Olá, pessoal, como vocês estão? Bom, sabemos que o estudo para concurso público se tornou uma preparação considerada de médio a longo prazo. Consequentemente, uma boa estratégia deve ser adotada durante esta preparação, tanto na elaboração inicial do ciclo básico de estudos, quanto em um momento posterior, na inserção de disciplinas mais avançadas.
Então, hoje falaremos um pouco sobre o que é um ciclo básico de estudos, especificamente para a área fiscal, e qual estratégia poderá ser adotada após finalizar essas matérias básicas.
Uma dúvida muito comum de quem estuda para concurso é como iniciar esse estudo e como se organizar sem um edital específico como base.
Primeiramente, existe um grupo básico de disciplinas da área fiscal, que é essencial para a formação de base do aluno iniciante, chamamos a organização desse grupo de ciclo básico de estudos. Este grupo básico costuma estar presente em todos os concursos fiscais, além de muitas vezes servirem de ancoragem para o aprendizado de outras disciplinas.
Sendo assim, para quem está iniciando no mundo dos concursos fiscais, normalmente, são sugeridas 6 disciplinas básicas para compor o ciclo de estudos, são elas:
– Língua Portuguesa
– Direito Administrativo
– Raciocínio Lógico Matemático (RLM)
– Direito Constitucional
– Direito Tributário
– Contabilidade Geral
Não existe um tempo específico para a construção dessa base essencial de conhecimentos, pois isso depende de vários fatores individuais de cada aluno. Mas pode-se estimar um parâmetro de pelo menos um ano para a conclusão dessas matérias gerais.
Então, após finalizar esse ciclo básico, algumas dúvidas podem surgir, principalmente a respeito das próximas disciplinas que devem ser adicionadas aos seus estudos.
Iremos avaliar as disciplinas que costumam aparecer nas provas da área fiscal, o seu grau de importância e como acrescentá-las em seu estudo mais avançado.
Porém, é importante ressaltar que o aluno não deverá abandonar as matérias já estudadas, e sim reorganizá-las em seu horário em modo de revisão.
Últimos 6 concursos estaduais da Área Fiscal
Pessoal, iremos analisar as 6 últimas provas para o cargo de Auditor Fiscal das Secretarias de Fazenda Estaduais, com o objetivo de identificar as disciplinas mais importantes para estes concursos.
Os concursos fiscais que iremos analisar são:
Segue abaixo uma tabela com a relação entre as disciplinas que foram exigidas em cada uma dessas 6 provas (a parte verde quer dizer que a disciplina constava no edital do respectivo concurso, a vermelha, que não):
Através da análise desta tabela comparativa entre os últimos concursos fiscais, podemos tirar algumas conclusões:
– 9 Disciplinas constaram no edital de todos estes concursos, são elas: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Tributário, Contabilidade Geral, Contabilidade de Custos, Direito Civil, Direito Penal e a Legislação Tributária Específica (LTE) de cada Estado.
– 3 Disciplinas só não fizeram parte do conteúdo programático de uma dessas provas. A Auditoria Fiscal não foi englobada no concurso SEFAZ-RR, o Direito Empresarial não esteve presente na prova do SEFA-PA e a parte de Tecnologia da Informação não constou também no SEFAZ-RR.
– A parte de Raciocínio Lógico Matemático não se fez presente nas provas de Roraima e do Pará, porém, estes concursos cobraram as disciplinas de Estatística e Matemática Financeira da área de exatas.
– Os conteúdos de Estatística e Matemática Financeira foram cobrados em 4 dessas 6 provas.
– As disciplinas de Economia e Administração foram exigidas em apenas 2 desses 6 concursos, sendo eles o SEFAZ-RR e o SEFA-PA.
– A parte de Informática foi exigida em apenas 1 desses concursos, o SEFAZ-SE.
