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Geografia Urbana. Possíveis recursos Guarda Municipal de Belo Horizonte.

Olá Pessoal, há dois Possíveis recursos Guarda Municipal de Belo Horizonte: A questão 39, em que o recurso é tecnicamente certo e a questão 42 em que o erro evidente faz com que haja grande possibilidade de aceitarem os questionamentos. Abaixo temos os comentários das principais questões aplicadas na prova e os Possíveis recursos Guarda Municipal de Belo Horizonte na disciplina de Geografia Urbana e História, com comentários e sugestão de referências para o seu recurso.

37. (FGR – CGMBH – Guarda Municipal /2019) Leia os itens abaixo. Eles se referem aos pontos turísticos do Município de Belo Horizonte:

I – Circuito Cultural Praça da Liberdade: Importante “corredor de cultura” do Brasil; está localizado em uma área histórica de Belo Horizonte que remonta à época da construção da capital; abriga museus, centros de cultura e de formação; ao procurar articular o espaço urbano aos diversos grupos artísticos e populares, o Circuito vem se consolidando como importante política pública cultural em Minas Gerais.

II – Conjunto Moderno da Pampulha: Área turística de grande visitação, tornou-se Patrimônio Cultural da Humanidade pela UNESCO. A obra-prima, construída em meados no século passado, leva a assinatura de Oscar Niemeyer, Roberto Burle Marx e Cândido Portinari. Inclui edifícios e jardins da Igreja São Francisco de Assis, o Museu de Arte da Pampulha, a Casa do Baile, o Iate Tênis Clube, entre outros, o espelho d’água e a orla da Lagoa.

III – Museu Histórico Abílio Barreto: Projetado inicialmente para ser um cassino na década de 1940, durante a administração do prefeito Juscelino Kubitschek. Os jardins que circundam o prédio têm como característica principal sua composição de formas sinuosas, com grandes blocos ou manchas de cores, construídas com espécies da flora brasileira. Foram incorporadas ao paisagismo estátuas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa.

IV – Mirante do Mangabeiras: Localizado no bairro Mangabeiras, o espaço é constituído por dois decks, grande área gramada, plantas ornamentais e bancos. O Mirante foi incorporado ao Parque das Mangabeiras, que está numa área de preservação ambiental, e proporciona uma visão privilegiada da capital. Duas esculturas em aço, em formato de olhos, foram instaladas simbolizando o convite à contemplação de Belo Horizonte.

Estão CORRETOS os itens:

A) Apenas II, III e IV.

B) Apenas I, II e III.

C) Apenas I, II e IV.

D) Todos eles estão corretos.

Gabarito: C

A alternativa C é a resposta certa, pois apenas as afirmativas I, II e IV estão corretas. A afirmativa III é falsa, porque a descrição diz respeito ao Museu de Arte da Pampulha e não ao Museu Histórico Abílio Barreto.

O prédio que ocupa o Museu de Arte da Pampulha foi projetado para ser um cassino no início da década de 1940, durante a administração do prefeito Juscelino Kubitschek. O prédio foi o primeiro projeto de Oscar Niemeyer para o Conjunto Arquitetônico da Pampulha. Sua concepção foi influenciada pelos princípios funcionalistas do arquiteto Le Corbusier. Os jardins que circundam o prédio, criados pelo paisagista Roberto Burle Marx, têm como característica principal sua composição de formas sinuosas, com grandes blocos ou manchas de cores, construídas com espécies da nossa flora brasileira. Ao paisagismo de Burle Marx foram incorporadas as estátuas de Ceschiatti, Zamoiski e José Pedrosa. Tão logo foi inaugurado, na década de 1940, o local passou a atrair jogadores de todo o Brasil, transformando a vida noturna de Belo Horizonte, movimentando uma região que não era tão povoada. Com a proibição do jogo no Brasil em 1946, o prédio do Cassino esteve fechado por cerca de dez anos. Em 1957 foi criado o Museu de Arte. Datam dessa época as primeiras doações de obras que hoje compõem o acervo do Museu. Destacam-se trabalhos de Alberto da Veiga Guignard, Emiliano Di Cavalcanti, Ivan Serpa, Tomie Ohtake, Franz Weissman e Amilcar de Castro, além de uma significativa coleção de gravuras brasileiras, que conta com importante produção de Oswaldo Goeldi. Outra parte da coleção é procedente dos prêmios dos Salões de Arte, que tiveram grande repercussão e influência nas décadas de 1960 e 1970. O acervo com cerca de 1.500 obras é mostrado ao público periodicamente, em exposições produzidas para espaços culturais da Capital e de outras cidades mineiras. O Museu é tombado nas esferas municipal, estadual e federal.

