Olá, pessoal, tudo bem? Professor Felipe na área trazendo uma prova comentada recentíssima da FCC, fundamental para quem vai fazer os próximos TRTs (São Paulo, Campinas, Goiás…).
Segue o comentário da prova SABESP 2018, a última prova da FCC, realizada no domingo.
Muitas questões eram absoluta cópia do que a FCC sempre cobra, questões clássicas, de voz passiva, correlação verbal, pontuação, concordância, conectivos. Algumas outras estavam bem pesadas, na parte de interpretação. Contudo, não vejo possibilidade realista de nenhum recurso, pois a FCC não costuma errar em suas provas.
Vejamos:
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 1 a 8.
1 A partir de que momento uma obra é, de fato, arte? Mona Suhrbier, etnóloga e especialista em questões ligadas à Amazônia do Museu de Culturas do Mundo de Frankfurt, explica em entrevista por que trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade de achar um lugar nos museus.
2 Qual tipo de arte pode ser classificado como “arte indigena”? Devo mencionar, de início, que aqui no Museu das Culturas do Mundo não usamos o termo “arte indígena”. O Museu coleciona desde 1975 arte não europeia. Em cada exposição, indicamos o nome da região de que a arte em questão vem. Mas para responder a sua pergunta com uma pequena provocação: arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”. Para este tipo de arte foi criado no século 21 um espaço especial: o Museu do Folclore. Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? Por que aquilo que é exibido nele não é considerado simplesmente arte?
3 E você encontrou uma resposta a essa pergunta? Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres. Mas se a obra for de autoria de um artista urbano, cujo currículo seja adequado, ou seja, se tiver estudado com “as pessoas certas”, aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido. Na minha opinião, o problema está nesses critérios “ocidentais”. Muitas vezes o próprio material já define: o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (“sim, poderia ser arte”), enquanto um cesto trançado já é mais difícil.
4 Até que ponto especialistas em arte, socializados em culturas ocidentais, refletem a respeito do fato de que talvez não possam julgar tradições artísticas que não conhecem? Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma. É mais uma questão sensorial que intelectual. Acho que, entre nós, há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
(Adaptado de: REKER, Judith. “Arte não europeia: ‘não queremos ser como vocês’”. Disponível em: https://www.goethe.de)
As frases abaixo referem-se à pontuação do segundo parágrafo do texto.
III. Em É o “folclore”, o “artesanato”, a vírgula deve-se à inversão da ordem direta dos elementos da frase, que pode assim ser reescrita: O “folclore” é o “artesanato”.
Está correto o que se afirma em
(A) I e III, apenas.
(B) I e II, apenas.
(C) I, II e III.
(D) II, apenas.
(E) III, apenas.
Comentários:
I Correto. A oração “para responder sua pergunta com uma pequena provocação” é uma oração adverbial final, então poderia vir entre vírgulas.
Mas, para responder a sua pergunta com uma pequena provocação, arte indígena…
II Correto. Entre as orações há evidente relação semântica de explicação, já que a segunda oração explica o que é “arte indígena”. Para deixar explícita essa relação explicativa, é adequado usar o sinal de dois-pontos, fazendo-se os ajustes na letra maiúscula.
III Incorreto. A vírgula apenas enumera, coordena termos. Não tem relação alguma com inversão, até porque o sujeito está antes do verbo e apareceu na oração anterior.
Gabarito letra B.
Na entrevista, Mona Suhrbier defende o argumento de que
(A) o artesanato feito por mulheres, em regiões como a Amazônia, deve ser exibido em centros urbanos, para servir de inspiração a artistas que se dedicam às técnicas universalmente aceitas.
(B) as pessoas, quando desenvolvem critérios de apreciação de acordo com a cultura em que estão inseridas, podem apreciar a arte sem opiniões preconcebidas.
(C) a arte nacional costuma ser marcada pelo folclore, ainda que tal identificação não seja aceita pelos que desejam se pautar em paradigmas europeus.
(D) a arte indígena, ainda que não seja identificada como arte nacional, deve ter seu lugar de apreciação salvaguardado em instituições como o Museu do Folclore.
(E) as noções do que seja arte devem libertar-se do modelo europeu, marcado por critérios ditos “ocidentais”, que consideram as outras modalidades artísticas como inferiores.
Comentários:
Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore, sobretudo se for feita por mulheres.
arte indígena é sempre aquela que não é nacional. É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. É o “folclore”, o “artesanato”.
Gabarito letra E.
