OAB X Concursos: é possível conciliar?
Quem está terminando a faculdade de Direito ou já concluiu essa etapa sempre fica com a dúvida do que fazer primeiro, o exame da Ordem dos Advogado do Brasil ou prestar concursos públicos.
Mas seria possível conciliar o estudo para esses dois objetivos? E para que tipo de concurso?
Neste artigo, apresentaremos para você as principais possibilidades, bem como o custo-benefício dessa decisão.
Vamos nessa!
O Exame da Ordem, também chamado de Prova da OAB, é uma avaliação obrigatória a ser realizada pelos bacharéis em direito para comprovar sua capacitação para o exercício da advocacia. Ela ocorre, pelo menos, três vezes no ano.
Para ser aprovado para segunda etapa do certame, o candidato deverá acertar 50%, ou seja, 40 das 80 questões da prova.
A segunda fase da OAB, por sua vez, consiste em prova prático-profissional e quatro questões discursivas de acordo com a modalidade de Direito escolhida no momento da inscrição:
Nessa etapa, o candidato deverá alcançar 60% de aproveitamento, ou seja, 6 dos 10 pontos totais. Caso reprove, ele terá, ainda, a oportunidade, de repescagem, ou seja, prestar novamente a segunda fase no próximo exame, sem necessidade de fazer a primeira fase novamente.
A banca organizadora do Exame da Ordem é a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Conhecer a banca examinadora é um aspecto fundamental a se levar em conta quando iniciar os estudos, pois seu estilo costuma ser o mesmo sempre.
Por isso, um bom método para se traçar uma estratégia de estudos eficaz é analisar as preferências e o estilo, bem como o nível de dificuldade.
A FGV é tradicional no Exame da Ordem (OAB), bem como nos concursos de Tribunais.
Seu perfil é bastante versátil e o nível de dificuldade das provas é considerado difícil. Com questões complexas e extensas, a FGV costuma apresentar situações-problema que exigem muita concentração.
No caso do Exame da Ordem, as questões vão buscar situações do dia-a-dia do advogado, casos práticos e situações que poderiam levar o cliente a recorrer ao profissional para defesa de seus direitos.
Como foi dito, a prova da primeira fase da OAB possui 80 questões de múltipla escolha, bem como a maioria dos concursos públicos organizados pela banca. E, assim como na OAB, via de regra, suas provas possuem em média 80 questões.
Em concursos públicos, a FGV costuma exigir, em conjunto com a prova objetiva, prova discursiva.
Vale mencionar que a Banca costuma ter constante mudança de entendimentos, o que obriga o candidato a se manter atualizado.
Como foi possível perceber, a prova da OAB, diferentemente do concurso público, não possui concorrência.
O candidato precisa, apenas, alcançar a pontuação mínima exigida. Dessa forma, a metodologia de estudo que o candidato deverá aplicar será diferente da utilizada nas provas de concurso público, nas quais, via de regra, precisa-se alcançar uma pontuação muito alta em face da concorrência.
Por outro lado, é sim possível conciliar OAB e concursos, contanto que haja estratégia. Em um primeiro momento, deve-se pensar:
Geralmente, como a aprovação na OAB é uma “extensão” da graduação (ser formado em direito e não ser aprovado no exame da ordem é uma frustração para muitos), esta acaba sendo o objetivo principal.
Além disso, enquanto advogado, será possível auferir renda enquanto estuda para concursos públicos, além do fato de que, muitos concursos exigem inscrição na Ordem dos Advogados do Brasil, ou, ao menos, tempo de atividade jurídica, que pode ser obtido com a advocacia.
Por exemplo, devem comprovar a inscrição na OAB candidatos a Procurador Federal e dos estados, Procurador da Fazenda Nacional (PGFN) e Advogado da União (AGU).
Neste caso, foque a maior parte de seu tempo estudando para o exame da ordem. Ao mesmo tempo, já analise qual concurso você deseja prestar. Se a banca examinadora for a mesma, ou seja, a FGV, melhor ainda, pois, como dissemos, embora se tratem de tipos diferentes de prova, a banca costuma manter o mesmo estilo.
