatística são bolsistas (logo, 65% não são bolsistas).

 

(C) Dentre os alunos desse curso com
mais chance de sucesso nos estudos, o número de bolsistas é maior do que o de
não bolsistas.

            ERRADO. Se isto fosse verdade, de
fato poderíamos chegar à conclusão dada. Mas não é necessário que esta premissa
se confirme.

Como 1 a cada 10 alunos são bolsistas, seria natural que
1 a cada 10 alunos com chance de sucesso também fossem bolsistas. Isto é, seria
esperado que 10% dos alunos com chance de sucesso fossem bolsistas. Se,
proporcionalmente, os alunos bolsistas representarem mais de 10% dos alunos com
chance de sucesso, é possível inferir que, de fato, os bolsistas têm mais
chance de sucesso.

 

(D) Qualquer aluno bolsista do primeiro
ano tem mais chance de sucesso nos estudos do que os demais.

            ERRADO,
pelo mesmo raciocínio do item anterior.

Resposta: E

 

10. FCC – ICMS/SP – 2013) No
dia 25 de janeiro, uma 3a feira, Carlos revelou a seus colegas de
trabalho que faria aniversário ainda naquele mês. Querendo fazer uma
brincadeira, ele deu duas pistas para que eles tentassem deduzir qual seria o
dia exato.

I. A
data do meu aniversário é mais próxima do primeiro dia de fevereiro do que de
hoje.

II.
Neste ano, meu aniversário não cairá em um final de semana.

Para
deduzir a data exata do aniversário de Carlos,

(A)
a pista II sozinha é suficiente, mas a pista I sozinha não é.

(B)
qualquer uma das pistas é suficiente, mesmo sem considerar a outra.

(C)
as pistas I e II, em conjunto, são suficientes, mas nenhuma delas é suficiente
sem a outra.

(D)
as pistas I e II, em conjunto, não são suficientes.

(E)
a pista I sozinha é suficiente, mas a pista II sozinha não é.

RESOLUÇÃO:

            A
pista I nos deixa as seguintes alternativas: 29, 30 e 31 de janeiro. A pista II
nos deixa as seguintes alternativas: 26, 27, 28 e 31 de janeiro. O único dia
que atende às duas pistas é 31 de janeiro, sendo este o aniversário de Carlos.
Note que com apenas 1 das pistas não era possível identificar uma data única,
ou seja, nenhuma das pistas é suficiente sozinha. Mas juntas, as duas pistas
são suficientes para elucidar a questão. Temos isso na alternativa C:

 (C)
as pistas I e II, em conjunto, são suficientes, mas nenhuma delas é suficiente
sem a outra.

Resposta: C

 

Coordenação

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