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Provas Resolvidas DPE RS – Português

Provas Resolvida DPE RS- Técnico Judiciário Área Administrativa e Analista- Área Processual

 

Olá, pessoal, bom dia.

Professor Felipe na área…Trouxe para vocês a resolução da prova do DPE RS, aplicada nesse último domingo. As provas seguiram fielmente o modelo da FCC, sem grandes surpresas.

Espero que tenham se saído muito bem.

Abraço a todos.

 

Prova de TJ AA

Atenção: Para responder às questões de números 1 a 6, leia o texto abaixo.

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de saraus e oficinas, a escrita raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho. E, se também são solitárias a pintura e a escultura, ambas têm a vantagem de serem dinâmicas, físicas, performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes coletivas, como a dança, a música, o teatro, o cinema.

Quando fui músico, muitas vezes reclamei dos ensaios, dos shows em que o som estava péssimo, de contratantes que não entregavam o que prometiam, mas, em especial, do trabalho que a difícil democracia de participar de uma banda grande demandava.

Quantas viagens, quantas discussões, quantas concessões. E quantas alegrias, quantas vezes olhar para o lado e cruzar com a mirada de alguém que estava ali junto contigo, numa construção maior porque erguida por mais gentes. Mais artistas de um lado, mais espectadores de outro.

(Adaptado de: GONZAGA, Pedro. Reclamação. Disponível em: http://zh.clicrbs.com.br)

  1. Ao traçar um paralelo entre as diferentes artes, o autor sugere que a literatura

(A) exige relativamente maior isolamento.

(B) é irracional, o que a torna inferior.

(C) requer menos esforço intelectual.

(D) demanda uma maior socialização.

(E) exclui a necessidade de validação.

Comentários:

O autor defende logo nas primeiras linhas que a escrita é um ofício solitário, ainda mais solitário do que a pintura e a escultura. Veja:

A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência mental e individual se realize: a do leitor. Apesar de saraus e oficinas, a escrita raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho.

Gabarito letra A.

  1. A literatura é uma arte solitária. Seu labor é da mente para a página. Sua estranha fantasia é a de que alguém possa dar forma ao idioma para que outra experiência mental e individual se realize: a do leitor. (1o parágrafo) No contexto dado, o vocábulo a, em destaque, retoma:

(A) experiência.

(B) arte.

(C) mente.

(D) página.

(E) fantasia.

Comentários:

O vocábulo “a” remete a “experiência” (do leitor). Gabarito letra A.

 

  1. Apesar de saraus e oficinas, a escrita raramente escapa de ser esta atividade insossa e desertada: sentar e escrever sozinho. (1o parágrafo)

A oração destacada pode ser substituída, conforme a norma-padrão da língua, por

(A) A despeito de haverem saraus e oficinas

(B) Se bem que promova-se saraus e oficinas

(C) Ainda que aconteça saraus e oficinas

(D) Embora exista saraus e oficinas

(E) Mesmo que haja saraus e oficinas

Comentários:

Apesar de é um conectivo concessivo e pode ser substituído por “mesmo que”.

(E) Mesmo que haja saraus e oficinas

Todos os conectivos das demais alternativas são concessivos também, mas há erros de concordância:

(A) A despeito de haver saraus e oficinas

(B) Se bem que promovam-se saraus e oficinas

(C) Ainda que aconteçam saraus e oficinas

(D) Embora existam saraus e oficinas

Gabarito letra E.

  1. E, se também são solitárias a pintura e a escultura, ambas têm a vantagem de serem dinâmicas, físicas, performáticas, de um modo que as aproxima mais das artes coletivas, como a dança, a música, o teatro, o cinema. (1o parágrafo)

Uma frase coerente com essa afirmação e escrita de acordo com a norma-padrão da língua é:

(A) As artes coletivas – pintura, escultura, dança, música, teatro e cinema – mantém em comum o fato de serem dinâmicas, físicas e performáticas.

(B) O simples fato de serem performáticas fazem da pintura e da escultura artes próximas das demais artes coletivas (a dança, a música, o teatro e o cinema).

(C) A pintura e a escultura partilham um dinamismo característico das artes coletivas, quais sejam: a dança, a música, o teatro e o cinema.

(D) Na medida em que são solitárias, a pintura e a escultura tornam-se tão dinâmicas quanto a dança, a música, o teatro, o cinema.

(E) As artes dinâmicas, físicas e performáticas, como a pintura, a escultura, a dança, a música, o teatro e o cinema deve se voltar ao coletivo.

Comentários:

A forma mais direta de resolver questões como essa é procurar erros gramaticais, como os de concordância:

(A) As artes coletivas – pintura, escultura, dança, música, teatro e cinema – mantêm em comum o fato de serem dinâmicas, físicas e performáticas.

(B) O simples fato de serem performáticas faz da pintura e da escultura artes próximas das demais artes coletivas (a dança, a música, o teatro e o cinema).

(C) A pintura e a escultura partilham um dinamismo característico das artes coletivas, quais sejam: a dança, a música, o teatro e o cinema. (Perfeita, correta e ainda traz o comentário original do texto: pintura e escultura tem aproximam das artes coletivas, por serem dinâmicas e performáticas)

(D) Na medida em que são solitárias, a pintura e a escultura tornam-se tão dinâmicas quanto a dança, a música, o teatro, o cinema.

O autor não disse “tão dinâmicas quanto…”; disse apenas que se aproximam dessas outras artes por serem dinâmicas e performáticas.

(E) As artes dinâmicas, físicas e performáticas, como a pintura, a escultura, a dança, a música, o teatro e o cinema devem se voltar ao coletivo.

Gabarito letra C.

 

 

  1. A leitura do 2o parágrafo permite concluir que o autor

(A) desistiu de sua carreira musical após desentender-se com a banda.

