Em manifestação ao Supremo Tribunal Federal (STF), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que a realização do Censo em 2021 depende do avanço da vacinação contra a Covid-19. Além disso, solicitou à Corte o adiamento da pesquisa populacional para 2022.
No pedido, o órgão destacou os aspectos negativos apontados para realizar a pesquisa neste ano e frisou que eles devem ser levados em consideração para a realização do Censo no próximo ano.
“A mais plausível é a realização nos mesmos períodos do plano original – com a coleta de dados nos meses de agosto a outubro, mantendo-se, assim, os mesmos prazos planejados para a operação de 2020, com ajustes na cadeia de treinamento”, diz documento, assinado por Maria Vilma Salles Garcia, coordenadora dos Censos.
O IBGE também defende que a realização do Censo aconteça no primeiro semestre de 2022, justamente por ser necessário contratar e treinar o pessoal no mês de dezembro e no primeiro trimestre do próximo ano, “quando o período de viagens e as questões orçamentárias são prejudiciais à execução dessas atividades“.
O STF está levando em consideração se confirma, ou não, a decisão liminar monocrática do ministro Marco Aurélio de Mello, do final de abril, que determinou ao Governo Federal a adoção de providências para a realização do Censo ainda em 2021, logo após o Ministério da Economia alegar que a pesquisa populacional estava cancelada devido a cortes orçamentários
Vale lembrar que durante a tramitação do Orçamento no Congresso Nacional, os parlamentares já haviam cortado os valores destinados ao Censo em cerca de 96%, de R$ 2 bilhões para R$ 71 milhões.
“Não há previsão orçamentária para o Censo, portanto ele não se realizará em 2021. As consequências e gestão para um novo Censo serão comunicadas ao longo desse ano, em particular em decisões tomadas na Junta de Execução Orçamentária”, declarou o secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues.
Os Censos Demográficos do IBGE são a única forma de informação sobre a situação de vida da população em cada um dos municípios e localidades do país.
Não só o governo federal e a sociedade civil se beneficiam de informações do censo. A sociedade, como um todo, também pode fazer uso de seus resultados, como, por exemplo, na avaliação de locais para a instalação de fábricas, supermercados, shopping centers, escolas, creches, cinemas, restaurantes, lojas, entre outros campos comerciais.
A primeira contagem da população brasileira foi realizada em 1872, ainda durante o Império, mas foi a partir de 1890, já sob a República, que os censos se tornaram decenais. O Brasil mantém um excelente retrospecto dos censos regulares e inovadores; foi, por exemplo, o primeiro país a incluir o tema fecundidade e o único da América Latina a colher informações sobre renda.
Para mais detalhes sobre os processos seletivos do IBGE, cujo Censo foi defendido para 2022, acesse o link abaixo:
Mais informações: Concurso IBGE
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