Olá, pessoal, boa noite. Tudo bem?
Segue abaixo a prova resolvida de Técnico Judiciário Área Administrativa do TRT 15, aplicada no último domingo.
Corrigiremos as provas ao vivo, no canal do estratégia Concursos, a partir das 19h!
Atenção: Leia o texto a seguir para responder às questões de números 1 a 9.
1. A neurocientista Suzana Herculano-Houzel é autora da coletânea de textos O cérebro nosso de cada dia, que tratam de curiosidades como o mito de que usamos apenas 10% do cérebro, por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor, os efeitos dos antidepressivos. A escrita é acessível e descontraída e os exemplos são tirados do cotidiano. Mesmo assim, Suzana descreve o processo de realização de cada pesquisa e discute as questões mais complexas, como a relação entre herança e ambiente, as origens fisiológicas de determinados comportamentos e o conceito de consciência. Leia a entrevista abaixo.
2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho.
3. Há várias pesquisas descritas em seu livro sobre a influência da fisiologia no comportamento. Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimentos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos. Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
4. Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que seu livro menciona. Como evitar que isso se torne motivação de preconceitos ou de generalizações vulgares, como no fato de as mulheres terem menos neurônios? Se diferenças entre homens e mulheres são evidentes pelo lado de fora, é natural que elas também existam no cérebro. Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espaciais com mais facilidade. O realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
(Adaptado de: PIZA, Daniel. Perfis & Entrevistas. São Paulo, Contexto, 2004)
De acordo com o texto,
(A) afirmações como “café vicia”, “bocejo contagia” mostram que a neurociência está presente em nosso dia a dia, uma vez que o cérebro, enquanto matéria bruta, cristaliza hábitos possíveis de acordo com nossa carga genética.
(B) as predisposições genéticas constituem limites importantes que deveriam ser levados em conta na reafirmação de questões éticas, o que é ilustrado pelas diferenças existentes entre homens e mulheres.
(C) a suposta falta de distanciamento crítico nas pesquisas sobre a mente, dado que caberia a ela mesma investigar sobre si própria, é um falso problema, uma vez que a ciência hoje dispõe de instrumental avançado para isso.
(D) a contradição que está na base da neurociência é o fato de que o número de neurônios não é proporcional à proficiência que determinada região do cérebro desenvolve, o que faz com que os problemas genéticos passem a ter um componente ético.
(E) a imutabilidade dos genes é questionada pela própria neurociência, uma vez que não se podem menosprezar as influências do comportamento, adquirido em sociedade, tampouco o ambiente em que as pessoas vivem e estabelecem relações.
Comentários:
a) Incorreto. A autora não diz que o cérebro é matéria bruta que cristaliza hábitos de acordo com a genética. A predisposição genética é apenas “predisposição”, não é determinante.
b) Incorreto. Novamente, há muitas variáveis, a predisposição genética não né é determinante:
Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições. Exceto em alguns casos especiais, genética não é destino. A meu ver, fatores genéticos, temperados por acontecimentos ao acaso ao longo do desenvolvimento, fornecem apenas uma base de trabalho, a matéria bruta a partir da qual cérebro e comportamento serão esculpidos.
c) Correto. Veja onde a autora menciona tais ideias:
2. Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória e dizem que a consciência humana é um mistério que não se poderia resolver – mesmo porque caberia à própria consciência humana resolvê-lo. O que acha? Acho que, na ciência, mais difícil do que encontrar respostas é formular perguntas boas. A ciência precisa de hipóteses testáveis, e somente agora, quando a neurociência chega perto dos 150 anos de vida, começam a aparecer hipóteses testáveis sobre os mecanismos da consciência. Mas “teorias da mente” bem construídas e perfeitamente testáveis já existem. A própria alegação de que deve ser impossível à mente humana desvendar a si mesma, aliás, não passa de uma hipótese esperando ser posta por terra. É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento. De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho.
d) Incorreta. Em nenhum momento a autora diz que esta é “a contradição da neurociência”; esta frase dá ideia até de que há apenas uma contradição. Além disso, o número de neurônios é sim compatível com determinadas funções que o homem ou mulher fazem “melhor”, como falar e calcular a distância espacial.
e) Incorreto. Não se falou em “imutabilidade dos genes”. Pelo contrário, há diversas variáveis, além da predisposição genética, que influenciam no comportamento.
Gabarito letra C.
