Confira nesse artigo informações sobre estudar ouvindo música.
Olá, pessoal, tudo bem?
No artigo de hoje, buscaremos abordar um assunto que intriga os alunos: estudar ouvindo música ajuda ou atrapalha? Com o propósito de responder essa questão, trataremos dos seguintes tópicos:
Antes de mais nada, precisamos definir o que é música. Afinal, o que diferencia uma nota bela emitida por um piano de um ruído de computador antigo?
Decerto, a definição do conceito de música é um processo difícil, devido às suas diversas facetas presentes em nossa sociedade (Iazzetta, 2001). Por exemplo, será que o conceito de música na cultura ocidental é o mesmo que o da oriental? Ademais, dentro de um mesmo continente, a música é vista de forma igual em dois países diferentes?
A resposta para as perguntas anteriores é não. Contudo, busquemos o ponto de interseção entre esses diferentes pontos de vista, no intuito de tentarmos trazer um conceito para a música.
Conforme definição do nosso querido Google, a música é descrita da seguinte forma: combinação harmoniosa de sons; a arte de se exprimir por meio de sons, seguindo regras variáveis conforme a época, a civilização, entre outros fatores.
Por fim, assistindo o vídeo acima, conseguimos perceber que a resposta para a pergunta inicial do tópico (o que é música?) é subjetiva. Uma vez que o autor do vídeo organiza os ruídos emitidos por leitores de disquetes em uma combinação harmoniosa (ou quase isso rsrs), cuja melodia é reconhecível, facilmente, por nossos ouvidos.
Em primeiro lugar, após a tentativa de definição do conceito de música, faz-se necessário que entendamos como o nosso cérebro responde a uma música.
Segundo estudos conduzidos por Warren (2008), a música provoca estímulos em várias áreas do cérebro, causando, assim, diferentes respostas cognitivas, perceptivas e emocionais.
Ademais, nesse mesmo estudo, o pesquisador também elucida que é um desafio esse trabalho, já que a natureza da música e a sua recepção por parte de cada indivíduo é, de certa forma, abstrata.
Ou seja, por mais que certas áreas do cérebro, em geral, respondam ao estímulo musical, essa resposta varia de pessoa para pessoa.
Só para exemplificar, imaginemos dois casos: o primeiro, de um entusiasta de música clássica, totalmente avesso ao rock; o segundo, uma pessoa amante do rock e com aversão à música clássica.
Nesse cenário, esses indivíduos ao ouvirem música clássica terão respostas neurais distintas, já que o amante da música clássica terá prazer nessa atividade, enquanto o avesso, provavelmente, sentir-se-á incomodado.
Portanto, constatamos, assim, que algo pode funcionar para um aluno, mas não funcionar para outro. Tenhamos isso em mente.
Agora, vem a pergunta de um milhão de reais: afinal, a música é uma aliada ou uma inimiga no processo de estudos? Infelizmente, a resposta é “depende”, mas vamos destrinchar, nos subtópicos a seguir, alguns pontos para facilitar a análise do tema.
Nos estudos desenvolvidos por Jiang (2013), alunos sob considerável carga de estresse, devido a uma prova, foram divididos em quatros grupos: um grupo que ouviria músicas relaxantes de seu gosto; o segundo ouviria músicas estimulantes de seu gosto; o terceiro, músicas relaxantes que não fossem de seu gosto; o último grupo ficaria com músicas estimulantes que não fossem de seu gosto.
Em seguida, os pesquisadores buscaram medir o nível de tensão e de ansiedade dos participantes do estudo. Os resultados indicam que, quando apreciada pela pessoa, tanto a música relaxante quanto a música estimulante podem contribuir para diminuições notáveis da tensão e da ansiedade. Ademais, ao ouvir uma música estimulante ou relaxante que o participante não gostava ou era indiferente, a resposta não foi positiva para a redução do estresse.
Portanto, no que se refere ao estresse, observa-se indícios de que ouvir músicas que você gosta é o mais recomendado.
Já em Ahmad (2018), foi realizada uma pesquisa relativa à influência da música no desempenho de atividades de memorização de estudantes de matemática.
Para atividades mais relacionadas à lógica, tal como a matemática, é comum que os alunos ativem mais o lado esquerdo do cérebro.
Entretanto, estudantes mais habituados às atividades lógicas podem ter maiores dificuldades em tarefas que necessitem do uso combinado dos dois lados do cérebro, como ocorre em atividades de leitura e memorização.
Nesse contexto, estudar ouvindo música de fundo pode auxiliar na ativação de ambos os lados do cérebro, otimizando, assim, o processo de memorização.
Por fim, ainda em Ahmad (2018), a pesquisa indica que o gênero de música que gera maior melhora no desempenho de memorização é a música clássica.
Conforme Baker (2007), com o auxílio de ressonâncias magnéticas, analisou-se a atividade cerebral de pessoas antes, durante e depois de ouvirem uma sinfonia musical.
Desse experimento, a equipe de pesquisa de Stanford observou que a música ativou regiões do cérebro relativas à atenção, à capacidade preditiva e à memória.
Ademais, identificou-se outro fator interessante: a atividade cerebral atingia o seu pico nos breves momentos de silêncio entre os movimentos musicais (aqueles momentos que parecia que nada estava acontecendo).
Assim sendo, uma conclusão que começamos a construir é que músicas sem muitas pausas, isto é, muito agitadas, podem não ser benéficas para a concentração.