Já o Museu Histórico Abílio Barreto (MHAB) está localizado no bairro Cidade Jardim, região Sul de Belo Horizonte. É um casarão antigo que preserva e simboliza, como nenhum outro prédio, a história da capital mineira. A sede da antiga Fazenda do Leitão, uma casa de dois pavimentos, construída em 1883 quando existia apenas o Curral Del Rei e a disposição de novos republicanos em criar uma nova capital para o Estado, recebe visitantes do Museu Histórico Abílio Barreto. Junto ao casarão, um bonde elétrico e uma locomotiva a vapor completam o simbolismo do lugar dedicado à educação e ao lazer. Revelador das mutações da vila transformada em metrópole em pouco mais de cem anos, o casarão secular convive com o moderno edifício-sede, inaugurado em dezembro de 1998, primeiro local originalmente concebido e edificado para abrigar um museu na capital. Documentos dos mais de cem anos de Belo Horizonte estão na instituição, que cumpre o papel de guardar parte significativa da memória da cidade. Inaugurado em 1943, o MHAB recolhe e preserva itens que contribuem para a compreensão da dinâmica socio-histórica da cidade, sua finalidade é tornar público o acesso aos bens culturais preservados, fomentando a participação dos cidadãos na construção da memória e do conhecimento sobre a cidade.

Referência:

BELO HORIZONTE: Surpreendente. Disponível em: <http://www.belohorizonte.mg.gov.br/>. Acesso em: 20 ago. 2019.

Possíveis recursos Guarda Municipal de Belo Horizonte 1

39. (FGR – CGMBH – Guarda Municipal /2019) Leia os itens abaixo. Eles se referem às características físicas e territoriais do Município de Belo Horizonte.

I. O Município possui a maior área territorial se comparada com as dos outros municípios integrantes da Região Metropolitana de Belo Horizonte.

II. Possui vários parques municipais, com boa cobertura geográfica, apenas uma das nove regiões administrativas, a Leste, não possui.

III. Apesar de preservar muito pouco a sua vegetação original, Belo Horizonte é ainda uma das capitais mais arborizadas do Brasil, o que contribui para a qualidade do ar.

IV. As maiores cotas altimétricas do Município são encontradas no extremo sul (Serra do Curral), enquanto as áreas mais baixas, na porção nordeste (Córrego do Onça).

Estão CORRETOS os itens:

A) Apenas II, III e IV.

B) Apenas I, II e III.

C) Apenas I, III e IV.

D) Todos eles estão corretos.

Gabarito: A        Essa questão pode ser anulada: Informação errada. Destoa das informações do site oficial da prefeitura.

A afirmativa II não está correta, uma vez que consta na Regional Leste o Parque Linear do Vale do Arrudas, também conhecido como Parque de Centenário, que foi implantado entre os anos de 1999 e 2000, em uma área aproximada de 41 mil metros quadrados, ao longo do Ribeirão Arrudas, na região Leste da capital. Como opções de lazer, o espaço oferece um campo de futebol, além de ser recanto para contemplação. Funciona diariamente e está localizado na Av. dos Andradas (entre Rua Belém e Rua Desembargador Bráulio), nos Bairros Caetano Furquim e Vera Cruz.

Referência: PREFEITURA de Belo Horizonte: Parque Linear do Vale do Arrudas. 2018. Disponível em: <https://prefeitura.pbh.gov.br/fundacao-de-parques-e-zoobotanica/informacoes/parques/parque-vale-do-arrudas>. Acesso em: 20 ago. 2019.

Possíveis recursos Guarda Municipal de Belo Horizonte 2

42. (FGR – CGMBH – Guarda Municipal /2019) “Uma das questões que atualmente tem atraído grande atenção no âmbito dos estudos populacionais refere-se ao processo de desconcentração espacial da população […]”

(LOBO, CARDOSO & MATOS, 2008).

Sobre a atual distribuição espacial da população na Região Metropolitana de Belo Horizonte, marque a alternativa que contem a tendência INCORRETA:

A) Crescimento gradual da população periférica.

B) Progressiva dispersão espacial da população.

C) Redução do peso demográfico do núcleo metropolitano.

D) Constante polarização espacial demográfica.

