ENTREVISTA: Renato Galvão – Aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Tesouro Estadual de Pernambuco

“Sempre tive a vontade de fazer concurso mas nunca tinha a coragem de sentar e começar. Deixava para depois e esse é o meu maior arrependimento. Se eu tivesse começado antes provavelmente teria muito mais conhecimento na hora de fazer qualquer prova de concurso público. Por isso, se você sabe o que quer, não demore nem mais um segundo! Corra atrás do seu sonho”

Vida de concurseiro não é fácil nè?! Para muitos, essa é só mais uma expressão clichê, mas quem de fato estuda para concursos, entende perfeitamente o significado dessa frase. Mas sabe o que é mais difícil do que estudar para concursos? É tomar a decisão de que vale à pena abrir mão de algumas “regalias” que a vida oferece para começar a estudar para concursos.

Se você já tomou essa decisão, o mais difícil você já fez! Já parou para pensar quantas pessoas querem se tornar um servidor público e se quer dão esse primeiro passo?!  Muitas dessas ficam esperando o momento perfeito para começar sua preparação. Mas, sinceramente?! Esse momento nunca vai chegar, porque no começo nada é perfeito. Na sua caminhada como concurseiro, por mais que planeje sua rotina de estudos, pequenos (ou até grandes!) ajustes sempre são necessários, mas você só vai saber o que é preciso ajustar quando você começar.

E foi depois de ter esse pensamento que Renato Galvão, de 24 anos, conseguiu sua primeira aprovação, no concurso para Auditor Fiscal do Tesouro Estadual de Pernambuco. Formado em economia pela UFPE, Renato é um exemplo de que não existe hora perfeita para começar a estudar. Se torna-se um servidor público é o seu sonho, está esperando o que para correr atrás? 

Confira nossa entrevista com Renato Galvão, aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Tesouro Estadual de Pernambuco e veja que o momento certo e ajustes necessários para essa caminhada é você quem faz! 

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que as pessoas que nos assistem possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos? Quantos e quais concursos já foi aprovado? Qual o último?

Renato Galvão: Tenho 24 anos, estudei Economia na UFPE e sou formado desde 2014. Durante o curso estagiei em uma consultoria mas resolvi me dedicar inteiramente à vida de concurseiro, como se fosse um trabalho comum, após uma boa conversa com meus pais e um longo tempo de reflexão. Foi o segundo concurso que fiz e o primeiro estudando “de verdade”, pois prestei um para Agente Legislativo da ALEPE, como experiência. Felizmente fui aprovado em uma ótima colocação no concurso da SEFAZ/PE.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Renato: A sensação é muito boa, com certeza um dos dias mais felizes da minha vida, pois foi resultado de muito esforço e dedicação, abdicação e “sofrimento” (concurseiro sofre sim rsrs).

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?

Renato: Bom, a minha preparação de verdade começou após a saída do edital, pois antes estudava pouco, e apenas matérias básicas. Cortei muitas saídas, deixei de ir para várias formaturas de amigos, barzinhos, festas, etc. Estudava cerca de 11 a 13 horas por dia, exceto finais de semana, quando dava uma maneirada e saía um pouco com a minha namorada e ficava um pouco com a família. Também fazia um esforço para conseguir me dedicar, nem que fosse um pequeno período, a exercícios físicos (fazia umas duas vezes por semana, corridas de 5km). Essa parte dos exercícios é muito importante para concurseiros, pois é ótimo para refrescar a cabeça, ver um pouco o mundo e fazer o sangue circular.

Cortei grupos de aplicativos de mensagens (pois esses me atrapalhavam e muito!), e deixei e muito de frequentar redes sociais. Essas são coisas que não acrescentam em nada nos estudos, só atrapalham. 

Meu recado é que você tem que realmente priorizar o seu futuro, eliminando coisas fúteis e se concentrando no que te faz, e vai fazer uma pessoa melhor e mais feliz.

Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Renato: Como eu disse prestei também para agente legislativo da ALEPE, pois queria sentir o clima de prova e treinar como me comportar na hora da prova. O concurso da SEFAZ/PE no qual fui aprovado já era boato há muito tempo, por isso só me dedicaria a ele por inteiro quando fosse lançado o edital. Indico totalmente fazer concursos por experiência, mesmo sem saber “nada”. Para mim, por exemplo foi ótimo pois aprendi uma lição muito importante: um dia antes do concurso da ALEPE almocei uma feijoada e jantei fora em um restaurante mexicano. Tive uma indigestão enorme na hora da prova. Já na prova da SEFAZ, me preocupei bastante com a alimentação e em levar remédios em caso de emergência. Esses fatores podem realmente atrapalhar quem estudou anos. Levem também essa lição.

Em relação a fazer outros concursos em outras áreas, acho que não vale à pena. Há concursos que exigem conhecimentos muito específicos de alguma área, ou matérias muito diferentes entre si. Por isso indico o foco apenas nas áreas que realmente interessam e que o concurseiro tem mais afinidade. Por exemplo, separar a área bancária da área fiscal e da jurídica. No entanto existem áreas que podem ser estudadas em conjunto, como a fiscal e de gestão e controle, pois possuem matérias muito em comum, como direito, contabilidade, estatística, matemática financeira, AFO, etc.