Está correto o que se afirma em:
(A) Em por que é que se precisa desse museu? (2º parágrafo), a supressão do segmento sublinhado, por ser expletivo, acarreta erro de sintaxe à frase.
(B) O acréscimo de uma vírgula imediatamente após “Mas” em Mas se a obra for de autoria de um artista urbano (3º parágrafo) separaria a conjunção da oração por ela introduzida, tornando a frase incorreta.
(C) A frase iniciada por Muitas vezes o próprio material já define (3º parágrafo) introduz um exemplo contrário aos critérios aventados na frase anterior, de modo a sugerir outro ponto de vista.
(D) Em Já me perguntei: por que é que se precisa desse museu? (2º parágrafo), caso se suprimam os dois-pontos e o ponto de interrogação, deverá também se alterar a grafia de “por que” para “porque”.
(E) No 3º parágrafo, se as aspas, por um lado, relativizam expressões como “pessoas certas” e “ocidentais”, por outro, destacam uma fala hipotética do mundo da arte em “sim, poderia ser arte”.
Comentários:
Em “sim, poderia ser arte”, reproduz-se a voz hipotética de alguém (um dito “especialista”) que olharia uma obra e, só pelo fato de ser de cerâmica, diria “sim, isso poderia ser arte”. Esse tipo de análise a autora chamou no texto de “critérios ocidentais”. Para confirmar, vejam no texto:
Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma.
Gabarito letra E.
Quanto à ocorrência de crase, é correto afirmar:
(A) Em E você encontrou uma resposta a essa pergunta? (3º parágrafo), pode-se substituir o segmento sublinhado por “à”, do mesmo modo que em para responder a sua pergunta (2º parágrafo).
(B) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), pode ser acrescentado o sinal indicativo de crase ao termo sublinhado, uma vez que a regência do verbo “aceitar” o permite.
(C) Em o mundo da arte aceita com prazer a cerâmica (3º parágrafo), caso o verbo em destaque seja substituído por “prefere”, o termo sublinhado deverá ser também substituído por “à”.
(D) Em especialista em questões ligadas à Amazônia (1º parágrafo), o sinal de crase pode ser suprimido, uma vez que se trata de uso opcional da preposição “a”.
(E) Em o nome da região de que a arte em questão vem (2º parágrafo), caso se substitua o verbo em destaque por “advém”, o termo sublinhado terá de ser substituído por “à”.
Comentários:
você encontrou uma resposta a essa pergunta? (não ocorre crase porque o pronome demonstrativo “essa” não aceita artigo, então falta um A, metade da crase. )
você encontrou uma resposta à pergunta? (Ocorre crase pela fusão: resposta A+A pergunta)
você encontrou uma resposta a sua pergunta? (não ocorre crase porque diante de pronome possessivo adjetivo, a crase é facultativa. O autor poderia optar por não usar.)
Em enquanto um cesto trançado já é mais difícil (3º parágrafo), mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, o termo sublinhado pode ser substituído por:
(A) ainda que
(B) portanto
(C) concomitantemente
(D) ao passo que
(E) ao mesmo tempo em que
Comentários:
Esse é o caso em que o “enquanto” é usado para fazer um paralelo entre dois fatos:
Os cães são ligados ao dono, ao passo que/enquanto os gatos são ligados à casa.
A pegadinha estava no fato de que a conjunção “enquanto” pode indicar tempo concomitante, em que duas ações ocorrem ao mesmo tempo:
Eu escovo os dentes enquanto tomo banho (faço os dois ao mesmo tempo). Contudo, NÃO É O CASO DESSA QUESTÃO, que trouxe o “enquanto” esvaziado do valor de tempo, com função de traçar um paralelo entre duas realidades. Por isso, C e E eram pegadinhas.
Ainda que tem sentido concessivo; portanto tem sentido conclusivo. Gabarito letra D.
O verbo em destaque deve sua flexão ao elemento sublinhado em:
(A) há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
(B) trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade
(C) É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior.
(D) Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore
(E) aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido
Comentários:
Esse tipo de enunciado, traduzido, significa: ache o núcleo do sujeito. Então, vamos marcar o termo que é responsável pela flexão:
(A) há muito pouco autoquestionamento no que concerne ao que nos marcou esteticamente.
Aqui, o verbo haver é impessoal, então não tem sujeito, logo não se flexiona.
(B) trabalhos de mulheres indígenas que vivem em zonas não urbanas têm dificuldade (as mulheres têm dificuldade)
(C) É o tipo de arte que os países não querem usar para representá-los no exterior. (a arte vai representar os países)
(D) Quando uma produção deriva de formas de expressão rurais, coloca-se a obra no Museu do Folclore (a obra é colocada no Museu)
(E) aí sim ele pode iniciar o caminho para que se torne um artista reconhecido (ele se torna)
Gabarito letra B.
