Todos sabemos que o caminho para aprovação em concursos públicos envolve muitas variáveis. Entre elas, uma das mais importantes é saber como organizar o estudo pós-edital de maneira correta, especialmente no período pós-edital.
Quando sai o edital de um concurso, as provas geralmente acontecem dentro de um rápido intervalo de tempo, que gira em torno de 2 a 4 meses. Saber como programar os seus estudos para realizar esse sprint final é de suma importância, e uma organização mal feita pode comprometer o seu sucesso. Se você tem dúvidas sobre como organizar o estudo pós-edital, não deixe de ler este artigo, que contou com a colaboração da nossa aluna Marina Torres Pacheco, aprovada no ICMS/Goiás e ISS/Guarulhos.
Primeiro ponto básico, mas que é deixado de lado por muitos concurseiros: LEIA O EDITAL!
Leia o edital ponto a ponto para se familiarizar com os detalhes da prova e saber todas as exigências que estão sendo feitas pela banca examinadora. Quantas vagas foram oferecidas? A sua formação lhe permite assumir o cargo, caso você seja aprovado? Quantas provas serão aplicadas e em qual data prevista? Quais disciplinas serão cobradas e qual o peso de cada uma delas? Todos os detalhes devem ser conhecidos por você logo de cara, para depois não ser pego desprevenido.
Após passar por esses pontos iniciais, é hora de conferir o conteúdo programático das disciplinas que serão cobradas. Nessa hora, sugiro que você imprima ou copie e cole para um arquivo em separado do seu computador (pode ser um documento do Word ou planilha em Excel) todo o conteúdo de todas as matérias.
Por que fazer isso? É importante fazer um check-list item a item das disciplinas exigidas para que você consiga mapear o que você já estudou e o que você ainda não viu. O ideal é que fique visualmente fácil de você identificar o quanto você já sabe e o quanto ainda lhe resta para aprender. Você pode riscar os conteúdos já estudados, colocá-los em uma outra cor, usar siglas (Exemplo: OK para os já estudados, NOK para os não estudados) ou o que a sua criatividade mandar!
Este será o seu o ponto de partida para descobrir como organizar o estudo pós-edital. Se você já viu a maior parte do conteúdo programático do seu concurso, a sua organização deverá priorizar a revisão dessas matérias, encaixando no seu ciclo o estudo do pouco que lhe falta para aprender. Se você viu muito pouco do que está sendo cobrado e ainda falta bastante conteúdo para estudar, você deverá priorizar em sua carga horária o aprendizado desses novos assuntos, sem deixar de incluir no seu ciclo um tempo para revisão do que você já viu.
Ao fazer uma prova de concurso, o ideal é que você tenha passado por todos os conteúdos do edital pelo menos uma vez. Contudo, sabemos que nem sempre isso é possível. Por essa razão, é importante ser estratégico na hora de organizar o estudo pós-edital para garantir que:
Ao ler o edital, você já saberá quais disciplinas são mais importantes para conseguir a sua aprovação. Em regra, são as disciplinas de conhecimento específico do seu concurso, que costumam vir com um maior número de questões e com um peso superior às demais. Em alguns casos, a pontuação total dessas disciplinas específicas representa mais de 70% do total de pontos da sua prova!
Vamos pegar como exemplo o edital recém-lançado da área fiscal (SEFAZ-DF) que veio cobrando 21 disciplinas diferentes. Essas disciplinas foram divididas pela banca examinadora em dois grandes grupos: Prova P1 (com peso 1 para cada questão acertada) e Prova P2 (com peso 3 para questão!).
Observando a tabela com a distribuição dos pontos desse concurso, você consegue perceber que apenas 6 disciplinas, que são as matérias da prova P2, representam 75% do total de pontos possíveis! Isso significa que se você mandar muito bem na P2, você não precisará dominar 100% todos os conteúdos da P1 — que é bem maior, visto que engloba 15 disciplinas — para garantir uma boa pontuação.
Considerando apenas esse aspecto, nem é preciso dizer que, no caso em exemplo, as disciplinas da P2 deveriam representar uma boa parte da carga horária do seu ciclo de estudo, não é mesmo? Independentemente de quantas horas você consegue estudar semanalmente, as disciplinas de peso maior devem ser priorizadas ao organizar o estudo pós-edital!
