Aprenda as principais regras de colocação pronominal (próclise, mesóclise e ênclise) para se sair bem na prova da PMSP para o cargo de Soldado
Olá, queridos, tudo bem?
Estão abertas as inscrições para o concurso público da PMSP para o cargo de Soldado PM de 2ª Classe do Quadro de Praças de Polícia Militar (QPPM). É possível realizar a candidatura, até 08 de dezembro, pelo site da Vunesp, a banca examinadora. Este texto pretende ajudar você a compreender os tópicos importantes sobre a colocação pronominal e que fazem parte do conteúdo do edital de Língua Portuguesa.
Na sintaxe, entende-se como “colocação” a ordem em que as palavras são concatenadas na frase ou sentença, isto é, como aparecem os termos dentro de uma oração ou de orações dentro do período. Na questão pronominal, existem regras que interferem na posição em que os pronomes aparecerem na frase. Eles podem vir antes, no meio ou depois dos verbos que preveem, respectivamente, os casos de próclise, mesóclise e ênclise.
Nesta seção, pretende-se apresentar 6 (seis) regras valiosas que compõem os estudos sobre a colocação pronominal. 3 (três) delas referem-se a casos de próclise, 1 (uma), de mesóclise e, 2 (duas), de ênclise.
O que isso quer dizer? Primeiro, saiba que os pronomes oblíquos átonos são representados por me, te, se, o, a, lhe, nos, vos, se, os, as, lhes. Conhecendo isso, passamos à reflexão desses pronomes em relação ao verbo.
1ª pessoa do singular | me |
2ª pessoa do singular | te |
3ª pessoa do singular | se, o, a, lhe |
1ª pessoa do plural | nos |
2ª pessoa do plural | vos |
3ª pessoa do plural | se, os, as, lhes |
Neste tópico, há um contraponto entre a fala e a escrita. Em geral, empregamos na fala apenas a próclise, mas isso, para a gramática tradicional, é inaceitável, devendo-se utilizar a ênclise. Como esta nos interessa para as provas, entenda que em início de frase/período/sentença, essa lista de pronomes átonos não podem ocorrer. Veja o exemplo retirado da Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara (2009, p. 490).
“Sentei-me, enquanto Virgília, calada, fazia estalar as unhas” [MA. 1, 125].
Perceba que na língua falada, utilizamos “me* sentei, enquanto Virgília…”, concorda? No entanto, considera-se essa escrita como agramatical (eis o motivo do asterisco, ok?), na medida em que desobedece à regra deste tópico. Assim, atente-se ao pronome oblíquo átono e a sua posição em relação ao verbo que o acompanha. Em outras palavras, esse pronome deverá aparecer, nesse sentido, sempre após o verbo. Cabe ressaltar, contudo, que há casos em que o pronome ocupará a posição de próclise, como na próxima seção.
Na Língua Portuguesa, algumas palavras são consideradas “atrativas de pronomes”, frequentemente, elas estão contidas na classe dos advérbios e palavras que indiquem negação. Nesse sentido, não se pode pospor pronome átono a verbo modificado diretamente por advérbio ou precedido de palavra de sentido negativo.
Estes 03 (três) exemplos, retirados da Moderna Gramática Portuguesa, de Evanildo Bechara (2009, p. 491), ilustram o conceito explicitado:
“Não me parece; acho os versos perfeitos” [MA. 1, 69].
Sempre me recebiam bem.
Ninguém lhe disse a verdade.
Neste tópico, cabe ressaltar que, por palavra de sentido negativo, entende-se, não só a palavra “não”, mas todas as outras que expressam ideia de objeção, contrariedade ou negação. Nesse grupo, incluem-se: nem, nenhum, nada, jamais, nunca, ninguém. Esse tipo de observação é importante e pode ser cobrado na prova da PMSP – Soldado.
Quando o verbo estiver no gerúndio, isso significa que ele aparecerá com a terminação –ndo. Nesse caso, deve-se usar o pronome depois do verbo, isto é, ocorre-se um caso de ênclise. Rocha Lima (2020) traz os seguintes exemplos:
Cumprimentou os presentes, retirando–se mudo como entrara.
O professor entregou o prêmio ao filho, abraçando–o com emoção.
Quanto a esse tópico, existem duas observações importantes a serem feitas que modificam o cenário exposto acima. Há duas exceções à regra do gerúndio, isto é, apesar de existir o verbo no gerúndio, será obrigatória a próclise. Assim, utiliza-se o pronome antes do verbo em construções de orações subordinadas gerundivas quando:
Em se tratando de um caso urgente, nada o retinha em casa (CEGALLA, 2008, p. 542)
Não nos provando essa grave denúncia, a testemunha será processada. (ROCHA LIMA, 2020, p. 547)
Não é difícil aplicar esta regra, visto que, comumente, conhecemos os pronomes e os advérbios interrogativos, porque os usamos com certa frequência no cotidiano. Nesse sentido, por se aproximar da fala, os alunos tendem a reconhecer essa regra com mais facilidade, o que não significa que não estejam presentes nas provas, tal como pode aparecer na “PMSP – Soldado: tópicos importantes sobre a colocação pronominal”.
Veja esta lista que contém pronomes e advérbios interrogativos comuns em provas: por que, como, quando, que, onde, quando, quem, acaso. Portanto, havendo a ocorrência de uma dessas palavras no início da frase, aplica-se a próclise. Rocha Lima (2020, p. 545) ilustra, em sua Gramática Normativa da Língua Portuguesa com estes exemplos:
Quem o obrigou a sair?
Por que te afliges tanto?
Quanto à parte do edital da prova da PMSP – Soldado: tópicos importantes sobre a colocação pronominal, cabe ressaltar o uso do verbo no particípio. Esse, em sua forma regular, aparece com as terminações –ado, –ido. Em casos de ocorrência do particípio, impõe-se a próclise. Uma dica para guardar essa regra é a letra inicial P em ambas (P-articípio pede P-róclise), ok?
Por exemplo:
Eu tinha-lhe falado sobre o andamento do processo ontem à noite.
Conforme Cegalla (2008), intercalam-se as variações pronominais átonas nos casos em que o verbo estiver no futuro do pretérito ou do presente. Veja este fluxograma:
Nesta seção, referimo-nos ao modo indicativo e ao tempo futuro (do presente ou do pretérito). Temos, assim, exemplos, que atuam, respectivamente, como ilustradores do que foi mencionado:
Realizar-se-á, em maio, uma reunião de prefeitos. (CEGALLA, 2008, p. 541)
Por este processo, ter-se-iam obtido melhores resultados. (CEGALLA, 2008, p. 541)
Nesses exemplos, as formas “realizar-se-á” e “ter-se-iam” aparecem em mesóclise, por indicarem, respectivamente, o futuro do presente (sinônimo de será realizada) e o futuro do pretérito (sinônimo de teriam). Cabe ressaltar, contudo, que se houver palavra atrativa, impõe-se a próclise, isto é, o pronome vem antes do verbo, está bem?
Diante de tudo isso que foi exposto, não deixe de revisar essas 6 (seis) regras principais sobre o assunto da colocação pronominal. Esse é um tópico recorrente em provas, portanto, fique de olho na revisão deste tema.
Casos de próclise:
Casos de ênclise:
Caso de mesóclise:
Neste texto, esperamos ter ajudado você a compreender melhor as regras para os casos de próclise, mesóclise e ênclise. Conheça os cursos oferecidos pelo Estratégia Concursos que orientam você rumo à aprovação.
Um abraço,
Igor Alcântara.
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