(B) se arrepende de ter agido de modo egoísta com seus companheiros.

(C) demonstra ressentimento por não ter alcançado o sucesso que buscava.

(D) sente falta de alguns aspectos de sua experiência como músico.

(E) tinha uma timidez acentuada para se apresentar diante do público.

Comentários:

Nos dois últimos parágrafos, o autor aponta algumas “desvantagens” de sua experiência como musico, mas também ressalta lembranças boas, momentos de que sente falta:

Isso pode ser visto em: “Quantas viagens, quantas discussões, quantas concessões. E quantas alegrias…”

Gabarito letra D.

 

  1. No contexto do 2o parágrafo, a palavra democracia, em destaque, refere-se precisamente a

(A) uma organização coletiva com regras de comportamento estabelecidas por uma minoria.

(B) uma conjuntura política, em que os governantes são escolhidos em eleições diretas.

(C) um regime de governo em que os políticos tomam decisões baseadas no bem comum.

(D) um contexto de interação respeitosa entre integrantes de um determinado grupo.

(E) um modo de convivência desorganizado por não ter uma figura de liderança determinada.

Comentários:

No texto, a referência a “democracia” é apenas figurativa, pois o autor quer expressar o contexto de uma banda com muitos integrantes, em que há discussões, discordâncias e concessões (ceder à opinião da maioria, dos outros integrantes da banda.)

Então, não poderíamos marcar alternativas em que o termo “democracia” estivesse em sentido literal, como um governo.

Gabarito letra D.

 

 

O gol plagiado

“Jogador quer direito autoral sobre seus gols.”

Esporte, 20 jan. 2000

“Prezados senhores: dirigindo-se a V.Sa., refiro-me à notícia segundo a qual jogadores de futebol do Reino Unido, como Michael Owen e Ryan Giggs, querem receber autorais pela exibição de seus gols na mídia. Não tenho o status desses senhores – sou apenas um brasileiro que bate a sua bolinha nos fins de semana – mas desejo fazer uma grave denúncia: um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim.

Provas? Basta comparar os tapes dos referidos gols. No meu caso, trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim é bastante nítido. Vê-se que, como eu, o referido jogador estava num campo de futebol. Nos dois casos, a partida estava sendo disputada por times de 11 jogadores cada um. Nos dois casos havia uma bola, havia goleiros. Nos dois casos havia um juiz. No meu caso, um juiz usando bermudões e chinelos – mas juiz, de qualquer maneira.

Isto, quanto aos aspectos gerais. Vamos agora aos detalhes. No vídeo do jogador inglês, mostrado no mundo inteiro, vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo, marcando, é forçoso admitir, um belo tento, um gol que faz jus aos direitos autorais. No meu vídeo – feito uma semana antes, é importante que se diga –, vê-se que eu pego a bola na grande área, que a domino, que livro-me de um adversário e que chuto forte no canto esquerdo, marcando um belo tento.

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele receber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a questão a juízo. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma testemunha: o meu filho. Ele viu o jogo do começo ao fim e pode depor a meu favor. É pena não ter mais testemunhas, mas, infelizmente, ele foi o único espectador desse jogo. E irá comigo demandar justiça contra o plágio.”

(SCLIAR, Moacyr. O imaginário cotidiano. São Paulo, Global, 2013, p. 55)

  1. O jogador amador que escreve aos Prezados senhores dirige-se a eles com o objetivo de

(A) demandar que sejam pagos direitos autorais referentes à divulgação pela mídia de um vídeo amador feito por seu filho.

(B) informar que os ingleses Michael Owen e Ryan Giggs tiveram seus gols plagiados por outros jogadores.

(C) reivindicar o pagamento de direitos autorais relativos a um gol supostamente plagiado por um jogador inglês.

(D) denunciar que teve um gol plagiado por um jogador famoso e exigir que seja exemplarmente detido por seu delito.

(E) defender-se da acusação de plágio que recebeu da parte de um jogador inglês, alegando ter feito o gol antes do inglês.

Comentários:

Basicamente a questão pede a alternativa que resume o enredo geral do texto, que é a alegação de que o jogador inglês Owen plagiou um gol feito pelo autor e que, portanto, o autor tem direito de receber metade dos direitos autorais que jogador inglês receberia pela exibição do gol “plagiado”. Esse entendimento está em:

Conclusão: o jogador inglês me plagiou. Quero, portanto, metade do que ele receber a título de direitos autorais. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a questão a juízo.

Gabarito letra C.

 

 

  1. O caráter irônico e cômico do texto revela-se, entre outros aspectos, no fato de o jogador amador

(A) insistir ter tido um de seus gols plagiado, muito embora confirme ainda desconhecer a identidade do jogador responsável pelo delito.

(B) criticar a qualidade do futebol realizado no Reino Unido, sugerindo que os gols dos jogadores Michael Owen e Ryan Giggs não exigem esforço.

(C) descrever o gol do jogador inglês e logo em seguida descrever seu próprio gol, dando a entender que não há semelhanças entre os lances.

(D) ameaçar ir a juízo caso não seja atendido em sua reivindicação, mas não dispor de um registro visual do gol que alega ter sido alvo de plágio.

(E) afirmar que está seguro de sua vitória em juízo e, no entanto, apresentar apenas o filho de dez anos como testemunha para o evento relatado.

Comentários:

(A) Incorreta. Ele conhece sim a identidade do jogador.

(B) Incorreta. Não há qualquer crítica à qualidade dos jogadores ingleses.

(C) Incorreta. O autor dá a entender que os gols são idênticos, daí a acusação de plágio.

(D) Incorreta. Ele dispõe sim de um registro visual do gol que alega ter sido alvo de plágio, o vídeo amador de seu filho.