Vale ressaltar que, mesmo dentro do grupo de disciplinas mais importantes, você ainda deve estabelecer uma priorização entre elas seguindo os seguintes critérios:
É recomendado que você consiga finalizar todo o conteúdo programático das matérias mais importantes até a data da sua prova! Pela expressividade da pontuação e por geralmente apresentarem um maior número de questões, o examinador tem muito espaço para cobrar não apenas o básico, mas também os detalhes dessas disciplinas! Portanto, você precisa dominar essa parte do conteúdo com segurança para garantir a sua aprovação – e isso você conseguirá fazer ao destinar boa parte dos seus estudos para o aprendizado e revisão dessas matérias.
Após definir a sua carga horária para as disciplinas de maior peso, de acordo com a sua disponibilidade de estudo semanal, você deve distribuir o seu tempo restante de estudo entre as outras disciplinas. Existem várias formas de agir nessa hora, contudo, é importante levar em consideração os seguintes aspectos:
Quando isso acontece, significa que é extremamente arriscado deixar de lado o estudo de alguma matéria, por mais que ela represente poucos pontos em relação ao total da prova. Isso, pois, se você zerá-la ou não atingir os mínimos exigidos, você estará eliminado mesmo que tenha acertado todas as outras questões do concurso.
Retomando o exemplo do concurso da SEFAZ-DF, a banca examinadora não exigiu nenhum mínimo por matéria, apenas por prova. Logo, o candidato que está se preparando para esse certame pode pensar em deixar de lado algumas matérias, como é o caso da disciplina de Conhecimentos do Distrito Federal, pouco representativa em relação ao total do concurso (apenas 2 questões de um total de 160!).
Por que fazer isso? A resposta é muito simples! Você precisa dominar os conteúdos mais fáceis, pois se a banca exigir algum conhecimento sobre aquele assunto, o seu concorrente saberá – e você também deve! Quanto aos conteúdos mais cobrados, a resposta é mais simples ainda: exatamente por eles serem os historicamente mais cobrados, a chance deles aparecerem na sua prova é altíssima! Os professores do Passo Estratégico sempre incluem entre uma de suas aulas uma estatística de cobrança dos assuntos de cada disciplina. Você pode utilizar dessa estatística para se orientar quanto à sua ordem de estudos.
Quanto mais questões de uma mesma matéria, mais importante ela se torna para a sua aprovação. Isso, pois, quanto maior o número de questões, mais oportunidades o examinador terá de cobrar uma maior diversidade de conteúdos daquela disciplina. Logo, saber apenas a parte inicial ou a mais cobrada pode não ser suficiente para que você consiga uma boa pontuação. No exemplo da SEFAZ-DF, valeria a pena priorizar as disciplinas que contêm, individualmente, de 8 a 10 questões (Direito Constitucional, Direito Administrativo, Contabilidade Pública, Tecnologia da Informação e Português). Fazendo as contas, verifica-se que essas cinco disciplinas correspondem à 52,5% do total de pontos da prova P1 e à 17,5% do somatório de pontos da P1 e P2. Ou seja, são as mais importantes dentre todo o conteúdo de conhecimento geral!
Dentre as disciplinas cobradas pelo edital, existem aquelas que você já estudou mais e tem uma base sólida, e aquelas que você estudou menos. Uma estratégia que pode ser adotada é iniciar o seu ciclo de estudos com ênfase maior nas matérias que você sabe menos ou cujo conteúdo programático seja maior e mais demorado para ser finalizado. Assim, você consegue agilizá-las logo no início. Você pode fazer essa priorização durante as primeiras semanas de estudo pós-edital, e depois alterar o seu ciclo de estudos reduzindo a carga horária dessas matérias e aumentando a distribuição de tempo das demais.
Todo concurseiro tem certo medo ou receio de algumas matérias. Para muitos, o medo se resume às disciplinas de exatas, como matemática financeira, estatística e raciocínio lógico. Infelizmente, não existe outra forma de superar essa dificuldade que não seja ESTUDAR MUITO!