Caso se altere o segmento …com mais facilidade. O realmente importante é… (último parágrafo) para “com mais facilidade, …… o realmente importante é”, preenche corretamente a lacuna, mantendo, em linhas gerais, o sentido, a conjunção que se encontra em:
(A) mas
(B) uma vez que
(C) embora
(D) para que
(E) como
Comentários:
Vejamos no texto:
A relação entre as ideias é de oposição:
Há sim alguma relação entre mais neurônios e maiores habilidades específicas em certas áreas, MAS essas diferenças não devem ser limitações, mas pontos de partida…
Na parte externa do cérebro, o córtex, homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais. Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa. Em média, a região do cérebro que produz a fala tende a ser maior em mulheres do que em homens, enquanto neles a região responsável por operações espaciais, como julgar o tamanho de um objeto, é maior do que nelas. Essa diferença casa bem com observações da psicologia: elas costumam falar melhor (e não mais!), eles costumam fazer operações espaciais com mais facilidade, mas o realmente importante é reconhecer que essas diferenças não são limitações, e sim pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir.
Gabarito letra A.
que permite ao pesquisador (2º parágrafo)
que seu livro menciona (4º parágrafo)
quando concentrado em estruturas pequenas (4º parágrafo)
Os termos sublinhados acima referem-se respectivamente a
(A) ferramentas − diferenças − número
(B) neurociência − diferenças − número
(C) leque − influências − sinônimo
(D) leque − diferenças − número
(E) neurociência − influências − sinônimo
Comentários:
Questão direta:
De qualquer forma, a neurociência conta hoje com um leque de ferramentas que permite ao pesquisador, se ele assim desejar, investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa, lembra, faz contas, adormece e, em seguida, acorda. O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho.
Uma dessas influências diz respeito às diferenças entre homens e mulheres, que seu livro menciona. (seu livro menciona diferenças entre homens e mulheres)
Mas o simples número de neurônios em si não é sinônimo de maior ou menor habilidade. A não ser quando concentrado em estruturas pequenas com função bastante precisa.
Gabarito letra D.
É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte. Mas não tem fundamento.
Uma nova redação em um único período, em que a oposição acima está atenuada, encontra-se em:
(A) É uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, desde que não tenha fundamento.
(B) Não tem fundamento, entretanto é uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte.
(C) Se bem que seja uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, não tem fundamento.
(D) Para que seja uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, não terá fundamento.
(E) Não tem fundamento, visto ser uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte.
Comentários:
Na redação original, temos orações ligadas por um conectivo adversativo, marcando contraste, oposição.
Entre as opções, só seria possível marcar contraste e oposição com um conectivo concessivo, como “se bem que”:
Se bem que (embora) seja uma afirmação desafiadora, e com um apelo intuitivo muito forte, não tem fundamento.
Observem que a parte mais importante da oposição (“ Mas não tem fundamento”) passa a ser a oração principal, quando reescrito o período com conectivo concessivo.
Gabarito letra C.
As frases abaixo referem-se à pontuação do texto.
I. A vírgula antes da conjunção “e”, no segmento precisa de hipóteses testáveis, e somente agora (2º parágrafo) deve-se à separação de duas orações com sujeitos distintos.
II. Em fatores genéticos, temperados por acontecimentos (3º parágrafo), caso se suprimisse a vírgula, o texto daria margem a se pensar em outros fatores genéticos para além dos que são “temperados por acontecimentos”.
III. A vírgula presente no segmento evidentes pelo lado de fora, é natural que elas (último parágrafo) deve-se à ausência de conjunção em duas orações coordenadas.
Está correto o que consta de
(A) I e III, apenas.
(B) I, II e III.
(C) II, apenas.
(D) II e III, apenas.
(E) I e II, apenas.
Comentários:
I – Correto. A vírgula antes do E é usada quando as orações têm sujeitos diferentes.
II – Correto. A supressão da vírgula faria o termo “temperados por acontecimentos” ter caráter restritivo, dando a ideia de que há alguns fatores que são temperados por acontecimentos e outros não.
III – Incorreto. Deve-se ao fato de que há uma oração subordinada antecipada, anterior à principal
Gabarito letra E.
Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”? Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições.
Mantendo-se a correção e, em linhas gerais, o sentido, as frases acima encontram-se transpostas para o discurso indireto em:
(A) À pergunta: – Você concorda com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”?, responde a entrevistada: – Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições.
(B) Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um conjunto de predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na existência de tais predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam mais do que isso.
(C) À pergunta de, se concordaria com Edward O. Wilson que “a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas”, respondeu a entrevistada que acreditaria que predisposições genéticas existissem, mas que, na grande maioria dos casos, não passariam disso.
(D) Em resposta à pergunta sobre sua concordância com Edward O. Wilson – que teria dito que a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas – a entrevistada respondeu: “Acredito que predisposições genéticas existem, mas, na grande maioria dos casos, não passam de exatamente isso: predisposições”.