(E) Correto. Há ironia pura ao afirmar que está seguro de sua vitória em juízo e, no entanto, apresentar apenas o filho de dez anos como testemunha para o evento relatado, pois o filho seria uma testemunha suspeita, sem credibilidade.

Gabarito letra E.

 

  1. Estou seguro de que ganharei. Além do vídeo, conto com uma testemunha: o meu filho. (4o parágrafo)

Essa passagem está reescrita em um único período, sem prejuízo do sentido, em:

(A) Estou seguro de que ganharei, ao contar além do vídeo, porém, com uma testemunha: o meu filho.

(B) Estou seguro de que ganharei, por contar, além do vídeo, com uma testemunha: o meu filho.

(C) Estou seguro de que ganharei, a fim de que, além do vídeo, conte com uma testemunha: o meu filho.

(D) Estou seguro de que ganharei, além do vídeo, o fato de contar com uma testemunha: o meu filho.

(E) Estou seguro de que ganharei, contando, no entanto, além do vídeo, com uma testemunha: o meu filho.

Comentários:

Apesar de não haver conector explícito, temos clara relação de causa entre os períodos.

Estou seguro porque conto com o vídeo e o testemunho do meu filho.

A única palavra que expressa “causa” entre as opções é a preposição “por”, introduzindo uma oração causal reduzida de infinitivo.

Estou seguro de que ganharei, por contar (porque conto), além do vídeo, com uma testemunha: o meu filho.

Porém e no entanto indicam oposição, não causa. A fim de que indica finalidade.

Gabarito letra B.

 

  1. A expressão do texto que encontra um substituto correto, respeitando-se as regras gramaticais e sem prejuízo do sentido, está em:

(A) … notícia segundo a qual… (1o parágrafo) // notícia a cerca da qual

(B) … um gol feito por mim. (1o parágrafo) // um gol de minha autoria.

(C) … irá comigo demandar justiça… (4o parágrafo) // irá comigo pleitear com justiça

(D) Vamos agora aos detalhes. (3o parágrafo) // Avaliemos agora sob os detalhes.

(E) … conto com uma testemunha… (4o parágrafo) // disponho à uma testemunha

Comentários:

Questão bem direta. Ora, um gol “de minha autoria” é um gol que foi “feito por mim”. Gabarito letra B.

 

  1. Uma interpretação correta a respeito do emprego da pontuação está em:

(A) As vírgulas em … vê-se que ele pega a bola na grande área, domina-a, livra-se de um adversário e chuta no canto esquerdo… (3o parágrafo) separam ações ordenadas cronologicamente.

(B) Os travessões em … trata-se de um trabalho amador – foi feito por meu filho, de dez anos – mas mesmo assim é bastante nítido… (2o parágrafo) apresentam uma síntese da informação imediatamente anterior.

(C) Os parênteses em … um dos jogadores citados (oportunamente divulgarei o nome) simplesmente plagiou um gol feito por mim. (1o parágrafo) intercalam um exemplo do que foi afirmado anteriormente.

(D) Os dois-pontos em Conclusão: o jogador inglês me plagiou. (4o parágrafo) introduzem uma expressão que contraria o que foi afirmado anteriormente.

(E) O sinal de interrogação em Provas? (2o parágrafo) sinaliza uma pergunta dirigida aos leitores do texto para a qual o autor não tem resposta.

Comentários:

(A) Correto. Há uma sequência de ações. Primeiro, pega a bola e domina-a, depois livra-se de um adversário, por fim, chuta e marca o gol.

(B) Incorreto. Os travessões isolam um comentário adicional do autor, uma ressalva.

(C) Incorreto. Os parênteses em isolam um comentário acessório do autor, uma interrupção do fluxo sintático, na forma de uma oração interferente.

(D) Incorreta Os dois-pontos em Conclusão: o jogador inglês me plagiou. (4o parágrafo) introduzem uma expressão que sintetiza o que foi dito antes.

(E) Incorreta. O autor tem sim a resposta e a fornece logo em seguida: o vídeo e o testemunho do filho.

Gabarito letra A.

 

 

 

  1. Se não for atendido em minha reivindicação levarei a questão a juízo. (4o parágrafo)

A voz ativa correspondente da forma verbal destacada é:

(A) atende

(B) se atendesse

(C) me atenderem

(D) ser atendida

(E) se atende

Comentários:

Observe que a voz passiva veio sem o agente da passiva, então não sabemos quem pratica a ação. Por isso, na voz ativa, teremos uma situação de sujeito indeterminado:

Se (eu) não for atendido. (SER+Particípio: voz passiva analítica)

Se não me atenderem. (Voz ativa sem sujeito claro: se alguém não me atender.)

Gabarito letra C.

 

  1. O segmento destacado está substituído, segundo a norma-padrão da língua, por um pronome em:

(A) Ele viu o jogo… (4o parágrafo) // Ele o viu…

(B) Basta comparar os tapes dos referidos gols. (2o parágrafo) // Basta lhes comparar.

(C) … ele pega a bola… (3o parágrafo) // … ele lhe pega…

(D) … desejo fazer uma grave denúncia… (1o parágrafo) // … desejo fazer-lhe

(E) … querem receber autorais… (1o parágrafo) // … querem o receber…

Comentários:

Questão que cai em toda prova FCC. A banca quer a substituição correta por pronome.

A letra A está correta, o verbo “ver” é VTD e pede objeto direto, então substituiremos o objeto direto “o jogo”, masculino singular, pelo pronome obliquo correspondente: “o”.

Nas letras B, C e D, temos verbos transitivos diretos, que não podem ser substituídos por -lhe: esse pronome substitui termo preposicionados, objetos indiretos.

Na letra E, temos um erro, o pronome está no singular, retomando termo no plural.

Gabarito letra A.

