Olá, caros alunos, tudo bem? Como foi a prova? Espero que tenha sido ótima! Se não foi, nada de desânimo, bola pra frente e cabeça erguida!
Estou aqui hoje para comentar a prova da FGV para o Concurso TCM SP! A prova veio com apenas um texto e com muitas questões de interpretação. Até aquelas que exigiam análise gramatical envolviam interpretação textual também. A banca retomou o texto em praticamente TODAS as questões. Entendo o gabarito preliminar como correto.
Sem mais demora, vamos para as questões!
Vou comentar cada uma das 24 questões de Português:
1 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) Considerando o conjunto do texto 1, o título “Alterar o ECA independe da situação carcerária” representa:
(A) uma opinião que se choca com a do autor do texto;
(B) um argumento favorável à redução da maioridade penal;
(C) um contra-argumento que é explicitado no corpo do texto;
(D) uma tese apoiada em argumentos de autoridade;
(E) um argumento que se apoia na intimidação do leitor.
Comentário: o texto em questão foi estruturado a partir de um contra-argumento: não adianta reduzir a maioridade penal se o sistema carcerário não comporta novos presos. O título rebate esse argumento que é o de muitas pessoas: o fim do paternalismo carcerário não deve acontecer porque os presídios não oferecem condições para receber tão jovens criminosos. O autor argumenta que são dois fatores diferentes, dois problemas que necessitam de intervenção.
GABARITO: C
2 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) Na progressão do texto 1 há uma série de segmentos em que a relação entre a situação de menores infratores e a de prisioneiros adultos é estabelecida; o segmento em que essa relação está ausente é:
(A) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios…”;
(B) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”;
(C) “…em 17 estados, o número de internos nos centros para jovens delinquentes supera o total de vagas disponíveis;”
(D) “Muitos são, de fato, e também a exemplo das carceragens para adultos, locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade”;
(E) “A realidade mostra que ações para melhorar as condições de detentos ou internos são indistintamente inexistentes”.
Comentário: a questão quer a alternativa que NÃO traz nenhum tipo de comparação entre os presídios e as unidades de internação para menores infratores.
A alternativa C: “…em 17 estados, o número de internos nos centros para jovens delinquentes supera o total de vagas disponíveis;” traz apenas uma informação sobre o número de internos nos centros para jovens infratores, sem comparar com os presídios.
Vejam os trechos de comparação destacados por mim nas outras alternativas:
(A) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios…”;
(B) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”;
(D) “Muitos são, de fato, e também a exemplo das carceragens para adultos, locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade”;
(E) “A realidade mostra que ações para melhorar as condições de detentos ou internos são indistintamente inexistentes”.
GABARITO: C
3 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL E USO DO “ETC”.
(Concurso TCM SP – 2015) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos: superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação, leniência com iniciativas que visem à correição, falhas graves nos procedimentos de reinclusão social etc.”.
Nesse segmento do primeiro parágrafo do texto 1, o emprego da forma ETC. indica que:
(A) a enumeração inclui todas as mazelas dos presídios;
(B) além das falhas graves nos procedimentos de reinclusão social há outras falhas graves em outros procedimentos que foram esquecidas;
(C) mazelas de menor importância não foram citadas;
(D) problemas de maior relevância não foram citados por não ser esse o melhor momento para fazê-lo;
(E) a lista de elementos citados não inclui a totalidade das mazelas dos presídios para adultos.
Comentário: o uso do “ETC” indica que os itens citados não estão em sua totalidade, ou seja, ainda há itens a serem citados. No caso do trecho em análise, foi exatamente isso que aconteceu, a lista de elementos citados não inclui a totalidade das mazelas dos presídios para adultos (E), por isso o uso de “ETC”.