Acredito que as pessoas, inclusive os especialistas em arte, tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem. As pessoas, em sua maioria, não pensam que cresceram em um mundo visual específico. Esse mundo serve como uma espécie de norma.
Mantendo-se, em linhas gerais, o sentido original, as frases acima formam um único período, com clareza e correção, em:
(A) A maioria das pessoas, além dos especialistas em arte, não pensam ter crescido em um mundo visual específico que, tendem a julgar como bom, pois aquilo que já conhecem lhes serve como uma espécie de norma.
(B) Acredito que, para além da maior parte das pessoas, os especialistas em arte também não pensam em crescer em um mundo visual específico, do qual serve como uma espécie de norma, na medida em que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.
(C) Acredito que não só a maioria das pessoas, mas também os especialistas em arte não pensam ter crescido em um mundo visual específico, que serve como uma espécie de norma, de maneira que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.
(D) Acredito que as pessoas, em sua maioria e, inclusive, os especialistas em arte que não pensam que cresceram em um mundo visual específico, tendem a usá-lo como norma a julgar como bom aquilo que já conhecem.
(E) Esse mundo visual específico, no qual a maioria das pessoas e, inclusive, dos especialistas em arte cresceram, serve-lhes como uma espécie de norma, a tal ponto de que tendem a julgar como bom aquilo que já conhecem.
Comentários:
Observem que existe uma relação de causa e consequência:
As pessoas (e também os especialistas) não pensam que cresceram em um mundo visual específico. COMO CONSEQUÊNCIA, julgam como bom aquilo que já conhecem.
Resumindo mais ainda, temos que as pessoas e os críticos não percebem que foram criados sempre vendo o mesmo tipo de arte e, consequentemente, só sabem apreciar, considerar como bom aquilo que já conhecem.
Dentro da primeira parte, temos também uma adição, que foi sublinhada. Então, teríamos agora que achar a alternativa que traga esse nexo de consequência. Isso pode ser visto no conectivo “de maneira que”, locução conjuntiva consecutiva.
Na letra A, o “pois” indica uma explicação, precisávamos de uma ideia de consequência.
Na B, “na medida em que” traz ideia de causa. Na D, a vírgula antes de ‘tendem’ separa o sujeito do verbo. Na E, a alternativa é confusa e também há mudança radical do sentido original, pois sugere que “a maioria dos especialistas em arte” vivem no mundo visual específico. A redação original não fala de “maioria dos especialistas”, mas sim de “maioria das pessoas”. Gabarito letra C.
de que a arte em questão vem (2º parágrafo)
cujo currículo seja adequado (3º parágrafo)
que não conhecem (4º parágrafo)
Os pronomes sublinhados acima referem-se respectivamente a:
(A) região − artista urbano − especialistas em arte
(B) exposição − autoria − especialistas em arte
(C) exposição − artista urbano − especialistas em arte
(D) região − autoria − tradições artísticas
(E) região − artista urbano − tradições artísticas
Comentários:
Questão direta: a arte vem da região. O currículo é do artista. Os especialistas não julgam conhecem as tradições e não podem julgá-las.
Gabarito letra E.
Atenção: Considere o texto abaixo para responder às questões de números 9 a 14.
A mitificação dos homens é um fato social comum, e um dos mais perniciosos. Desde que um nome emerge, por qualquer razão, da massa anônima, está o seu dono sujeito a virar mito. Com isso, naturalmente, soma-se às forças dessa pessoa um dinamismo novo, que raramente reverte em benefício dos demais homens. De qualquer modo, uma coisa preciosa se perde: a verdade da condição real desse indivíduo.
O escritor é um dos tipos sociais mais sujeitos a esse fenômeno. Já ouvi, inúmeras vezes, queixas como esta: “Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. É um homem como outro qualquer”. Sim, as pessoas se surpreendem que os escritores comam, tropecem no beiço da calçada, assoem o nariz etc. Isso, nos casos mais graves de delírio adolescente. Mas é muito comum pensar-se que os escritores têm o mundo totalmente decifrado dentro de sua cabeça e não são suscetíveis de vacilar um instante sobre que decisão tomar em face desta ou daquela contingência.
