ENTREVISTA: Bruno Severo – Aprovado no concurso TRT 14 para o cargo de Técnico Judiciário com apenas 18 anos

“Se você não desistir, e persistir com toda a convicção de que dará todo o seu melhor, Deus fará a parte Dele. Eu sei que Ele vai te ajudar. Assim como Ele me ajudou. Coloque-O na frente desse seu projeto, pois eu sei que Ele vai te abençoar.”

Confira nossa entrevista com Bruno Severo, aprovado no concurso do Tribunal Regional do Trabalho 14 (Rondônia e Acre) para o cargo de Técnico Judiciário com apenas 18 anos:

Estratégia Concursos: Conte-nos um pouco sobre você, para que nosso leitor possa te conhecer melhor. Você é formado em que área? Qual sua idade? De onde você é?

Bruno Severo: Olá Thais. Sou o Bruno Severo. Tenho 19 anos e atualmente estou cursando o 4º período de direito e sou de Rio Branco/Ac.

Comecei a estudar pra concurso quando tinha 17 anos e fiz a prova do TRT com 18 anos, no mês de fevereiro de 2016. Em maio, porém, completei 19. Quem me apresentou o mundo dos concursos foi um professor que eu tive quando eu estava no 3º ano do ensino médio. Eu tinha a certeza de que eu estudaria para concurso. Porém, não sabia como faria isso nem por onde começaria. Sabia bem que eu teria que me dedicar bastante pra passar em um concurso federal, como o foi no TRT.

Então, assim que eu terminei o meu ultimo ano do colegial, exatamente no dia 14/11/2014, tive o meu primeiro contato com as matérias básicas dos concursos: português, constitucional, administrativo. Com o passar dos tempos, fui aprendendo que estudar pra concurso é uma tarefa que demanda um investimento a médio e ou longo prazo. Li todos os depoimentos dos aprovados daqui do Estratégia e também de outros sites. Fui aprimorando meu jeito de estudar a cada queda e derrota. Fui reprovado em alguns certames e aprovado, finalmente, no TRT 14ª, o qual me mandou um e-mail informando que minha nomeação ocorrerá no dia 02 de setembro.

Sempre, quando estava cabisbaixo nos estudos, vinha eu no site do Estratégia Concurso pra ver os depoimentos lá estampados. Assim, pegava um gás a mais pra fazer mais algumas questões e/ou ler o restante do PDF. E eu falava pra mim mesmo que um dia eu colocaria o meu depoimento aqui. E hoje tenho feito isso. Em verdade, isso é a realização de um sonho. Sempre pedia pra Deus me ajudar, e Ele me ajudou em tudo. Tudo mesmo.

Estratégia: Durante sua caminhada como concurseiro, você trabalhava e estudava ou se dedicava inteiramente aos estudos?

Bruno: Durante minha caminhada de estudo para o TRT 14, eu tive o privilégio de só estudar para o concurso. Porém, não quer dizer que eu estudava as 24, ou 10, horas do meu dia. No máximo que conseguia render nos estudos eram 5 horas liquidas em média. Ressalte-se: eram horas liquidas; ou seja, horas religiosamente cronometradas. Muita gente fala que estuda 12/10/8 horas no dia. Eu acho que isso é complicado. Em dias de muita animação, pra eu conseguir 4 horas liquidas, tinha eu que demandar 10 horas brutas de estudo pra conseguir tal façanha (rs).

Gostava também de ir à academia à tarde. Mas sempre usava do meu tempo disponível pra estudar. Ou tentar estudar. Cheguei até a gravar a Constituição pra eu ir ouvindo durante os momentos onde não se pode estudar convencionalmente: no ônibus, carro ou andando. Com o passar do tempo, todo o momento disponível que eu tinha estava sendo direcionado ao estudo, principalmente na resolução de questões. Contabilizadas, eu fiz mais de 29000 questões e comentei mais de 2500. Fiz todas as questões da FCC dos Tribunais de Trabalho, e, com o passar do tempo, como já tinha esgotado todas, fui refazendo-as novamente. Esse refazimento das questões é de suma importância, porque relembra tudo o que já foi estudado.

