ENTREVISTA: Felipe Almeida Souza – Aprovado em 1º lugar no concurso TCM RJ

"Primeiramente é ter determinação. Decidir se realmente está disposto a passar no concurso. Em seguida, é ter um bom material de estudos e saber qual a forma de estudo mais adequada ao seu perfil. Por fim, estudar diariamente até o dia da prova, nem que seja por 30 minutos, pois é importante criar o hábito"

Confira nossa entrevista com Felipe Almeida Souza, aluno do Estratégia Concursos aprovado em 1º lugar no concurso do Tribunal de Contas do Município do Rio de Janeiro (TCM RJ):

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nossos leitores possam te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Felipe Almeida Souza: Tenho 33 anos, formado em Engenharia Cartográfica pelo IME e natural do RJ.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava (como conciliava trabalho e estudos?), ou se dedicava inteiramente aos estudos?

Felipe: Trabalhava e estudava. Para conciliar os estudos, eu estudava no caminho de ida e volta para o trabalho e quando chegava em casa. Em média, gastava 3h de estudo por dia.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?

Felipe: Passei em 4 concursos e agora o TCMRJ é o quinto. Aos 15 anos passei para o Colégio Naval. Na faculdade cursei o IME. Depois Petrobras, para o cargo de Eng de Petróleo. Em seguida, o DECEA (Departamento de Controle do Espaço Aéreo). Por fim, o TCMRJ, um concurso desafiador, pois tive que aprender disciplinas diferentes da minha área de formação.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Felipe: Fiquei muito feliz com a aprovação! Eu já havia obtido grandes aprovações, sendo o IME a que considero a mais importante para a minha vida, da qual tenho grande orgulho. Todavia, o TCMRJ também foi uma grande surpresa para mim, pois, como falei anteriormente, era um concurso que fugia bastante da minha formação acadêmica e atuação profissional. Foi um grande desafio estudar diversos ramos de Direito, AFO, além de Administração e Controle Externo.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?

Felipe: Foi bem tranquilo, pois o segredo dessa aprovação foi o estudo antecipado. Dessa forma, não precisei abrir mão de viajar, sair, de ter uma vida social. Todavia, nos 3 meses antes da prova, os estudos foram intensificados e, aí sim, a vida social foi prejudicada.

Estratégia: Você é casado? Tem filhos? Namora? Mora com seus pais? Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?

Felipe: O apoio familiar foi essencial. Sempre tive tranquilidade para estudar em casa e entendimento familiar nesse sentido. Porém, com luta e determinação, acredito que os concurseiros que não tenham esse apoio também são capazes de ter sucesso. 

Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?

Felipe: Fiz somente esse. Como já era servidor, meu foco foi somente o TCMRJ. A motivação é uma porta que se abre por dentro, diz o ditado. Ou seja, você deve buscar interiormente seu propósito e não desanimar.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior? 

Felipe: Difícil responder a essa pergunta. É bem individual a resposta e leva em conta outras variáveis como tempo desejado de aprovação, determinação, necessidade de trabalhar etc. No meu caso, acho que não optaria por essa abordagem. 

Pretendo continuar na área de Tribunal de Contas, estudando para o cargo de Auditor de Controle Externo.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?

Felipe:  Basicamente estudei com 1 ano e alguns meses de antecedência da prova. Independente de sair ou não o edital, sabia que não seria perda de tempo estudar as matérias de Direito, AFO e Controle Externo, básicas para qualquer concurso nessa área.

Como já era servidor, não me preocupava muito com o tempo. Para mim, quanto mais demorasse a sair, mais chances eu teria.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Felipe: Não usei nenhum livro nem cursos presenciais, apenas usei cursos em PDF e videoaulas. A grande vantagem dos cursos em PDF é a consolidação de várias bibliografias num único documento “bizurado”. Dessa forma, você estuda somente o essencial e sem precisar ter o trabalho de pesquisar em diversos livros. As videoaulas, às vezes também recorria, como forma de fixar, mas confesso que preferia ler o PDF por serem mais completos.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Felipe: Conheci por intermédio de um amigo do trabalho.