 

  1. As regras de concordância estão plenamente respeitadas na frase:

(A) A exibição de gols na mídia poderiam render direitos autorais aos jogadores de futebol?

(B) Um vídeo e uma testemunha são os trunfos com o qual conto para atestar o que digo.

(C) Bermudões e chinelos eram o que usavam o juiz que apitou o jogo em que fiz o gol.

(D) Se forem comparados os gols dos jogadores, será possível constatar uma semelhança.

(E) O jogador inglês fez um belo gol, e talvez seja legítimo a cobrança dos direitos autorais.

Comentários:

Façamos as correções:

(A) A exibição de gols na mídia poderiam PODERIA render direitos autorais aos jogadores de futebol?

(B) Um vídeo e uma testemunha são os trunfos com o qual OS QUAIS conto para atestar o que digo.

(C) Bermudões e chinelos eram o que usavam USAVA o juiz que apitou o jogo em que fiz o gol.

(D) Se forem comparados os gols dos jogadores, será possível constatar uma semelhança. (Correta. Nosso gabarito!)

(E) O jogador inglês fez um belo gol, e talvez seja legítimo LEGÍTIMA a cobrança dos direitos autorais.

Gabarito letra D.

 

 

 

  1. Está escrita com clareza e correção, de acordo com a norma-padrão da língua, a seguinte frase:

(A) Moacyr Scliar passou a maior parte de sua infância no Bom Fim, bairro porto-alegrense aonde a maioria dos emigrantes judeus, escolheram para morar.

(B) Nascido em Porto Alegre, em 23 de março de 1937, a obra de Moacyr Jaime Scliar trata de temas referente à problemática da vida contemporanea.

(C) Os pais de Moacyr Scliar, José e Sara, eram europeus que migrarão para a América do Sul no começo do século 20 buscando, uma vida melhor.

(D) O escritor Moacyr Scliar destacou-se, especialmente, como exímio contista, capaz de elaborar textos densos e impactantes que suscitam a reflexão.

(E) Além de seus livros, Moacyr Scliar estudou medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a qual serviu de assunto à algumas de suas histórias.

Comentários:

Há problemas de pontuação, acentuação, flexão verbal, crase e concordância.

(A) Moacyr Scliar passou a maior parte de sua infância no Bom Fim, bairro porto-alegrense ONDE a maioria dos emigrantes judeus escolheram para morar.

(B) Nascido em Porto Alegre, em 23 de março de 1937, a obra de Moacyr Jaime Scliar trata de temas referenteS à problemática da vida contemporÂnea.

(C) Os pais de Moacyr Scliar, José e Sara, eram europeus que migraRAM para a América do Sul no começo do século 20 buscando uma vida melhor.

(D) O escritor Moacyr Scliar destacou-se, especialmente, como exímio contista, capaz de elaborar textos densos e impactantes que suscitam a reflexão. (GABARITO!)

(E) Além de seus livros, Moacyr Scliar estudou medicina na Universidade Federal do Rio Grande do Sul, a qual serviu de assunto A algumas de suas histórias.

Gabarito letra D.

 

Prova Analista – Processual

 

Atenção: As questões de números 1 a 8 referem-se ao texto seguinte.

Modos de disputa

Dois indivíduos têm uma contenda e estão enraivecidos. Um deles diz ao outro, furioso: − Vou te quebrar a cara! Ao que o outro, igualmente indignado, responde com energia: − Pois eu vou te processar!

São, não há dúvida, dois modos de disputar a razão de quem viu ofendido um suposto direito seu. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das cavernas: a pancada corretiva, o direito da força, o recurso dos instintos primários; o segundo preferiu confiar numa instituição, numa instância social, na mediação das leis, na força do direito. O que não  significa que, em outra situação, os mesmos indivíduos não pudessem reagir de modo oposto: somos criaturas difíceis, sujeitas ão temperamento, ao sentimento de ocasião.

“Vou te processar” é o modo civilizado, que confia no equilíbrio de um rito jurídico, devidamente conduzido e arbitrado por profissionais do ramo: advogados, juízes, promotores. O processo tem sua mecânica balizada por prazos, recursos, ações de embargo etc. O propósito está em que, ao fim e ao cabo do processo, todos os componentes de uma disputa tenham sido devidamente apreciados e julgados, a partir do que se exare a sentença final. Como todo rito complexo e minucioso, pode demorar muito até o bater do martelo.

A instituição justa do processo conta com o fato de que ambas as partes sigam exatamente os mesmos passos garantidos pela lei. Mas não há como evitar certas condicionantes, que fazem diferença: a habilidade maior de um advogado, os recursos para custear um processo longo, a intimidação que pode representar o fato de uma das partes ser um litigante de grande poder político ou notoriedade social. As diferenças sociais e econômicas entre os homens podem marcar o destino de um processo. Nesse caso, voltamos um pouquinho no tempo e, de um modo aparentemente mais civilizado, reproduzimos algo parecido com o direito da força.

(Júlio Castro de Ribeiro, inédito)

  1. Os dois modos de disputar a razão referidos no texto contrapõem-se quanto às

(A) instituições civilizatórias a que buscam recorrer os enfurecidos contendores.

(B) distintas jurisprudências que as partes vão recolher de fontes primitivas.

(C) formas de mediação jurídica a que apelam os contendores.

(D) ações escolhidas pelos contendores para o encaminhamento de suas convicções.

(E) providências processuais que cada litigante entende como adequadas.

Comentários:

“Dois modos de disputar a razão” remete à oposição entre o direito da força (vou te quebrar a cara) e a mediação do direito por uma instituição (vou te processar). Então, dos dois modos se referem às ações escolhidas pelas partes em conflito para encaminhar suas convicções.