GABARITO: E
4 – TIPOLOGIA TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) Na estruturação do texto 1, a função do primeiro parágrafo é:
(A) mostrar que a situação dos centros de internação de menores é caótica e que, por isso mesmo, não podem receber mais delinquentes;
(B) indicar uma crítica ao sistema penitenciário que antecipa a rejeição da redução da maioridade penal;
(C) denunciar falhas na rede de instituições do ECA, idênticas às dos adultos, a fim de que se negue força ao argumento de que a situação carcerária desaconselharia a redução da maioridade penal;
(D) apoiar a ideia de que a redução da maioridade penal não deve fazer com que menores delinquentes sejam internados junto a adultos;
(E) criticar o desapreço das autoridades diante de problemas carcerários que afetam tanto os menores quanto os adultos. Tribunal de Contas do Município de São Paulo FGV – Projetos
Comentário: trata-se de um texto argumentativo bem montado, com primeiro parágrafo introdutório contendo informações necessárias para reforçar a tese de que a redução da maioridade penal deve ser analisada sim, mesmo com os problemas carcerários vigentes, uma vez que os centros de menores infratores possuem os mesmos problemas.
GABARITO: E
5 – CONOTAÇÃO E DENOTAÇÃO.
(Concurso TCM SP – 2015) A linguagem empregada no texto 1 exemplifica tanto a linguagem lógica como a linguagem figurada; o segmento em que ocorrem somente casos de linguagem lógica é:
(A) “…não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual”;
(B) “…locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade”;
(C) “Preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA equivale a ficar paralisado diante de um falso impasse”;
(D) “No caso da criminalidade juvenil, o correto é assegurar a redução do limite da inimputabilidade…”;
(E) “…conservação e higiene são peças de ficção em 39% das unidades…”.
Comentário: entendendo linguagem lógica como linguagem denotativa, real, encontrada no dicionário, é possível perceber que apenas a alternativa D está correta. A linguagem figurada ou conotativa está presente nas outras alternativas, vejam:
(A) “…não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual”;
(B) “…locais que pavimentam a entrada de réus primários no mundo da criminalidade”;
(C) “Preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA equivale a ficar paralisado diante de um falso impasse”;
(E) “…conservação e higiene são peças de ficção em 39% das unidades…”.
GABARITO: D
6 – SENTIDO DAS PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) No texto 1 há um grupo de vocábulos com sentido negativo produzido pela presença do prefixo IM/IN/I; a opção em que esse prefixo apresenta esse sentido nos dois vocábulos é:
(A) inadiáveis / internação;
(B) infratores / instituições;
(C) impropriedade / indistintamente;
(D) inexistentes / implicar;
(E) iniciativas / inimputabilidade.
Comentário: o prefixo de negação, para ser classificado como tal, deve poder ser retirado da palavra e ela, ainda assim, existir, só que com valor afirmativo! É o que ocorre com as palavras da alternativa C: impropriedade >> propriedade / indistintamente >> distintamente. Nas outras alternativas temos prefixo de negação e o “IM/IN/I” como parte do radical das palavras.
(A) inadiáveis >> adiáveis / internação >> o “in” faz parte do radical;
(B) infratores >> o “in” faz parte do radical / instituições >> o “in” faz parte do radical;
(D) inexistentes >> existentes / implicar >> o “im” faz parte do radical;
(E) iniciativas >> o “in” faz parte do radical / inimputabilidade >> imputabilidade.
GABARITO: C
7 – PONTUAÇÃO.
(Concurso TCM SP – 2015) No texto 1, há duas oportunidades em que o autor empregou dois pontos (:):
1 – “…as mesmas mazelas dos presídios para adultos: superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação…”;
2 – “…para uma conclusão que dele se dissocia: seria contraproducente enviar jovens delinquentes…”.
Sobre essas duas ocorrências desses sinais de pontuação, a afirmação correta é:
(A) as duas ocorrências precedem enumerações;
(B) as duas ocorrências introduzem exemplificações;
(C) as duas ocorrências mostram explicações;
(D) só a primeira ocorrência introduz uma explicação;
(E) só a segunda ocorrência prepara uma explicitação.