Contudo, como nem tudo é perfeito, no dia da prova eu estava muito nervoso e preocupado. Depois de muito tempo de estudo e mais de 450 horas de estudo liquido, tinha eu de resolver 60 questões em 3 horas de prova somente. Fui muito mal em Direito Administrativo. Ainda explicarei isso nesse depoimento. A despeito disso, não obstou isso a minha nomeação. Logo, a resolução de questões é de extrema importância. Se não fosse isso, não teria passado.

Estratégia: Quantos e em quais concursos já foi aprovado? Qual o último?

Bruno: Fui aprovado no TRT 14ª para o cargo de Técnico Judiciário. Recebi hoje o e-mail expondo o fato de que seremos nomeados em até 2 de setembro. Como já dito, sempre foi meio que um sonho meu deixar o meu depoimento aqui. Ou seja, ressalte-se, estou vivenciando um sonho. Às vezes, eu quando estava estudando, ficava imaginando o momento da minha posse. Ainda estou muito feliz com isso. Não vejo a hora de poder trabalhar nesse Tribunal e fazer a minha parte no serviço publico. E, atualmente, sou estagiário da PGE AC.

Antes de estudar pro TRT, estudei pro TRE Acre e o TRE Maranhão. No primeiro, eu fui aprovado nas objetivas (fiquei na posição 21ª) e reprovado nas subjetivas. Como estava forte na preparação pra ele, meu pai decidiu pagar minha passagem para ir ao Maranhão fazer a prova do TRE de lá. Nessa época, porém, não conhecia o Estratégia Concursos e estudava erroneamente, deixando as matérias básicas sempre para depois. Com essa metodologia de estudos, no TRE deste fiquei na posição 156ª. Como o mesmo chama muito pouco, fiquei logo triste e fiquei também ciente de que não teria chances de ser nomeado.

Depois desses dois tribunais eleitorais, decidi focar toda a minha preparação para o TRT 14ª para o cargo de Técnico Judiciário. Estudei muito todas as matérias. Porem, como se sabe, “a pessoa que estuda para concurso tem de estudar ate o momento em que a sorte não vá ser decisiva para a nomeação”. Nessa prova especificamente, não fui muito bem na matéria de que eu mais sabia: Direito Administrativo. Para se ter uma ideia, só da FCC, nessa matéria, tinha feito mais de 4000 questões. Porem, de 5 questões que tinham na prova de técnico, acertei apenas 1. Fiquei em choque: “justamente na matéria que eu mais sabia não poderia ter errado 4 questoes!!!”. Falei pra mim mesmo que não seria aprovado. Fiquei muito triste com isso. Muito mesmo. Falei pro meu pai que não dava pra passar. Porém, cá estou eu: quase um servidor publico federal.

Quando Deus tem um propósito em nossa vida, Ele faz o impossível para que a promessa Dele se realize. Se você fizer sua parte, Ele fará a Dele. No total de preparação pro TRT 14ª após o edital (um total de 3 meses do edital para a prova) , estudei um total de 497 horas liquidas. Essas horas eram todas elas contadas religiosamente no cronometro. Quando levantava para ir ao banheiro, parava o cronometro. E quando me sentava, eu reiniciava o cronometro. Com essa metodologia, conseguia em media 5 horas liquidas por dia. Eu sabia que eu tinha me dedicado ao máximo. Sabia que eu era merecedor daquela vaga. E, apesar de não ter ido muito bem na prova, eu serei nomeado. Logo, façamos nossa parte, pois Deus fará a Dele, pois Ele é justo.

Estratégia: Qual foi sua sensação ao ver seu nome na lista dos aprovados/classificados?

Bruno: Foi a melhor sensação da minha vida. Como ainda não teve a nomeação, que está prevista até o dia 2 de setembro, apenas recebi o e-mail dizendo que serei nomeado e, também, vi no site do TRT falando que fui convocado. E até agora estou em êxtase. Todo dia olho para aquele e-mail vendo meu nome ali. É muito emocionante. Não acredito que estou vivendo isso ainda.

Estratégia: Como era sua vida social durante a preparação para concursos? Você saía com amigos, família, etc? Ou adotou uma postura radical, abdicando do convívio social para passar no concurso o mais rápido possível?