Assim, sempre que for estudar as disciplinas da primeira fase que coincidem com o concurso que você pretende prestar, dê uma atenção especial, separe um tempo a mais para os conteúdos mais incidentes e os revise com mais frequência.
Já cogite escolher a disciplina da segunda fase com base em alguma que também esteja presente no concurso que você almeja, para utilizar a mesma linha de estudo.
Embora as disciplinas do exame da ordem e do concurso que você almeja possam ser as mesmas, o conteúdo cobrado não será idêntico. Dessa forma, se o candidato objetiva conciliar o exame da ordem com um concurso que acontecerá no mesmo período, poderá vir a ter dificuldades.
Além do mais, a metodologia de cada um é diferente. No caso de o concurso coincidir com o período da primeira fase da OAB e aquele for seu objetivo principal, invista nele, pois outros exames da ordem virão.
Por outro lado, nada impede que sua rotina de estudos inclua, além das disciplinas do concurso, pontos essenciais para o exame da ordem com ótimo custo-benefício, como é o caso do Estatuto da Advocacia, Regulamento Geral e Código de Ética e Disciplina da OAB.
Agora, se o concurso coincidir com a época da segunda fase da OAB, a dificuldade será maior na hora da escolha. Isso porque, no caso da segunda fase do Exame da Ordem, já foi metade do caminho percorrido e poderá ser arriscado não se dedicar 100% a uma prova que exigirá questões dissertativas e prova prático profissional tendo em vista que serão poucos meses para se preparar.
Mas, novamente, tudo é questão de prioridades. Se for o concurso dos seus sonhos, lembre-se que há possibilidade da repescagem no exame da ordem, então, seria possível dedicar-se com mais afinco àquele certame.
O primeiro ponto a levar em consideração ao decidir conciliar OAB com concursos públicos é a estratégia a definir.
Primeiro, identifique o seu momento. Analise sua rotina, o tempo que você tem disponível, as circunstâncias em que vive e, principalmente, qual é seu propósito.
Com relação ao tempo, saiba que, se possuir pouco tempo por dia para estudar, casos de quem concilia o estudo com trabalho e família, por exemplo, acrescentar dois estudos diferentes na rotina pode ser prejudicial, bem como gerar ansiedade e frustração em não conseguir concluir satisfatoriamente todas as atividades.
Agora, se há tempo e um propósito definido, quando é o caso de um concurso público específico, por exemplo, foque no seu sonho! Estude para este concurso antes mesmo do Exame da Ordem, enquanto estiver na faculdade, se possível.
Por outro lado, se for um concurso com perspectivas a longo prazo, anos, por exemplo, ao sair o edital da OAB, suspenda ou reduza a carga horária e foque nela, pois serão alguns meses apenas. No caso, a base já consolidada do estudo prévio para concursos vai ajudar, e muito, no estudo para OAB.
Para tomar essa decisão, pesquise muito até ter certeza de qual concurso objetiva, pois mudar constantemente durante a jornada vai acabar atrasando seu objetivo.
Neste artigo, apresentamos para você o custo-benefício em conciliar o estudo para concursos e para o exame da OAB. Apontamos as vantagens e desvantagens e concluímos que, embora seja possível, o ideal é ter uma prioridade, ou seja, um plano A.
Além disso, se você objetiva o concurso público, principalmente se for uma meta a longo prazo, deixe para focar mesmo na OAB quando sair o edital e, assim, suspender a sua prioridade por apenas alguns meses.
-propósito definido
Portanto, leve sempre em conta:
Lembre-se que, independentemente do que você estiver estudando, não será 100% diferente, pois sempre será adquirida uma base ao estudar tanto para OAB quanto para concursos.
Assim, espero tê-lo ajudado.
Um abraço.
Prepare-se com o melhor material e com quem mais aprova em Concursos Públicos em todo o país!
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