Por fim, para mais detalhes sobre essa pesquisa e para conferir o vídeo com o resultado das ressonâncias magnéticas, clique no link a seguir:
Bem, abordamos várias questões técnicas e científicas sobre o assunto até então. A partir de agora, gostaríamos de passar algumas dicas mais objetivas para estudar ouvindo música.
Sem dúvida, essa deve ser a principal dica desse artigo. Uma vez que temos a tendência de querer cantar ao ouvirmos uma música cantada, especialmente uma conhecida.
Então, em vez de se preparar para Direito, você acaba aprendendo a cantar direito a nova “sofrência” que a sua dupla de sertanejo favorita lançou. Nada contra, afinal, cantar é algo super divertido e relaxante, mas tudo tem o seu momento devido.
Ademais, a nossa mente demora um tempo até retomar os níveis de concentração adequados. Portanto, busquemos evitar as músicas cantadas.
Quem não gosta de ouvir a música em um volume bem alto e não pensar em mais nada?
Pois é, mas, quando se trata de estudar ouvindo música, o conselho é a moderação. Uma boa dica é buscar um volume que quase anule o som ambiente, isto é, nada que se destaque demasiadamente em seu campo mental.
Com certeza, algo que pode contribuir para a perda de concentração é estar ouvindo uma música e, de repente, entrar uma propaganda. Dessa forma, se possível, procure formas de estudar ouvindo música sem que ela possa ser interrompida por anúncios.
Existe um tipo de música que seja, de fato, mais adequado para todos os tipos de estudo? Mais uma vez, a resposta é não. Todavia, existe músicas que, em geral, auxiliam no processo de memorização e aprendizado, como, por exemplo, a música clássica.
Visto que esse gênero musical é apontado por diversas pesquisas como o mais favorável ao estudo.
Além disso, vale a pena citar as músicas com sons da natureza e para meditação como opções que contam com muitos entusiastas na hora dos estudos.
Falar de música clássica é falar de algo que abrange, pelo menos, mais de mil anos de história, uma vez que esse gênero acompanha o desenvolvimento da sociedade desde os tempos remotos até os atuais.
Assim, naturalmente, há muitas diferenças existentes entre as músicas clássicas. Mesmo entre as músicas de um mesmo compositor, observa-se discrepância, já que essas músicas, assim como as de hoje, eram compostas para diferentes fins.
Só para exemplificar, ouçamos a “Tocata e Fuga em Ré Menor” de Bach, um dos clássicos de um dos maiores compositores da história.
Em primeiro lugar, notamos que a música nos conduz em uma jornada de emoções fortes e, até mesmo, de certa tensão. Abstraindo um pouco, podemos realmente nos sentir em uma fuga. Desse modo, devemos nos perguntar se essa música é a melhor pedida para alguém que busque ficar sentado e concentrado nos estudos.
Em contraste com a música anterior, analisemos a “Ária da corda sol” do mesmo compositor.
O ritmo e a beleza da música conduzem o ouvinte a desacelerar o corpo e a mente, favorecendo, assim, o processo de concentração.
Em suma, uma boa dica é buscar estudar ouvindo músicas tranquilas, ou seja, com um ritmo lento ou moderado.
Por fim, vale destacar que, nos aplicativos de streaming de músicas ou no próprio Youtube, existem playlists de músicas clássicas voltadas para a concentração.
Por melhor que seja um roteiro que alguém lhe passe, por mais pessoas que ajude, pode ser que algo funcione para a maioria e não funcione para você.
A utilização da música é benéfica para muitas pessoas, entretanto existem pessoas que não conseguem produzir ouvindo música. Dessa forma, experimente! Descubra o que melhor funciona para você.
Nesse artigo, buscamos abordar algumas questões referentes ao uso da música como ferramenta otimizadora de desempenho nos estudos.
Em relação à interação entre atividade cerebral e música, diversas pesquisas indicam que a música pode auxiliar na memorização, na concentração e na redução de estresse. Dessa forma, a música pode ser uma grande aliada para o aluno.
Todavia, a música requer certas cautelas na hora de ser empregada como potenciadora de performance nos estudos. Mais especificamente, indicamos a escolha de músicas instrumentais tranquilas que agradem aos alunos e que não possuam ritmo acelerado.
Por fim, trouxemos dicas sem a intenção de definir um único caminho certo ou de exaurir o riquíssimo assunto. Então, cabe a você, amigo concurseiro, analisar as informações, experimentar e averiguar o que melhor funciona para o seu estudo.
Desde já, desejo fé, perseverança e muita música para todos vocês.
Um grande abraço!
AHMAD, Yuhaniz et al. The Influence Of Music On Memorization Performance Of Mathematics Students. Proceedings of the ICECRS, v. 1, n. 2, 2018.
BAKER, Mitzi. Music moves brain to pay attention. Stanford study finds. Retrieved May, v. 18, p. 2014, 2007.
IAZZETTA, Fernando. O que é música (hoje). Fórum Catarinense de Musicoterapia, v. 1, p. 14-15, 2001.
JIANG, Jun et al. The effects of sedative and stimulative music on stress reduction depend on music preference. The Arts in Psychotherapy, v. 40, n. 2, p. 201-205, 2013.
WARREN, Jason. How does the brain process music?. Clinical Medicine, v. 8, n. 1, p. 32, 2008.
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Artigo muito interessante e informativo. Obrigada. Gostei muito!
Muito bacana!!!
Muito interessante, porém estudar e escutar música nunca funcionou pra mim.