Bruno: Eu gostava de estudar o máximo possível, principalmente após o edital. Ou seja, estudei intensamente todos os dias da semana. Apenas ia à igreja aos domingos e sábados e voltava a estudar. O impressionante nos estudos pós-edital é a motivação. Logo, como pós-edital dá um gás a mais, estudei muito. Antes do edital também eu estudava: não dava mais que 3 horas liquidas!

Estratégia: Sua família entendeu e apoiou sua caminhada como concurseiro? Se sim, de que forma?

Bruno: Minha família sempre me apoiava em tudo. Meu pai, a exemplo, me incentivou muito pra eu fazer o TRE do Maranhão. Foi ele que me apoiou e fez o impossível pra conseguirmos o dinheiro pra pagar a passagem e a estadia lá, inclusive parcelamos a passagem em 10 vezes (rs). Quando disse a ele, porém, que não seria nomeado neste, falou pra eu não desistir. E foi isso que eu fiz: não desisti. E também falei pra ele, quando saiu o gabarito oficial do TRT, que eu não seria aprovado. Ele me falou novamente: “não desista, rapaz, tu é novo e tu vai conseguir”. E eu, hoje, vejo que, se não fosse o apoio da minha família, não seria aprovado.

Estratégia: Ao longo de sua jornada, você tentou outros concursos, para treinar e se manter com uma alta motivação ou decidiu manter o foco apenas naquele concurso que era o seu sonho?

Bruno: Fui aprovado pro concurso da SESAU RO, pro qual me nomearam, mas não tomei posse. Fui aprovado pra PM e CBM RO e, como falei anteriormente, o TRE AC e MA. Passei na OAB também, primeira fase, porque dava de aproveitar umas matérias que eu estava estudando pro tribunal. E fiz o TRT 14, para o qual logrei êxito e serei empossado. Acho muito importante fazer provas para ficar treinando o dia D. Mas acho relevante a pessoa ter um sonho. Meu sonho era passar no TRT 14ª, TJAA. Assim, o sonho que se possa ter vai ser o que vai motivar ainda mais o candidato a estudar, a aproveitar todo o tempo pra se dedicar a esse sonho, pra estudar mais que a maioria. Quando a pessoa tiver um sonho de passar no concurso, vai estudar tanto que, mesmo que não vá bem numa matéria do certame, vai passar.

Não adianta ver apenas o salario. Tem que ser algo que venha do coração. Por exemplo, eu me apaixonei com a matéria do direito e processo do trabalho. Não era mais uma obrigação estudar. Fazia isso porque gostava. Acho que temos de nos apaixonar com o cargo e fazer disso um incentivo para conseguirmos alcançar nossos sonhos.

Estratégia: Você acha que vale a pena fazer outros concursos, com foco diferente daquele concurso que é realmente seu objetivo maior?

Bruno: Acho que a pessoa tem que focar em um objetivo. Meu objetivo era passar pra técnico do TRT. Eu fiz o possível pra que isso se realizasse. Porem, minha historia em concursos ainda não acabou. Pelo contrario. Pretendo ser analista judiciário do TRT até eu me formar. Por isso ainda estou estudando (rs). E posteriormente pretendo ser Procurador da Republica. Sei que sou novo, só tenho 19 anos. Contudo, sei que terei de ralar ainda mais pra alcançar esses objetivos. Mas eu conseguirei e, quando conseguir, pretendo deixar o meu depoimento aqui de novo. Eu sei que é complicado manter a motivação em alta todo o tempo. Sei que é ruim estudar horas e horas. Mas eu falo uma coisa, um dia isso valerá a pena.

Estratégia: Você estudou por quanto tempo, contando toda a sua preparação? Durante este tempo de estudo, como você fazia para manter a disciplina nos estudos mesmo naqueles períodos em que não havia edital na mão?

Bruno: Estudei ao todo 1 ano e 7 meses. Especificamente pros dois TREs que eu fiz foi 1 ano de preparação, apesar de ser reprovado em ambos. No TRT 14ª, estudei 6 meses, 3 antes e 3 após o edital. A única forma que eu consegui pra manter a motivação em alta era lendo os depoimentos dos aprovados.

Estratégia: Que materiais você usou em sua preparação para o concurso? Aulas presenciais, telepresenciais, livros, cursos em PDF, videoaulas? Quais foram as principais vantagens e desvantagens de cada um?

