Na prova Português MPRS 2016, é possível recurso em uma questão.
Na prova de Agente Administrativo, cabe recurso contra o gabarito da questão 5.
Considere as seguintes propostas de alteração dos tempos verbais do texto
I. Alteração de se sentia por estava se sentindo.
II. Alteração de esquecera-os por esqueceu-os.
III. Alteração de tinha perdido por perdera.
Quais alterações estão corretas?
(A) Apenas I.
(B) Apenas II.
(C) Apenas I e III.
(D) Apenas II e III.
(E) I, II e III.
Comentário: Tais verbos encontram-se nestes segmentos:
Estavam cansados da viagem; ela, grávida, não se sentia bem.
A troca pelo mesmo tempo verbal (pretérito imperfeito do indicativo), de “sentia” por “estava”, apenas mudou um verbo simples para locução verbal, mas o sentido mantém-se o mesmo, pois esse tempo verbal mantém, nas duas estruturas, uma regularidade no passado.
O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera-os.
O verbo “esquecera” encontra-se no tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo, tempo que normalmente usamos para destacar uma ação anterior a outra também no passado. Mas esse tempo não é obrigatório, isto é, o fato de usarmos o verbo “esqueceu” (pretérito perfeito do indicativo) não nos faz pensar que esta ação ocorreria no mesmo nível temporal das demais ações do período. Assim, a mudança do pretérito mais-que-perfeito do indicativo (esquecera) pelo pretérito perfeito do indicativo (“esqueceu”) não prejudica o texto.
Mas a banca colocou essa afirmação como errada, pois deu como gabarito a alternativa (C).
E foi aí que o gerente começou a achar que tinha perdido hóspedes importantes – os mais importantes já chegados a Belém de Nazaré.
A locução verbal “tinha perdido” encontra-se no pretérito mais-que-perfeito composto e pode ser substituído pelo seu tempo simples “esquecera” sem prejuízo gramatical ou de sentido.
Assim, o ideal seria a alternativa (E) como a correta.
Vamos a um texto simples e rápido para o recurso:
Senhor Examinador,
Em relação à questão 5 da prova de Agente Administrativo, pede-se considerar o que se expõe abaixo:
No fragmento “O homem disse que não tinha, na pressa da viagem esquecera-os.”, o verbo “esquecera” encontra-se no tempo pretérito mais-que-perfeito do indicativo, tempo que normalmente usamos para destacar uma ação anterior a outra também no passado. Mas esse tempo não é obrigatório, isto é, o fato de usarmos o verbo “esqueceu” (pretérito perfeito do indicativo) não nos faz pensar que esta ação ocorreria no mesmo nível temporal das demais ações do período. Assim, a mudança do pretérito mais-que-perfeito do indicativo (esquecera) pelo pretérito perfeito do indicativo (“esqueceu”) não prejudica o texto.
Com base nesse argumento, pede-se a mudança do gabarito da alternativa (C) para (E), pois todas as trocas verbais estão corretas.
Bom, meus amigos, espero que a banca do MPRS considere esse argumento, pois não podemos, de maneira alguma, obrigar o emprego do pretérito mais-que-perfeito. Esse também é o entendimento de bancas renomadas, como FCC, CESPE, ESAF, dentre outras.
Mas, como sabemos, cabe à ser ponderável na análise, pois ela é soberana na decisão.
Espero ter ajudado!
Se houver alguma dúvida nesta prova, basta enviar um e-mail para pedagogico@terrorportugues.com.br
Grande abraço a todos!
Décio Terror
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