Esse é realmente meu concurso dos sonhos, mas até o dia desta entrevista ainda não houveram chamadas, por isso continuarei a minha preparação. Focarei concursos cujas áreas tenho mais afinidade: receita federal (ATRFB e AFRFB), fiscos estaduais/municipais, e outros concursos da área fiscal/gestão e controle.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?

Renato: É difícil ser preciso em um tempo, pois eu já tinha feito cursos presenciais em 2012, tendo uma ideia das principais matérias da área fiscal, como contabilidade, direito constitucional e administrativo, etc. Mas o estudo não foi para frente. Comecei a estudar com frequência de verdade após a apresentação do meu TCC, em março de 2014. Estudava cerca de 4 horas por dia, contabilidade, direito constitucional e direito administrativo. Foi bastante difícil manter a disciplina no começo, pois nunca tive o costume de estudar muito, sempre estudava um dia ou dois antes das provas na faculdade/colégio. Eu diria que é como malhar: você começa sempre com os pesos mais leves, e depois começa a aumentar os pesos. Ninguém começará estudando 8 horas de cara, há um processo de aprendizado de si próprio, começando com poucas horas e se acostumando a manter a mente focada por mais tempo.

Foram cerca de 6 meses, contando do período que comecei a estudar com frequência sem o edital, até a saída do edital e a realização da prova. Creio que a força de vontade, a metodologia de estudo e os materiais foram meus principais aliados.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Renato: No começo, como já citei, me matriculei em um curso presencial a convite de um amigo que também estudava na época. Acho que é fundamental uma introdução através de aulas presenciais, pois há um convívio com pessoas que também querem o mesmo objetivo, com professores ao vivo para tirar dúvidas, etc. Porém a principal desvantagem para mim foi o deslocamento, pois eu morava muito distante do local das aulas e pegava um trânsito enorme. Tinha também o fator de as aulas serem muito tarde, pois a maioria das pessoas iam após o trabalho. Após esse período, quando comecei a estudar de verdade, me utilizei de vídeo aulas para as matérias com as quais tinha mais dificuldades, como contabilidade, e livros para matérias que conseguia entender apenas com a leitura, como direito. A principal vantagem das vídeo-aulas é a didática dos professores, que conseguem ensinar de maneira simplificada o que muitas vezes os livros e legislações não conseguem passar (claro que, depende do professor), além de proporcionar uma flexibilidade de horário muito maior do que as aulas presenciais. Após a saída do edital, utilizei para grande parte das matérias as aulas em PDF do Estratégia, que foram fundamentais para a minha aprovação. Creio que se você não tem muita dificuldade em entender alguma matéria, os materiais em PDF são a melhor opção, pois vão direto ao ponto do edital, além de proporcionar inúmeras resoluções de exercícios, dicas de mnemônicos, etc. Economiza muito tempo e esforço, pois os professores já são especializados em como as bancas cobram o assunto, além de ensinarem muito bem.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria?

Renato: Uma das principais “habilidades” dos concurseiros, além de decorar e aprender muitas coisas, tem que ser saber fazer a prova. Antes de começar a estudar, percebi no edital que não haveria ponto de corte para cada matéria, e sim um ponto de corte por pontuação geral em cada prova. Com isso ignorei matérias que saberia que me fariam perder muito tempo e que não tinham quase nenhum peso na prova e me esforcei para ir bem naquelas que tinha a maior probabilidade de acertar questões, além de intensificar o estudo nas matérias de peso 2, que seria o segundo dia de prova. Ignorei matérias como estatística, direito civil, penal e comercial, contabilidade de custos, que só teriam 3 questões cada na prova do primeiro dia, de um total de 80. Uma estratégia um tanto ousada, mas que deu certo, pois o tempo era curto. Fiz um quadro de horários, estudando 1:30 as matérias com que tinha mais afinidade e 2:00 para as que eu não sabia tanto, como legislação específica. Ainda me matriculei em um curso presencial para a matéria de maior peso no concurso, que representava cerca de 50 pontos de 240 no total. Procurei seguir uma dica do Alexandre Meirelles, alternando matérias de leitura com matérias de exatas, pois o cérebro descansa e rende muito mais. Utilizei resumos apenas nas matérias as quais já tinha estudado anteriormente e bastantes exercícios resolvidos em todo o resto das matérias. Acredito que a leitura seja muito importante, mas você só vai aprender a acertar questões praticando, pois há muitas cascas de banana que só a prática te ensinará a evitar.

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Renato: Sim, tive muita dificuldade com contabilidade e contabilidade pública. São termos muito específicos da área, muito cálculo e muitas e muitas cascas de banana. Primeiramente recorri a vídeo aulas, pois não conseguia entender quase nada, batia até o desespero quando via os exercícios e não saía do lugar. Fui em busca dos melhores professores, e queria deixar aqui o meu agradecimento ao prof. Marcondes Fortaleza por se dedicar tanto a clarear a mente dos que não conseguem de jeito nenhum aprender contabilidade, pois foi com ele que comecei a entender melhor as coisas.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc?