A letra C é perigosa, mas não é correta porque a primeira forma, a força, não tem “mediação jurídica”, não tem intermediário.

Gabarito letra D.

 

  1. Um dos recursos expressivos de redação explorados pelo autor está no emprego

(A) do humor, ao acionar o flagrante anacronismo que se revela na expressão jurisprudência das cavernas.

(B) da ironia, quando se associa a expressão vou te processar à expressão seguinte que é modo civilizado.

(C) de uma contradição, quando atribui ao indivíduo indignado o desejo de se valer de um processo jurídico.

(D) de reiterações de sentido, como a que se nota entre direito da força e força do direito.

(E) da linguagem técnica, como em pancada corretiva e o bater do martelo.

Comentários:

A expressão “jurisprudência das cavernas” de fato tem carga humorística, pois brinca com o fato de que no “tempo das cavernas” não havia jurisprudência alguma, não havia direito, as diferenças eram resolvidas na força. Então, a jurisprudência na verdade era a “pancada”.

(B) Não há ironia, pois ele defende exatamente a ideia de que o processo seria o meio “civilizado” de resolver contendas.

(C) Não há contradição, porque o indivíduo indignado pode perfeitamente optar pelo processo judicial, em vez de resolver a contenda com a força.

(D) Não há “reiteração”, pois as expressões não reiteram o mesmo sentido, mas possuem sentidos distintos.

(E) Não podemos considerar esses termos como linguagem “técnica”.

Gabarito letra A.

 

 

  1. Considerando-se o contexto, traduz-se adequadamente o sentido de um segmento do texto em:

(A) têm uma contenda e estão enraivecidos (1o parágrafo) = fomentam ressentimentos inúteis.

(B) viu ofendido um suposto direito (2o parágrafo) = deu como lesada uma prerrogativa legal.

(C) recurso dos instintos primários (2o parágrafo) = habilitação dos impulsos primaciais.

(D) equilíbrio de um rito jurídico (3o parágrafo) = harmonia de um cerimonial forense.

(E) a partir do que se exare a sentença final (3o parágrafo) = até onde se proclama o arbítrio definitivo.

Comentários:

No contexto, “ofender” e “lesar” são sinônimos; o “direito” é uma prerrogativa legal, pois está prevista numa norma. Gabarito letra B.

 

  1. Está clara, coesa e correta a redação deste livre comentário sobre o texto:

(A) Cabem às leis disciplinar a distribuição dos direitos, razão pela qual são necessários os processos, de cujos ritos garantem

o andamento adequado para que os mesmos se cumpram.

(B) Sempre haverão os que preferem empregar a violência para exaltarem os direitos que julgam ser seus exclusivos

detentores, em detrimento dos que lhe são alheios.

(C) Ainda que possam ser complexos em sua tramitação, os processos visam a execução de direitos que de outra forma, ainda que bem concebidos, não haveria como garantir.

(D) O trâmite dos processos, nem sempre menos moroso do que se gostaria, demandam exame de peculiaridades que cada caso apresenta, razão pela qual se estendem ao longo do tempo.

(E) É forçoso admitir que, em certos processos, pode haver interferência de fatores extrajudiciais que acabam por comprometer a justa contemplação dos mais claros direitos.

Comentários:

A forma mais rápida é sempre procurar os erros gramaticais:

(A) Cabem CABE às leis disciplinar a distribuição dos direitos, razão pela qual são necessários os processos, de cujos ritos garantem o andamento adequado…

(B) Sempre haverão HAVERÁ os que preferem empregar a violência para exaltarem os direitos DE que julgam ser exclusivos detentores…

(C) Ainda que possam ser complexos em sua tramitação, os processos visam a À execução de direitos que, de outra forma, ainda que bem concebidos, não haveria como garantir.

(D) O trâmite dos processos, nem sempre menos moroso do que se gostaria, demandam  DEMANDA exame de peculiaridades que cada caso apresenta, razão pela qual se estendem ESTENDE ao longo do tempo.

(E) É forçoso admitir que, em certos processos, pode haver interferência de fatores extrajudiciais que acabam por comprometer a justa contemplação dos mais claros direitos. (PERFEITA)

Gabarito letra E.

 

  1. A concordância e a adequada articulação entre os tempos verbais estão adequadamente atendidas na frase:

(A) Uma contenda entre dois indivíduos convictos de sua razão só se apaziguaria caso não lhes faltem a orientação de um mínimo de tolerância e de bom senso.

(B) Se se imagina que a violência física das contendas funcionariam como argumento, de nada teria valido nosso esforço para que nos civilizemos por meio das instituições.

(C) É de se presumir que, num processo jurídico, ambas as partes venham a ser contempladas com o mesmo zelo na condução dos ritos que se façam necessários.

(D) Atribui-se à morosidade da justiça, no que diz respeito aos ritos processuais, os dissabores que as partes eventualmente sofressem ao longo das providências legais.

(E) Na condução dos processos, não há como negar que a interferência de fatores externos, como a folga financeira ou o prestígio social, pudessem afetar o resultado a que se chegaria.

Comentários:

Vamos marcar os erros diretamente, algumas são tão cheias de erros, que não há como imaginar como seria a redação correta.

(A) Uma contenda entre dois indivíduos convictos de sua razão só se apaziguaria caso não lhes FALTASSE a orientação de um mínimo de tolerância e de bom senso.

(B) Se se imagina que a violência física das contendas FUNCIONARIA como argumento, de nada teria valido nosso esforço para que nos CIVILIZÁSSEMOS por meio das instituições.

(C) É de se presumir que, num processo jurídico, ambas as partes venham a ser contempladas com o mesmo zelo na condução dos ritos que se façam necessários.

Perfeita. Nosso gabarito.