E o curioso é que essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor: e ei-lo se compondo, como diante do fotógrafo, a fim de não contrariar a imagem que os leitores criaram de sua pessoa. A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar diretamente a própria obra do escritor, Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. É a frase do gênio alemão, à hora da morte: “mais luz, mais luz”. (Se Goethe disse isso ou não, pouco importa: a frase é necessária para compor o mito.) No entanto, o velho e sábio Sócrates não se preocupou com que sua derradeira frase fosse esta: “Críton, nós devemos um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo”.
Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos para fazer dos escritores e dos artistas personagens ideais. Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes de sua vida particular. Tanto num caso, como noutro, deixa-se de lado o fato simples de que a obra de arte, quando acontece, é uma vitória da pessoa sobre seus defeitos e suas virtudes cotidianas.
(GULLAR, Ferreira. Melhores Crônicas. São Paulo, Global, 2012, ed. digital)
Ao substituir-se o elemento sublinhado pelo que está entre parênteses, o verbo que deverá ser flexionado no plural encontra-se em:
(A) essa vontade idealista do público se reflete frequentemente no escritor (das pessoas)
(B) um galo a Asclépio; não te esqueças de pagá-lo (nos)
(C) o fato simples de que a obra de arte, quando acontece (as obras de arte)
(D) A propósito desse fenômeno, que termina por influenciar diretamente a própria obra do escritor (os escritores)
(E) Há, por outro lado, um esforço permanente dos biógrafos (esforços contínuos)
Comentários:
Gabarito letra C.
Conforme o texto,
(A) a mitificação dos escritores, tratada como exemplo particular de uma formulação geral feita no início do texto, faz com que muitas vezes eles se tornem reféns da imagem alimentada pelo público e mesmo por seus próprios biógrafos.
(B) embora, no geral, escritores se caracterizem por ter excepcional clareza sobre o mundo em que vivem, de modo a direcionar suas ações, fazer disso uma regra e cobrar de todos que assim se comportem é próprio da mitificação.
(C) a mitificação dos escritores tem como exemplo maior a figura de Sócrates, que, embora eivada de comicidade, é semelhante à trágica figura de Goethe, ambas a compor mitos que obscurecem a verdade de sua real condição.
(D) ainda que a mitificação seja corriqueira junto ao público leitor, é claro para os biógrafos o fato de que a obra de arte é uma vitória sobre os erros e acertos da vida cotidiana.
(E) frases como Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente são exemplos da confusão que o público leitor faz entre a obra dos escritores e sua vida particular, passando a adotar esta como parâmetro para mitificá-los.
Comentários:
Sejamos objetivos, sem perder tempo com viagem. A tese do texto é bem simples: os escritores muitas vezes são elevados ao status de mito, então as pessoas esquecem que são pessoas normais, que são falhas e cometem erros, e se decepcionam com elas. Ao mesmo tempo, alguns escritores, como reflexo de serem objeto dessa alta expectativa moral, acabam tentando parecer tão bons quanto o patamar que se espera deles, na condição de mitos.
Isso é parafraseado em :
a mitificação dos escritores, tratada como exemplo particular de uma formulação geral feita no início do texto, faz com que muitas vezes eles se tornem reféns da imagem alimentada pelo público e mesmo por seus próprios biógrafos.
Gabarito letra A.
Caso se atribua sentido hipotético ao segmento as pessoas se surpreendem que os escritores comam, tropecem no beiço da calçada (2º parágrafo), sua redação deve assumir a seguinte forma:
(A) Que se surpreendam as pessoas, que os escritores comem e tropecem no beiço da calçada.
(B) Iriam se surpreender as pessoas quando os escritores comerem, tropeçarem no beiço da calçada.
(C) As pessoas se surpreendiam porque os escritores comiam, tropeçavam no beiço da calçada.
(D) As pessoas se surpreendessem, caso os escritores comam, tropecem no beiço da calçada.
(E) As pessoas se surpreenderiam se os escritores comessem, tropeçassem no beiço da calçada.
Comentários:
A banca falou de hipótese, então está pedindo o modo subjuntivo, especificamente na estrutura condicional. Falando sério, avisei trocentas vezes no nosso curso, a banca SEMPRE PEDE A BENDITA MESMA CORRELAÇÃO VERBAL:
SE EU PUDESSE, FARIA
Usando os verbos da questão, teremos:
As pessoas se SURPREENDERIAM se os escritores COMESSEM, TROPEÇASSEM no beiço da calçada.
Gabarito letra E.
