Em entrevista ao portal “JOTA”, a ministra da Gestão e da Inovação, Esther Dweck, falou sobre as críticas que o Concurso Nacional Unificado (CNU) tem gerado, sobre os riscos de judicialização e sobre a 2ª edição do certame.
“O que a gente tem feito para diminuir [judicializações] é seguir à risca o edital, né? Um edital bem feito ajuda muito a diminuir o risco de judicialização. Onde pega a judicialização? Quando o edital tem coisas subjetivas, que permitem dupla interpretação. Acho que a gente teve um cuidado muito forte na elaboração do edital para que as coisas fossem muito claras e objetivas“, comentou.
Questionada sobre quantas novas vagas no serviço público serão precisas para justificar uma segunda edição do CNU, Dweck disse voltou a afirmar que o número ainda não foi definido.
“Essa é uma variável relevante, mas a gente não fechou esse número. Claro que tem uma questão de custo-benefício. Não precisa ser 6 mil [vagas], pode ser menos. Mas o mais importante para a gente tomar a decisão final é fazer uma boa análise de tudo o que deu certo, do que precisa aprimorar. A gente tem um acompanhamento da nossa equipe com o Ipea. Eles estão fazendo um estudo muito bem feito sobre o custo-benefício. A gente quer ter esse estudo terminado para avaliar. Valeu a pena? Vamos fazer outro? Ampliou o acesso? A forma de seleção deu certo? Os servidores foram bem selecionados? Tudo isso precisa ser avaliado para um novo CNU. Por isso que eu falei que a nossa decisão vai ficar mais no final do ano mesmo.
Quanto às criticas recebidas sobre a aplicação das provas do CNU, a ministra avaliou os comentários de maneira positiva.
“É engraçado que você tenha críticas de todos os lados. Isso é um bom sinal. Montamos o edital, orientamos a banca na linha do que o governo tinha interesse, né? Mas a parte de elaboração da prova mesmo não coube a gente, né?“, disse.
“Teve uma coisa que as pessoas falaram que a gente já pensou. De manhã, redação mais uma prova objetiva e, à tarde, só provas objetivas. Muita gente questionou isso. Isso é uma coisa que a gente vai avaliar. Então, por exemplo, esse balanceamento entre uma prova discursiva mais a objetiva de manhã… Isso é uma coisa que a gente vai avaliar“, complementou.
A ministra também falou sobre a criação de um novo cargo transversal, ou seja, para preenchimento em diversos órgãos.
“A gente está justamente negociando com todo mundo isso. A nossa ideia é que ela possa ter mais que isso. Não são apenas esses. Nós desejamos que ela fosse mais ampla. Porque a gente, hoje em dia, já tem algumas carreiras transversais importantes. Carreira de infraestrutura, ATI, temos a ATPS, gestores… A própria área administrativa tem um grau de transversalidade, embora os concursos sejam para as caixinhas dos órgãos. Mas a gente quer transformá-la em uma carreira mais transversal também. E a gente acha que faltam algumas carreiras transversais com nível de especialização, que complementam essas que já temos hoje. Então, faltam realmente nessa área de Defesa, Justiça, Direito. E a gente está, obviamente, conversando com os órgãos.”
Atualmente, o certame oferece 6.640 vagas para 21 órgãos da administração pública federal direta, autárquica e fundacional.
Com registro de 2.114.145 inscrições, apenas 970.037 candidatos realizaram a prova (abstenção de 54,12%). A organização está por conta da Fundação Cesgranrio.
Para ficar por dentro de todas as informações sobre as vagas do novo CNU, não deixe de conferir nosso artigo completo sobre a seleção:
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