Comentário: temos:
1 – “…as mesmas mazelas dos presídios para adultos: superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação…”; >> os dois pontos (:) introduzem enumerações.
2 – “…para uma conclusão que dele se dissocia: seria contraproducente enviar jovens delinquentes…”. >> os dois pontos (:) introduzem explicação.
GABARITO: E
8 – CLASSES GRAMATICAIS E SENTIDO DAS PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) A substituição do termo destacado por um adjetivo é INADEQUADA em:
(A) “internação de menores” / internação juvenil;
(B) “peças de ficção” / peças fictícias;
(C) “mundo da criminalidade” / mundo criminal;
(D) “adequação da legislação” / adequação legislativa;
(E) “condições dos presídios” / condições presidiárias.
Comentário: a questão pede a substituição da locução adjetiva destacada pelo adjetivo correspondente, caso tenha. Na alternativa A, a substituição “de menores” por “juvenil! Não é possível, pois o termo refere-se a jovens, mas não necessariamente menores de idade.
GABARITO: A
9 – CLASSE GRAMATICAL E USO DAS PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos”; a frase abaixo em que se repete o mesmo sentido do vocábulo sublinhado é:
(A) Os menores têm mesmo que pagar por seus crimes.
(B) Os crimes são punidos pela mesma lei de antigamente.
(C) É mesmo verdade que as leis irão mudar?
(D) Os dois presídios têm as mesmas condições.
(E) As celas são abertas pela mesma chave.
Comentário: essa é uma questão que pode ser polêmica! Isso porque o vocábulo “mesmo”, além de ser usado simplesmente como pronome demonstrativo, pode ser usado como sinônimo de “realmente”, com caráter confirmativo, ou como base para alguma comparação (igualdade). No texto foi usado o termo “mesmas” para comparar as mazelas dos presídios com as dos centros de internação para menores (“Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos”). A questão quer a alternativa em que o vocábulo esteja com o mesmo sentido que tem no enunciado. Vejam as alternativas:
(A) Os menores têm mesmo que pagar por seus crimes. >> realmente
(B) Os crimes são punidos pela mesma lei de antigamente. >> comparação
(C) É mesmo verdade que as leis irão mudar? >> realmente
(D) Os dois presídios têm as mesmas condições. >> comparação
(E) As celas são abertas pela mesma chave. >> demonstrativo
Ficaríamos entre B e D, certo? Para resolver a questão, observe que a D está mais de acordo com o texto e faz o mesmo tipo de comparação: compara as condições dos dois presídios. A banca deu como certa a alternativa D.
GABARITO: D
(Concurso TCM SP – 2015) 10 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.
O texto entre aspas que exemplifica adequadamente o problema dos presídios destacados no primeiro parágrafo do texto 1 é:
(A) Superpopulação – “Os presos são divididos em vários grupos e cada grupo só tem direito a banho de sol de quinze minutos”.
(B) Maus-tratos – “Os presos são obrigados a permanecer em fila durante a revista diária e, só após o toque da sirene, podem ir para as celas”.
(C) Desprezo por ações de educação – “Os prisioneiros fazem as refeições em conjunto e nem sempre as normas de polidez à mesa são seguidas”.
(D) Conservação e higiene são peças de ficção – “Ao serem libertados, os prisioneiros sofrem preconceitos quando se apresentam para empregos”.
(E) Leniência com iniciativas que visem à correição – “Os presos que se rebelam por algum motivo são levados para as solitárias, onde ficam às vezes por vários dias”.
Comentário: a alternativa A exemplifica bem o problema da superlotação dos presídios. Apenas quinze minutos de banho de sol é pouco, mas é o que pode ser feito dado o grande número de detentos.
GABARITO: A
11 – TIPOLOGIA TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) Ao citar o levantamento feito pelo Conselho Nacional do Ministério Público, o autor do texto 1 tem a finalidade argumentativa de:
(A) demonstrar a atualidade das informações prestadas;
(B) indicar a seriedade do tema tratado;
(C) valorizar a precisão da informação dada;
(D) mostrar a polêmica motivada pelo tema;
(E) criticar a incúria das autoridades.