A correta transposição do verbo sublinhado para a voz passiva encontra-se entre parênteses em:
(A) a imagem que os leitores criaram de sua pessoa (foi criada)
(B) Que decepção, o Fulano. Julgava-o diferente. (fui julgado)
(C) Desde que um nome emerge (é emergido)
(D) um dinamismo novo, que raramente reverte em benefício dos demais homens (são revertidos)
(E) Já ouvi, inúmeras vezes, queixas como esta (havia ouvido)
Comentários:
Questão clássica de conversão de voz verbal. Vejam os passos:
O objeto direto da voz ativa vira sujeito na voz passiva. Então, “imagem” vira sujeito. Depois, usamos a locução SER+Particípio, MANTENDO O TEMPO ORIGINAL (criaram- pretérito perfeito). Logo, teremos:
A imagem FOI CRIADA
Gabarito letra A.
Em Roland Barthes escreveu que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”. (3º parágrafo), a oração sublinhada complementa o sentido de um
(A) nome e pode ser substituída por um advérbio.
(B) substantivo e pode ser substituída por um adjetivo.
(C) nome e pode ser substituída por um complemento nominal.
(D) verbo e pode ser substituída por um substantivo.
(E) verbo e pode ser substituída por um advérbio.
Comentários:
Temos aqui uma oração subordinada substantiva objetiva direta, em termos mais amigáveis, um objeto direto do verbo escrever, mas em forma de oração:
escreveu [ALGUMA COISA]
escreveu [que, na França, os homens de letras tinham todos se educado na “arte de morrer em público”]
escreveu [ISTO]
Como temos uma oração substantiva, ela faz o papel de um substantivo, poderia ser substituída por um substantivo, por exemplo:
escreveu [LIVROS]
Gabarito letra D.
Está correto o que consta de:
(A) Em uma coisa preciosa se perde: a verdade da condição (1º parágrafo), os dois-pontos podem ser substituídos por ponto e vírgula, visto se tratar de segmento de mesmo valor sintático que o anterior.
(B) O termo sublinhado em e um dos mais perniciosos (1º parágrafo) pode ser substituído por “nocivos”, sem prejuízo para o sentido original e a correção.
(C) Os termos sublinhados em sobre que decisão tomar em face desta ou daquela contingência (2º parágrafo) podem ser substituídos respectivamente por “à esta” e “àquela”.
(D) O segmento sublinhado em não são suscetíveis de vacilar um instante (2º parágrafo) pode ser substituído por “aptos a”, mantendo-se a correção e o sentido da frase.
(E) Em Ou para detratá-los, lançando mão de detalhes (último parágrafo), caso se substitua o verbo “detratar” por “difamar”, o pronome “los” deverá ser substituído por “lhes”, em função da nova regência verbal.
Comentários:
Gabarito letra B.
O elemento sublinhado está empregado corretamente em:
(A) O público leitor, ávido por histórias da qual distrair-se, não perdoa sequer a reputação dos artistas.
(B) Ao atribuir determinadas características aos escritores de que admiramos, na verdade buscamos nos identificar a eles.
(C) O escritor, no fim das contas, acaba moldando-se aos ideais cujos leitores arbitrariamente lhe inculcam.
(D) O mais das vezes fantasiosas, as histórias de que contam dos poetas costumam desviar de suas obras a atenção necessária.
(E) Termina-se por constituir um anedotário sobre os escritores, com o qual se ilustram suas principais características.
Comentários:
Façamos as devidas correções:
(A) O público leitor, ávido por histórias DAS QUAIS distrair-se, não perdoa sequer a reputação dos artistas.
(B) Ao atribuir determinadas características aos escritores QUE admiramos, na verdade buscamos nos identificar a eles.
(C) O escritor, no fim das contas, acaba moldando-se aos ideais QUE leitores arbitrariamente lhe inculcam.
(D) O mais das vezes fantasiosas, as histórias QUE contam dos poetas costumam desviar de suas obras a atenção necessária.
(E) Termina-se por constituir um anedotário sobre os escritores, com o qual se ilustram suas principais características. (Correto. Ilustram as principais características COM UM ANEDOTÁRIO)
Gabarito letra E.
Então é isso, o que acharam?
Quem achar (com fundamento) que alguma questão pode ter mais de uma resposta, pode sugerir aqui!
Abraço a todos!
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Ótimos comentários
Também comentará a prova de Analista!
Que prova cheia de pegadinhas! Obrigada pelos comentários, fofo! (digo, professor).
Professor, por favor, comente os demais itens da questão 12! Obrigada =)
Professor, gostaria que comentasse a prova de Analista tb da SABESP..
Excelente resolução, obrigada! Se puder, faça um curso com todas as últimas provas comentadas da FCC, serei a primeira a comprá-lo! ;)
Na 6ª Questão: "Trabalhos têm dificuldade".