(D) ATRIBUEM-se à morosidade da justiça, no que diz respeito aos ritos processuais, os dissabores que as partes eventualmente sofreM ao longo das providências legais.

(E) Na condução dos processos, não há como negar que a interferência de fatores externos, como a folga financeira ou o prestígio social, PUDESSE afetar o resultado a que se chegaria.

Gabarito letra C.

 

  1. Ocorre adequada transposição de um segmento do texto para a voz passiva, mantendo-se a coerência da frase original, em:

(A) Dois indivíduos (…) estão enraivecidos // Dois indivíduos se enraivecem

(B) O primeiro indivíduo recua bastante na história // A história é recuada pelo primeiro indivíduo

(C) O processo tem sua mecânica balizada por prazos // Os prazos balizam a mecânica do processo

(D) As diferenças sociais (…) podem marcar o destino de um processo // O destino de um processo pode ser marcado

pelas diferenças sociais

(E) Nesse caso, (…) reproduzimos algo parecido com o direito da força // teremos reproduzido algo parecido com o direito da força, nesse caso

Comentários:

Façamos a conversão clássica: sujeito da voz ativa vira agente da passiva e objeto direto vira sujeito paciente. O verbo vira locução passiva (SER+Particípio), mantido o tempo original.

As diferenças sociais (SUJ) podem marcar o destino de um processo (OD)

o destino de um processo  pode ser marcado pelas diferenças sociais.

Gabarito letra D.

  1. a) Estão é verbo de ligação e não vai para a voz passiva, pois não tem objeto direto.
  2. b) Recuar é verbo intransitivo e não vai para a voz passiva, pois não tem objeto direto.
  3. c) A frase destacada está na voz ativa.
  4. e) A conversão trouxe verbo no futuro, não respeitou o tempo original (presente).

Gabarito letra D.

 

  1. O primeiro indivíduo recua bastante na história e reproduz a jurisprudência das cavernas (…) Uma nova, correta e coerente redação da frase acima está em:

(A) Como reproduz a jurisprudência das cavernas, a história do primeiro indivíduo, surge como um recuo.

(B) A jurisprudência das cavernas – um suficiente recuo histórico – é reproduzido pelo primeiro indivíduo.

(C) O recuo histórico do primeiro indivíduo é o bastante para reproduzir-se a jurisprudência das cavernas.

(D) A história se reproduz, como jurisprudência das cavernas, quando o primeiro indivíduo recua tanto.

(E) Ao recuar tanto na história, o primeiro indivíduo acaba por reproduzir a jurisprudência das cavernas.

Comentários:

(A) Como reproduz a jurisprudência das cavernas, a história do primeiro indivíduo surge como um recuo.

Além da mudança de sentido, há vírgula indevida entre o sujeito e o verbo.

(B) A jurisprudência das cavernas – um suficiente recuo histórico – é reproduzidA pelo primeiro indivíduo.

Além da mudança de sentido, há erro de concordância.

(C) O recuo histórico do primeiro indivíduo é o bastante para reproduzir-se a jurisprudência das cavernas.

Há mudança clara de sentido, não há nada de “o bastante” na redação original.

(D) A história se reproduz, como jurisprudência das cavernas, quando o primeiro indivíduo recua tanto.

Há mudança clara de sentido, acrescentou-se um sentido de tempo. Quem reproduz é o indivíduo, não é a história.

(E) Ao recuar tanto na história, o primeiro indivíduo acaba por reproduzir a jurisprudência das cavernas. Correto.

Gabarito letra E.

 

  1. Está adequado o emprego dos elementos sublinhados na frase:

(A) A contenda à que se entregam os indivíduos revela o grau de civilização aonde cada um se encontra.

(B) Numa disputa de direitos à qual não faltam paixões, não devem estas contaminar a isenção do juiz.

(C) O rito disciplinado de um processo, de cujo depende a justa sentença, deve impor-lhe o juiz aos contendores.

(D) Há certas condicionantes que interferem no processo, prejudicam-lhe, acrescentando-o vícios insanáveis.

(E) O direito da força, no qual tantos parecem dar crédito, é um recuo a práticas onde o homem se brutaliza.

Comentários:

Outra questão clássica. Lembre sempre que o -lhe não substitui objeto direto e que o pronome “onde” deve ser usado para referência de lugar, com sentido de posição.

(A) A contenda a que se entregam os indivíduos revela o grau de civilização onde cada um se encontra.

(B) Numa disputa de direitos à qual não faltam paixões, não devem estas contaminar a isenção do juiz.

Questão correta. Veja que a banca cobrou a possibilidade de o pronome “estas” ter função anafórica, retomando o item mais próximo (paixões). O pronome e a crase estão corretos também: não faltam paixões a+a qual.

(C) O rito disciplinado de um processo, do qual depende a justa sentença, o juiz deve impor aos contendores.

(D) Há certas condicionantes que interferem no processo, prejudicam-no, acrescentando-lhe (a ele) vícios insanáveis.

(E) O direito da força, ao qual tantos parecem dar crédito, é um recuo a práticas com as quais o homem se brutaliza.

Gabarito letra B.

 

 

Atenção: As questões de números 9 a 15 referem-se ao texto seguinte.

[O invejável tédio europeu]

Os filmes dos cineastas europeus Michelangelo Antonioni e Ingmar Bergman, que a gente via e discutia com tanta seriedade tantos anos atrás, também eram uma forma de escapismo. Tanto quanto o musical e a comédia, aquelas histórias de tédio e indagações existenciais nos distraíam das exigências menores do cotidiano. Fugíamos não para um mundo cor-de-rosa, mas para outro matiz de preto, bem mais fascinante do que o das nossas pequenas aflições. Nenhum dos personagens do italiano Antonioni ou do sueco Bergman, embora enfrentassem seu vazio interior e a frieza de um universo indiferente, parecia ter qualquer problema com o aluguel.