Comentário: ao expor dados pesquisados pelo confiável Conselho Nacional do Ministério Público, o autor prova com dados concretos a sua tese. Isso valoriza a precisão da informação dada. Quanto mais precisa a informação, mais fiel e mais verdadeira ela é.
GABARITO: C
12 – CONJUNÇÃO
(Concurso TCM SP – 2015) O segmento do texto 1 em que está ausente uma estrutura de base comparativa é:
(A) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”;
(B) “As condições dos presídios (bem como dos centros de internação) e a violência de jovens delinquentes…”;
(C) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos”;
(D) “…legislação penal a uma realidade em que a violência juvenil se impõe cada vez mais como ameaça à segurança da sociedade”;
(E) “…se o sistema penitenciário tem problemas, a rede de proteção ao menos consagrada no ECA também os tem”.
Comentário: a estrutura de base comparativa ocorre quando deixamos explícitos os elementos usados para marcar alguma comparação. Normalmente é a conjunção “como” que serve de elemento comparativo, mas nem sempre esse vocábulo desempenha tal função, vejam:
(A) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”; – COMPARAÇÃO.
(B) “As condições dos presídios (bem como dos centros de internação) e a violência de jovens delinquentes…”; – COMPARAÇÃO.
(C) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos”; – COMPARAÇÃO.
(D) “…legislação penal a uma realidade em que a violência juvenil se impõe cada vez mais como ameaça à segurança da sociedade”; – “como” usado como preposição exigida pelo verbo “impor”.
(E) “…se o sistema penitenciário tem problemas, a rede de proteção ao menos consagrada no ECA também os tem”. – COMPARAÇÃO.
GABARITO: D
13 – REESCRITA DE TRECHOS. COESÃO E COERÊNCIA.
(Concurso TCM SP – 2015) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”; a forma de reescrever-se esse período do texto 1 que mostra uma possibilidade de mudança de sentido é:
(A) os centros não regeneram, assim como os presídios;
(B) os centros, assim como os presídios, não regeneram;
(C) os presídios, tais quais os centros, não regeneram;
(D) os centros não regeneram tanto quanto os presídios;
(E) tanto os presídios quanto os centros não regeneram.
Comentário: observem com atenção a alternativa D – “os centros não regeneram tanto quanto os presídios” -. A informação dada a partir dessa reescrita é outra: os presídios e os centros regeneram, um mais que o outro. Informação contrária ao texto original: “Assim como os presídios, os centros não regeneram” – os centros e os presídios NÃO regeneram.
GABARITO: D
14 – INTERPRETAÇÃO TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) A seção de jornal de onde foi retirado o texto denomina-se Opinião; no caso do texto 1, a opinião que é estruturalmente a mais importante é a de que:
(A) não se pode aceitar o argumento, contrário à redução da maioridade penal, de que a situação carcerária impede essa redução;
(B) é urgente em todo o país a melhora do sistema penitenciário e a rede de instituições do ECA;
(C) nas unidades de internação ocorre um aprendizado do crime pelos que são réus primários;
(D) o ECA é um estatuto superado, pois desconhece os próprios problemas, protegendo os menores de forma paternalista e esquizofrênica;
(E) é inadiável a obtenção de soluções apropriadas para a violência de jovens delinquentes, que só pode ser obtida pela redução da maioridade penal.
Comentário: mais uma questão puramente interpretativa! Após a leitura integral do texto, fica claro que a alternativa A resume a ideia principal, a opinião defendida pelo autor. Embora as outras alternativas tragam questões também abordadas no texto, a A é a mais completa.
GABARITO: A
15 – VOZES VERBAIS.
