Categorias: Concursos Públicos

Devo focar meus estudos apenas em uma área?

Salve, guerreiros e guerreiras! Meu nome é Eduardo – atualmente -, exerço o cargo de Auditor de Controle Externo do TCE/SP e sou Coach do Estratégia Concursos.   Ao longo da minha caminhada, já tive a satisfação de exercer outros cargos públicos, como Fiscal Tributário, Controlador Interno e Administrador.

Uma dica recorrente, para quem está iniciando nos estudos para concurso, é manter o foco em apenas uma área, seja ela fiscal, controle e gestão, policial, tribunal, dentre outras.

De uma maneira geral, a dica faz muito sentido, pois evita que o aluno se perca em inúmeras matérias, de forma que nunca consiga estar, suficientemente, preparado para um concurso público.

Porém (e aqui peço para que leia com muito cuidado e faça as devidas ressalvas sobre o que vou escrever) nem sempre esse conselho é a melhor estratégia. Para que eu possa explicar o que eu quero dizer com isso, precisamos dividir o estudo em 2 momentos:

  1. Início da preparação até o momento que esteja se consolidando em uma determinada área;
  2. Momento em que já se está em condições de brigar por uma vaga na área que escolheu.

No primeiro momento, sem dúvidas, o aluno não deve cogitar migrar de área a todo instante, isso só irá atrasar o seu desenvolvimento, cansará o aluno e distanciá-lo-á do seu objetivo, que é consquistar a aprovação. Nessa fase, é essencial manter o foco em apenas uma área, ainda que supostas oportunidade “imperdíveis” surjam no decorrer do caminho.

Já no segundo momento, em que o aluno possui uma boa base e está apenas “afiando o machado”, aguardando algum concurso do seu interesse, aí, sim, pode-se pensar em, temporariamente, migrar para outra área. Nesse caso, deve-se considerar o cenário daquele momento, como está a oferta de concursos da área que vinha se preparando, como estão as oportunidades em outras áreas, qual a semelhança entre o conteúdo estudado e o que terei de novo para estudar.

Isso pode ser, muito bem, ilustrado pelo que vivi, no período que se sucedeu entre 2015 e 2017. Muitos alunos que vinham se preparando para área fiscal, como eu, depararam-se com um período de seca, escassez quase absoluta de concursos grandes para o fisco, vez ou nunca surgia alguma oportunidade, com meia dúzia de vagas. As principais matérias já haviam sido estudadas, buscava-se, apenas, a manutenção do conhecimento adquirido, aguardando os concursos fiscais surgirem.

O cenário econômico do Brasil não era animador, passávamos por uma séria crise, os concursos para o fisco vinham sendo reduzidos. Enquanto isso, despencavam concursos para área de tribunal, além de boas oportunidade na área de controle. E aí, surgiam questionamentos, como “será que vale à pena migrar de área?”, “e se eu migrar e, pouco tempo depois, surgir um bom fisco, não iria me perdoar!”, dentre outros.

Nesse momento, eu relutei muito por “largar”, temporariamente, a área fiscal. Havia acabado de ser publicado o edital do TCE/PE, concurso extremamente atraente, porém a banca Cebraspe (antigo Cespe) havia sido escolhida. Como bom concurseiro fiscal, não tinha muito afinidade com essa banca, além de não gostar do estilo de cobrança “Certo” ou “Errado” – que na minha opinião aumenta, em muito, a subjetividade das questões -, ela também não tinha um histórico relevante na área para qual me dedicava à época, algo que, diga-se de passagem, vem mudando.

Após muito relutar, cheguei a conclusão de que seria válido estudar para aquele concurso do TCE/PE, afinal, estudar com um edital “na praça” é muito mais motivante e desafiador do que ficar revisando, em looping, todo o conteúdo estudado até aquele momento. Estudei por cerca de 2 meses, obtive bons resultados (foram ofertados diversos cargos, com a possibilidade de concorrer para mais de um ao mesmo tempo), em especial para o cargo de Analista Administrativo, porém não fiquei dentro das vagas previstas no edital. No primeiro fim de semana de prova, saiu outro edital da área de controle, TCE/SP, e que, no momento, não me interessou.

Tinha em mente que, após o TCE/PE, voltaria para minha área de origem, afinal ICMS/RO estava para sair. E, de fato, saiu, pouco tempo depois. Já havia começado a me planejar para voltar à “batida” do fisco, quando resolvi pesquisar um pouco mais sobre o concurso do TCE/SP; assisti a um vídeo do Estratégia, fazendo uma análise do edital do concurso anterior do TCE/SP, achei a carreira muito interessante, as perspectivas de nomeação eram fantásticas (para quem estudou nesse período, um concurso com possibilidades de nomear mais de cem pessoas era algo inimaginável). Tinha ao meu favor ter estudado com afinco para o TCE/PE e, então, tomei a decisão mais acertada que poderia, resolvi estudar para o TCE/SP.

O edital já havia sido publicado há quase um mês, mas me planejei, durante quase uma semana, e vi que era possível me preparar para chegar bem competitivo no dia da prova. E, hoje, cá estou, do outro lado, contando, um pouco, da minha história de aprovação no concurso do TCE/SP.

Sem dúvidas, ter deixado um pouco de lado o foco da área para qual vinha me preparando, migrar, temporariamente, de área foi o “divisor de águas” para minha aprovação, e pode ser para a sua também. Novamente, tenha cuidado e faça as devidas ressalvas ao que estou dizendo nesse texto, tenha discernimento de analisar a situação e concluir se vale ou não, se é o momento ou não, de pensar em migrar de área e tome a decisão da maneira mais racional possível!

Gostou do texto, tem alguma sugestão de tema para o próximo artigo, deixe nos comentários.

Conte com seu amigo, que ora vos escreve, estou à disposição!

Mãos à obra! Bons estudos!

Eduardo Gonçalves

@dudu_gonca

Eduardo Furtado Gonçalves

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