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ENTREVISTA: Marcos Miguel – Aprovado no concurso INSS para o cargo de Analista

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.”

Depois de um ano conciliando estudo e trabalho, o engenheiro civil Marcos Miguel decidiu abrir mão de seu emprego e voltar para a casa dos pais. Para garantir que aproveitaria melhor seu tempo, durante a semana, esse paulista mantinha uma rotina rígida de estudos, encarrado a vida de concurseiro como uma verdadeira profissão, sempre focado no seu objetivo. Mas engana-se quem acha que sua trajetória foi fácil.

No meio de sua caminhada, um obstáculo inesperado o obrigou a dar uma pausa nos estudos. Marcos teve um problema no coração, precisou fazer uma cirurgia e chegou a ficar internado na UTI. Foram 4 meses até sua recuperação. Motivo para desistir?! De forma alguma! As dificuldades só serviram para o dar mais força para seguir em frente.

Hoje, aprovado no concurso do INSS, ele continua sua caminhada como concurseiro desejando, agora, ser aprovado no concurso para Auditor Fiscal do Trabalho. Nessa entrevista, Marcos deixa um importante recado para quem optou pelo caminho dos concursos: ”nunca desista!”.

Estratégia Concursos – Para começar, conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Trabalhava e estudava, ou se dedicava inteiramente aos estudos? Em quantos e quais concursos já foi aprovado? Qual o último?

Marcos Miguel: Olá pessoal! Meu nome é Marcos Miguel, sou Engenheiro Civil e nasci em Marília-SP. Fui aprovado no último concurso para Analista do INSS e atualmente moro em Recife-PE. Comecei minha trajetória nos concursos no final de 2012, quando soube do concurso da ANAC e resolvi prestar, mesmo após já ter saído o edital. Meu desempenho não foi ruim para um 1° concurso (fiz uns 50%), mas para um concurso do Cespe fiquei longe de ser aprovado. Com isso abri minha mente para concursos públicos. Em Julho de 2013 tomei uma decisão drástica e resolvi pedir demissão do meu emprego em São Paulo e voltar a morar na casa dos pais em Marília (interior).

No começo não sabia exatamente quais concursos prestar e qual área seguir, sempre ouvi falar muito bem da área fiscal e sua remuneração excelente. Decidi então prestar a Receita Federal e segui estudando aos poucos. Prestei alguns concursos para ganhar experiência prática (Detran-SP, Bacen, INSS, TRTs e APO), li alguns livros de organização/desempenho e procurei os melhores materiais.

Estratégia – Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Marcos Miguel: Foi realmente um grande susto seguido de uma grande sensação de satisfação e agradecimento. Pois fui chamado na segunda etapa, quando nomearam mais 50% dos candidatos classificados. É simplesmente fantástico você saber que valeu a pena todas as decisões difíceis, mudança de rotina, sair de sua zona de conforto para lutar por algo em que acredita e quer muito.

Estratégia – Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?

Marcos Miguel: A minha postura radical foi a demissão do emprego e a volta para a casa dos meus pais com 31 anos. Não foi fácil me adaptar novamente, mas eu queria muito passar e acreditava nisso, portanto decidi fazer tudo o que estava ao meu alcance para alcançar esse objetivo. Durante a semana eu mantinha uma postura de “empregado” e apenas saía de casa para ir a academia no final do dia. Nos finais de semana eu saía com família e amigos, porém não ia para baladas, apenas programas mais leves como barzinhos e shoppings.

Estratégia – Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho? Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Marcos Miguel: Sim, acho importante fazer outros concursos para poder ir “pegando a manha” de como fazer concursos e como as diferentes bancas cobram os diversos conteúdos. Fiz alguns concursos que não tinham muito a ver com o meu objetivo apenas para treinar. Fiz ANAC, Detran-SP, Bacen. Depois dessa fase comecei a direcionar mais meus estudos para a Receita Federal e no meio do caminho descobri AFT (Auditor Fiscal do Trabalho) e simplesmente me apaixonei.

Fiz o concurso do INSS em Dezembro de 2013 e depois em Fevereiro de 2014 (pois foi anulado o primeiro). Um ano e meio depois fui chamado! Portanto, nunca desistam!

Agora pretendo me dedicar a essa nova fase da minha vida e também continuar meus estudos pra AFT, porém, claro, bem mais tranquilo!

Estratégia – Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?

Marcos Miguel – Para o concurso do INSS estudei especificamente por 5 meses. Contando o tempo total de estudos para concursos foram aproximadamente 2 anos (Setembro-2013 a Outubro-2015), pois continuei estudando após o concurso do INSS, afinal não esperava ser chamado.

Estratégia  – Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Marcos Miguel – Somente não fiz cursos presenciais. O resto utilizei tudo: videoaulas, livros, cursos em PDF. Acho importante fazer um mix de várias metodologias de estudo, pois além dar um estímulo diferente ao cérebro, não enjoamos facilmente. No começo, como não tinha conhecimento algum em várias matérias (Direito Administrativo, por exemplo) optei por videoaulas, pois são mais didáticas e podem-se absorver os conteúdos mais lentamente. No caso dos livros utilizei para matérias que tinha mais bagagem/facilidade e precisava de um aprofundamento maior, como Português. Os cursos em PDF eu acho excelentes e o melhor custo/benefício, pois são focados, mais rápidos, de fácil leitura e absorção. Cada um tem que avaliar quais suas necessidades (tempo, aprofundamento, direcionamento etc.) e fazer suas opções.