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?

Felipe: Como tive tempo de preparação adequado, não precisei estudar várias matérias ao mesmo tempo, o que para mim, poderia causar confusão. Fui estudando uma a uma, esgotando os assuntos aos poucos, sem desespero. Nunca fiz resumos na minha vida e acho que nem sei fazer, sou preguiçoso para escrever. Ao invés de “perder” tempo escrevendo, perdia tempo lendo, relendo e tentando memorizar (esse entendimento é relativo, não funciona para todos da mesma forma).

Os exercícios são fundamentais para fixar o conteúdo e também treinar o tipo de questão da banca. Todavia, não adianta sair fazendo vários exercícios se você ainda não dominou pelo menos 80% do conteúdo de modo satisfatório. Meu plano de estudos era simplesmente seguir a ordem das aulas em PDF e esgotar o conteúdo da disciplina. Também não sei fazer planilhas de estudos e mesmo que as fizesse, não conseguiria segui-las (talvez as seguisse por apenas uma semana rsrs).

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Felipe: A disciplina que tive mais dificuldade foi Ciências da Administração. Existem diversos entendimentos e os autores são contraditórios entre si. O que minimizou a dificuldade foi realizar bastantes exercícios e captar o entendimento das bancas nos assuntos polêmicos.

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?

Felipe: Português e Matemática apenas fiz exercícios da Banca nas proximidades da prova. As demais, estudei igualmente. Li e reli os PDF’s e fiz bastante exercício. Também fiz simulados online, inclusive o disponibilizado gratuitamente pelo Estratégia com correção. Foi uma excelente ferramenta de revisão.

Estratégia: Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?

Felipe: Desacelerar se você teve tempo para estudar, pois é fundamental organizar as ideias na cabeça e ir tranquilo para o dia da prova. Nunca fui de estudar de madrugada, pois acredito que o sono é fundamental para recuperar as forças e fixar o conteúdo lido durante o dia.

Estratégia: No seu concurso, tivemos, além das provas objetivas, as provas discursivas. Como foi seu estudo para esta importante parte do certame? O que você aconselha?

Felipe: Foi complicada essa fase, pois a discursiva foi a elaboração de Redação Oficial. Como o próprio manual do Município era contraditório, foi difícil saber qual entendimento levar para a prova. O estudo em si foi menos intenso, lendo o manual, os exemplos e produzindo os textos.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Felipe: Maior acerto foi a decisão de estudar com antecedência e não desanimar nesse propósito. Acho quase inviável ser aprovado em um concurso tão concorrido, sem nunca ter estudado as matérias antes em pouco tempo de preparação. Não acredito em fórmulas mágicas, em caminho fácil. Como ponto de melhoria para os próximo, eu diria que estudar português, pois, embora tenha ido bem, é uma matéria que os candidatos estão estudando com bastante afinco, podendo se tornar um diferencial na aprovação.

Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?

Felipe: O imediatismo, grande mal da vida moderna, de querer tudo para ontem, inclusive passar num concurso de altíssimo nível, sem se esforçar de modo suficiente; o desespero diante da primeira dificuldade; a tentativa de imitar técnicas de estudos alheia, sem qualquer crítica; a falta de foco e perseverança; e o medo do concorrente. Você precisa vencer a si próprio e não seu concorrente. Faça sua parte e um dia sua aprovação chega.

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?

Felipe: A maior dificuldade é de fato manter a constância. Somos humanos, normal não estar disposto para estudar diariamente. Mas é preciso criar hábito de estudar, caso queira passar no concurso.

