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DVA – Demonstração do Valor Adicionado – Contabilidade descomplicada

Olá, pessoal. Tudo certo? No artigo de hoje veremos um resumo da Demonstração do Valor Adicionado (DVA). O tema está disciplinado principalmente no CPC 09  – Demonstração do Valor Adicionado (DVA).

A ideia é trazer os principais pontos que são cobrados em prova, além de partes que costumam confundir os alunos.

Sem mais delongas, vamos lá.

Conceitos Gerais

Antes de adentrarmos na Demonstração em si, conheçamos as principais características e conceitos da DVA.

Objetivo: evidenciar a riqueza criada pela entidade e sua distribuição, durante determinado período.

Obrigatoriedade:  apenas as sociedades de capital aberto.
Bizu: DVA -> Apenas capital aberto

Fontes dos dados: Elaborada a partir da DRE, ainda que existam algumas informações adicionais.

Valor adicionado: representa a riqueza criada pela empresa, de forma geral medida pela diferença entre o valor das vendas (item 1) e os insumos adquiridos de terceiros (item 2). Inclui também o valor adicionado recebido em transferência, ou seja, produzido por terceiros e transferido à entidade

Características das informações: fundamentada em conceitos macroeconômico -> Como se fosse o PIB da empresa

Com essas informações já é possível acertar quase todas as questões teóricas de DVA.

Estrutura da DVA

Superada a parte teórica sobre DVA, vamos conhecer sua estrutura.

Comecemos pela primeira parte, o Valor Adicionado a Distribuir.

Valor Adicionado a Distribuir

Agora vejamos a segunda parte, a Distribuição de Riqueza.

Distribuição de Riqueza

Uma informação muito importante que deve ser sempre lembrada em exercícios de DVA:

Valor Adicionado a Distribuir = Distribuição de Riqueza

Nesse sentido, é possível encontrar o valor adicionado a partir da distribuição e vice-versa. Esse “macete” é muito útil em alguns exercícios, quando uma parte (geralmente a distribuição) tem menos itens, “saindo” muito mais rápido.

Também é uma forma de prova real, afinal se os dois lados estiverem “batendo”, dificilmente a resposta estará errada.

Componentes da DVA

A partir da estrutura da DVA podemos verificar que existem vários itens ali listados, alguns bem tranquilos, porém existem aqueles que sempre causam dúvidas. Assim, vamos focar naquilo que geralmente causa confusão.

Receitas (1)

O primeiro dos itens é a Receita.

  • 1.1 – Vendas de mercadorias, produtos e serviços

Aqui tem uma informação de suma importância, afinal é um procedimento diferente do que fazemos na DRE, as vendas de mercadorias, produtos e serviços incluem os valores dos tributos incidentes sobre essas receitas (Ex. ICMS, IPI, PIS e COFINS), atenção!!!

Vendas de mercadorias, produtos e serviços = Vendas + Tributos (ou Receita bruta)

  • 1.2 – Outras receitas –  Resultado das baixas por alienação de ativos não-circulantes (ex. venda de imobilizado, de investimentos, intangível) -> Aqui também se incluem os tributos!
  • 1.3 – Receitas relativas à construção de ativos próprios: Reconhece os ativos a partir do seu valor contábil e não do seu valor justo.

Vamos conhecer um “macete” passado por nossos professores:

Procedimentos para lançar os ativos construídos para uso próprio na DVA:

1 – Encontrar o valor contábil da máquina. O valor pelo qual ela vai para o ativo.

2 – Lançar o valor contábil no item 1.3 da DVA – Receitas.

3 – Lançar a mão-de-obra própria como distribuição da riqueza na DVA (pessoal). Isso vale para tributos pagos (governo) e juros ativados (remuneração de capital de terceiros).

4 – Lançar os gastos de serviços de terceiros e materiais como insumos adquiridos de terceiros.

  • 1.4 Perdas estimadas em créditos de liquidação duvidosa (-) PDD/ + Reversão PDD

Insumos adquiridos de terceiros (2)

Quanto aos insumos adquiridos de terceiros temos que:

  • 2.1 – Custo dos produtos, das mercadorias e dos serviços vendidos – matérias-primas adquiridas de terceiros

Assim como na receita, devem ser considerados os tributos incluídos no momento das compras (ICMS, IPI, PIS e COFINS), recuperáveis ou não.