(Concurso TCM SP – 2015) Em algumas passagens do texto 1 o autor emprega construções com voz passiva, o que traz a vantagem de omitir-se o agente da ação; a frase abaixo que NÃO exemplifica essa estratégia, por não estar na voz passiva, é:
(A) “…graças a uma legislação paternalista, estão a salvo de serem punidos pelas ações que praticam”;
(B) “…em 70% delas, não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual”;
(C) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios…”;
(D) “A realidade mostra que as ações para melhorar as condições de detentos e internos são indistintamente inexistentes”;
(E) “Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de uma reforma geral da política penitenciária…”.
Comentário: questão simples de identificação da voz passiva. Sabemos que o sujeito da voz passiva é paciente, ou seja, ele não pratica a ação. Além disso, o agente da passiva (aquele que praticou a ação) pode ser omitido. É importante lembrar que formamos voz passiva apenas com verbo transitivo direto.
A questão quer a alternativa que NÃO está na voz passiva:
(A) “…graças a uma legislação paternalista, estão a salvo de serem punidos pelas ações que praticam”; = (jovens criminosos) estão a salvos de serem punidos… >> voz passiva.
(B) “…em 70% delas, não se separam os adolescentes pelo porte físico, porta aberta para a violência sexual”; = os adolescentes não são separados pelo porte físico. >> voz passiva.
(C) “Nas unidades de internação de menores infratores reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios…”; = as mesmas mazelas são reproduzidas… >> voz passiva.
(D) “A realidade mostra que as ações para melhorar as condições de detentos e internos são indistintamente inexistentes”; = as condições são inexistentes. >> voz ATIVA. Sujeito ativo. Verbo “inexistir” intransitivo.
(E) “Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de uma reforma geral da política penitenciária…”. = a questão precisa ser tratada… >> voz passiva.
GABARITO: D
16 – COESÃO E COERÊNCIA. SENTIDO DAS PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) “…que seria contraproducente enviar jovens delinquentes, supostamente ainda sem formação criminal consolidada, a presídios onde, ali sim, estariam expostos ao assédio das facções”.
Nesse segmento do texto 1, a forma sublinhada indica:
(A) uma reafirmação de algo dito anteriormente;
(B) uma retificação de erro cometido pelo autor;
(C) uma observação enfática sobre um ponto argumentativo;
(D) uma oposição a outra opinião contrária;
(E) uma ironia sobre declarações do ECA.
Comentário: dizer “ali sim” indica dar ênfase àquilo que foi dito. O “ali” tem o sentido locativo mantido, retomando “presídios”. A ênfase está na argumentação de que, nos presídios, os jovens delinquentes estariam mais expostos a todo tipo de crime.
GABARITO: C
17 – COESÃO E COERÊNCIA. SENTIDO DAS PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) “Esta é uma questão que precisa ser tratada no âmbito de uma reforma geral da política penitenciária, aí incluída a melhoria das condições socioeducativas para os menores de idade”.
A afirmação correta sobre o termo “aí” é:
(A) indica o local da reforma geral onde deve ser incluída a melhoria pretendida;
(B) refere-se ao termo “reforma geral da política penitenciária”, de forma a retomá-lo na frase seguinte;
(C) é um termo anafórico, substituindo o termo “questão”, citado anteriormente no mesmo segmento;
(D) funciona como um conectivo de forma coloquial, correspondendo à conjunção aditiva E;
(E) mostra uma indicação de tempo, referindo-se ao momento da produção da reforma geral.
Comentário:
(A) indica o local da reforma geral onde deve ser incluída a melhoria pretendida; – ERRADO. Nem sempre o “aí” irá indicar lugar.
(B) refere-se ao termo “reforma geral da política penitenciária”, de forma a retomá-lo na frase seguinte; = CORRETO. A ideia é que “a melhoria das condições socioeducativas para os menores de idade” estaria incluída na “reforma geral da política penitenciária”.
(C) é um termo anafórico, substituindo o termo “questão”, citado anteriormente no mesmo segmento; – ERRADO. É realmente um termo anafórico, mas retoma “reforma geral da política penitenciária”.
(D) funciona como um conectivo de forma coloquial, correspondendo à conjunção aditiva E; – ERRADO. O “aí” não foi usado como forma coloquial.