Bruno: Eu estudava com o segredo da aprovação, um tripé composto por: PDF + LEI SECA + QUESTOES. Nunca gostei de vídeo aula muito menos de aula presencial, porque eu acho muito perca de tempo pra aprender um conteúdo que, se fosse optar por outro método de estudo, seria mais célere. Preferi os PDFs e questões, que eram mais rápidos pra aprender com a maior eficiência e, sobretudo, efetividade possíveis.

Estratégia: Como conheceu o Estratégia Concursos?

Bruno: Foi até interessante o modo pelo qual conheci o Estratégia. Como eu sempre ficava buscando formas de me motivar na internet, li muitos, mais muitos, depoimentos de aprovados em todos os variados tipos de concursos. E sempre os aprovados falavam que tinham estudado pelos PDFs daqui. Ai eu falei: “poxa, se os caras feras estudam pelo Estratégia, e são aprovados, tenho eu que também estudar com eles.” Foi dito e feito. E foi muito importante para a minha aprovação. As matérias que nunca tinha estudado de direito material e processual do trabalho, e, principalmente, a matéria de administração publica e AFO, com o Sergio Mendes nesta. O cara é fera demais. Recomendadíssimo. Muito gratificante estudar com o Estratégia, pois tem os melhores professores do mercado!

Estratégia: Uma das principais dificuldades de todo o concursando é a quantidade de assuntos que deve ser memorizada. Como você fez para estudar todo o conteúdo do concurso? Falando de modo mais específico: você estudava várias matérias ao mesmo tempo? Quantas? Costumava fazer resumos? Focava mais em exercícios, ou na leitura e re-leitura da teoria? Como montou seu plano de estudos?

Bruno: Inicialmente, eu lia a aula escrita do Estrategia. No outro dia, fazia os exercícios do PDF. Fazia isso com todas as aulas. Quando terminava de fazer isso (terminar de ler todas as aulas do Estratégia), eu já sabia que teria de me automatizar nas questões. Teria de ser um robô. Teria de ser uma maquina de fazer questões. Então, já tendo uma boa base de conhecimento provinda dos PDFs, fazia 20 questões de cada matéria por dia. Em outros termos, eu estudava todo o conteúdo todo o dia. No dia seguinte, recomeçava. Era um ciclo de fazer questões. Isso me motivava demais! Com isso, em cada matéria cheguei a fazer mais de 2000 questões!!! No total, fiz mais de 29000 questões contabilizadas e inéditas, se contadas desde o começo de minha preparação. Se eu fosse contar as questões repetidas que eu já fiz, ultrapassam-se mais de 35000 questões. E comentei mais de 2600 questões inéditas. A resolução de questão é o principal meio de se treinar para a prova objetiva. Como não tinha redação na prova de técnico, eu tinha que ser um robô fazendo questões. Assim, começava a fazer questão às 8 da manha e parava às 19 da noite, as vezes. Cheguei a fazer mais de 300 questões por dia.

Fazia um ciclo de questões. Vou exemplificar. Fazia 20 questões de const., 20 questões de adm., 20 questões de afo. Fazia isso ate rodar todo o conteúdo de matéria que eu tinha de ver. Em verdade, todo dia eu via todo o conteúdo do edital. E no outro dia eu recomeçava isso novamente. Aprendi a estudar assim através de um depoimento de um aprovado na RFB em 1º lugar no ano de 2005, o Demétrio. Por isso a importância da leitura de depoimento de aprovados.

Para controle de hora, usava um ciclo de estudos de horas liquidas de acordo com o peso de cada matéria no Excel que eu aprendi através do livro “Como estudar para concursos” do Alexandre Meireles. Aconselho o candidato a lê-lo antes de começar a estudar para o concurso. “Temos que afiar o machado antes de tudo”, como já dizia Meireles. Era bem balanceado esse ciclo. E foi isso que fez com que eu fosse aprovado nesse concurso. Como há um balanceamento de horas que eu deveria estudar ate o dia da prova, nenhuma matéria restaria prejudicada. Quando saiu o edital, eu contabilizei, na tese, quantas horas eu teria disponíveis para estudar. Depois disso, eu dividi essas horas com os pesos e importância do conteúdo em cada matéria. Sempre pra estudar todas as matérias do concurso: sem deixar de ver nada. Com isso, mesmo que fosse mal em uma matéria, seria aprovado. Felizmente, foi isso que aconteceu.

