“Você também é capaz, não é preciso ser um super gênio para passar num concurso de alto nível. Não importa o tempo que levar e os sacrifícios até a aprovação, pois quando você chegar lá, terá valido cada minuto e cada gota de suor. Acredite em você!”
Aprovado em concursos na área fiscal, sendo o último o da Secretaria de Estado de Fazenda do Rio de Janeiro para o cargo de Auditor Fiscal da Receita Estadual, Renato Hashioka é um exemplo de que é possível alcançar seus objetivos, desde que, nessa caminhada, você tenha definido onde quer chegar.
Formado em Engenharia Elétrica, o paulista se entregou ao mundo dos concursos há quase dois anos e, mesmo acreditando que com o número sempre grande de concorrentes, seria quase impossível conseguir uma aprovação, ele resolveu “arriscar” e, desde então, tem traçado um caminho marcado por dedicação, foco e aprovações.
Acompanhe nossa entrevista com Renato Hashioka e conheça um pouco mais da vida deste concurseiro.
Estratégia Concursos (Estratégia): Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos? Em quantos e quais concursos já foi aprovado(a)? Qual o último?
Renato Hashioka (Renato): Sou formado em engenharia elétrica pela Unicamp, trabalhava como engenheiro de tecnologia desenvolvendo produtos para a área de telecom. Certo dia um amigo que não via há muito tempo me adicionou no Facebook, ele havia acabado de passar no concurso do ISS-SP e me contou como ele fez para passar, dicas de estudos, material e etc. Eu sempre tive um certo preconceito em relação a concurso público: que sempre são muito poucas vagas, que é impossivel passar, que são cartas marcadas, que eu não era capaz… e ver um amigo passando me fez acreditar que se ele passou por que não eu. Comecei, então, um cursinho presencial para ver se gostava e após um mês pedi demissão do trabalho e resolvi “arriscar”, recomeçar do zero e me aventurar neste novo desafio. Minha trajetória de concursos foi a seguinte:
Analista Tributário da Receita Federal do Brasil ATRFB/2012 – Foi meu primeiro concurso e quando saiu o edital eu ainda estava no meio do aviso prévio, até a prova objetiva foram 1 mês trabalhando/estudando e 2 meses estudando full time. Consegui ser classificado para a prova discursiva, que seria 1 mês depois, e nesta prova fui muito bem, consegui ganhar umas 200 posições. Ponto positivo: Com esse resultado senti que era possível atingir minha meta e que podia conseguir muito mais. Ponto negativo: não consegui dosar muito bem o tempo de prova, eu resolvia a questão e já passava direto a caneta no gabarito, assim acabei terminando a prova 1 hora antes do tempo disponivel sem poder revisar as respostas. Resultado: classificação – 833, fiquei entre os 50% excedentes e fui nomeado em fevereiro deste ano.
ICMS-SP – Após a prova do ATRFB tive mais uns 5 meses para me preparar para o ICMS-SP. O edital era muito extenso então decidi deixar algumas matérias de lado e focar só em legislação tributária e contabilidade. Ponto positivo: fui muito bem em contabilidade; ponto negativo: na P2 aconteceu o mesmo que havia acontecido na objetiva do ATRFB, também não utilizei todo o tempo disponível e acabei terminando 1 hora antes sem revisar e indo muito mal nos direitos ( civil, penal, empresarial, administrativo, constitucional). Resultado: classificação – 843, fiquei fora das vagas previstas no edital por 1 ponto.
ICMS-PA – Seis meses depois fiz a prova do ICMS-PA. O edital veio igual o do ICMS-SP e resolvi dar atenção para outras matérias que ainda não tinha estudado muito, principalmente matemática financeira e estatística. Ponto positivo: fui muito bem em legislação tributária; ponto negativo: não fiz os mínimos em direitos. Resultado: média geral para ficar entre os 15 primeiros, mas eliminado por um ponto na prova de direitos.
ICMS-ES – Uma semana depois do Pará fui fazer a prova do ES despretensiosamente. Foi 1 dia estudando direito internacional e 4 dias estudando legislação do Espírito Santo. Ponto positivo: segunda maior nota na prova discursiva; ponto negativo: fui muito mal nos direitos novamente. Resultado: aprovado em 11° e nomeado em março deste ano.
ICMS-RJ – Quase 4 meses depois veio meu último concurso, passei 2 meses praticamente estudando só os direitos (finalmente resolvi aprender rs). Ponto positivo: pela primeira vez consegui estudar todo o edital; ponto negativo: fui muito mal em AFO, mas isso no final não fez falta. Resultado: aprovado em 5° lugar e nomeado em abril deste ano.
Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?
Renato: Antes de começar a estudar eu li os depoimentos de aprovados nos fóruns de concurseiros e vi que para ser aprovado em um concurso top poderia levar vários anos. Eu não queria ficar todo esse tempo só estudando para concursos e minhas economias não permitiam isso, então decidi adotar uma postura mais radical: de segunda a sábado eu estudava de manhã, a tarde e a noite e no domingo me dava uma folga para sair, ver os amigos, família, etc.
Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?
Renato: Meu sonho sempre foi ser auditor fiscal e sempre mantive o foco nisso. Os concursos que prestei sempre foram nessa área e acredito que manter o foco naquilo que você quer é essencial para uma aprovação mais rápida. Dei sorte de pegar uma época com uma boa oferta de concursos fiscais, a maior parte do tempo eu passei estudando com edital na praça.
Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?