(E) mostra uma indicação de tempo, referindo-se ao momento da produção da reforma geral. – ERRADO. O “aí” não foi usado como marcador temporal.
GABARITO: B
18. COESÃO E COERÊNCIA. CONJUNÇÃO.
(Concurso TCM SP – 2015) A passagem do texto 1 em que o termo sublinhado tem uma forma equivalente corretamente indicada é:
(A) “Nunca, no entanto, como argumento para combater a adequação da legislação…” / no entretanto;
(B) “Assim como os presídios, os centros não regeneram”. / Desse modo;
(C) “…reproduzem-se as mesmas mazelas dos presídios para adultos:…” / em relação a;
(D) “…superpopulação, maus-tratos, desprezo por ações de educação, …” / em função de;
(E) “Muitos são, de fato, e também a exemplo das carceragens para adultos…” / na verdade.
Comentário: vejamos cada caso:
A – “no entanto” = exprime a ideia de oposição. “No entretanto” = também exprime ideia de oposição, mas não existe o “no” antes do entretanto.
B – “Assim como” = exprime ideia de comparação. “Dessa forma” = exprime ideia de conclusão.
C – Não cabe no texto a troca preposição “para” por “em relação a”, ficaria sem nexo.
D – O nome “desprezo” exige a preposição “por”, não cabendo como substituta a forma “em função de”.
E – A expressão “de fato” é afirmativa, assim como a possível substituta “na verdade”.
GABARITO: E
19 – TIPOLOGIA TEXTUAL.
(Concurso TCM SP – 2015) Diante do leitor, a voz do autor do texto 1 é:
(A) autoritária, pois mostra suas opiniões como certezas;
(B) politicamente aliciadora, pois tenta convencer por meio de falácias argumentativas;
(C) intimidadora, pois desconsidera intelectualmente os que participam de sua opinião;
(D) sedutora, pois tenta manipular argumentos para que os leitores possam ficar convencidos;
(E) pouco efetiva, pois o texto carece de conclusão que indique solução para o problema levantado.
Comentário: a banca deu como correta a alternativa A. A linguagem não é exatamente autoritária, mas sim persuasiva, no entanto, o que torna a alternativa realmente correta é dizer que o autor mostra as opiniões dele como certezas. Em nenhum momento ele coloca em dúvida a sua opinião, é assim que consegue persuadir o leitor.
GABARITO: A
20 – DENOTAÇÃO E CONOTAÇÃO.
(Concurso TCM SP – 2015) O autor do texto fala do paternalismo e da esquizofrenia do ECA; no texto 1, o termo sublinhado se refere a(à):
(A) distúrbios mentais graves;
(B) dissociação das funções psíquicas;
(C) perda de contato com a realidade;
(D) problemas de afetividade;
(E) hipocondria e regressão.
Comentário: dizer figurativamente que o ECA é esquizofrênico, é fazer uma comparação com a doença no aspecto de perder o contato com a realidade. A crítica é feita, pois o autor acredita que o ECA não leva em consideração as situações reais vividas pelos jovens.
GABARITO: C
21 – ORAÇÕES.
(Concurso TCM SP – 2015) “…seria contraproducente enviar jovens delinquentes a presídios”; se desenvolvermos a oração reduzida desse segmento do texto 1, a forma adequada seria:
(A) que se enviasse jovens delinquentes a presídios;
(B) que se enviem jovens delinquentes a presídios;
(C) que se enviassem jovens delinquentes a presídios;
(D) que enviemos jovens delinquentes a presídios;
(E) que se envie jovens delinquentes a presídios.
Comentário: a oração reduzida de infinitivo “enviar jovens delinquentes a presídios” deve ser desenvolvida com a inclusão de uma conjunção e com a conjugação do verbo: “…seria contraproducente que se enviassem jovens delinquentes a presídios”. Observe que o verbo deverá ficar no plural para concordar com “jovens” e no subjuntivo para que o aspecto verbal seja mantido (possibilidade, situação hipotética).