(E) Ao ser perguntada se concordava com Edward O. Wilson, a respeito de que a natureza humana é um conjunto de predisposições genéticas, a entrevistada responde que, na maioria dos casos, acreditava em tais predisposições, mas que não passariam de serem predisposições.
Comentários:
O discurso direto reproduz literalmente o que foi dito, palavra a palavra. O discurso indireto “reporta” a fala, de maneira mediada por um narrador, com devidas adaptações decorrentes de ter o discurso virado uma narração de algo passado. A fala então vem em forma de oração subordinada ligada a um verbo declarativo.
A conversão correta está em:
Questionada se concordava com Edward O. Wilson sobre a natureza humana ser um conjunto de predisposições genéticas, a entrevistada respondeu que acreditava na existência de tais predisposições, que, todavia, na grande maioria dos casos não seriam mais do que isso.
Os verbos que estavam no presente na fala literal passam para o pretérito imperfeito. O verbo no futuro do pretérito: “seriam” foi utilizado pelo tom de fato não absolutamente certo na fala da autora, pois ela diz “acredito”…
Gabarito letra B.
O segmento destacado em pontos de partida, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir (último parágrafo) possui função equivalente ao que se encontra sublinhado em:
(A) investigar por exemplo a ativação em seu cérebro enquanto ele mesmo pensa
(B) homens possuem em média uns quatro bilhões de neurônios a mais
(C) Essa diferença casa bem com observações da psicologia
(D) por que bocejo contagia, se café vicia, o endereço do senso de humor
(E) Muitos se queixam da ausência de uma “teoria da mente” satisfatória
Comentários:
A oração “, sobre os quais o aprendizado e a experiência podem agir” é adjetiva, introduzida por pronome relativo “os quais”, e traz a preposição “sobre” exigida pelo verbo agir: agir sobre “pontos de partida”. Então, essa oração tem função adjetiva, como o adjetivo “satisfatória”. Ambos os termos são adjuntos adnominais. Gabarito letra E.
Em A, B e C, temos adjuntos adverbiais. Em “Por que” também temos uma locução interrogativa de valor adverbial de causa.
Em O fato de que o objeto de estudo está situado dentro da cabeça do próprio pesquisador não é necessariamente um empecilho, caso se substitua o segmento sublinhado por “A possibilidade”, as formais verbais deverão ser alteradas, respectivamente, para:
(A) esteja situado − seja
(B) estivesse situado − seria
(C) teria se situado − teria sido
(D) estivesse situado − seja
(E) se situe − fosse
Comentários:
Ao trocar “fato” por “possibilidade”, transformamos todo o contexto do período em uma situação incerta, hipotética. Entra em cena então o modo subjuntivo. Nesse caso, a correlação adequada será a clássica: estivesse situado (Pretérito imperfeito do subjuntivo) − seria (futuro do pretérito). Sempre cai essa mesma correlação.
Outra possibilidade seria: esteja situado (presente do subjuntivo) − será (futuro do presente)
Gabarito letra B.
Somadas a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células nervosas, criando o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
No trecho acima, as orações introduzidas pelos segmentos sublinhados contêm respectivamente a ideia de:
(A) Condição − finalidade − consequência
(B) Causa − conformidade − temporalidade
(C) Concessão − finalidade − consequência
(D) Conclusão − conformidade − causa
(E) Conclusão − finalidade − causa
Comentários:
Uma forma rápida de resolver essa questão era observar a preposição “para” com seu sentido clássico de finalidade.
“Somadas” é uma forma de particípio equivalente a uma oração condicional desenvolvida. Já a forma “criando” equivale a uma oração consecutiva, pois “criar” o arco-íris é uma consequência da montagem do cérebro humano, com trilhões de células nervosas.
Somadas (se forem somadas) a isso influências do ambiente e da própria experiência de vida de cada um, é possível transcender as potencialidades de apenas 30 mil genes – a estimativa atual do número de genes necessários para “montar” um cérebro humano – para montar os trilhões e trilhões de conexões entre as células nervosas, criando (de modo que seria criado) o arco-íris de possibilidades da natureza humana.
Gabarito letra A.
Depois atualizarei este artigo com as provas de analista!
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Bom dia, professor! Se puder responda a questão que trata do discurso indireto e transformação para a voz passiva da prova de Técnico em segurança judiciária (prova tipo 4 , questão 7). Para mim o gabarito da banca está errado porque alterou o tempo verbal quando fez a transformação da voz ativa para a passiva.
Obrigada, professor!!!
Boa tarde, professor!!
Adoro suas correções de prova, são verdadeiras aulas.
O Senhor já corrigiu a prova de analista do TRT 15?
Obrigada!!