Renato: Até o meu último concurso ( ICMS-RJ ) foram, no total, 1 ano e 7 meses. É dificil manter a disciplina nos estudos, procurei tornar isso um hábito e encarar como se fosse um trabalho com uma meta diária de horas a estudar. Outro fator que pesou foi que não poderia me dar ao luxo de ficar a toa enquanto minhas economias se esgotavam, o tempo que tinha para estudar era valioso e considerava um grande investimento em mim.
Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?
Renato: Aulas presenciais – Fiz um mês, no início dos estudos, e serviu para um primeiro contato com as matérias. Vantagem: acredito que seja permitir uma maior atenção e concentração à aula já que o professor está ali na sua frente. Desvantagem: tempo de deslocamento e custo.
Livros – Estudei por livros no início para as principais matérias: Direito tributário, constitucional, administrativo e contabilidade. Vantagem: determinadas bancas cobram um conhecimento mais aprofundado de determinados assuntos, então, acho bom criar uma certa base teórica com livros, principalmente direito tributário. Desvantagem: é necessário sempre se atualizar, as bancas hoje estão cobrando muita jurisprudência então você não pode ficar somente com os livros, é interessante complementar com um curso em PDF.
Cursos em PDF – Foi meu principal material de estudo. Vantagem: é possível adquirir cursos especificos para o concurso que você vai fazer, montados de acordo com o edital, com teoria e exercicíos e com professores muito bons. Desvantagem: você gasta muito com tinta de impressora rs… eu , particularmente, nunca imprimo nada, leio direto do PC.
Videoaulas – Utilizei principalmente para aulas de legislação e contabilidade. Vantagem: é possível voltar o video quando você não entender algo e revisar tudo com velocidade 2x. Desvantagem: acho que toma um tempo de estudos maior que um curso em PDF.
Site de questões de concursos – É uma importante ferramenta para resolução de questões de concursos anteriores. Vantagem –você pode conhecer como é o perfil de questões da banca e saber como está seu desempenho em determinadas matérias, podendo assim, direcionar um maior tempo de estudos para as matérias em que você está mais deficiente. Desvantagem: eu não vejo nenhuma desvantagem, recomendo assinar um site que tenha um bom banco de dados com questões comentadas de concursos recentes.
Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teria?
Renato: Quando saía o edital eu fazia um planejamento tendo como base o tempo disponível até a prova e as matérias novas a estudar. A cada concurso que fiz, procurei focar mais em uma determinada matéria para ficar bom nela e não precisar dar tanta atenção a ela no próximo concurso. Acho importante você se conhecer, saber onde tem mais dificuldades e tentar saná-las. Eu organizava um ciclo de estudos com as matérias que decidia estudar, algumas eu descartava ou por falta de tempo ou por achar desnecessário. Estudava uma matéria durante 2 horas, fazia uma pausa e em seguida partia para outra. Meu roteiro de estudos era basicamente acompanhar o PDF da matéria (que tinha teoria e exercícios) e complementar com o site de questões. Para os direitos e legislação procurei fazer alguns resumos e mapas mentais, mas tudo isso acho que é muito pessoal, cada um tem um método de estudos que se adapta melhor, não existe uma regra universal.
Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?
Renato: Apesar de ser formado em engenharia, as matérias que encontrei mais dificuldade no começo foram matemática financeira e estatística. São matérias que demandam muito tempo de estudos e que na maioria dos concursos não contam muito para a pontuação final. Para superar esta minha deficiência, passei muito tempo resolvendo muitos exercícios.
Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?
Renato: Na reta final eu sempre me concentrei nas matérias de maior peso e procurava estudar para garantir os mínimos nas outras. Eu focava mais na re-leitura dos PDFs, resumos e mapas mentais.
Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?
Renato: Eu acho mais recomendável desacelerar o ritmo para chegar no dia da prova bem e descansado, mas eu nunca consegui fazer isso… sempre tive que correr atrás do tempo para tentar “fechar” o edital. Eu descansava mesmo só na véspera da prova.
Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?
Renato: ERROS: eu acho que não tive muitos erros na minha preparação porque tive uma boa orientação inicial, mas se pudesse voltar atrás eu não teria feito o curso presencial (hoje, prefiro muito mais estudar em casa).
ACERTOS: Eu acho que foi ter iniciado os estudos estudando por materiais de professores excelentes, seguindo um bom planejamento e método de estudos.
Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?
Renato: Acho que o principal erro é começar estudando por material ruim e sem planejamento de estudos. Outra coisa que atrapalha é o excesso de confiança, ou a falta dela. O excesso de confiança pode fazer você estudar menos aquilo que você pensa que sabe bem e a falta de confiança pode deixá-lo muito nervoso na hora da prova e atrapalhar seu desempenho.
Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?
Renato: O mais dificil nessa caminhada foram determinadas privações: deixar de viajar, sair com os amigos, estar com a familia, ter de abdicar do estilo de vida que levava para outro mais austero…
Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para um concurso concorrido como o seu? Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!
Renato: Eu estudei em escola pública, me formei no segundo grau sem saber o básico de determinadas matérias, não me acho mais inteligente que ninguém e isso me fez querer estudar mais para ter a aprovação mais rápida. Outra coisa que acho importante é ter humildade e pedir ajuda aos concurseiros mais antigos em relação a resolução de questões, dicas de qual material utilizar, como estudar… A mensagem final que gostaria de deixar a alguém que está iniciando é a seguinte:
Você também é capaz, não é preciso ser um super gênio para passar num concurso de alto nível. Não importa o tempo que levar e os sacrificios até a aprovação, pois quando você chegar lá, terá valido cada minuto e cada gota de suor. Acredite em você!
Confira outras entrevistas em:
http://www.estrategiaconcursos.com.br/depoimentos/
Assessoria de Comunicação
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