Claro, o deserto emocional em que viviam os personagens do Antonioni, por exemplo, era o deserto metafórico do capitalismo, uma civilização arrasada por si mesma. Mas estavam todos empregados e ganhavam bem. E como era fotogênico o seu suplício. Com Bergman experimentamos o horror de existir, a terrível verdade de que somos uma espécie corrupta sem redenção possível e que a morte torna tudo sem sentido. Hoje suspeitamos de que se Bergman não vivesse na Suécia, com educação, saúde e bem-estar garantidos do ventre até o túmulo, ele não diria isso. É preciso estar livre das dificuldades da vida para poder concluir, com um mínimo de estilo, que a vida é impossível. Tínhamos uma secreta inveja desses europeus tão bem-sucedidos no seu desespero. Não tínhamos a mesma admiração por filmes em que as pessoas se preocupavam não com a ausência de Deus, mas com o pagamento no fim do mês.

Não há equivalência possível entre morrer de tédio e morrer de fome. Mas às vezes eu ainda me pego sonhando em sueco com uma sociedade pronta, sem qualquer destes desafios tropicais, em que a gente pudesse finalmente ser um personagem de Bergman, enojado apenas com tudo e nada mais.

(VERISSIMO, Luis Fernando. Banquete com os deuses. Rio de Janeiro: Objetiva, 2003, p. 85-86)

  1. Em síntese, o autor do texto, ao se lembrar dos filmes de clássicos cineastas europeus,

(A) lamenta, sem esquecer o humor, que o cinema nacional não tenha alcançado o alto nível técnico das produções estrangeiras voltadas para os tormentos psicológicos.

(B) reconhece nas obras de Antonioni e Bergman as qualidades de uma arte realista e culta, que aprofunda e analisa os detalhes da vida prática.

(C) expõe ironicamente o abismo que existe entre as questões tratadas nos filmes de Bergman e Antonioni e as preocupações mais prosaicas da vida comum.

(D) demonstra, com muita lucidez, que a arte europeia, ao contrário da nossa, preocupa-se essencialmente com os problemas socioeconômicos que afligem o nosso tempo.

(E) conclui, com algum sarcasmo, que o cinema europeu é pouco relevante para quem queira tirar os olhos do cotidiano e explorar em abstrato as aflições existenciais.

Comentários:

Festival de extrapolação?

(A) Incorreto. Não se fala de cinema nacional nem de sua qualidade.

(B) Incorreto. Essas obras não focam na vida pratica (desemprego, contas, aluguel), mas sim numa esfera existencial.

(C) Exato. Os filmes mencionados não tratavam de questões práticas, pois eram ambientados numa Europa rica, com personagens bem-sucedidos.

(D) Incorreto. Não se fala da nossa arte nem de sua qualidade.

(E) Incorreto. O cinema europeu mencionado foca justamente nisso.

Gabarito letra C.

 

  1. Estas duas expressões intensificam um mesmo fato ou problema referido no texto:

(A) discutia com tanta seriedade // o musical e a comédia (1o parágrafo)

(B) um mundo cor-de-rosa // bem mais fascinante do que o das nossas pequenas aflições (1o parágrafo)

(C) vazio interior // problema com o aluguel (1o parágrafo)

(D) deserto emocional // horror de existir (2o parágrafo)

(E) tão bem-sucedidos no seu desespero // pagamento no fim do mês (2o parágrafo)

Comentários:

O autor basicamente afirma que os filmes europeus mencionados focam em dramas existenciais, a terrível verdade de que somos uma espécie corrupta sem redenção possível e que a morte torna tudo sem sentido.

Essa ideia é retomada e intensificada em outras partes do texto, como nas expressões “deserto emocional e horror de existir”.

As demais alternativas trazem passagens que remetem a ideias opostas.

Gabarito letra D.

 

 

  1. No segundo parágrafo do texto, o segmento

(A) deserto emocional opõe-se ao que está figurado em deserto metafórico do capitalismo.

(B) como era fotogênico o seu suplício ironiza o fato de que um martírio se expunha com preocupação estética.

(C) estavam todos empregados e ganhavam bem alude, de fato, à crise econômica do capitalismo.

(D) tão bem-sucedidos no seu desespero é paradoxal quando relacionado a ausência de Deus.

(E) livre das dificuldades da vida expressa a superação europeia dos problemas filosóficos.

Comentários:

(A) Incorreta. Deserto emocional não se opõe ao que está figurado em deserto metafórico do capitalismo. Veja:

Claro, o deserto emocional em que viviam os personagens do Antonioni, por exemplo, era o deserto metafórico do capitalismo, uma civilização arrasada por si mesma.

(B) Correto. Há referência irônica a como um drama humano é trabalhado com beleza e arte, para ficar “bonito” na fotografia de um filme.

(C) Incorreta. Alude justamente ao fato de não haver crise econômica para aqueles personagens.

(D) Incorreta…tão bem-sucedidos no seu desespero se refere à ausência de demandas financeiras, não de Deus.

(E) Incorreta… livre das dificuldades da vida expressa a superação europeia dos problemas financeiros.

Gabarito letra B.

 

  1. O verbo indicado entre parênteses deve flexionar-se de modo a concordar com o termo sublinhado na frase:

(A) Nos filmes de Bergman e Antonioni (transparecer) a preocupação europeia com as altas questões existenciais.

(B) Tanto os musicais como os filmes de Bergman (poder) incutir uma sensação de escapismo no espectador.

(C) Aos personagens de Antonioni não (caber) preocupar-se com as contas no fim do mês.

(D) As dificuldades da vida prática, sobretudo em nosso tempo, não (permitir) pensar nas questões metafísicas.

(E) Nossa admiração por aqueles grandes cineastas europeus (fazer) esquecer nossos conflitos cotidianos.