Gabarito oficial: D        Essa questão pode ser anulada: Gabarito errado

A alternativa A não é a resposta certa, pois a informação está correta. Segundo os autores, utilizando as microdados amostrais dos Censos Demográficos de 1980, 2000 e 2010, foi possível identificar na maior parte dos municípios periféricos um crescimento da mobilidade, embora tenha ocorrido a redução relativa dos deslocamentos com destino ao núcleo metropolitano.

A alternativa B também não é a resposta certa, pois a informação está correta. Segundo os autores, os dados referentes aos dois últimos Censos Demográficos parecem confirmar a tendência à relativa dispersão espacial da população, mesmo que os principais centros metropolitanos tivessem mantido sua expressão demográfica regional e continuado a atrair expressivos contingentes populacional.

A alternativa C pode ser a resposta certa, pois a informação está incorreta. Segundo os autores, mesmo que Belo Horizonte continue absorvendo parte considerável do mercado laboral metropolitano, dada a manutenção do fluxo do tipo Periferia Metropolitana para o Núcleo Metropolitano, há sinais de ganho de autonomia no processo de desconcentração econômica intrametropolitano, notadamente daqueles municípios com maior peso demográfico, localizados próximos a capital. Além do fortalecimento de centros já relativamente consolidados, como Contagem e Betim, novas centralidades urbanas, ainda que em níveis inferiores de especialização e complexificação, ganham força na periferia metropolitana, especialmente no vetor norte. Alguns desses casos, não obstante suas especificidades econômicas e sociais, que receberam o rótulo de “periferia da pobreza”, passaram a absorver uma maior parcela de trabalhadores e a oferecer postos de trabalho com maiores requisitos de qualificação e/ou especialização, sobretudo nos setores de prestação de serviços e de comércio varejista.

A alternativa D também pode ser a resposta certa, pois a informação está incorreta. Ao contrário de uma polarização, os autores não confirmam a integralidade de uma polarização, ao passo que sugerem tratar de uma forma de “dispersão polinucleada”.

Referência:

LOBO, Carlos et al. Mobilidade pendular, desconcentração espacial e autonomia municipal na Região Metropolitana de Belo Horizonte. Blucher Social Sciences Proceedings, [s.l.], p.1-20, nov. 2017. Editora Blucher. http://dx.doi.org/10.5151/xgtmigracao-06.

43. (FGR – CGMBH – Guarda Municipal /2019) Sobre as causas e as características relacionadas às enchentes em Belo Horizonte, é INCORRETO afirmar que:

A) O Município tem relevo acidentado, principalmente em suas bordas sul e leste, além de ser cortado por inúmeros cursos d’água.

B) A região administrativa Noroeste é a que apresenta maior risco de inundação, pois dela partem os principais tributários do Ribeirão Arrudas.

C) O asfalto e as construções reduzem a absorção da água pluvial, o que favorece a subida rápida do nível dos cursos d’água.

D) As avenidas Vilarinho, Francisco Sá, Tereza Cristina, Bernardo Vasconcelos e Cristiano Machado são as principais áreas.

Gabarito: B

A alternativa B é a resposta certa, pois é incorreto afirmar que os principais afluentes do Ribeirão Arrudas partem da Regional Noroeste de BH. O ribeirão Arrudas é formado por vários córregos que nele desembocam ao longo do seu curso: Jatobá, Barreiro, Bonsucesso, Cercadinho, Piteiras, Leitão, Acaba Mundo, Serra, Taquaril, Navio-baleia, Santa Terezinha, Ferrugem, Tijuco, Pastinho, etc. Juntos, o ribeirão Arrudas e seus afluentes formam a bacia do ribeirão Arrudas. Esse afluentes estão entre as Regionais Barreiro, Oeste, Centro-Sul e Leste.

Referência: LIMA, Cássio. Educação, Meio Ambiente e Geoprocessamento. Disponível em: <http://cassiogeominas.com.br/gmbh/>. Acesso em: 20 ago. 2019.

45. (FGR – CGMBH – Guarda Municipal /2019) De acordo com o texto de Rogério Arruda (2012) sobre a relação Belo Horizonte e La Plata: cidades-capitais da modernidade latino-americana no final do século XIX marque a alternativa CORRETA:

A) La Plata e Belo Horizonte surgiram como cidades-modelo ideais, que rapidamente demonstraram as distâncias entre seu planejamento e sua execução. Elas são provas do grande hiato existente entre idealização de uma ocupação e apropriação efetiva do espaço.