Principal motivação foi o interesse em mudar de área profissional e o desafio de aprender novas matérias, além, é claro, de trabalhar num órgão relevante para a sociedade.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Felipe: Primeiramente é ter determinação. Decidir se realmente está disposto a passar no concurso. Em seguida, é ter um bom material de estudos e saber qual a forma de estudo mais adequada ao seu perfil. Por fim, estudar diariamente até o dia da prova, nem que seja por 30 minutos, pois é importante criar o hábito.

Outras entrevistas em:

Depoimentos de Aprovados
Cursos Online para Concursos

Assessoria de Comunicação

comunicacao@estrategiaconcursos.com.br

Coordenação

Ver comentários

  • Sou servidor do TJPE há anos. Pretendo ainda aos 52 anos de idade outro Concurso, seja p/Juiz, Ministério Público ou Procurador da Fazenda.

  • Na hora que leio alguém dizer que estudava somente 3 h por dia, estudava E trabalhava, e ainda ter ficado em 1º lugar num concurso desse porte... dá vontade de morrer, sério!

    Estudo há mais de 2 anos, fico só estudando quase q o dia inteiro, estou desempregado durante todo esse tempo, e mal consigo ficar entre os 1000 primeiros colocados nesses concursos tops.

    Acho que me falta é nascer de novo!

    No mais, parabéns ao Felipe! Desejo a ele o que desejo a mim.

  • O cara largou o cargo de engenheiro de petróleo da petrobras pra ser nível médio do tcm, com certeza estava muito chateado com o ritmo de trabalho lá, porque esse é um dos cargos tops da petrobras e ganha muuuito bem. E o fato de ser do IME já mostra que ele é diferenciado, acontece galera, existem pessoas assim, mas não representa a grande maioria de nós meros mortais, No mais, adorei a entreevista dele e meus parabéns.

  • Ele estuda para esse concurso desde os 16 anos. Ninguém começa do zero. Aprende-se coisas no ensino médio e na universidade que caem em concursos. Aliás, não precisa ser inteligente para passar em concursos públicos, basta treinar "a marcar o x no lugar certo", ou seja, acertar questões da banca. Muitas bancas avaliam de forma errada. Na verdade, muitas estão preocupadas em realizar apenas uma filtragem e não em selecionar os mais inteligentes. As questões de lógica para concurso, por exemplo são risíveis. Português também deixa a desejar, ainda mais quando professores de português acham que compreendem um texto sobre qualquer assunto.
    O ENEM (junto com a OAB) é um dos exames mais fiscalizados do país e cobra inúmeros conceitos equivocados. Imagine IBFC que a sede é uma casa no interior de SP!
    http://www.if.ufrgs.br/~lang/Textos/enem2013.pdf

  • Não existe regras de estudo. Cada um tem a sua. Ele estudava 3h diárias, mas começou a se preparar com antecedência. Muita gente não consegue manter um ritmo de estudos. Como ele disse, é preciso estudar todos os dias, nem que seja 30min para criar o hábito.

  • Que bom ler uma entrevista como essa!
    Identifiquei-me demais com a postura do aprovado e as técnicas de preparação utilizadas.
    Tb achei muito importante frisar que, mesmo sem o apoio da família, é possível passar em um concurso. Só tenho visto por aí entrevistas onde se diz que, sem este apoio, não se logra êxito em um certame (como se o esforço e a dedicação não contassem em uma preparação).

    Muito obrigada!

    Siga esse caminho, ignore as críticas que não edificam e PARABÉNS!

  • Eu não vi qualquer crítica ao Felipe. O cara possui seus méritos, mas considerá-lo gênio seria uma grande desmotivação para os demais concurseiros. Somente 0,5% da população mundial é formada por pessoas realmente inteligentes e o serviço público não é o lugar que essas pessoas escolhem para exercitar sua inteligência.
    Aliás, Ignorar a crítica é a coisa mais imbecil que se recomenda. O conhecimento se aperfeiçoa pela via negativa. Ainda acredito que a burrice é muito mais disseminada do que muitos acreditam. Basta ver a manifestação de certas pessoas na internet. Descartes estava completamente errado.

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