  • 2.2 – Materiais, energia, serviços de terceiros e outros – despesas originadas da utilização desses bens, utilidades e serviços adquiridos junto a terceiros.

Salário:
Salário de terceiros -> item 2.2 (Materiais, energia, serviços de terceiros e outros)
Salários de funcionários -> item 8.1.1 (Remuneração direta)

  • 2.3 – Perda e recuperação de valores ativos -> (+) Perdas de ativo / (-) Reversão de Perdas Ativas

Valor adicionado recebido em transferência (6)

Agora vejamos sobre o Valor adicionado recebido em transferência.

  • 6.2 – Receitas financeiras – todas as receitas financeiras, inclusive as variações cambiais ativas, independentemente de sua origem.
  • 6.3 – Outras receitas – dividendos relativos a investimentos avaliados ao custo, aluguéis, direitos de franquia etc.

Investimento:
Resultado com equivalência patrimonial -> item 6.1 (Resultado com equivalência patrimonial)
Dividendos recebidos (investimento avaliado ao custo) -> item 6.3 (outras)

Pessoal (8.1)

Agora já estamos na parte da distribuição de riqueza. Comecemos pela distribuição em “pessoal”.

  • 8.1.1 Remuneração direta – salários, 13º salário, honorários da administração (inclusive os pagamentos baseados em ações), férias, comissões, horas extras, participação de empregados nos resultados, etc.
  • 8.1.2Benefícios – assistência médica, alimentação, transporte, planos de aposentadoria etc.
  • 8.1.3FGTS – valores depositados em conta vinculada dos empregados -> Atente-se, não é tributo

Impostos, taxas e contribuições (8.2)

Atenção, pois os impostos recuperáveis devem ser apresentados líquidos (deve-se subtrair o valor dos créditos)

  • 8.2.1Federal

INSS:
Patronal -> item 8.2.1 (Impostos, taxas e contribuições – Federal)
Empregado ->  item 8.1.1 (Remuneração direta)

Remuneração de capitais de terceiros (8.3)

Agora vejamos sobre a remuneração de capitais de terceiros.

  • 8.3.1Juros – despesas financeiras, inclusive as variações cambiais passivas,

Variação cambial:
Ativa -> item 6.2 (Receitas financeiras)
Passiva ->  item 8.3.1 (Juros)

  • 8.3.2 – Aluguéis – aluguéis (inclusive arrendamento operacional)

Aluguel:
Receita de aluguel -> item 6.3 (Valor recebido em transferência – Outras)
Despesa com aluguel -> item 8.3.2 (aluguéis)

  • 8.3.3 – Outras – royalties, franquia, direitos autorais e etc.

Remuneração de capitais próprios (8.4)

Para finalizar o nosso estudo da Demonstração do Valor Adicionado, conhecemos as disposições da Remuneração de capitais próprios,

  • 8.4.1 – Juros sobre o capital próprio (JCP)é uma distribuição do lucro para o sócio que investiu capital social na empresa, a partir de uma taxa definida pelo governo. -> Considera-se apenas os valores com base no resultado do exercício atual (afinal já foram tratados como lucros retidos no exercício anterior)
  • 8.4.2 – Dividendos
  • 8.4.3 – Lucros retidos e prejuízos do exercíciolucro destinados às reservas, inclusive os JCP quando tiverem esse tratamento; nos casos de prejuízo, esse valor deve ser incluído com sinal negativo.

Considerações Finais

Pessoal, chegamos ao final do nosso estudo sobre a Demonstração do Valor Adicionado (DVA), espero que de fato tenha “Descomplicado a contabilidade” para você.

Obviamente que o artigo é apenas uma “pincelada” de conteúdo, nossas aulas são muito mais aprofundadas e exemplificadas. Nesse sentido, não deixe de conferir.

Além disso, a prática por muitas questões é essencial para ganhar velocidade em exercícios de contabilidade, logo pratique muito com nosso Sistema de Questões.

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