B) A construção de uma nova capital para a província de Buenos Aires se associa imediatamente à revolução de 1880, ocorrida na cidade de Buenos Aires. Já a construção de Belo Horizonte se vincula a revolução de 1930, oportunidade usada por parcela das elites mineiras para encaminhar um processo de modernização do Estado.

C) O engenheiro Aarão Reis somente realizou os estudos das localidades para a nova capital de Minas, porém não participou do seu planejamento nem da construção.

D) A proposta urbanística para a nova capital inviabilizou em termos racionais e, técnicos uma cidade que não fosse diferente das formas urbanas que prevaleciam em Minas Gerais e em grande parte do Brasil.

Gabarito: A

Apesar da cidade de La Plata não ter inspirado diretamente o projeto urbanístico de Belo Horizonte, há uma relação mais profunda entre Belo Horizonte e La Plata, a qual está inscrita no ideário modernizador que pairou sobre a América Latina no final do século XIX. Belo Horizonte, no Brasil, e La Plata, na Argentina são duas cidades-capitais planejadas e construídas no final do século XIX para simbolizarem o processo de modernização pelo qual passava cada uma de suas regiões. La Plata é a capital da província de Buenos Aires, na Argentina, e fica próxima da cidade de Buenos Aires. A cidade foi planeada e é conhecida pelas distintas avenidas diagonais.

No período em que La Plata e a Cidade de Minas (Belo Horizonte) foram construídas, Argentina e Brasil passavam, cada qual ao seu modo, por uma etapa importante do processo de afirmação enquanto Nações modernas. De certa forma, ambas as cidades se inserem no novo ciclo de urbanização da segunda metade do século XIX que acontece na Europa e se irradia pelos quatro pontos cardeais do planeta.

A construção de uma nova capital para a província de Buenos Aires se associa imediatamente à Revolução de 1880 ocorrida na cidade de Buenos Aires e não deixou de ser uma maneira de concluir o processo de unificação nacional, iniciado na primeira metade do século XIX. Já a construção de Belo Horizonte se vincula à Proclamação da República no Brasil em 1889, oportunidade usada por parcela das elites mineiras para encaminhar um processo de modernização do Estado.

O plano de La Plata é tributário de uma rica tradição do pensamento urbanístico europeu e americano, que produziu plantas para cidades novas, propostas de remodelação urbana e também projetos de parques e jardins.

Se La Plata representou o sonho de uma nova Buenos Aires, Belo Horizonte simbolizou a expectativa de integração econômica do Estado que também não obteve resultados imediatos. O planejamento e o traçado moderno das duas cidades-capitais garantiram-lhes exibir beleza, salubridade e conforto materializados em um conjunto articulado de praças, ruas e avenidas; possibilitaram-lhes a implantação dos modernos sistemas de transporte e iluminação pública; promoveram a implantação de edifícios públicos monumentais.

La Plata e Belo Horizonte surgiram como cidades-modelo, ideais que rapidamente demonstraram as distâncias entre seu planejamento e sua execução. Elas são provas do grande hiato existente entre idealização de uma ocupação e apropriação efetiva do espaço. Mostram que a dinâmica histórica da modernidade escapa às previsões de cientistas, técnicos e políticos. As duas cidades permitem-nos avaliar, de um lado, as distâncias existentes entre a cidade ideal e a cidade real e, de outro, como os discursos sobre o que era ser moderno no período influenciaram comportamentos e, de certa forma, instituíram imaginários até hoje perceptíveis no senso comum.

A construção das duas cidades-capitais significou uma maneira de atualização do processo civilizatório nas duas regiões, mas de modo a promover transformações com a respectiva manutenção das estruturas de poder. Neste sentido, mostrou sua face conservadora e excludente, que ficou mais nítida com o passar do tempo. De certo modo, a construção das duas cidades significou a tentativa de ingresso na modernidade industrial em países que ainda se apegavam às suas vocações agrárias, situação que será ultrapassada somente em meados do século XX.

Referência:

ARRUDA, Rogério Pereira de. Belo Horizonte e La Plata: Cidades-Capitais da modernidade latino-americana no final do século XIX. Revista de História Comparada, Rio de Janeiro, v. 6, n. 1, p.85-123, abr. 2012. UFRJ. Disponível em: <http://www.hcomparada.historia.ufrj.br/revistahc/artigos/volume006_Num001_artigo004.pdf>. Acesso em: 03 dez. 2018.

É isso aí pessoal. Bons estudos e foco no sucesso !!!

Sergio Henrique

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