Enfrente os seus medos! Estude bastante as disciplinas que você tem mais dificuldade (considerando, obviamente, o custo-benefício delas) para que você consiga desmistificar todo o seu receio pelo assunto. Não significa que você passará a amar essa matéria, nem mesmo que acertará todas as questões que vierem desse assunto! A intenção é que essa disciplina deixe de ser aquele famoso “calo no pé” e te assuste menos na hora de prestar o certame.
Se necessário, abdique, de forma inteligente, do estudo de alguns tópicos: se você verificar que não será possível estudar por completo todo o edital, faça uma análise de quais tópicos de cada disciplina te causariam menos danos se você deixasse de estudá-los. Essa análise deve ser feita de forma inteligente, considerando o índice de cobrança daquele assunto, o tamanho daquela matéria, o nível de dificuldade do tema, etc.
Considerando todos esses itens, você conseguirá organizar o estudo pós-edital e montar um ciclo estratégico.
Após elaborar o seu ciclo de estudos considerando a melhor estratégia para se atingir um alto desempenho na prova, você também precisa saber como estudar no pós-edital para garantir a sua aprovação.
Quanto aos conteúdos já estudados, não fique muito tempo sem revisar um assunto! Não existe nada pior do que chegar na prova e errar uma questão de um assunto que você já viu, mas não conseguia se lembrar pelo fato de não ter revisado. O ideal é que o seu material de revisão, independente de qual seja (resumos, mapas mentais, grifos, etc.), mostre-se sucinto e rápido de ser revisado, dando destaque ao que realmente cai e às suas dificuldades naquele tema, para que você não perca tempo revisando tópicos de pouca relevância para o seu concurso.
Além da revisão dos seus materiais, é extremamente importante que você destine um tempo para resolver questões da banca examinadora. Preferencialmente todos os dias! Você deve resolver questões de todos assuntos, tantos dos revisados, quanto daqueles que você está aprendendo no momento. Uma sugestão é sempre destinar uma parte da sua sessão de estudos de cada disciplina para a resolução de questões (Exemplo: se você estudará Direito Constitucional por 01h30, deixe pelo menos os 20 minutos finais para pôr em prática o seu aprendizado).
Somente resolvendo questões da banca é que você saberá como cada assunto é cobrado, o que é mais importante dentro de cada tópico e quais são os entendimentos comumente adotados pelo examinador. Outro fato relevante é que a grande maioria das bancas, como a FCC, Vunesp e Cespe, costumam repetir questões (ou trazê-las novamente de forma muito semelhante) em certames diferentes. Logo, você pode chegar na sua prova e se deparar com várias questões que você já havia resolvido antes!
Ao resolver as questões, também é importante aprender com os seus erros. De nada adianta errar e não entender o motivo do seu erro. Se você não se aprofundar no aprendizado das suas dificuldades, existem grandes chances de você errar a mesma coisa na hora da prova.
Sempre complemente o seu material de revisão com os seus pontos de dúvida para que você possa solidificar aquele conhecimento ao revisá-lo. Outra estratégia válida é criar um caderno de erros que você possa retomá-lo com frequência.
Por fim, outro ponto que é essencial sobre como organizar o estudo pós-edital é a realização de simulados nos moldes da sua prova! Os simulados, além de medirem o seu conhecimento quanto aos assuntos que serão cobrados e te ajudarem a identificar quais são os seus pontos fracos em cada disciplina, são de extrema importância para você desenvolver a sua melhor estratégia de resolução de prova. São inúmeros os benefícios do simulado nesse aspecto, sendo os principais:
Em síntese, mais importante do que saber tudo de todos os conteúdos que cairão na sua prova, é adotar a estratégia correta para acertar o maior número de questões possíveis e garantir a sua aprovação. Para isso, você deve saber quais matérias priorizar, quais deixar de lado ou estudar menos, quais tópicos de cada disciplina você deve estar craque, quais tópicos você pode arriscar não estudar por possuírem baixo custo-benefício, quais estratégias de resolução você adotará na hora da prova, entre outros pontos mencionados nesse artigo. Seguindo essas dicas, você saberá como organizar o estudo pós-edital às suas necessidades e aos moldes da prova. Bons estudos e bom planejamento!
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Parabens Dudu! Ótimo artigo.