Minha trajetória para o TCU

Olá! Sou o André Gama, auditor do Tribunal de Contas da União e coach do Estratégia Concursos. Neste artigo pretendo contar um pouco da minha história.

Em 2011 me formei em Engenharia Mecatrônica na Universidade de Brasília. Naquele mesmo ano, optei por emendar um mestrado, pois tinha a intenção de seguir na vida acadêmica.

Em 2013 finalizei meu mestrado e recebi propostas de algumas instituições de pesquisa, mas me frustrei com a parte financeira. Lembro que o concurso do Banco Central era eminente e alguns amigos já estavam estudando.Me pareceu uma ótima opção.

Defendi minha dissertação em abril e comecei a estudar para o concurso. Imaginei que seria tranquilo, já que estudar era uma atividade cotidiana na minha vida. A humildade passou longe. Lembro que lia o material deitado na cama, como se fosse uma revista. Em agosto veio o edital. Fiquei feliz, pois já tinha lido a maior parte do conteúdo e ainda tinha dois meses. Afinal, na minha cabeça, era só estudar para uma prova.

O resultado foi óbvio. Na hora da prova eu sequer entendia os itens. Se minha redação tivesse sido corrigida, ela faria uma participação especial nas “Pérolas do Enem”. Eu já estava frustrado durante a prova. Mesmo tendo lido todo o conteúdo do edital, não entendia nem o que estavam me perguntando.

Cheguei em casa e comecei a repensar minha vida. Era isso mesmo? A área acadêmica parecia distante e esse negócio de concurso parecia difícil. Mais uma vez, a decisão foi facilitada pela parte financeira. Na época, havia autorização para o TCDF. Pesquisando sobre a instituição achei o trabalho interessante e decidi tentar.

Me matriculei em um curso presencial e decidi que estudaria com mais metodologia. Quando pesquisei sobre como estudar para concursos, não conseguia levar a sério o que eu lia. Ciclo de estudos?! Revisões?! Exercícios?! Assim eu nunca acabaria de estudar as matérias até a prova! Afinal, estávamos em dezembro de 2013 e a prova seria em abril de 2014. Como do meu jeito não deu certo na prova do Banco Central, aceitei tentar uma mudança.

Não acabei de estudar o conteúdo do edital, mas notei um padrão interessante no resultado da prova. Fui MUITO BEM nas matérias que eu estudei corretamente (ciclo de estudos, revisões, etc), mas, nas matérias que não tive tempo suficiente para aplicar as técnicas, praticamente inverti o gabarito.

Claro que fiquei frustrado com o resultado, mas ao mesmo tempo fiquei animado. Percebi que tinha encontrado um caminho que, mesmo sendo demorado, parecia consistente. Pesquisei qual seria um bom concurso em 2015, com folga antes do edital. A resposta do Google foi a Secretaria de Fazenda do Distrito Federal (Sefaz).

Comecei a estudar para a Sefaz em meados de 2014. Dessa vez, usei ciclo de estudos, adicionei revisões na minha rotina e comecei a fazer questões mais frequentemente. Iniciei o ciclo com matérias básicas, que me permitiriam fazer algumas provas no meio do caminho. Consegui engrenar um bom ritmo de estudos na minha rotina diária.

Em dezembro mudaram os rumores. O concurso da Sefaz não sairia tão cedo, enquanto que o do TCU era provável. Mais uma vez, decidi mudar o foco. Jogada arriscada, mas eu estava confiante, pois estava bem nas matérias básicas. Alterei meu ciclo de estudos inicial, troquei direito tributário por AFO, adicionei controle externo, fiz os ajustes baseados no edital anterior e mantive o ritmo.

Em janeiro de 2015 comecei com força total. Busquei ajuda com um amigo que foi aprovado no Senado. Ele me disse o seguinte: “Enquanto não sair o edital, passar no TCU vai ser a sua principal preocupação do dia. Depois do edital, vai ser sua única preocupação”.

A primeira coisa que eu fiz foi chamar pessoas importantes na minha vida para conversar: me esqueçam até o concurso. Isso foi importante. Não fui um bom filho, um bom namorado, nem um bom amigo durante um tempo. Fiquei sem tomar minha cerveja desde o ano novo até o dia da prova (16 de agosto). Perdi o casamento de uma prima, o aniversário da minha avó e outros eventos. No aniversário do meu pai, um mês antes da prova, parei de estudar só para cantar parabéns e voltei para o meu quarto.

O ritmo de estudos depois do concurso autorizado foi insano. Tentava não desperdiçar tempo. Sempre tinha algo para ler no celular caso pegasse uma fila. Depois de um tempo, parecia que qualquer coisa era mais interessante do que estudar, até mesmo olhar uma parede.

Felizmente consegui manter o foco. Eu queria aquele concurso. Quanto mais eu me esforçasse, maiores eram as minhas chances. Quanto mais eu enrolasse, maior probabilidade de todo o esforço ser em vão. Esse era o pensamento que consegui manter sempre que queria procrastinar (ou me divertir).

O processo foi horrível, mas o resultado gratificante. Não apenas pela aprovação, mas também aprendi a estudar e ganhei confiança no que eu sou capaz de fazer. Estava precisando daquela vitória na minha vida.

Fiquei muito feliz quando apareceu a oportunidade de ser coach do Estratégia Concursos. É muito comum que as pessoas tenham inseguranças sobre como estão estudando. O trabalho do coach é ajudar o estudante a se preparar utilizando técnicas adequadas, otimizando os resultados. Não basta “apenas” estudar muito, tem que ser feito com estratégia e organização.

Espero que meu trabalho ajude na sua trajetória! Deixe suas dúvidas nos comentários!

Abraço!

André Gama

André Luiz Gama de Souza

Ver comentários

  • Muito bom André. Obrigado por compartilhar conosco. Tive uma reprovação dolorida recente e é sempre bom ver quem passou pelo mesmo e alcançou posteriormente a aprovação em um concurso excepcional.

  • André, pela primeira vez um depoimento refletiu EXATAMENTE o que ocorreu comigo no início dessa caminhada...

    No caso, para AUFC/TCU 2015, concurso de sua aprovação, quem estava iniciando os estudos, lendo o material sem método e deitado na cama era eu, afinal, sou engenheiro, mestre e NINGUÉM estaria apto a me ensinar como estudar, afinal, faço isso desde que me entendo por gente. Éramos muito bons, não é verdade? hahaha

    Pois bem. Meu desempenho na prova foi similar ao seu no Banco Central (48% líquidos) e nunca fiquei tão feliz por poupar alguém de ler aquele meu Parecer. Certamente foram as 60 linhas mais mal escritas do concurso. E aquelas questões de Contabilidade? Foram elas baseadas nas NHC - Normas Hebraicas de Contabilidade?

    Após o certame, tive que calçar as "sandálias da humildade" e acatar as dicas dos meros mortais. Com o tempo, por óbvio, a ficha começou a cair e notei que toda a minha bagagem de estudos, em vez de ser um diferencial, na verdade, me sabotou.

    Atualmente, estou no caminho. Migrei para a Área Fiscal (mesmo sonhando com o TCU diariamente) e acredito que, em breve, estarei apto a disputar uma vaga. Quem sabe um dia não seremos colegas de TCU e poderemos rir sobre o quão tolos somos e o quanto aprendemos desde que nos conscientizamos disso...

    Parabéns pela aprovação e pelo raro depoimento VERDADEIRO!

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