Olá, pessoal, tudo bem? Sei que a maioria de vocês já consegue enxergar a importância da Tecnologia da Informação (TI) nos estudos para concurso público, pois nos últimos anos a incidência desta disciplina em provas da área fiscal cresceu exponencialmente.
Mas algumas provas também costumam exigir a parte de Informática em seu conteúdo programático. Com isso, algumas dúvidas acabam surgindo para o aluno, afinal, quais as diferenças entre TI e Informática? Qual das duas deve ser inserida no ciclo de estudos geral para a área fiscal? É sobre isso que falaremos hoje.
A informática é uma disciplina mais padrão e comum nos concursos públicos a mais tempo, engloba assuntos como: sistemas operacionais (como Windows e Linux); ferramentas de produtividade (Word, Excel, PowerPoint, libre Office), ferramentas de correio eletrônico, navegadores da web, segurança da informação e redes de computadores.
Já a disciplina conhecida como tecnologia da informação possui um escopo mais amplo e abrangente. Ela engloba assuntos como banco de dados, engenharia de software, governança de TI e infraestrutura.
Dentro da parte de Banco de Dados, podemos destacar alguns assuntos recorrentes como: ferramentas de business intelligence (BI), mineração de dados, big data, conceitos de modelagem relacional e SQL, entre outros.
No contexto de governança de TI, temos a cobrança de frameworks ou modelos de governança, sendo os principais: o PMBOK (Guia do Conjunto de Conhecimentos em Gerenciamento de Projetos), o ITIL (Biblioteca de Infraestrutura de Tecnologia da Informação) e o COBIT (Objetivos de Controle para Informação e Tecnologia Relacionada)
Além disso, na Engenharia de Software, pode-se observar a cobrança de metodologias de desenvolvimento de software, BPM (Gerenciamento de Processos de Negócio) e BPMN (Modelagem de Processos de Negócio).
É inegável que a Tecnologia da Informação chegou em definitivo para a Área Fiscal. A crescente incidência dessa disciplina nos concursos pode ser explicada pela relevância do uso de TI no próprio dia a dia dos auditores fiscais.
Pode-se dizer que vivemos na era dos dados, atualmente, são gerados cerca de 350 zettabytes de informação por ano. O que faz com que o auditor fiscal necessite de um bom entendimento dentro da área de TI para lidar com tantos dados e informações.
Com o domínio da Tecnologia da Informação, é possível mais do que mapear riscos, prever tendências ou validar hipóteses nos mais variados cenários. A leitura correta de dados sobre o negócio, segmento ou mercado pode garantir, além de vantagem competitiva, a redução dos custos em manutenção preventiva, do investimento em marketing e das fraudes dentro das empresas.
Sendo assim, o mundo dos concursos também tem acompanhado essa evolução da tecnologia e da sua importância para todas as áreas. O que resulta em um aumento da incidência dessa disciplina nas provas.
Tendo visto a relevância das disciplinas de TI e Informática para diversos assuntos, iremos analisar a sua incidência nos últimos concursos da área fiscal.
O edital do concurso para auditor fiscal da Secretaria da Fazenda do Estado do Ceará (SEFAZ-CE), organizado pela CEBRASPE, incluiu em seu conteúdo programático a disciplina de Informática.
Trouxe assuntos como: Noções de sistema operacional (ambientes Linux e Windows); ambientes Microsoft Office e LibreOffice; Redes de computadores; Internet e intranet; Programas de navegação; Programas de correio eletrônico; Computação na nuvem; Segurança da informação; Noções de vírus, worms e pragas virtuais; aplicativos para segurança (antivírus, firewall, anti-spyware etc.); Procedimentos de backup; e alguns outros.
Portanto, observamos que este concurso exigiu a parte mais tradicional de informática e não cobrou a parte de TI.
Para informações mais completas a respeito deste concurso, acesse o link do seu edital.
Este concurso para auditor fiscal da Secretaria de Estado da Fazenda de Alagoas (SEFAZ-AL), também organizado pela CEBRASPE, incluiu na ementa do seu edital a disciplina de Tecnologia da Informação.
Nesta prova, tivemos alguns dos conteúdos normalmente exigidos dentro de TI: a gestão de processos de negócio; a modelagem de processos; o BPM; a análise de dados; os conceitos de banco de dados, de modelagem relacional e multidimensional de dados; conceitos de data warehouse, big data e business intelligence; Self-service BI: conceitos e principais ferramentas.
Além destes normalmente exigidos, também constou no conteúdo programático deste concurso assuntos como: a elaboração e análise de painéis, dashboards e relatórios analíticos; a segurança da informação: conceitos básicos, criptografia, assinatura digital e certificação digital; e o gerenciamento ágil de projetos: Scrum e Kanban.
Para mais informações a respeito deste concurso, acesse o link do seu edital.
A prova da Secretaria de Estado da Fazenda do Espírito Santo (SEFAZ-ES) foi realizada pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e também abordou a disciplina de TI em seu conteúdo programático. Porém, essa abordagem foi um pouco diferente, constando no edital deste concurso o conteúdo de tecnologia da informação aplicada à auditoria tributária.
Ou seja, além dos assuntos normalmente cobrados em TI, também foram exigidos conceitos voltados diretamente para a auditoria fiscal. Alguns desses assuntos foram: o conhecimento básico da estrutura da EFD ICMS/IPI e do arquivo XML da NF-e; as noções de relacionamento entre registros da EFD ICMS/IPI e da NF-e; e a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), Lei 13.709/2018.