Estratégia – Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e releitura da teoria?

Marcos Miguel: No começo li alguns livros que indico a todo concurseiro que está iniciando nessa jornada: manuais do Alexandre Meirelles e Alex Viegas. Tem também o ótimo livro do Willian Douglas, porém esse não li inteiro. Com esses livros utilizei o método dos ciclos (estudava por dia pelo menos 3 matérias, alguns dias 4) e fazia revisões periódicas (24h, 7 dias, 1 mês). No começo fazia resumos, porém perdia muito tempo fazendo-os e resolvi apenas grifar com caneta marca texto os pontos que julgava mais importantes nas aulas. Quando já estava com a teoria estudada e revisada (mesmo que só 24h) eu fazia exercícios que também é uma forma de fixação e revisão. Muitas vezes quando estava cansado de ler fazia exercícios da matéria.

Estratégia – Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Marcos Miguel: Todas as disciplinas de Direito eram difíceis no começo, pois não tenho formação nessa área. Acho Contabilidade muito difícil também. Minha postura foi estudar mais essas matérias: ou estudar todo dia, nem que seja uma hora ou aumentar a carga dessas matérias no plano de estudos. Tem que entrar por osmose rs. Comecei estudando por videoaulas, pois é um ritmo mais devagar e mais fácil de entender. Depois estudei por PDFs e algumas matérias por livros (Dir. Constitucional, por exemplo).

Estratégia – A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na releitura, em resumos, em exercícios, etc?

Marcos Miguel: Vai chegando o dia da prova e, ao mesmo tempo em que eu ficava mais ansioso aumentava a carga de estudos. Eu estudava mais as disciplinas de maior peso e as que eu tinha mais dificuldades (pois não podemos zerar). Caso você já tenha uma boa base de estudos eu acho que se deve focar mais em exercícios na reta final.

Estratégia – Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desacelerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?

Marcos Miguel: Na semana da prova acho mais importante fazer revisões do que tentar adquirir novos conhecimentos. No dia anterior desacelere, vá dar uma volta, caminhar, relaxar. Se não conseguir apenas leia seus resumos sem grande tensão. Acho importante descansar o corpo e a mente para a prova que está por vir.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS

Marcos Miguel: O maior erro foi estudar sem orientação, sem saber quais os materiais e professores eram bons. Perdi muito tempo nessa primeira etapa. Comecei a acertar quando fiz um plano de estudos, com ciclos de estudos, escolhendo professores bons e materiais confiáveis. Não fiz nenhum curso presencial, para mim isso foi um acerto, pois gasta-se muito tempo, porém existem pessoas que gostam de cursos presenciais.

Estratégia – Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?

Marcos Miguel – Acredito que a falta de foco é um grande erro. Você tem que escolher um “concurso objetivo” e se preparar somente para ele. Com o tempo vão abrindo outros concursos e você pode prestá-los apenas fazendo uma pequena adaptação nos estudos, mas prestar todo concurso que aparece pela frente acho que não funciona.

Estratégia – O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação?

Marcos Miguel: É muito difícil manter-se motivado quando não se tem nem a autorização para o concurso ou o edital não está na praça. Mas é nessa hora que temos que continuar! Manter grupos de estudo (por internet mesmo) ajudou bastante nesses momentos. Outra coisa que foi muito difícil para mim foi que eu fiquei doente em Maio de 2014, fui internado 5 dias na UTI, tive que fazer uma cirurgia no coração (troquei a válvula mitral) e passei 33 dias internado no hospital. Tomei muito remédio por 2 meses. Praticamente nasci de novo. O tempo total de recuperação foi de 4 meses. Quando você passa por algo assim, você muda a maneira de ver a vida. Segui em frente com os estudos e boas notícias chegaram.

Estratégia – Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Marcos Miguel: O melhor conselho é fazer um bom planejamento antes de começar a estudar pesado. Focar no seu objetivo, fazer grupos de estudos, procurar os melhores professores e materiais. Montar um plano de estudos com ciclos e ser disciplinado para estudar todos os dias, nem que seja menos que o planejado. É importante criar um hábito.

Passei no concurso do INSS e estou muito feliz. Valeu a pena. Continuarei a estudar até passar em AFT, agora com bem menos pressão.

Não desista de seus sonhos, por mais difícil que pareça ser, pois um dia você alcançará. Por fim, deixo uma mensagem do meu ídolo, o grande Ayrton Senna:

“Seja você quem for, seja qual for a posição social que você tenha na vida, a mais alta ou a mais baixa, tenha sempre como meta muita força, muita determinação e sempre faça tudo com muito amor e com muita fé em Deus, que um dia você chega lá. De alguma maneira você chega lá.”

Abraços!

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