Destarte, quero ressaltar o que eu falei antes: apesar de toda essa dedicação na resolução de questão, fui muito mal em Direito Administrativo em minha prova, a matéria na qual pensava eu ter mais conhecimento. Na prova, as questões dessa matéria estavam muito fáceis e eu sabia todas elas. O nervosismo e preocupação, porém, fizeram com que eu errasse quase todas, não me atentando aos detalhes de cada assertiva (acertei só 1 de 5)! Mas, como eu tinha feito a maioria das questões da FCC em todas as matérias, não prejudicou a minha aprovação e, futuramente, minha tomada de posse (rsrs).

Estratégia: Você tinha mais dificuldades em alguma(s) disciplina(s)? Quais? Como você fez para superar estas dificuldades?

Bruno: Tinha dificuldade em português. Na verdade, o que me tirou da disputa no TRE do Maranhão foi o português. Eu tinha que quebrar esse mal da minha vida! (rs) Nessa prova, eu gabaritei 50 das de específicos. Das 20 de conhecimento básico, errei 7.
Engraçado. Se não fosse o português, não teria sido aprovado nesse concurso do TRT 14ª. Pra isso, fazia todo dia 20 questões de português. A minha maior dificuldade foi a minha salvação nesse certame. Engraçado, né!

Estratégia: A reta final é sempre um período estressante. Como você levou seus estudos neste período? Você se concentrava nas matérias de maior peso ou distribuía seus estudos de maneira mais homogênea? Focava mais na re-leitura, em resumos, em exercícios, etc ?

Bruno: Na reta final (1 mês antes da prova), eu tentei fazer as questões inéditas que ainda me restavam e ler os últimos PDFs que ainda tinha que ler. Acredito que na reta final o candidato tem que dar o melhor de si em três coisas: leitura da lei seca + resumos + exercícios. Meus estudos consistiam basicamente em ler os últimos PDFs que ainda tinha de ler e fazer o máximo de questão possível da FCC. O mais interessante nesse período é que a motivação está a mil: estudar não é mais uma obrigação!
Eu tentei fazer um ciclo de estudos. Pra não cansar muito, estudava varias matérias no mesmo dia.

Na semana da prova, nós sempre observamos vários candidatos assumindo uma verdadeira maratona de estudos (estudando intensamente dia e noite). Por outro lado, também vemos concurseiros que preferem desalecerar um pouco, para chegar no dia da prova com a mente mais descansada. O que você aconselha?

Eu estudei ate o dia anterior à prova. Com isso, me lembrei de um prazo que caiu em Processo Civil. Acho muito válido sim estudar no dia anterior. Um estudo só pra lembrar-se dos prazos e coisas mais importantes.

Na semana da prova, em contrapartida, acredito que o candidato não pode querer aprender um conteúdo novo. Ele tem de fixar somente o que pode cair na prova. Em outros termos, tem ele que se dedicar àqueles prazos que sempre caem da 8666, lembrar as principais divisões politico-administrativas da CF, os principais prazos do CPC… São coisas básicas que têm de estar frescas na hora da realização da prova.

Estratégia: Se você tivesse que apontar ERROS em sua preparação (se é que houve), quais seriam? Diga-nos também quais foram os maiores ACERTOS?

Bruno: Meus erros foram:
1)Na semana anterior à prova não ter relido as leis que cairiam na prova, principalmente da matéria de Direito Administrativo. Se tivesse feito isso, minha posição no concurso teria subido muito mais. Muito mais mesmo!!! Mas estou feliz com isso, porque eu aprendi com o meu erro e, felizmente, porque não fui reprovado (rsrs). Não fui aprovado entre os primeiros colocados. Mas o que é importante é você ser nomeado independentemente da posição, certo?! E eu estou muito feliz porque serei nomeado junto com a primeira leva de aprovados! Pensa numa alegria! Logo, você que está estudando pra tribunais, na semana anterior à prova, deixe os exercícios e PDFs de lado, e foque todo o seu coração à leitura da lei seca. Se eu tivesse feito isso, teria acertado, no mínimo, 3 questões das quais tinha ficado na duvida em duas alternativas. O interessante nessa leitura é se atentar aos prazos e coisas que você sempre viu em pegadinhas de prova de concurso da sua banca examinadora.

