Como disse no currículo, logo cedo percebi que para obter uma vida melhor eu precisaria estudar. Obviamente, que há outros caminhos, mas este foi o que encontrei. Oriundo de uma família humilde, vi que poderia mudar meu destino por meio dos estudos. À época, morava em Resende-RJ, e aos 16 anos trabalhava em um hotel da cidade carregando malas. Logo percebi que precisava me mexer para conseguir um futuro melhor. Então, conversei com minha mãe que queria fazer uma faculdade para assim conseguir algo melhor. Entretanto, nesse tempo, em minha cidade, não existia curso preparatório para faculdade. Assim, o que mais se aproximou para atingir meu objetivo foi o cursinho preparatório para as áreas militares. Aqui cabe uma observação, a Academia Militar das Agulhas Negras (AMAN), local onde se formam os Oficiais do Exército, fica em Resende-RJ, com isso a cidade tem bastante influência militar. Concomitante a essa minha opção por estudar, minha mãe foi demitida do local onde trabalhava e usou parte da indenização para pagar o curso preparatório para área militar.
Diante disso, passei a me dedicar integralmente a estudar para passar no vestibular da faculdade (UERJ – Engenharia de Produção) , a qual ficava próxima a casa onde morava. Acabou que resolvi prestar também o concurso do Colégio Naval. Infelizmente não passei e já não poderia tentar novamente por causa da idade máxima. Acabou que o primeiro ano de estudos foi para recuperar as matérias não estudadas ao longo do ensino médio, tendo em vista que estudei pela rede pública de ensino desde a 5ª série. Assim, no ano seguinte, continuei os estudos, e prestei o Vestibular da UERJ, bem como os concurso da EPCAR (3º ano) e EsPCex. Finalmente, passei em todos e resolvi ir para EsPCex. Confesso, que meus critérios de escolha foram imaturos, o que é um pouco previsível pela minha idade na época. Então, escolhi lá porque teria a segurança de ter uma profissão quando formado e porque receberia uma ajuda de custo.
Em 2003, sai de casa, para não voltar mais. Enfrentei muitas dificuldades, por inexperiência, por falta de orientação e tudo mais. Pensei em desistir muitas vezes, pois a formação militar é rígida, difícil. Ela exige habilidades em muitas áreas, as quais tive que desenvolver no percurso. Hoje, vejo que todas essas dificuldades me fizeram crescer , sendo um período da minha vida muito importante.
Em 2007, finalmente, veio a tão almejada formatura. Com isso, fui designado para trabalhar em Rondonópolis-MT. Lá foi um período de curtir um pouco a conquista, então, aproveitei, fiz muitos amigos e saí bastante. Entretanto, eu sabia que precisava procurar novos ares e que a área militar não era exatamente minha vocação. Assim, em 2008, prestei o concurso da PRF, passei em todas as fases, mas acabou que não fui chamado.
Em 2009, fiz o concurso de agente da polícia federal, obtive excelente nota na prova objetiva, mas fui reprovado por 0,3 pontos na redação. É fato, que negligenciei a prova de redação, o que acabou me reprovando. Logo após essa prova, resolvi dar uma parada com os concursos. Em 2010, fui designado para trabalhar em Niterói-RJ. E em 2011, resolvi voltar a estudar para concurso, agora no Rio de Janeiro, local de muitos cursos para a área fiscal, a qual era meu sonho desde o início. Nessa data, os cursos em PDF eram escassos. Então, resolvi fazer algumas aulas presenciais, até mesmo para ter contato com outros concurseiros que tinham o mesmo objetivo. Então, comecei fazendo as matérias que eu julgava que precisa melhorar muito ou que não tinha nenhum conhecimento. Assim, tive a sorte de ter como professores de português, a Adriana Figuereido, em estatística, Carlos Henrique, entre outros.
Já em 2011, fiz o ICMS-RJ, sem ter nenhum conhecimento em legislação tributária e muito cru em várias matérias importantes. Obviamente, não passei. Ainda assim, valeu a experiência. Em 2012, comecei a estudar com mais disciplina, estudava de 18h às 22h nos dias de semana e de 8h às 18 nos fins de semana que não estava trabalhando. Além disso, conheci os materiais em pdf, assim como a técnica do ciclo de estudos, melhorei bem meu desempenho, fiz novamente o ICMS-RJ, desta vez fiquei por uma questão em legislação tributária. Ainda em 2012, no Exército, fui designado para uma missão no Morro do Alemão, onde havia uma escala de revezamento bem cansativa. Com isso, pegava os horários do dia, para estudar na madrugada (meia noite às seis da manhã), único horário possível de se estudar na base, já que durante o dia era muita movimentação e barulho. Nessas condições, fiz o ISS-SP, classifiquei-me na posição 150, mas as vagas para concorrência geral eram 145, então não fui chamado.
Com mais esse revés, continuei os estudos, pois sabia que estava próximo de passar. Então no final do ano de 2012, percebi que seria muito complicado conciliar a atividade militar com os estudos, pois passaríamos na vida militar por um período exaustivo e de muita missões com as atividades que estavam por vir, quais sejam, copa do mundo, olimpíadas e missões nas comunidades. Diante disso, eu estava tão obstinado em passar no concurso da área fiscal, que resolvi sair do Exército. À época, eu havia financiado um apartamento em Niterói pela Caixa Econômica e dei a sorte de ter havido uma valorização imobiliária. Assim, vendi o apartamento em dezembro de 2012 , paguei o financiamento e o que sobrou era o que eu tinha para me manter enquanto estudava. Concomitante a isso, pedi para sair do Exército e janeiro de 2013 veio a publicação da minha exoneração no Diário Oficial da União. Em 11 de janeiro de 2013, publicou-se o Edital do ICMS SP. Que alegria! Sabia que era meu concurso. As provas foram logo em março de 2013. Então, aproveitei esses três meses para estudar intensamente.
No dia da primeira prova, na parte da manhã, tive uma crise de nervosismo, não conseguia estudar, me tremia todo. Era a pressão da escolha que fiz, em sair de algo garantido para arriscar o cargo dos sonhos. Felizmente, consegui me acalmar, encontrei colegas do Exército que iam fazer a mesma prova, isso ajudou a ter uma certa tranquilidade. E Graças a Deus, realizei uma boa prova no sábado e no domingo.
Em setembro de 2013, saiu o resultado do concurso do ICMS-SP 2013, fui aprovado. Que sensação maravilhosa em ver meu nome do Diário Oficial do Estado de São Paulo. Que alegria, em saber que todo o esforço e dedicação tinham valido a pena.
Nessa jornada de concurseiro, obtive algumas lições valiosas que agora compartilho com vocês. Seguem algumas dicas:
– Local de estudos:
– Alimentação:
– Exercícios Físicos
– Planejamento e estratégia:
– Produtividade:
– Disciplina:
– Mentalidade:
Em suma, tudo está conectado. O concurseiro é praticamente um atleta dos estudos, então ele precisa fazer o necessário para que obtenha o melhor desempenho. Para isso, essas e outras dicas são fundamentais.
Essa foi minha jornada até agora. Contem comigo para ajudar as escrever a sua trajetória de maneira mais produtiva possível!
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Parabéns professor! Histórias como estas é que nos motivam a estudar e persistir cada dia mais. Sucesso!