Das 6 disciplinas básicas indicadas para um aluno iniciante, 5 delas constam em todos esses concursos analisados: Língua Portuguesa, Direito Administrativo, Direito Constitucional, Direito Tributário e Contabilidade Geral. Sendo assim comprovada a importância dessas matérias para os concursos da área fiscal.
Apenas Raciocínio Lógico Matemático (RLM) que pode ser considerada uma disciplina básica do ciclo fiscal, não constou em todas as provas avaliadas. Porém, é possível observar que nessas provas que o RLM não esteva presente, o edital abrangia as matérias de Estatística e Matemática Financeira, que representam assuntos de exatas mais avançados. Portanto, é visível a importância do RLM em um ciclo de estudo inicial, pois ela serve também como uma base para as outras matérias de exatas que podem aparecer.
As outras disciplinas que não constavam no ciclo básico e apareceram em todas as últimas provas analisadas são: Contabilidade de Custos, Direito Civil, Direito Penal e Legislação Tributária Específica (LTE).
Além disso, as disciplinas que deixaram de aparecer em apenas 1 dos 6 concursos em questão e que são de extrema importância para área fiscal são: Auditoria Fiscal, Direito Empresarial e Tecnologia da Informação.
E, finalmente, as matérias que não costumam aparecer em todos os concursos fiscais, mas para o aluno mais avançado, também são importantes, são: Estatística, Matemática Financeira, Economia, Informática e Administração.
Após a análise apresentada, podemos ter uma boa noção de quais disciplinas estão mais presentes nos concursos da área fiscal. Mas, além da frequência de suas incidências nas últimas provas, os pesos dessas matérias também devem ser levados em consideração.
Normalmente, as provas dos fiscos estaduais são divididas em duas partes, a parte geral e a específica, na qual a parte específica costuma representar mais pontos no total da prova. Essas disciplinas consideradas específicas podem variar de uma prova para outra, mas em geral, são elas: Direito Tributário, Auditoria Fiscal, Contabilidade Avançada e de Custos, Tecnologia da Informação e a LTE de cada estado.
Portanto, levando em consideração sua incidência nas provas e seu peso na pontuação total, podemos listar as principais disciplinas que representam uma boa estratégia se adicionadas aos seus estudos após finalizar o ciclo básico. São elas:
– Contabilidade Avançada e de Custos
– Auditoria Fiscal
– Tecnologia da Informação
– Direito Civil, Penal e Empresarial
– Parte geral de Legislação Tributária
Após inserir essas disciplinas no seu ciclo de estudos, lembre-se que as matérias básicas não podem ser deixadas totalmente de lado. É recomendável um ajuste em seu horário para colocá-las em modo de revisão, explorando principalmente a resolução de questões.
E para o aluno mais avançado, que também já estudou essas 8 disciplinas, além das 6 do grupo básico, pode ser interessante acrescentar a parte de Estatística, Economia e Matemática Financeira ao seu ciclo. Pois apesar da baixa frequência de cobrança nos concursos fiscais, são matérias mais complicadas e difíceis de serem compreendidas apenas num tempo curto de pós-edital.
Outra observação importante é a respeito das Legislações Tributárias Estaduais. Normalmente, para os concursos da área fiscal, essa é a disciplina com maior peso no total de pontos das provas e merece uma atenção especial. Porém, como cada LTE é específica para um estado, o seu estudo só é recomendado após a publicação do edital do concurso. Com exceção da parte geral referente à Lei Kandir, que pode ser estudada antes e serve como base para todas as LTEs específicas.
Bom, pessoal, espero que tenha ficado claro quais são as principais disciplinas para os concursos da área fiscal e que você, agora, seja capaz de montar sua própria estratégia de estudos após finalizar o seu ciclo básico.
Vale lembrar que essas informações são válidas para os concursos fiscais estaduais, para a Receita Federal essas matérias irão variar, principalmente a parte específica.
E hoje ficamos por aqui, boa semana e bons estudos a todos!
Débora Vaz Ferreira
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