2) Mudar a resposta certa pra colocar a errada. Explique-se. A resposta certa era a C. Na primeira lida, eu coloquei C. Beleza. Depois de fazer toda a prova, decidi reler as questões. O que acontece? O burro aqui tira a resposta C e coloca a resposta A. Ou seja, na primeira lida, coloquei certo. Na segunda, pus a resposta errada. Acredite: FIZ ISSO EM TRÊS QUESTOES… isso mesmo que você leu: TRÊS QUESTOES!!! Sabe o que é você errar 3 questoes que você sabe por não se atentar a detalhe??? É muito ruim isso. Rsrs. Duas questoes eram de Direito Administrativo. E a outra era de AFO. Rapaz… quando eu vi no gabarito preliminar que tinha feito essa burrada, cheguei a chorar de raiva. No entanto, isso não me tirou do concurso nem da nomeação com a primeira leva de convocados.

3)Estar muito nervoso na hora da prova. O que define sua aprovação não é o fato de se ter dedicado 450 horas liquidas a um certame. O que define é a capacidade de estar bem na hora da prova e ter a certeza de que vai dar o melhor, não ligando para a aprovação. Eu estava muito nervoso, estava muito preocupado, pois tinha somente 3 horas pra responder 60 questões. Naquela prova, errei coisas tão bestas e coisas que eu sabia. Não tive sorte. “Eu não tive sorte naquela prova mesmo!”. Se fossem contar as questões que eu sabia e que errei por causa do nervosismo, ultrapassam 4!!! Porem, quem estuda para concurso tem que estudar até o momento em que a sorte não atrapalhe na nomeação. E foi isso o que me aconteceu.

Meus acertos:
1) Não desistir na primeira queda. Nem na segunda. Nem na terceira. Nem na quarta. (rs)
2) Sempre persistir.
3) Não ligar pra aquilo que os outros falam e acreditar que eu seria capaz de passar. Falavam que eu era muito novo para passar. Mas não ligava pra isso. E estudava ainda mais.
4) Sempre cronometrar o tempo estudado e ler muitos depoimentos de aprovados.
5) Saber que pra passar teria que fazer muita questão e me dedicar mais que a maioria.

Estratégia: Pela sua experiência e contato com outros concurseiros, diga-nos quais são os maiores erros que as pessoas cometem quando decidem se preparar para concursos?

Bruno: O maior erro é querer passar em todos os concursos, sem se dedicar ao máximo em um. O candidato tem que focar em um único concurso como sonho. Focar toda a preparação. Isso não quer dizer, entretanto, que não possa fazer outras provas. O que não pode fazer é estudar um mês pra concurso x e no outro mês estudar pra concurso y. Acredito que o que é fundamental pra aprovação é a capacidade de saber escolher o que quer. Eu decidi passar no TRT 14ª. Dei o meu melhor. E, mesmo que não fosse aprovado, saberia que tinha dado todo o meu melhor. Não adianta estudar pra todo tipo de concurso. Tem que ter foco!

Estratégia: O que foi mais difícil nessa caminhada rumo à aprovação? E qual foi sua principal motivação?

Bruno: O mais difícil é estudar (rs). É estudar todos os dias a fio sem falhar em nenhum dia. É estudar ano novo, natal, feriado, dia santo, pascoa, sábado, domingo. O mais difícil é esperar. A espera é a parte mais sofrida. E, como todo concurseiro é ansioso, complica tudo. Mas o que me levantava todo dia para estudar era o fato de que eu sou pobre. E a única forma de “tentar” mudar isso era passando nesse concurso. Sei que não vou ficar rico no TRT, mas terei condição de ajudar a minha família, que tanto me apoiou.

Estratégia: Por fim, o que você aconselharia a alguém que está iniciando seus estudos para concurso. Deixe-nos sua mensagem para todos aqueles que um dia almejam chegar aonde você chegou!