Renato: Sempre fui uma pessoa tranquila, por isso não tive muita dificuldade em manter a serenidade nesse período. Tentei focar mais nos exercícios e em partes que considerava mais importante. Não tentei entender nada novo. Apenas reler resumos, partes grifadas e resoluções de exercícios. Usei o último mês inteiro para revisar. Cada dia para uma matéria, e as matérias de maior peso para os últimos dias de revisão, em ordem crescente do peso de cada na prova.

Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?

Renato: Não diria que foi literalmente estudo, mas sim revisão. Como disse anteriormente revisei o último mês inteiro, no mesmo ritmo dos dias que estudava normalmente, cerca de 11, 13 horas por dia. Eu aconselho a revisão. Acho que descansar tem que ser depois da prova. Se você tem tempo, melhor utilizá-lo para revisão, pois é assim que o cérebro lembra o que está “adormecido”. Claro que no dia antes da prova fui dormir cedo para estar descansado para a maratona.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Renato: Achei essa pergunta a melhor de todas, pois é aqui que os concurseiros podem saber realmente o que deu errado na trajetória de cada aprovado, para não repetir. Acho que meu maior erro foi demorar muito para começar a estudar. Sempre tive a vontade de fazer concurso mas nunca tinha a coragem de sentar e começar. Deixava para depois e esse é o meu maior arrependimento. Se eu tivesse começado antes provavelmente teria muito mais conhecimento na hora de fazer qualquer prova de concurso público. Por isso, se você sabe o que quer, não demore nem mais um segundo! Corra atrás do seu sonho.

Meu maior acerto, sem dúvida foi ter ido atrás de pessoas que já tinham experiência nessa área, seja autores de livros ou pessoas mais próximas que passaram em concurso. Quando você tem a ajuda de alguém que já passou por todas as dificuldades e foi aprovado, além de ter um exemplo a ser seguido, tem também a certeza de que é possível, e que não tem nenhum segredo. Ter lido muitos depoimentos e usar materiais de qualidade também me ajudou muito.

Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?

Renato: O maior erro é não usar um material de qualidade. Não adianta ter uma metodologia de estudos boa, concentração e foco se não se aprende o que realmente cai na prova. Vi muitas pessoas perdidas com o material que deveriam utilizar. Isso pesa muito pois a diferença de uma simples apostila que se vende em qualquer livraria é muito grande em relação a um material de qualidade como o do Estratégia Concursos. De fato as pessoas que usam material de qualidade estão muito à frente das que não sabem o que utilizar.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?

Renato: Sem dúvida foi muito difícil me privar de coisas que eu amo. É um tempo de afastamento da vida social (para a maioria), e isso inclui se afastar tanto a família quanto dos amigos e namorada. Estudar para concursos é uma batalha diária para manter o foco e a concentração, lidando com matérias às vezes nunca antes vistas. 

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Renato: Para quem está começando, siga um manual de instruções:

1-Procure ajuda de alguém que já tenha passado em algum concurso público. De preferência alguém próximo. Se não tiver, leia muitos depoimentos de pessoas que já passaram por essa situação e veja quais os principais erros e acertos. Busque motivação sempre. Você não está sozinho.

2-Estabeleça uma metodologia de estudos. Foque nos editais dos concursos desejados (se não houver, nos anteriores). Siga a metodologia à risca, com uma quantidade de horas pré-definida por dia. Defina mais horas para as matérias com quais sente mais dificuldade e menos para que acha mais fáceis. Nunca passe de 2 horas por cada matéria.

3-Procure materiais de qualidade, os mais indicados por concurseiros. Em fóruns como o Fórum Concurseiros é possível encontrar indicações de ótimos livros. Utilize-se de vídeo aulas, materiais pdf e aulas presenciais se achar necessário. Faça sempre bastantes exercícios.

4-Chegando perto da prova, deixe um tempo razoável para revisar toda a matéria estudada. Não é hora para aprender (talvez para esclarecer); revisar é o segredo de muita gente que passa rápido, pois faz com que o conhecimento aprendido a pouco tempo se mantenha fresco na memória.

5- Um dia antes da prova, ou alguns dias, busque conhecer o local da prova com antecedência, como chegar, quanto tempo dura a viagem, se há onde estacionar, qual ônibus pegar, etc.

6- No dia da prova coma algo leve e chegue com antecedência mínima de 1 hora. Não demore muito pois podem acontecer imprevistos. Na hora da prova não demore muito nas questões, deixe para o final as que não conseguir resolver rápido. Levante na metade da prova para tomar um ar e fazer um lanche.

7- Continue a estudar mesmo sem o resultado da prova. É fundamental não perder o conhecimento que já foi adquirido.

Não é exatamente uma mensagem, mas são os passos que segui (muito resumidos), para quem está começando ou tem dúvidas. Não tem mistério, vai dar tudo certo!!

Outras entrevistas em:

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