Comentários:

A banca exige que o candidato identifique o núcleo do sujeito, o termo que justifica a concordância. Vamos sublinha-los.

(A) Nos filmes de Bergman e Antonioni (transparece) a preocupação europeia com as altas questões existenciais.

Sujeito simples.

(B) Tanto os musicais como os filmes de Bergman (podem) incutir uma sensação de escapismo no espectador.

Sujeito composto.

(C) Aos personagens de Antonioni não (cabe) preocupar-se com as contas no fim do mês.

Sujeito oracional.

(D) As dificuldades da vida prática, sobretudo em nosso tempo, não (permitem) pensar nas questões metafísicas.

Sujeito simples.

(E) Nossa admiração por aqueles grandes cineastas europeus (faz) esquecer nossos conflitos cotidianos.

Sujeito simples.

Gabarito letra E.

 

  1. Mantém-se correta e coerente com o texto a redação de um segmento, ao se substituir o elemento sublinhado pelo proposto entre parênteses, em:

(A) Não há equivalência possível entre morrer de tédio e morrer de fome (contraposição aceitável)

(B) Tanto quanto o musical e a comédia, aquelas histórias de tédio (…) nos distraíam (Conquanto)

(C) somos uma espécie corrupta sem redenção possível (embora irremissível)

(D) É preciso estar livre das dificuldades da vida (Impõem-se)

(E) Mas às vezes eu ainda me pego sonhando em sueco (dou por mim)

Comentários:

(A) Incorreta. Equivalência dá ideia de “igual”; contraposição dá ideia de “oposição, diferença”.

(B) Incorreta. Conquanto é conjunção concessiva, como “embora”, não tem valor comparativo.

(C) Incorreta. O trecho sem redenção possível tem sentido de “sem salvação”.

(D) Incorreta. Impõem-se está com verbo no plural, não poderia substituir “é preciso”, que está no singular para concordar com sujeito oracional (estar livre das dificuldades da vida)

(E) Mas às vezes eu ainda dou por mim sonhando em sueco (Correto, no sentido de “percebo que estou fazendo tal coisa”.)

Gabarito letra E.

 

  1. Está correto o emprego do segmento sublinhado na frase:

(A) Os filmes clássicos, que se discutia nos cineclubes, eram sobretudo europeus.

(B) Quanto às obras primas do cinema europeu, não havia quem lhes deixasse de dar atenção.

(C) O autor do texto prefere mais o cinema europeu do que o nosso.

(D) Nos filmes de Bergman, que a genialidade era indiscutível, imperavam minutos de silêncio.

(E) O vazio interior era um tema previlegiado nos grandes filmes de Antonioni.

Comentários:

(A) Os filmes clássicos, que SE DISCUTIAM nos cineclubes, eram sobretudo europeus.

Na voz passiva, o verbo concorda normalmente com o sujeito paciente.

Os filmes eram discutidos.

(B) Quanto às obras primas do cinema europeu, não havia quem lhes deixasse de dar atenção.

Questão correta. O verbo está no singular para concordar com o pronome “quem”

Quem deixasse de dar atenção a elas (lhes).

(C) O autor do texto prefere o cinema europeu AO nosso.

Preferir é VTI e só aceita preposição A.

(D) Nos filmes de Bergman, CUJA a genialidade era indiscutível, imperavam minutos de silêncio.

Há sentido de posse: a genialidade de Bergman.

(E) O vazio interior era um tema prIvilegiado nos grandes filmes de Antonioni.

Essa era para o candidato cansado, penúltima questão letra E, uma única letrinha errada rs…

Gabarito letra B.

 

 

 

  1. Está plenamente adequada a pontuação do seguinte período:

(A) O autor do texto considera, em certo momento, que a beleza de certas cenas, naqueles velhos filmes clássicos, tornava fotogênica a miséria moral dos protagonistas.

(B) Não é fácil, para os moradores do terceiro mundo admitir que, na velha Europa, com aquele alto padrão de vida, existam os que sofrem tanto, de vazio interior.

(C) Mais houvéssemos assistido mais teríamos gostado, daqueles velhos clássicos do cinema europeu, sobretudo os de Bergman e Antonioni; nossos prediletos.

(D) Chega a ser provocadora, a associação que o autor estabelece, entre morrer de fome ou morrer de tédio, ao comparar, as razões de sofrimento dos europeus, às dos povos mais pobres.

(E) A vida na Suécia, à qual não faltam bons serviços sociais, e aceitável distribuição de renda, teria inspirado, a cineastas como Bergman, cenas de quase inexplicável sofrimento.

Comentários:

(A) O autor do texto considera, em certo momento, que a beleza de certas cenas, naqueles velhos filmes clássicos, tornava fotogênica a miséria moral dos protagonistas.

Perfeita a pontuação. As vírgulas isolam temos adverbiais intercalados.

Vamos corrigir a pontuação das demais.

(B) Não é fácil para os moradores do terceiro mundo admitir que, na velha Europa, com aquele alto padrão de vida, existam os que sofrem tanto de vazio interior.

(C) Mais houvéssemos assistido, mais teríamos gostado daqueles velhos clássicos do cinema europeu, sobretudo os de Bergman e Antonioni, nossos prediletos.

(D) Chega a ser provocadora a associação que o autor estabelece entre morrer de fome ou morrer de tédio, ao comparar as razões de sofrimento dos europeus  às dos povos mais pobres.

(E) A vida na Suécia, à qual não faltam bons serviços sociais e aceitável distribuição de renda, teria inspirado a cineastas como Bergman cenas de quase inexplicável sofrimento.

Gabarito letra A.

É isso pessoal, essas provas são muito boas referências para a FCC!

Grande abraço!

Coordenação

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