Bruno: A dica que dou é: não desista. O candidato não pode desistir. Como eu sempre falo: o segredo pra passar é não desistir. Se desistir, não passa. Se persistir, passa. Simples. Eu reprovei em muitos concursos. Reprovações muito dolorosas. Não desisti. E, hoje, eu consegui vencer. Apesar de novo, eu sei que não é fácil se dedicar por horas em frente ao computador. Mas eu falo uma coisa: tudo valerá a pena.
Quando eu lia depoimento de aprovados, o pessoal sempre falava: “isso vai valer a pena”. Eu pensava comigo: “quando eu vou poder dizer isso, meu Deus????”. Enfim, galera, vale a pena mesmo. Vale a pena você ver seu nome no site do TRT, ou do órgão para o qual você foi aprovado. Vale a pena!

Quero te dizer: quando você vir o seu nome no DOU, ou te mandarem um e-mail dizendo o dia da nomeação e posse, você vai se esquecer de todo esse sofrimento. Não desista, meu amigo/a. Digo-te uma coisa: se você não desistir, e persistir com toda a convicção de que dará todo o seu melhor, Deus fará a parte Dele. Eu sei que Ele vai te ajudar. Assim como Ele me ajudou. Coloque-O na frente desse seu projeto, pois eu sei que Ele vai te abençoar.

Eu me dediquei muito pra essa prova. Muito mesmo. Acordava e dormia pensando nela. Mas, como nem tudo é um mar de rosas, apesar de toda a minha preparação, eu fui muito mal na mesma, errando coisas bestas que eu sabia. Cheguei a falar que não passaria pra um amigo meu, quando saiu o gabarito preliminar. Fiquei muito mal com isso. Não sabia o que fazer. Sabia que seria nomeado, quando saiu o resultado final, mas sabia que ia demorar uns 2 anos. No entanto, Deus fez a parte Dele pra que eu seja empossado exatos 7 meses após a realização da prova, que foi esta em fevereiro! Eu fiz o meu possível e Ele fez disso o impossível.

Concluindo, acredito que o que mais me marcou nessa minha caminhada de 1 ano e 7 meses estudando é o fato de que você estará sozinho. Estar sozinho na preparação!!! Como assim? Você tem que estar sozinho se preparando. É um processo de interiorização, de muita abdicação: é um processo de resignação com as suas limitações. Vai ter dia que você escolhe sair ou escolhe estudar. Eu decidia estudar. E hoje eu vejo que toda a abdicação valeu a pena. Não vou ter que procurar emprego. E não vou ganhar um salario mínimo, que seria o que me pagariam na iniciativa privada, haja vista ter 19 anos e faltar experiência. Serei um servidor publico federal! Agradeço a você que leu até aqui (sei que foi um “pouco” grande). Tenho certeza de que, se você chegou até aqui, e se você não desistir, sua aprovação está mais perto do que ontem. Persista! Não desista! Dê o seu melhor! Enfim, estude até o momento em que a sorte não vá atrapalhar na sua posse, que foi o que eu fiz. Obrigado!

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Ver comentários

  • Belo depoimento e muito motivador pra mim!

    Uma dúvida: você disse que se arrependeu de mudar questões depois, na hora da revisão. Você disse que perdeu 3 questões assim.. Mas quantas você alterou e ganhou? Digo isso pois a gente sempre lembra daquelas que mudamos e erramos.. mas e as que acertamos?

    Valeu!!!

  • Bruno seu depoimento me motivou muito! Parabéns pelo seu sucesso, e obrigada por compartilhar suas dicas.

  • Parabéns Bruno. Me inspirou muito nessa minha jornada de volta aos estudos. Estava precisando dessas palavras inspiradoras e vitoriosas...

    Obrigado Bruno e a equipe Estratégia Concursos.

  • Parabéns bruno, aprecio sua contribuição no qc durante todo esse tempo, e fico feliz que tenha logrado êxito tão cedo no mundo dos concursos, que agora voce possa galgar novos ares no serviço público.

  • Bruno, Parabéns!!

    Nem te conheço pessoalmente, mas pelo seu depoimento percebo que você é um cara muito iluminado por Deus. Você também citou dois caras que, pra mim, são verdadeiros mestres e que me inspiro demais: Meirelles e Deme.

    Que Deus te abençoe nessa jornada, cara!

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