Para informações mais completas a respeito deste concurso, segue o link do seu edital.
O concurso para Auditor Fiscal de Receitas Estaduais da Secretaria de Estado da Fazenda do Pará (SEFA-PA) foi realizado no mês de abril deste ano. Ele trouxe em seu edital o conteúdo de TI seguindo o padrão normalmente explorado por concursos da área fiscal.
Sem grandes surpresas, o conteúdo programático de TI deste concurso abrangia: gerência de projetos; processos do PMBOK; gestão de processos de negócio; governança de TI; análise SWOT; BSC – Balanced Scored; banco de dados; aplicações WEB; segurança da informação; certificação digital; criptografia; redes de computadores; acesso remoto e rede Wireless; Business Intelligence (BI) e Data Mining.
Para outras informações a respeito deste concurso, acesse o link do seu edital.
A Secretaria de Fazenda do Estado de Sergipe (SEFAZ-SE) realizou este concurso para o cargo de Auditor Técnico de Tributos no dia 03/04/2022, organizado pela CEBRASPE.
Este edital, ao contrário do que normalmente acontece em provas da área fiscal, cobrou tanto a parte de informática, quanto a de TI.
O conteúdo programático de informática veio dentro do esperado, trazendo assuntos como: sistema operacional; edição de textos, planilhas e apresentações; redes de computadores; programas de navegação e de correio eletrônico; computação na nuvem; segurança da informação; além de outros.
Já a parte de TI trouxe um conteúdo muito grande, abrangendo assuntos nunca exigidos antes em provas da área fiscal. No próprio edital, ele foi dividido em 5 partes, sendo elas:
1. Gestão de TI (PMBOK, ITIL, COBIT, Modelagem de processos, etc.);
2. Sistemas de Informação (Engenharia de software, Análise e projeto de sistemas, Metodologias de desenvolvimento de software, entre outros);
3. Fundamentos de Banco de Dados (Linguagens de definição e manipulação de dados em SGBDs relacionais, Modelagem de dados: modelos relacional e multidimensional, Administração de banco de dados relacionais, além de outros);
4. Ciência de Dados (Regras de associação, Modelagem relacional e multidimensional, Aprendizagem de máquina, Análise de agrupamentos (Clusterização), Classificação, e outros);
5. Segurança da Informação (Políticas de segurança, Lei Geral de Proteção de Dados – LGPD, Gerenciamento de acesso e identidade: conceitos, IAM, RBAC, Certificado digital, etc.).
Para mais informações a respeito deste concurso, segue o link do seu edital.
O SEFAZ-AM foi o último grande concurso para Auditor Fiscal que ocorreu neste ano, organizado pela banca FGV, ele também incluiu a tecnologia da informação em seu edital.
O conteúdo programático desta prova englobou o assunto denominado Análise de Dados, que nada mais é do que uma parte da TI específica de banco de dados. Essa disciplina trouxe assuntos como: bancos de dados relacionais; modelagem dimensional; mineração de dados; Big Data; visualização e análise exploratória de dados; Microsoft Power BI e Business Intelligence Enterprise Edition – Oracle e conhecimento básico da estrutura da EFD ICMS/IPI.
Para mais informações a respeito deste concurso, segue o link do seu edital.
Após a análise dessas 6 provas recentes para grandes fiscos estaduais, podemos observar a presença marcante de TI e/ou Informática em todas elas.
A parte de Informática foi exigida no concurso SEFAZ-CE e no SEFAZ-SE, já a parte de TI esteve presente no SEFAZ-AL, SEFAZ-ES, SEFA-PA, SEFAZ-SE e SEFAZ-AM. Ou seja, apesar de o conteúdo de informática tradicional ainda aparecer em provas de concurso para a área fiscal, podemos observar certa predominância da tecnologia da informação nas últimas provas.
O conteúdo de TI do SEFAZ-SE pode ser considerado um ponto fora da curva, pois abrangeu diversos assuntos específicos da área de computação para uma prova de auditor fiscal sem formação específica em TI. No entanto, fora este concurso, todos os outros que analisamos trouxeram um conteúdo relativamente padrão do assunto de computação.
Com isso, observamos que a disciplina de TI foi explorada em praticamente todas as últimas provas da área fiscal, e devido a sua relevância na atualidade e no próprio trabalho de um auditor, a tendência é que esta cobrança em provas prevaleça também nos próximos concursos. Consequentemente, pode ser recomendável que o conteúdo de TI entre no planejamento do aluno já em um momento pré-edital.
Já a parte de informática, como não vem sendo tão explorada nos últimos concursos fiscais, deve ser priorizada apenas quando for exigida em algum edital específico.
Bom, pessoal, acho que após essa análise, podemos concluir que a tecnologia da informação e a informática são disciplinas de extrema importância para concursos da área fiscal.
Apesar de a parte de informática ainda se fazer presente em alguns destes concursos, é visível a predominância de TI nas últimas provas. O que mostra que pode ser mais interessante para o aluno inserir primeiramente a parte de TI em seu ciclo de estudos geral.
Os concursos públicos estão, na verdade, acompanhando a realidade mundial de ascensão da tecnologia na vida de todos. Por isso, essa matéria é tão importante nos seus estudos, ela representa uma disciplina que está em pleno crescimento e amadurecimento, e a tendência é que a sua cobrança em provas também esteja em uma reta ascendente.
Débora Vaz Ferreira
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