GABARITO: C
22 – DIVERSOS.
(Concurso TCM SP – 2015) “Preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA equivale a ficar paralisado diante de um falso impasse”.
A afirmativa correta sobre um dos componentes desse segmento do texto 1 é:
(A) o adjetivo “falso” indica uma opinião do autor;
(B) a conjunção E está unindo dois termos sinônimos;
(C) a forma verbal “equivale” deveria ser substituída por “equivalem”;
(D) o adjetivo “paralisado” está no masculino porque concorda com “autor”;
(E) a forma “do”, antes de ECA, deveria perder o artigo, já que uma sigla não tem gênero.
Comentário: vejamos:
(A) o adjetivo “falso” indica uma opinião do autor; – CORRETO. Quem julga falso o impasse é o autor.
(B) a conjunção E está unindo dois termos sinônimos; – ERRADO. Paternalismo é o mesmo que aplicar nas relações sociais o que ocorre nas relações familiares entre pais e filhos. Esquizofrenia é um distúrbio mental.
(C) a forma verbal “equivale” deveria ser substituída por “equivalem”; – ERRADO. O sujeito do verbo “equivaler” é oracional (preservar o paternalismo e a esquizofrenia do ECA), sendo assim, ele deve ficar no singular.
(D) o adjetivo “paralisado” está no masculino porque concorda com “autor”; – ERRADO. O adjetivo equivale a todos, não só ao autor.
(E) a forma “do”, antes de ECA, deveria perder o artigo, já que uma sigla não tem gênero. – ERRADO. O Gênero da sigla é o mesmo do nome que ela representa, no caso, Estatuto da Criança e do Adolescente.
GABARITO: A
23 – CLASSE DE PALAVRAS.
(Concurso TCM SP – 2015) Nos pares abaixo, o adjetivo que NÃO pode ser classificado entre os adjetivos de relação é:
(A) maioridade penal;
(B) violência sexual;
(C) reforma geral;
(D) más condições;
(E) sistema penitenciário.
Comentário: o banca utilizou no enunciado dessa questão uma expressão pouco usada: adjetivo de relação. Significa aqueles adjetivos que são oriundos de substantivos.
(A) maioridade penal – penal = pena.
(B) violência sexual – sexual = sexo.
(C) reforma geral – geral = generalização.
(D) más condições – más = não vem oriunda de substantivo.
(E) sistema penitenciário. – penitenciário = penitenciária.
GABARITO: D
24 – CONJUNÇÃO.
(Concurso TCM SP – 2015) O segmento do texto 1 em que a conjunção E une termos que, no contexto, podem ser vistos como redundantes é:
(A) “conservação e higiene são peças de ficção”;
(B) “melhorar as condições de detentos e internos”;
(C) “o sistema penitenciário e a rede de instituições do ECA”;
(D) “Preservar o paternalismo e a esquizofrenia”;
(E) “Estatuto da Criança e do Adolescente”.
Comentário: entende-se que dizer conservação e higiene do ambiente carcerário é redundante, pois conservar é manter limpo e bem arrumado, ou seja, manter a higiene.
GABARITO: A
Grande abraço a todos! Muito sucesso!!
Rafaela Freitas
professorarafaelafreitas@gmail.com
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Muito bom!
Parabéns, de muita valia!
Na última questão, sobre o que pode ser considerado sinônimo, o que invalidaria a opção "B" (Detentos e internos)?
ref. questão 09: Os crimes são punidos pela mesma lei de antigamente.
Não concordo que o "mesma" seja comparação. Creio que, em "a lei de antigamente", "mesma" é demonstrativo tanto quanto na frase "As celas são abertas pela mesma chave". Ou seja, a chave para abrir as celas é 1 só e a lei aplicada para punir os crimes também é 1 só, aquela lei de antigamente. Não há outra lei a ser aplicada. Estou equivocada?
maravilhoso. muito obrigada